6. Doenças Orificiais Flashcards

1
Q

Quais as carcterísticas das hemorróidas?

A
  • Prolapso de coxins vasculares devido a destruição do tecido conjuntivo.
  • Decorre do esforço ao evacuar e aumento da pressão abdominal (dieta pobre em fibras).
  • As posições mais comuns são 3, 7 e 11h (sendo 12h a linha média anterior).
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2
Q

Quais os tipos de hemorróidas?

A
  • Internas: acima da linha pectínea, irrigadas pelo plexo hemorroidário superior e com inervação visceral (indolores).
  • Externas: abaixo da linha pectínea, irrigadas pelo plexo hemorroidário inferior e com inervação somática (dolorosas).
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3
Q

Qual o quadro clínico das hemorróidas?

A
  • Sangramento anal indolor.
  • Prolapso dos coxins hemorroidários.
  • Dor (se trombose).
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4
Q

Qual a classificação das hemorróidas internas?

A
  • Grau I: sem prolapso.
  • Grau II: prolapso redutível espontaneamente.
  • Grau III: prolapso com retorno a compressão manual.
  • Grau IV: prolapso irredutível.
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5
Q

Qual o tratamento das hemorróidas?

A
  • Grau I: MEV (aumento da ingesta hídrica e de fibras, menor esforço evacuatório, etc).
  • Grau II: MEV + ligadura elástica ou escleroterapia (só interna).
  • Grau III e IV: MEV + cirurgia.

Obs.: são contraindicações da ligadura elastica hemorroidas externas, coagulopatia e cirrose com hipertensão portal.

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6
Q

Quais as tecnicas cirúrgicas no tratamento das hemorróidas?

A
  • Milligan-Morgan: técnica aberta (mais dolorosa).
  • Fergusson: técnica fechada (mais abcesso).
  • Grampeador PPH: hemorroidas graus III e IV circunferenciais (menos dor no pós-operatório, mas mais recidiva).

Obs.: sempre deixar pontes mucosas entre as áreas de ressecção para evitar estenose anal.

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7
Q

Qual o tratamento da trombose hemorroidaria?

A
  • Dor < 72h: excisão cirúrgica do mamila hemorroidário.
  • Dor > 72h: anti-inflamatórios.
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8
Q

Quais as características da fissura anal?

A
  • Ulceração linear distal à linha pectínea.
  • 90% ocorre na LINHA MÉDIA POSTERIOR.
  • Alta relação com trauma local (constipação, sexo anal, etc).
  • Pode ser aguda (< 6 semanas) ou crônica (> 6 semanas).

Obs.: fissuras em locais atípicos (localização LATERAL) devem levantar suspeita de doença de Crohn, HIV, tuberculose e sífilis.

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9
Q

Quais as características da fissura anal aguda?

A
  • Dor anal intensa.
  • Sangramento discreto.
  • Úlcera avermelhada.
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10
Q

Quais as características da fissura anal crônica?

A
  • Plicoma sentinela.
  • Papilite hipertrófica.
  • Úlcera esbranquiçada.
  • Hipertonia esfincteriana.
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11
Q

Qual o tratamento da fissura anal?

A
  • Aguda: bloqueador de canal de cálcio (diltiazem e nifedipino), regularizar hábito intestinal e banho de assento.
  • Crônica: esficterotomia lateral interna (3 ou 9h).
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12
Q

Quais as características das fístulas perianais?

A
  • Comunicação de cripta infectada e o tecido perianal.
  • Decorre de um abcesso perianal crônico ou doenças granulomatosas perianais (ex.: Doença de Crohn e hidradenite supurativa).
  • Causa drenagem constante de material purulento e fecalóide, geralmente indolor.
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13
Q

Qual a classificação de PARKS das fístulas perianais?

A
  • Parks 1: interesfincteriana (45%).
  • Parks 2: transesfincteriana.
  • Parks 3: supraesficteriana.
  • Parks 4: extraesfincteriana.
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14
Q

Qual a regra de Goodsall-Salmon nas fístulas perianais?

A
  • Orificio externo anterior: trajeto linear para a cripta correspondente.
  • Orificio externo posterior OU > 3cm da borda anal: trajeto curvilineo para a cripta na linha média posterior.
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15
Q

O que são fístulas perianais complexas?

A
  • Extraesfincterianas.
  • Supraesfincterianas.
  • Transesfincterianas com > 30% de envolvimento do esfincter externo.
  • Fístula por doença de Crohn, radioterapia ou neoplasia.

Obs.: já as fístulas simples são as intraesfincterianas e transesfincterianas com < 30% de envolvimento do esfíncter externo.

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16
Q

Quais os métodos diagnósficos para as fístulas perianais?

A
  • Ressonância magnética de pelve.
  • USG endorretal.
  • Fistulografia.
17
Q

Qual o tratamento das fístulas perianais?

A
  • Simples: fistulectomia ou fistulotomia.
  • Complexas: fistulotomia com sedenho, retalhos ou LIFT.

Obs.: o tratamento das fístulas complexas apresenta risco de incontinência.

18
Q

Quais as características dos abcessos perianais?

A
  • Infecção das glândulas de Chiari.
  • 50% evolui para fístulas perianais (mesmo quando tratados).
19
Q

Qual a classificação dos abcessos perianais?

A
  • Perianal: mais comum.
  • Interesfincteriano: sem área de flutuação.
  • Isquiorretal: área de flutuação lateral.
  • Pelverretal/Suprarlevatório: sintomas sistêmicos exuberantes.

Obs.: abcessos supraelevatórios podem necessitar de exames de imagem para serem diagnosticados, e estão associados a infecções intraabdominais.

20
Q

Quais as características dos abcessos anorretais em ferradura?

A
  • Ocorre em abcessos ISQUIORRETAIS complicados, que penetram o espaço isquiorretal contralateral.
  • Pode formar uma fístula complexa em “U”, que conecta o canal anal bilateral.
21
Q

Qual o tratamento dos abcessos perianais?

A
  • Drenagem cirúrgica o mais próximo possível da borda anal (reduzir o tamanho de uma futura fístula).
  • Antibiótico.

Obs.: são URGÊNCIAS cirúrgicas pelo risco de evolução para síndrome de Fournier.

22
Q

Quais as características do carcinoma espinocelular de canal anal?

A
  • Surge do epitélio escamoso abaixo da linha pectínea
  • Relacionado à infecções pelo HPV (16 e 18), HIV, verrugas anais e doença inflamatória do ânus.
  • Lesões vegentantes, ulceradas e sangrantes.
23
Q

Quais os exames de estadiamento do carcinoma espinocelular de canal anal?

A
  • Tomografia de tórax e abdome.
  • Ressonância de pelve.
  • PET-CT.
  • Palpação da virilha (metástase linfonodal).
24
Q

Qual o tratamento do carcinoma espinocelular de canal anal?

A
  • Lesões < 2cm, não invasivas ou in situ: ressecção local.
  • Lesões > 2cm ou invasão (padrão-ouro): esquema de Nigro (QT e RT).
  • Recidiva ou resposta incompleta: amputação abdominoperineal com linfadenectomia.
25
Q

Quais os fatores de risco para o carcinoma espinocelular de canal anal?

A
  • HPV (16 e 18).
  • HIV.
  • Verrugas genitais.
  • Coito anal.
  • Doença inflamatória do ânus.
  • Doença de Bowen (carcinoma in situ).
26
Q

Quais as características do prolapso retal?

A
  • Procidência do reto por fragilidade do diafragma pélvico.
  • Mais comum em mulheres idosas multíparas.
  • Causa desconforto abdominal, tenesmos e massa retal.
27
Q

Qual o tratamento do prolapso retal em pacientes jovens e com baixo risco cirúrgico?

A
  • Cirurgia de Altemier (retossigmoidectomia perineal): menor morbidade, mas mais recidiva.
  • Cirurgia via abdominal (retopexia com retirada do excesso de mucosa): maior morbidade, mas menor recidiva.

Obs.: o reparo de Wells consiste na colocação de uma protese posterior ao reto, fixada na fáscia pré-sacral.

28
Q

Qual o tratamento do prolapso retal em pacientes idosos e com alto risco cirúrgico?

A

Cirurgia de Delorme: plicatura retal com retirada do excesso de mucosa.

29
Q

Quais as características do cisto pilonidal?

A
  • Formação cística que contém folículos pilosos.
  • Mais comum em homens jovens (20 a 30 anos) e na linha média do sulco interflúteo.
  • Altas chances de infecções recorrentes e abcessos.

Obs.: o diagnóstico é CLÍNICO, não sendo necessário exames de imagem.

30
Q

Qual o tratamento do cisto pilonidal?

A
  • Tratamento agudo: drenagem, curetagem e antibiótico do cisto.
  • Tratamento crônico: ressecção e fechamento com retalho de Karydakisc, Moshe Gips e ou VAAPS.

Obs.: evitar ressecções amplas com marsupialização.

31
Q

Quais as características da síndrome de Fournier?

A
  • Fasceíte necrotisante de partes moles.
  • Mais comum no períneo de homens idosos, obesos e diabéticos.
  • Inicia com uma porta de entrada na pele, causando infecção polimicrobiana rapidamente progressiva.
  • Afeta pele, subcutâneo, fáscia e músculo.
  • Geralmente polimicrobiana, com predomínio de S. aureus e estreptococos do grupo A.
32
Q

Qual o quadro clínico da síndrome de Fournier?

A
  • Dor local.
  • Sinais flogísticos.
  • Creptação.
  • Equimose violácea.
  • Rápida evolução para sepse.
33
Q

Como é o diagnóstico de síndrome de Fournier?

A
  • Clínico!
  • Tomografia (se dúvidas).
34
Q

Qual o tratamento da síndrome de Fournier?

A
  • Desbridamento cirúrgico de urgência.
  • Antibiótico de amplo espectro (ceftriaxona + metronidazol/clindamicina OU piperaciclina + tazobactan + vancomicina).
  • Cicatrização por segunda intensão (curativo a vácuo).
  • Considerar colostomia de proteção.
  • Reconstrução tardia com a cirurgia plástica.