3. Câncer de Estômago Flashcards
Qual a vascularização do estômago?
TRONCO CELÍACO
- Artéria gástrica esquerda.
- Artéria gástrica direita (ramo da a. hepática própria).
- Artéria gastro-omental direita (ramo da a. gastroduodenal).
- Artéria gastro-omental esquerda (ramo da a. esplênica).
Quais as cadeias linfonodais do estômago?
PERIGÁSTRICOS
- 1: Paracárdicos direitos.
- 2: Paracárdicos esquerdos.
- 3: Curvatura menor.
- 4sa, 4sb e 4d: Curvatura maior.
- 5: Suprapilóricos
- 6: Infrapilóricos.
PERIVASCULARES
- 7: Artéria gástrica esquerda.
- 8: Artéria hepática comum.
- 9: Tronco celíaco.
- 10: Hilo esplênico.
- 11: Artéria esplênica.
- 12a: Artéria hepática.
- 12p: Veia porta.
Quais as principais células do estômago?
- Caliciformes: produzem muco.
- Parietais: produzem ácido clorídrico.
- Principais: produzem pepsinogênio.
- Células D: produzem somatostatina.
- Células G: produzem gastrina.
Quais as características do câncer de estômago?
- 3ª causa de morte em homens e 5ª em mulheres.
- O principal tipo é o adenocarcinoma.
- Apresenta queda na incidência pelo controle da H. pylori e melhor conservação de alimentos.
- Pode surgir por metaplasia intestinal da mucosa gástrica atrofiada.
Obs.: o subtipo mucinoso apresenta > 50% de mucina extracelular, é raro, acomete mais idosos e possui mau prognóstico (invasão precoce da parede gástrica).
Quais os fatores de risco para adenocarcinoma gástrico?
- Infecção por H. pylori.
- Gastrite atrófica com metaplasia intestinal.
- Tabagismo e etilismo.
- Alimentos riscos em nitritos (defumados) e pobres em gorduras e proteínas.
- Gastrectomia prévia (BII).
- Genética (mutação CDH1e HER2).
- Baixo nível socioeconômico.
Obs.: pacientes com mutação do CDH1 possuem a SÍNDROME DO CÂNCER GÁSTRICO HEREDITÁRIO por mutação da E-Caderina e tem indicação formal de gastrectomia total profilática (80% de chances de adenocarcinoma difuso).
Quais as características da gastrite crônica atrófica?
- Ocorre por infecção por H. pylori (principal) ou gastrite autoimune hereditária por anticorpos anti-células parietais ou anti-fator intrínseco.
- Histologia com atrofia e metaplasia intestinal da mucosa gástrica.
- Causa anemia ferropriva e megaloblástica por deficiência de vitamina B12.
- Risco aumentado de adenocarcinoma gástrico.
- SEMPRE erradicar H. pylori (sintomática ou não) e realizar controle de cura.
Quais as características do adenocarcinoma gástrico tipo intestinal pela classificação de Lauren?
- É o mais comum, mas apresenta diminuição da incidência.
- Relacionado a infecção por H. pylori e gastrite atrófica com metaplasia intestinal.
- Afeta homens mais velhos.
- São tumores bem diferenciados e de melhor prognóstico.
- Disseminação hematogênica.
Quais as características do adenocarcinoma gástrico tipo difuso pela classificação de Lauren?
- Células em Anel de Sinete.
- Mais comum em mulheres jovens.
- Tumor indiferenciado, de pior prognóstico e de localização proximal.
- Relacionado ao tipo sanguíneo A e mutação da E-caderina (CDH1).
- Disseminação linfática e maior chance de carcinomatose peritoneal.
Qual a classificação de Borrmann para adenocarcinoma gástrico?
- Tipo I: lesão polipóide.
- Tipo II: lesão ulcerada.
- Tipo III (mais comum): lesão infiltrativa
- Tipo IV: lesão difusa (linite plástica).
Qual o quadro clínico do adenocarcinoma gástrico?
- Dor epigástrica.
- Perda de peso.
- Náuseas e vômitos.
- Disfagia.
- Anemia e sangramento digestivo.
Obs.: na presença desses sintomas, especialmente em pacientes > 40 anos, solicitar uma EDA com biópsia para confirmar diagnóstico.
Quais os sinais de doença avançada no adenocarcinoma gástrico?
- Linfonodo de Virchow: linfonodo supraclavicular esquerdo.
- Nódulo de Sister Mary Joseph: implante umbilical.
- Pratileira de Blumer: invasão do fundo de saco.
- Tumor de Krukenberg: metástase no ovário.
- Ascite: associado a carcinomatose peritoneal.
Quais os exames de estadiamento do adenocarcinoma gástrico?
- Endoscopia digestiva alta.
- Tomografia de tórax, abdome e pelve (PET-CT NÃO).
- Ecoendoscopia (câncer gástrico precoce).
- Laparoscopia (ascite, tumores T3, T4 ou N+).
- Pesquisar CA de mama (se mutação da E-caderina).
Obs.: para segmento, pode solicitar CEA, CA19.9 e CA72-4.
Qual o estadiamento T do adenocarcinoma gástrico?
- T1: invade mucosa (a) ou submucosa (b).
- T2: invade a camada muscular.
- T3: invade a subserosa.
- T4: invade a serosa (a) ou estruturas adjacentes (b).
Qual o estadiamento N do adenocarcinoma gástrico?
- N1: 1 a 2 linfonodos regionais acometidos.
- N2: 3 a 6 linfonodos regionais acometidos.
- N3: 7 a 15 (a) ou mais de 16 (b) linfonodos acometidos.
Obs.: não são linfonodos regionais do estômago (ou seja, são metástase a distância) os pancreatoduodenais, mesentéricos e para-aórticos.
Quais as características do cancer gástrico precoce?
- Tumores que invadem a mucosa e submucosa, INDEPENDENTE do estado linfonodal (T1Nx).
- Apresenta melhor prognóstico.
Obs.: não confundir com critérios de ressecção endoscópica, que DEPENDEM do estado linfonodal.
Quais os critérios para ressecção endoscópica do adenocarcinoma gástrico precoce?
- Tumores restritos a mucosa (T1a).
- Tamanho < 2cm.
- Bem diferenciado do tipo intestinal (tipo difuso NÃO).
- Não ulcerado.
- Sem invasão linfovascular.
- Sem linfonodo acometido (N0).
Obs.: o mesmo é valido para o carcinoma in situ.
Qual o tratamento do adenocarcinoma gástrico?
- T1aN0M0: ressecção endoscópica.
- T1bN0M0 e T2N0M0: gastrectomia + linfadenectomia à D1 ou D2 (QT discutível se tumores de terço médio e proximal).
- T3, T4a ou N+: QT neoadjuvante + gastrectomia + linfadenectomia à D2 (mínimo de 15 linfonodos).
- T4b: cogitar ressecção multivisceral.
- M1: paliação.
Obs.: pacientes com tumores obstrutivos, mesmo com linfonodos positivos, NÃO devem ser submetidos a neoadjuvância, e sim a cirurgia de urgência.
Quais os tipos de gastrectomia no tratamento do adenocarcinoma gástrico?
- Gastrectomia subtotal: tumores distais.
- Gastrectomia total: tumores proximais.
- Reconstrução preferencial em Y-de-Roux, mas pode realizar Billroth I e II.
Obs.: as margens do tipo intestinal devem ser >5cm, e do difuso, > 6 a 10cm (margens R0).
Quais as características da linfadenectomia a D1 no adenocarcinoma gástrico?
- Indicada em pacientes com tumores precoces, mas que não preenchem critérios pra ressecção endoscópica.
- Pacientes idosos desnutridos.
- Retira-se as cadeias 1 a 7.
Obs.: na gastrectomia subtotal, preservam-se as cadeias 2 e 4sa.
Quais as características da linfadenectomia a D2 no adenocarcinoma gástrico?
- É a lindadenectomia padrão no câncer gástrico,
- Devem ser retirados, no mínimo, 15 linfonodos.
- Retira-se as cadeias 1 a 7 (D1), 8a, 9, 10, 11p, 11d e 12a.
Obs.: na gastrectomia subtotal, preservam-se as cadeias 2, 4sa e 11d.