10. Transplante Hepático Flashcards
Quais as principais causas de transplante hepático no Brasil?
- Cirrose por hepatite C.
- Cirrose alcoólica.
- Cirrose por NASH.
Quais as principais indicações de transplante hepático?
- Child B e C.
- MELD > 15.
- Carcinoma hepatocelular (critérios de Milão).
- Insuficiência hepática aguda grave (fulminante).
Obs.: deve ter idade < 65 anos.
Quais os critérios para calcular a classificação de Child-Pugh?
BEATA
- Bilirrubinas.
- Encefalopatia.
- Ascite.
- TAP/INR
- Albumina.
Quais as características da classificação MELD?
- Avalia a sobrevida em 3 meses, determinando a gravidade da cirrose.
- Critério de alocação na fila do transplante.
- 3 parâmetros (BIC): Bilirrubinas, INR e creatinina.
Obs.: no PELD (pediátrico), ao invez da creatinina, é utilizada a albumina (BIA).
Quais os critérios de Milão para transplante hepático no carcinoma hepatocelular?
- Nódulo único < 5cm.
- Até 3 nódulos de até 3cm.
- Ausência de metástases, de trombose tumoral e AFP < 1000.
Obs.: nódulos < 2cm, independente da quantidade, são DESCONSIDERADOS da avaliação pelos critérios Milão-Brasil.
Quais as situações especiais que pontuam mais na classificação MELD?
- Ascite refratária (com Na urinário < 80).
- Prurido intratável.
- Colangites de repetição.
- Carcinoma hepatocelular.
- Carcinoma fibrolamelar irressecável.
- Metástase de tumor neuroendócrino irressecável (com doença primária controlada).
Quais os principais critérios do Kings College para transplante na hepatite aguda fulminante grave?
- Paracetamol: pH < 7,3.
- Não-paracetamol: INR > 6,5.
Obs.: os pacientes são priorizados na fila de transplante (não entra no MELD).
Quais os requisitos para a cirurgia do doador?
- Morte encefálica diagnosticada.
- Autorização da familia documentada.
- Termo de autorização de doação de órgãos.
Quais as fases da cirurgia do doador?
- Fase quente (pré-PCR): dissecção, isolamento e cateterização das extruturas vasculares, além de heparinização plena (previnir trombose do enxerto).
- Fase fria (pós-PCR): clampeamento da aorta, exanquinação com infusão de solução de preservação, hipotermia e retirara do órgão.
Obs.: o tempo de isquemia deve ser de até 12h (e até 1 hora da saída do gelo até a anastomose no doador).
Qual a tecnica tradicional do transplante hepático?
- Retirada do fígado e da veia cava retrohepática.
- Anastomose da cava do doador nas cavas infra e suprahepáticas do receptor.
- Grande redução do débito cardíaco com maior instabilidade hemodinâmica.
- Menor tempo cirúrgico, mas maior tempo de isquemia.
Qual a tecnica Piggyback do transplante hepático?
- Retirada do fígado com preservação da veia cava, ligando apenas as veias hepáticas.
- Anastomose da cava do receptor na veia hepática ou cava superior do doador.
- Menor repercussão hemodinâmica.
- Maior tempo cirúrgico, mas menor tempo de isquemia.
Quais as drogas imunossupressoras utilizadas após o transplante hepático?
- Glicocorticóides (ex.: predinisolona): ação anti-inflamatória e imunossupressora.
- Inibidores de calcineurina (ex.: tacrolimos/FK-506): interrompem a ativação dos linfócitos T.
- Inibidor de síntese de purinas (ex.: micofenolato/MMF): inibem linfócitos T e B.
- Inibidores da mTor (ex.: everolimus): anti-neoangiogênico.
Obs.: o nível sérico do tacrolimos deve ser monitorado e mantido entre 7 e 10 (evitar rejeição do enxerto).
Qual o esquema de imunossupressão após o transplante hepático?
- Transplante < 3 meses: corticóide + FK-506 + MFN.
- Transplante > 3 meses: FK-506 + MMF.
Obs.: os inibidores de mTor interferem na cicatrização, NÃO devendo ser utilizadas nos primeiros 3 meses pós-transplante.
Quais as características da disfunção primária do enxerto?
- Não funcionamento do fígado doador.
- Ocorre nos primeiros 14 dias do transplante, sendo mais comum em criânças do que em adultos.
- Identificado por piora precoce dos marcadores hepáticos (transaminases > 1500-2000, icterícia, coagulopatia, hipoglicemia e aumento de enzimas canaliculares).
- Tratar com re-transplante de urgênica.
Obs.: os melhores parâmetros para avaliar a função hepática na falência hepática aguda são o INR e FATOR V.
Quais as características da trombose de artéria hepática?
- É a complicação vascular mais frequente.
- Aumento súbito das enzimas hepáticas em fígados previamentes funcionantes.
- Diagnosticado por doppler de arteria hepágica ou tomografia com contraste.
- Tratar com re-transplante (cirrose a médio prazo).