5. Câncer Colorretal Flashcards
Qual a anatomia colorretal?
- O cólon ascendente e descendente são FIXOS e RETROPERITONEAIS.
- A camada muscular externa é descontinuada em 3 tênias (exceto no apêndice e reto, que NÃO possuem), ao contrário da camada muscular interna.
- Apresenta vascularização da artéria MESENTÉRICA SUPERIOR (ceco, ascendente e transverso), MESENTÉRICA INFERIOR (descendente, sigmóide e reto superior) e das ILÍACAS INTERNAS (reto médio e baixo).
Obs.: como não possuem tênia, o apêndice e reto também NÃO possuem haustrações nem apêndices epiploicos.
Quais as características do câncer colorretal?
- Tumor mais comum do trato gastrointestinal (2ª câncer no geral, em ambos os sexos).
- A progressão entre displasia e carcinoma leva cerca de 10 anos.
- Cerca de 50% dos pacientes com câncer colorretal vão desenvolver metástases hepáticas.
Quais os fatores de risco para o câncer colorretal?
- Obesidade.
- Dieta pobre em fibras.
- Etilismo e tabagismo.
- Doenças genéticas (PAF, síndrome de Lynch, etc).
- Doença inflamatória intestinal (risco 10-20x maior).
- Colite actínica (pós-RT).
Qual a carcinogênse do câncer colorretal?
- Gene APC (gene supressor tumoral): epitélio com risco para a formação de pólipos.
- Gene K-Ras (proto-oncogene): displasia e formação de pólipos (adenoma).
- Gene p53 (gene supressor tumoral): carcinoma.
Obs.: também há mutação da beta-caterina e na telomerosa.
Quais as características dos pólipos neoplásicos?
- Apresentam DISPLASIA e risco de malignização.
- Podem apresentar morfologia pedunculada ou sessil.
- Adenoma tubular (mais comum), tubulo-viloso e viloso (pior prognóstico).
Obs.: o adenoma viloso apresenta 40% de chance de abrigar um adenocarcinoma.
Quais as características dos pólipos não-neoplásicos?
- Não apresentam displasia.
- Harmatomas, pólipos inflamatórios e hiperplásicos.
- São pólipos benignos.
Obs.: no harmatoma, PODE desenvolver foco de adenoma (nos outros não).
Qual a conduta frente a um pólipo na endoscopia?
POLIPECTOMIA
- Risco baixo (1 a 2 adenomas < 1cm): colonoscopia em 7 a 10 anos.
- Risco intermediário (3 a 10 adenomas < 1cm OU 1 adenoma > 1cm OU displasia de alto grau OU tipo viloso): colonoscopia em 3 a 5 anos.
- Risco alto (> 10 adenomas > 1cm OU 1 adenoma > 5cm): colonoscopia em 1 ano (6 meses se biósia sem polipectomia, retirado aos pedaços ou polipectomia incompleta).
Obs.: polipos hiperplasicos e inflamatórios são considerados achados benignos e a colonoscopia pode ser repetida em 10 anos.
Como é feito o segmento colonoscópico após a ressecção de um pólipo com lesão maligna?
- Repetir em 3 MESES.
- Se normal, colonoscopia em 1 ano, depois a cada 3 a 5 anos.
Quais as indicações de rastreio do câncer colorretal na população geral (risco mediano)?
- Idade entre 45 (USPSTF)/50 (MS) e 85 anos.
- Exames a cada 10 anos.
Obs.: são pessoas sem histórico familiar ou pessoal de câncer colorretal, sem doença inflamatória intestinal e sem síndromes genéticas.
Quais as indicações de rastreio do câncer colorretal na população com fatores de risco?
- Histórico familiar de câncer colorretal: 40 anos (ou pelo menos 10 anos antes da idade que o familiar apresentou câncer).
- Síndrome de Lynch: 20 anos.
- PAF: 12 anos.
- Doença inflamatória intestinal: 8 anos após o diagnóstico.
Quais os exames que podem ser utilizados para o rastreamento do câncer colorretal?
- Colonoscopia (padrão-ouro): a cada 10 anos.
- Sigmoidoscopia + sangue oculto nas fezes: a cada 10 anos.
- Sigmoidoscopia: a cada 5 anos.
- Colonoscopia virtual: a cada 3 anos.
- Imunoistoquímica (teste de DNA): 3 anos.
- Sangue oculto nas fezes: anualmente.
Obs.: paciente com alto risco só fazem rastreio com COLONOSCOPIA (colonoscopia virtual só é solicitada se tumor semioclusivo, em que o colonoscopio não passa)!
Qual o quadro clínico do câncer colorretal?
- Tumores de cólon direito (30%): anemia, fadiga, hematoquezia e massa palpável (pior prognóstico).
- Tumores de cólon esquerdo (40%): alteração do hábito intestinal, hematoquezia e obstrução.
- Tumores de reto (30%): tenesmo, calibre fecal reduzido e obstrução.
Obs.: TODO paciente com > 50 anos e anemia ferropriva tem indicação de colonoscopia.
Quais os exames de estadiamento do câncer colorretal?
- Tomografia de tórax, abdome e pelve (se cólon e reto alto) ou ressonância de pelve (se reto médio e baixo).
- Colonoscopia.
Obs.: o CEA é um marcador prognóstico e de acompanhamento, e NÃO de estadiamento ou diagnóstico.
Qual o estadiamento T do câncer colorretal?
- Tis: invade a mucosa.
- T1: invade a submucosa.
- T2: invade a muscular.
- T3: invade a subserosa.
- T4: invade a serosa (a) ou órgãos adjacentes (b).
Qual o estadiamento N do câncer colorretal?
- N1a: 1 lindonodo regional.
- N1b: 2 a 3 linfonos regionais.
- N1c: depósito tumoral em mesocólon ou mesorreto.
- N2a: 4 a 6 linfonodos regionais.
- N2b: 7 ou mais linfonodos regionais.
Obs.: linfonodos não-regionais são considerados metástase a distância (M1).
Qual o estadiamento TNM do câncer colorretal?
- Estagio I: T1-2N0M0.
- Estágio II: T3-4N0M0
- Estágio III: TxN1-2M0.
- Estágio IV: TxNxM1.
Obs.: a maioria das metástases são hepáticas e metacrônicas (surgem após a ressecção do tumor primário).
Quais as caracterísricas do câncer colorretal precoce?
- Tumor que invade até a camada submucosa (T1).
- Realizar estadiamento completo.
Qual a classificação de Kikuchi do câncer colorretal precoce?
- M1: intraepitelial.
- M2: lâmina própria.
- M3: muscular da mucosa.
- Sm1 (ESD): terço superficial da submucosa.
- Sm2: terço médio da submucosa.
- Sm3: terço profundo da submucosa.
Quais as características da classificação de Haggitt do câncer colorretal?
- Indicam o grau de invasão de um adenocarcinoma em pólipos pedunculados e sésseis,
- Varia de 0 (não-invasivo) a 4 (invade base do pólipo).
- Lesões de 1 a 3 indicam invasão até sm1.
- Lesões 4 indicam invasão a partir de sm1 (até sm3) e risco de metástase linfonodal.
Obs.: todos os pólipos sésseis são considerados Haggitt 4.
Qual o tratamento do câncer colorretal precoce?
RESSECÇÃO ENDOSCÓPICA DA SUBMUCOSA
- Invasão até SM1.
- Bem diferenciado.
- Tamanho < 4cm.
- Menos de 30-40% da circunferência do cólon.
- > 6cm de distância da margem anal.
- Ausência de invasão angiolinfática.
- Ausência de acometimento linfonodal ou metástases (T1N0M0).
- Padrão de cripta de Kudo até Vi.