11. Gastroenterologia Flashcards

1
Q

Quais as características da doença inflamatória intestinal?

A
  • Conjunto de doenças caracterizadas por inflamação intestinal crônica e recidivante.
  • Decorre de alterações genéticas, ambientais e da microbiota intestinal.
  • Mais comum em adultos jovens (15 a 40 anos).
  • Risco aumentado para neoplasia de cólon e trombose venosa.
  • Em 10% dos casos não é possível diferenciar entre doença de Crohn e retocolite ulcerativa.

Obs.: tabagismo e apendicectomia prévia são fatores de risco apenas para Doença de Crohn.

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2
Q

Qual o quadro clínico das doenças inflamatórias intestinais?

A
  • Dor abdominal crônica.
  • Diarreia inflanatória mucossanguinolenta.
  • Emagrecimento.
  • Febre (sinal de gravidade).
  • Manifestações extra-intestinais.
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3
Q

Quais as principais manifestações extraintestinais das doenças inflamatórias intestinais?

A

RCU E DC

  • Reações imunes.
  • Colangite esclerosante primária.
  • Uveíte.
  • Eritema nodoso e pioderma gangrenoso.
  • Doença articular (artrite, espondiletie e sacroileíte).
  • Cálculos.

Obs.: as manifestações extra-intestinais mais frequentes são as ARTICULARES.

Obs.2: as manifestações são proporcionais a EXTENSÃO da doença (NÃO necessariamente o grau de atividade).

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4
Q

Quais as características da Doença de Crohn?

A
  • Doença que afeta todo o trato gastrointestinal (da boca ao ânus), com acometimento preferencial do ÍLEO TERMINAL.
  • Apresenta padrão de acometimento TRANSMURAL (todas as camadas intestinais) e SALTATÓRIO na endoscopia (pedras de calçamento).
  • Geralmente poupa o reto e não apresenta hematoquezia.
  • Biópsia com granulomas não-caseosos.
  • Pode evoluir com úlceras aftóides, fístulas anais e estenoses de segmentos intestinais.

Obs.: a doença perianal pode preceder as manifestações intestinais em anos.

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5
Q

Quais as características da retocolite ulcerativa?

A
  • Inflamação crônica do reto e cólon, podendo afetar o íleo terminal por refluxo.
  • O acometimento é SUPERFICIAL (apenas mucosas), de padrão CONTÍNUO e de distal para proximal, com perda das halstrações e tubulização do cólon (cano de chumbo).
  • Hematoquezia frequente.
  • Raro acometimento perianal e fistuloso.
  • Endoscopia com perda do pregueamento da mucosa e do padrão vascular, podendo formar PSEUDOPÓLIPOS.
  • Biópsia com abcessos de cripta.

Obs.: nos casos de colite fulminante, a retocolite ulcerativa PODE apresentar acometimento transmural.

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6
Q

Quais os principais marcadores inflamatórios nas doenças inflamatórias intestinais?

A
  • pANCA: retocolite ulcerativa.
  • ASCA: doença de Crohn.
  • Calprotectina fecal: avalia nível da inflamação intestinal e resposta ao tratamento (relação direta com a atividade da doença).
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7
Q

Quais os exames de imagem utilizados nas doenças inflamatórias intestinais?

A
  • Colonoscopia: diagnóstico e estratificação da gravidade da doença.
  • Tomografia: avaliar áreas de estenose, inflamação e fístulas.
  • Enteroscopia e cápsula endoscópica: avaliar o intestino delgado em pacientes com doença de Crohn.

Obs.: a cápsula endoscópica NÃO deve ser utilizada na suspeita de estenoses graves ou de obstrução intestinal.

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8
Q

Qual o escore colonoscópico de Mayo para avaliar a gravidade da retocolite ulcerativa?

A
  • 0: ausência de doença.
  • 1(doença leve): enantema, redução do padrão vascular e leve friabilidade.
  • 2 (doença moderada): enantema evidente, perda do padrão vascular, friabilidade e erosões.
  • 3 (doença grave): sangramento espontâneo e ulcerações.
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9
Q

Qual o escore colonoscópico de Rutgeerts para avaliar a gravidade da doença de Crohn?

A
  • i0: sem úlceras aftóides.
  • i1: < 5 úlceras aftóides.
  • i2: > 5 úlceras aftóides SEM mucosa inflamada entre elas.
  • i3: ileíte aftóide difusa COM mucosa inflamada entre elas.
  • i4: inflamação difusa com úlceras maiores ou estenoses.
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10
Q

Quais as indicações de cirurgia na doença de Crohn?

A
  • Estenoses.
  • Doença fistulizante perianal.
  • Colite aguda grave não responsiva ao tratamento clínico.

Obs.: antes da cirurgia, suspender o corticóide e os imunobiológicos para evitar deiscência de anastomose.

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11
Q

Qual a conduta nas estenoses na doença de Crohn?

A
  • Estenose < 5cm: dilatação endoscópica.
  • Estenose > 5cm: ileotiflectomia com anastomose ampla na borda antimesentérica (Kono-S).
  • Múltiplas ressecções prévias ou intestino curto: estricturoplastia a Heineke-Mickulicz (se < 5cm) ou Finney (se > 5cm).

Obs.: nas estenoses de íleo terminal, optar pela ressecção em detrimento da estricturoplastia.

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12
Q

Qual a conduta na doença fistulizante perianal na doença de Crohn?

A
  • Drenagem de abcessos.
  • Antibióticos.
  • Passagem de sedenho.
  • Iniciar biológicos (anti-TNF).
  • Tratamento definitivo APÓS compensação clínica.

Obs.: as fístulas intra-abdominais são tratadas como as outras fístulas gastrointestinais.

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13
Q

Quais as indicações de cirurgia na retocolite ulcerativa?

A
  • Refratariedade ao tratamento clínico.
  • Colite aguda grave não responsiva ao tratamento clínico.
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14
Q

Quais as cirurgias na retocolite ulcerativa?

A
  • Proctocolectomia total com bolsa ileal.
  • Colectomia total com preservação do reto em casos selecionados.
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15
Q

Quais os critérios de Truelove-Witts para definição de colite grave?

A
  • Temperatura > 37,8°C.
  • FC > 90.
  • PCR > 30.
  • HB < 10,5.

Obs.: ou seja, paciente com diarreia sanguinolenta e sinais de SIRS.

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16
Q

Quais as características da colite grave?

A
  • Presença de diarreia sanguinolenta com sinais de SIRS.
  • Ocorre tanto na doença de Crohn quanto na retocolite ulcerativa.
  • Pode evoluir com colite fulminante (instabilidade hemodinâmica) e megacólon tóxico (ceco > 11cm ou transverso > 5,5cm).
17
Q

Qual o tratamento inicial da colite grave?

A

TOP DOWN APROACH

  • Corticoide
  • Anti-TNF ou imunossupressores.
  • Antibioticoterapia.
  • Não usar antidiarreicos (ex.: opióides e anticolinérgicos).
  • Reanimação volêmica.
  • Suporte em UTI.
18
Q

Quais as indicações cirúrgicas na colite fulminante e no megacólon tóxico?

A
  • Instabilidade hemodinâmica.
  • Presença ou iminência de complicações (peritonite, perfuração, etc).
  • Falha terapêutica após 5 dias.

Obs.: a cirurgia é colectomia total com ileostomia terminal.

19
Q

Qual o tratamento inicial das doenças inflamatórias intestinais?

A

STEP-UP APROACH

  • 5-ASA (só na RCU).
  • Corticóide.
  • Biológicos/anti-TNF (inflimimab IV ou adalimumab SC).
  • Imunossupressores (azatioprina).

Obs.: no quadro agudo, iniciar com corticóides e imunossupressores.

20
Q

Quais as características da síndrome do intestino irritável?

A
  • Presença de dor ou desconforto intestinal com alteração no hábito das fezes SEM outras patologias que justifiquem.
  • Decorre da anomalidade na motricidade intestinal.
  • Associado a fibromialgia e distúrbios psiquiátricos.
21
Q

Qual o quadro clínico da síndrome do intestino irritável?

A
  • Dor abdominal crônica.
  • Diarreia ou constipação.
  • Melhora dos sintomas ao evacuar.
  • Maior incidência de sintomas após estresse emocional.
22
Q

Quais os critérios de Roma IV para o diagnóstico da síndrome do intestino irritável?

A
  • Desconforto abdominal pelo menos 1 dia na semana, nos últimos 3 meses, com início 6 meses antes do diagnóstico.
  • Relacionada à evacuação (frequência ou consistência).

Obs.: deve-se SEMPRE solicitar exames para descartar outras causas (ex.: parasitoses, doença celíaca, etc).

23
Q

Qual o tratamento da síndrome do intestino irritável?

A
  • MEV (atividade física, evitar FODMAPS na dieta, etc).
  • Antiespasmódicos.
  • Antidiarreicos ou laxantes.
  • Tratamento psíquico (TCC, antidepressivos, etc).
24
Q

Quais as características da peritonite bacteriana espontânea (primária)?

A
  • Mais comum em paciente cirrótico com ascite.
  • Suspeitar se dor abdominal, aumento do volume abdominal ou rebaixamento do nível de consciência.
  • Diagnosticada por paracentese com > 250 polimorfonucleares no líquido ascítico e cultuta bacteriana positiva.
  • Tratar com antibióticos (ceftriaxona).
25
Q

Quais os critérios diagnósticos da peritonite bacteriana secundária?

A
  • Proteínas do líquido ascítico > 1g/dl (10g/L).
  • Glucose do líquido ascítico < 50.
  • DHL do líquido ascítico > limite superior da normalidade do DHL sérico.

Obs.: geralmente ocorre por perfuração de víscera oca e o tratamento é cirúrgico.

26
Q

Quais as principais hipóteses diagnósticas de acordo com o gradiente de albumina soro-ascite (GASA)?

A
  • GASA > 1,1 (transudato): cirrose hepática, ICC, síndrome de Budd-Chiari e trombose de veia cava inferiro.
  • GASA < 1,1 (exudato/doença peritoneal): carcinomatose peritoneal, tuberculose peritoneal, síndrome nefrótica e pancreatite aguda.
27
Q

Quais as características da esteatohepatite não-alcoólica (NASH)?

A
  • Esteatose hepática devido ao acúmulo de gorduda nos hepatócitos (e NÃO nas células de Kuppfer).
  • Mais comum em pacientes com DM2 e síndrome metabólica, mas pode ocorrer em não-obesos.
  • Pode evoluir para cirrose e carcinoma hepatocelular.
  • O padrão-ouro diagnóstico é a biópsia hepática, porém, os achados radiológicos já são sugestivos e, juntos com a exclusão de etilismo e outras causas, FECHA o diagnóstico (biópsia se dúvida).
  • Tratar com MEVs, glitazonas e vitamina E.

Obs.: metoformina NÃO tem efeito no tratamento da NASH.