27- DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS Flashcards

1
Q

INTRODUÇÃO

A

DII aplica-se a duas doenças intestinais crônicas idiopáticas e de curso imprevisível: Doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa (RCU), que são diferenciadas das outras doenças inflamatórias intestinais específicas: infecções, diverticulite, apendicite, enterite por radiação, medicamentos, toxinas e vasculite.
 A gênese está implicada em um distúrbio da regulação da imunidade da mucosa, que é responsável pelo surgimento de um processo inflamatório.
 20% dos casos não se consegue classificar em DC ou RCU, sendo então denominado colite indeterminada. Mas o tratamento é o mesmo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

ETIOPATOGENIA

A
 Concordância em gêmeos monozigóticos 20-50% para doença de Crohn.
 Existem fatores genéticos, porém fatores ambientais ou luminares intestinais provavelmente fazem papel de gatilho no desencadeamento da doença em indivíduos geneticamente suscetíveis.
#Não se sabe qual é o gatilho que começa a reação inflamatória, mas o mecanismo é como o da doença celíaca. Após o gatilho começa uma reação exagerada, apoptose.
 Mutação no gene CARD 15/NOD 2, localizado no lócus IBD 1 do cromossomo 16 e polimorfismos no gene do receptor da interleucina 23 (IL-23R).
 Ativação de células T e macrófagos, com liberação de IL-12, provocando uma resposta Th1, com consequente produção de interferon-gama, fator de necrose tumoral alfa e citoquinas inflamatórias: as citocinas ficam circulando e não tem um stop – tornando-se uma inflamação crônica. #Inflamação crônica descontrolada por defeito na apoptose celular.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

OBSERVAÇÕES GERAIS: FUMO E DOENÇA INFLAMATORIA INTESTINAL

A
 O fumo protege para RCU, mas está associado à DC (para DC é fator de risco).
#Nos estudos observacionais foi visto que pacientes com DC e tabagistas – tendem a ter a doença mais severa e com pior resposta às medicações; já os pacientes com RCUI que são tabagistas tem a doença mais leve – não é que o fumo protege, mas é assim que está nos livros.
 Fumo tende a desenvolver doença refratária nos portadores de DC
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

 Intolerância à lactose não é mais prevalente entre portadores de DII, mas a DII pode gerar uma intolerância “secundária” devido à diminuição da capacidade absortiva intestinal - devido à inflamação, porque a lactase fica nas pregas intestinais, logo, com as pregas achatadas pela inflamação vai perder a lactase (tem uma intolerância secundária à inflamação).

A

AINES podem ser gatilhos para crise; em paciente com DII tem que cuidar muito na hora de prescrever.

 Algumas pacientes apresentam piora dos sintomas da DII durante o ciclo menstrual (porque nesse período há circulação maior no mesentério).
 AINEs podem provocar reagudizações e contribuem para o surgimento de doença refratária - não devem ser usados de rotina, não é proscrito, mas evitar ao máximo utilizar, apenas quando não tiver outra opção.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Doença de Crohn !!!

A

Acomete todo o TGI, mas geralmente a DC poupa o reto.

► A Doença de Crohn (DC) é um processo inflamatório crônico capaz de afetar qualquer segmento do canal alimentar (da boca ao ânus), que evolui por surtos e tem resultados imprevisíveis à terapia medicamentosa ou cirúrgica.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

► Tanto Crohn quando RCU tem períodos de crise e remissão, o tratamento diminui a duração e intensidade das crises e faz com que o período entre as crises seja mais prolongado.
► DC é mais agressiva e tem menor resposta à terapia. Mesmo sem crise, a doença pode estar em atividade e causar alterações; pode não estar tendo sintomas, mas fistulizando em alguns locais (colovesiscal , …).

A
► Inicialmente descrita como ileíte regional por ter nítida preferência pelo intestino delgado distal e ceco.
► Distribuição semelhante em ambos os sexos, apresentando uma curva bimodal quanto à idade: 15 a 35 anos e um segundo pico a partir dos 55 anos (mas, também podem fugir dessas idades, acometer crianças e idosos com mais de 70 anos).
#As DII são de pacientes jovens, mas pode ser de paciente com mais de 50 anos (pensar também nessas situações).
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q
► A DC incide preferencialmente em indivíduos dos grandes centros urbanos, que exercem profissões com trabalho mais intelectualizado do que físico.
► A queixa mais comum é dor abdominal em fossa ilíaca direita, com diarreia geralmente desabsortiva.
► O local mais acometido é íleoterminal, logo vai dar dor em fossa ilíaca direita (pode fazer diagnóstico diferencial com apendicite) – nesses casos se faz apendicectomia para nunca mais ficar na dúvida se é apendicite ou DC.
#No EF vai ter blummer positivo, pq faz inflamação local.
A
► NÃO acomete o trato intestinal de forma homogênea, o que sugere que alterações sutis estejam presentes ao longo de todo TGI dos portadores.
#Lesões não são contínuas – pode ter uma lesão na cavidade oral e uma lesão em sigmoide, por exemplo. Essas lesões são entremeadas por mucosa completamente normal.
► Caracteriza-se por acometimento descontínuo e focal: pode haver lesões macroscópicas em vários locais ao mesmo tempo separados por mucosa normal.
#Fístulas entero-entéricas ou entero-cólicas podem não precisar de tratamento cirúrgico, mas fístulas entero-vesical ou entero-vaginal precisam de tratamento cirúrgico. Excluindo as fístulas pós-operatórias, fístulas entero-vesical ou entero-vaginal são mais comuns em Crohn.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Apresentação Clínica: vai depender do órgão acometido.

A

∙ Diarreia;
∙ Dor abdominal crônica (clássico: dor em FID, associada a diarreia tipo desabsortiva) – pode ter diarreia ou não;
∙ Perda de peso;
∙ Febre (não é frequente, é mais dor abdominal e diarreia mesmo);
∙ Doença perianal (fístulas perianais) – sempre fazer inspeção e toque retal;
∙ Manifestações extra-intestinais - pode acometer outros órgãos, porque tem relação genética e autoimune;
∙ Raramente possui sintomas noturnos;
∙ Evolui em surtos e remissões e por isso o paciente tem demora em procurar o médico;
∙ Raio-x contrastado com estenose: Raio-x com pedra de calçamento.
#Faz raio-x de trânsito de delgado – suspeita pela clínica, mas a colonoscopia vem normal (porque ela examina só até o íleo terminal), e nesse caso o íleo terminal está normal.
#Na dúvida pode fazer a cápsula endoscópica, mas APENAS SE NÃO TIVER ESTENOSE (a cápsula pode impactar).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Raio-x contrastado mostra estenose da luz intestinal

R-x contrastado – setas mostram pedra de calçamento. Pedras de calçamento + HC compatível JÁ É DIAGNOSTICO.

A

► Os aglomerados linfóides são comuns em todas as camadas da mucosa, submucosa e serosa. Aglomerados com histiócitos são típicos e encontrados em 50% dos pacientes com DC.

► Podem ser encontrados também granulomas não caseosos (30%), o que diferencia DC de RCU, sendo patognomônicos quando já foram excluídas outras causas.
► Importante que tenha a indicação do exame, pois na DC tem que ultrapassar a válvula ileocecal.

► Granuloma é patognomônico, mas se ele não estiver presente e tiver outras alterações faz diagnóstico.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Diagnóstico Complementar:

1) Hemograma (anemia por diarreia crônica);
2) VHS (prova de inflamação, eleva em várias doenças do corpo) - se elevados falam a favor de DC, importante para seguimento, leucocitose;
3) Albumina (porque quando é diarreia de má absorção crônica o paciente apresenta hipoalbuminemia);
4) EPF e Coprocultura – DD com parasitoses e infecções bacterianas;

5) Calprotectina Fecal (marcador inflamatório da luz intestinal) - se elevada = investigar DII, se ela estiver normal = não tem DC (≠ de SII); #Normal: sugere causa funcional / Elevada = sugere fazer colonoscopia.
#Dosamos calprotectina mais nos pacientes jovens como primeira conduta para não ser tão invasivo já inicialmente, caso venha elevada daí faz a colono; se é um paciente com mais de 40 anos já está na hora de fazer a colonoscopia mesmo, então pode já começar com a colono e não precisa a calprotectina.
A

6) Trânsito Intestinal (raio-X contrastado do intestino delgado; pouco usado, tem acurácia muito pequena);
7) Colonoscopia (pode ter acometimento contínuo no intestino grosso, ou apenas focos de inflamação ou ainda normal) - se normal e ainda acha que é DII, faz enteroressonância, cápsula endoscópica;
8) ASCA = anti-Saccharomyces cerevisiae (é usado para dúvida diagnóstica, não serve para rastreamento) - em pacientes que acha que é DC, mas a biópsia não vem muito característica (tem lesão em mucosa, mas não consegue diferenciar de RCU), é um anticorpo presente em até 70% dos pacientes com DC; é usado nos 20% das vezes em que fica na
dúvida entre DC x RCUI;
9) Cápsula Endoscópica (não realizar na suspeita de estenose);
10) EnteroRM;
11) Enteroscopia com duplo balão.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Classificação de Viena para Doença de Crohn:

Não cobra na prova, mas precisa saber diferenciar em leve, moderada e grave

A

Idade ao diagnóstico:
A1 <40 anos;
A2 >40 anos.

Localização:
L1 Íleo terminal;
L2 Cólon;
L3 Íleo e Cólon;
L4 Trato gastrointestinal alto.

Comportamento:
B1 Não estenosante e não penetrante;
B2 Estenosante;
B3 Penetrante.

  • Outra classificação é o Índice de Atividade (CDAI), que classifica em leve, moderada e grave.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Tratamento: em 2 fases

A

A) Fase de Crise

B) Fase de Manutenção

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

A) Fase de Crise (quando em crise, o tto mais rápido é o CTC, independente se é a primeira manifestação ou se depois do diagnóstico).

A
  1. CORTICOIDES: induz a remissão dos sintomas mais rapidamente, mas não cicatriza a mucosa – serve para tirar o paciente da crise e seguir com o tratamento de manutenção (vai cicatrizar a mucosa).
    Prednisona 40-60mg/dia ou Budesonida 3-9mg/dia. Nas fases iniciais (de atividade/surtos), com retirada gradual (ideal não mais que 2 meses). #Mantém a dose por 4 semanas, e então começa a diminuir a doses conforme os sintomas. Se diarreia muito grave em que não absorve = passa para corticoide EV.
  2. METRONIDAZOL, CIPROFLOXACIN, CLARITROMICINA: para infecção intra-abdominal associada ou se tiver crises repetidas, porque altera a flora bacteriana e pode causar translocação, e consequentemente infecção sistêmica (ex.: abcesso, estenose…).
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

B) Fase de Manutenção (a terapia é sempre sistêmica, pois posso estar vendo lesão em um lugar e ter lesões em outros lugares que não estou vendo).

A
1. IMUNOSSUPRESSORES: Azatioprina ou Metotrexate – são os de 1ª escolha, preferir inicialmente a Azatioprina, tem menos efeitos colaterais. Paciente leve a moderado: usa para sempre. #Se tirou CTC e melhorou, continua tto. Se tirou e NÃO melhorou, volta com o CTC e tira se piorou novamente.
#Se entrar em crise na manutenção = usa corticoide até melhora dos sintomas; se o corticoide não melhora a crise (mesmo usando azatioprina) = está corticodependente -> doença refratária, então parte para anticorpos anti-TNF.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q
  1. ANTICORPO ANTI-TNF ALFA: Infliximab (precisa do uso concomitante da azatioprina), Adalimumabe (p/ casos mais graves ou em leve e moderado que não responde a imunossupressor), Ustequinumabe, Certolizumabe. Na falha do imunossupressor, ou quando já abre o quadro da doença de forma grave, sobe degrau do tto e inicia o biológico. Usado por no mínimo 2 anos – se nesse período não tiver nenhuma crise pode voltar para o 1º degrau (CTC).
A
#O que é um paciente grave? Que já tem estenose, fístula enterovaginal, esterovesical,... (reduz inflamação e faz cx, SEM margens livres).
#Para retirar o biológico, o paciente deve estar assintomático e deve levar em conta a cicatrização da mucosa.

» Para fístulas não explicadas pensar em DC e investigar se não teve manipulação naquele local.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q
  1. CIRURGIA: Indicada quando o tto clínico não é possível para  Fístula, Estenose (que faz obstrução e não se resolve com remissão da resposta inflamatória), Perfuração e Abscesso. Só faz a cx depois que saiu da crise, que a resposta inflamatória diminuiu. Não tem margem, só tira o pedaço que está incomodando. #Pode ocorrer a síndrome do intestino curto, pois já fez a cirurgia tantas vezes que fica com o intestino curto.
A
4. NUTRIÇÃO: Doença leve a moderada a alimentação é normal, não precisa alterar a dieta. Nos casos mais graves, na qual a doença já está muito avançada e o intestino muito acometido (área bem diminuída) – faz suplementação alimentar, pq ficam com muita deficiência vitamínica. 
#Glutamina e ômega 3 são anti-inflamatórios e ajudam na absorção. #Na fase de crise pode ser preciso internar e fazer nutrição parenteral
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

► Na CRISE, o corticoide é o que reduz mais rápido, daí usa e vai diminuindo a dose. Faz CTC e já começa o tto de manutenção, para quando parar CTC, o de manutenção já estar fazendo efeito.
► OBS = imunobiológicos → antes de começar a usar precisa pesquisar infecções latentes (tuberculose, hepatite B e C e AIDS).
► Aspecto de fibrose com cicatriz na colonoscopia demonstra que tratamento está sendo eficaz! Controle da doença é, então, a cicatrização da mucosa.

A

► Leve e moderada = não precisa mudar alimentação.
► Grave = precisa de nutrição aprimorada, usar imunonutrientes em forma oral, que ajuda a imunomodular os enterócitos.
► Íleo terminal normal = mucosa brilhante, rosada, aspecto aveludado.
► DC em atividade: aglomerados linfoides.

18
Q

»Começa tto, 6 meses depois repete o mesmo exame que deu o diagnóstico.

»O que dá certeza que controlou a doença?

A

Refaz o exame e vê cicatrização da mucosa.

»Se ainda tem inflamação, sobe o degrau do tto.

19
Q

Retocolite Ulcerativa !!!

A

► A Retocolite Ulcerativa (RCU) tem início no reto, sendo ascendente e homogênia. É exclusiva do cólon (intestino grosso), do reto ao ceco.
► Tem sintomas mais chamativos, pois começam acometendo o reto (Crohn é raro acometer o reto). Começa com hematoquezia.
► #Jovem = apenas com hematoquezia – investiga doença hemorroidária, fissura.
► #Se vier sangue na luva no toque retal, mesmo que tenha doença hemorroidária – investigar RCU.
► Pode acometer apenas reto distal, e depois pode acometer outros pedaços do reto – ela é ascendente e homogênea (difere de DC).

20
Q

► Na RCU a investigação é mais invasiva – se sangue, pus = já faz colonoscopia.
► Retocolite acomete apenas a mucosa – NÃO é transmural (difere da DC, que é).
► Pode acometer só o reto distal = proctite; acometer todo o reto = retite; uma retosigmoidite; colite esquerda; quando o acometimento chegou até o transverso = pancolite.
► Decorrente de inflamação crônica do cólon, comprometendo um ou mais dos seus segmentos, preferentemente os distais, ou toda sua extensão (pancolite), havendo inclusive, a possibilidade remota de fazer inflamação no íleo terminal por refluxo (ileíte de refluxo, não existe RCU no ílio).

A
#SEMPRE COMEÇA NO RETO! Diagnóstico mais precoce, pois geralmente causa sangramento e o paciente procura auxílio.
► Anamnese: na quase totalidade dos casos ocorre diarreia mucossanguinolenta, associada ou não a emagrecimento, inapetência e eventualmente manifestações extra-intestinais, como artralgia, artrite, eritema nodoso, pioderma gangrenoso, uveíte e outras - geralmente faz diagnóstico antes da DC.
► Paciente procurou atendimento por hematoquezia – na inspeção, achou fissura anal -> faz toque retal.
21
Q

TOQUE RETAL

A

Essa conduta é boa, principalmente para paciente jovem, pois consegue selecionar quem precisa de investigação mais invasiva e quem não precisa.

Se vier sangue na luva = investigar mais (o sangramento não é só da fissura, tem alguma outra causa).

Se não vier sangue e não encontrou nada = não precisa de mais investigação, trata a fissura.

22
Q

Exames de imagem: colonoscopia

A

A colono é o exame de escolha. Macroscopicamente vem alteração da mucosa (edemaciada, avermelhada, leve apagamento da trama vascular). Pseudopólipos aparece nas mais graves.

(evidencia mucosa avermelhada, apagamento da trama vascular e friabilidade da mucosa) e pseudopólipos (inflamatórios, quando melhora a inflamação eles desaparecem).

Enema opaco evidencia perda das haustrações colônicas - pode ter aftas de mucosa, mas são rasas e NÃO ULTRAPASSAM A MUCOSA.

23
Q

► Histologia: redução das células caliciformes e abscesso de criptas. Na histologia o característico é o abscesso de cripta = criptite.
► Aparece em torno da 2ª até a 4ª década de vida, com um segundo pico a partir dos 55 anos.
► Também caracterizada por períodos de surtos e remissão.

A

► Exclusiva do cólon e da mucosa.

► Ascendente e uniforme, sem áreas de mucosa normal entremeadas.

24
Q

Manifestações Clínicas: RCU

A

∙ Diarreia sanguinolenta – pode alterar calibre das fezes;
∙ Dor abdominal;
∙ Febre;
∙ Urgência evacuatória - pode mimetizar sintomas de reto e sigmoide;
∙ Muco nas fezes;
∙ Perda de peso;
∙ Megacólon tóxico (raro);
#É a complicação mais temida. Inflamação intensa do cólon – faz inflamação sistêmica importante = sepse, o cólon distende (> 6cm de dilatação), tem febre, taquicardia, taquipneia, …; cirurgia = colectomia total.

Manifestações Extra-Intestinais: mesmas da DC.

25
Q

Diagnóstico Complementar:

A

∙ Hemograma (anemia antes do que na DC), VHS;
∙ Ferro sérico;
∙ Albumina;
∙ Calprotectina fecal – pq pode ter RCU e não ter sangramento ela vem alterada, elevada;
#Se a queixa é sangramento, pula direto para a colono.

∙ p-ANCA (anticorpo anti-citoplasma de neutrófilo padrão perinuclear) – para diferenciar; #Presente em cerca de 67% dos pacientes; não serve como rastreio, mas sim para diferenciar de outras doenças, como de DC; usado nos casos em que tem dúvida.

∙ Enema opaco: raio-x contrastado (não é mais usado) - perda de haustrações (fica similar a um “cano reto”; pode inflamar tanto para dentro da luz que parece estenose – afilamento das fezes);
∙ Colonoscopia.
#Pode ter a formação de pseudopólipos quando grave, mas que desaparecem e deixam a cicatriz.
26
Q

Índice de Atividade:

CRITÉRIOS

A

Frequência das Evacuações (0-3)

Sangramento Retal (0-3)

Aparência da Mucosa (0-3)

Avaliação Médica Global (0-3)

#Índice = soma dos 4 componentes (0 a 12).
#Em geral, um paciente é considerado em remissão se o índice é igual ou inferior a 2; e tem doença severa se o escore é maior que 10. A resposta clínica é geralmente refletida por uma queda de 3 ou mais
pontos em relação ao índice de base.
27
Q

Índice de Atividade Truelove and Witts para RCUI (mais utilizado):

LEVE
MODERADA
INTENSA

A
Leve:
 <4 evacuações/dia, sem ou com somente pequenas quantidades de sangue;
 Sem febre;
 Sem taquicardia;
 Anemia leve;
 VHS <30 mm/hr.

Moderada:
 Intermediária entre leve e intensa.

Intensa:
 6 evacuações/dia, com sangue;
 Febre >37.5.C;
 Freqüência cardíaca > 90bpm;
 Anemia com hemoglobina <75% do normal;
 VHS >30mm/h.
28
Q
CLASSIFICAÇÃO DA RCU QUANTO À EXTENSÃO ANATÔMICA DA INFLAMAÇÃO (AVALIAÇÃO COLONOASCÓPICA): » Importante !!!
» Pode ter distal ou proximal.
» Pode ter só no reto e sigmoide estar
normal ou pode acometer também.
» Nunca vai ter mucosa normal no meio
da inflamação.

RCU DISTAL:

A

PROCTITE: INFLAMAÇÃO DA MUCOSA RETAL ATÉ 15 CM DA LINHA DENTEADA

PROCTOSSIGMOIDITE: INFLAMAÇÃO DA MUCOSA ATÉ 25-30 CM DA LINHA DENTEADA

29
Q

CLASSIFICAÇÃO DA RCU QUANTO À EXTENSÃO ANATÔMICA DA INFLAMAÇÃO (AVALIAÇÃO COLONOASCÓPICA):

RCU ESQUERDA:

A

INFLAMAÇÃO DA MUCOSA ATÉ A FLEXURA ESPLÊNICA

EVENTUALMENTE ATÉ O CÓLON TRANSVERSO DISTAL

30
Q

CLASSIFICAÇÃO DA RCU QUANTO À EXTENSÃO ANATÔMICA DA INFLAMAÇÃO (AVALIAÇÃO COLONOASCÓPICA):

PANCOLITE

A

INFLAMAÇÃO DA MUCOSA ESTENDENDO-SE ATÉ O CÓLON TRANSVERSO PROXIMAL E ADIANTE

31
Q

Tratamento:

A) Crise (similar à DC) :

A
1. CORTICOIDE = via oral e tópico (supositórios e enemas de corticoide – apenas se pouco acometido); corticoide sistêmico se atingiu o sigmoide.
 #Para remissão dos sintomas o CTC é o melhor.
  1. ANTIBIÓTICOS = para infecções associadas – ciprofloxacina, claritromicina ou metronidazol.
32
Q

Tratamento:

B) Manutenção:

A
  1. SALFASSALAZINA = altera o pacido fólico.
  2. 5-ASA (aminossalicilato) = Mesalazina (tem menos EC) – tem VO ou tópico; para doença leve e distal.
    #Tanto a sulfa quanto a mesalazina são para doença leve e pode usar tópico, mas a Mesalazina é a 1ª escolha.
  3. IMUNOSSUPRESSORES = doença moderada - Azatioprina, metrotrexate.
  4. INFLIXIMAB (imunobiológicos) = doença grave.
  5. CIRURGIA = É curativa, porém causa disfunção de esfíncter. Indicação eletiva: intratabilidade medicamentosa (chegou até o Infliximab e não melhorou), grande destruição colônica (megacólon tóxico – letal), displasias (degeneração maligna, pois quem tem RCUI possui mais chance de ter CA Colorretal).
    #Só se indica quando não responde as medidas clínicas; porém não tem qualidade de vida, tem diarreia várias x/dia.
33
Q

LEVE → Aminissalicilato (MESALAZINA);
MODERADA → Imunossupressor (AZATIOPRINA);
GRAVE → Biológico (INFLIXIMAB).

A
#A Mesalazina tem que ser suspensa na gestação.
#Todos os estudos comprovaram que azatioprina pode ser usado durante toda a gestação.
#Os Anti-TNF podem ser usados até a 30ª semana. Risco de reagudização no último trimestre é baixo. Ultrapassam a barreira placentária, bebê nasce imunodeprimido, e toma as vacinas no nascimento e pode ter manifestações graves.
#Na amamentação pode usar qualquer um.
#Nos homens pode diminuir um pouco a qualidade dos espermatozoides.
34
Q

MANIFESTAÇÕES EXTRA-DIGESTIVAS DAS DII

Podem preceder as digestivas, ocorrer junto ou depois que já está tratando a doença.

A

 ARTICULARES: (25%) desde simples artralgias até artrite aguda. Mais comum em doentes com acometimento colônico (podem preceder, vir junto ou depois das manifestações intestinais).
 CUTÂNEO-MUCOSAS: (15%) Eritema nodoso (placas dolorosas em região tibial); Pioderma gangrenoso (inicia como pústula, podendo ficar assim ou formar uma úlcera) → são mais sugestivas; Lesões orais e Úlceras aftosas orais. Também mais comum nos portadores de doença do cólon. #Em pacientes com eritema nodoso e/ou pioderma gangrenoso é OBRIGATÓRIO investigar Crohn.
 OCULARES: (5%) uveíte, conjuntivite e episclerite.
 HEPATO-BILIARES: hepatite focal, esteatose, colangite esclerosante, cirrose biliar e câncer (risco aumentando de colangiocarcinoma).
 RENAIS: cálculos (por alteração na absorção de cálcio e vitamina D).
#pela falta de absorção de cálcio, pode ter mais cálculos renais, pq fica com cálcio sobrando.
 ÓSSEAS: osteoporose (também por má absorção).
 NUTRICIONAIS e METABÓLICOS.
 TROMBOEMBÓLICAS: hipercoagulabilidade - tem tendência maior à TEP, TVP.

35
Q

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL RCU

A

 Síndrome do Intestino Irritável (SII) – nunca dá sintoma de alarme (diarreia com sangue);
 Infecção entérica – Salmonella, Shigella, amebíase, tuberculose intestinal;
 Apendicite – alguns pacientes com DC iniciam o quadro da doença com sintomas de apendicite;
 Hemorroidas – acima de 50 anos é necessário fazer exame de imagem quando tiver sangramento (se no toque retal vir sangue na luva, deve-se fazer investigação, pois o sangue é de dentro do intestino);
 Carcinoma de cólon;
 Linfoma intestinal;
 Enterite por radiação – radioterapia queima a mucosa intestinal;
 Doença Celíaca;
 Colite isquêmica – paciente com aterosclerose difusa.

36
Q

COMPLICAÇÕES RCU

A

 Sangramentos (enterorragia maciça);
 Megacólon tóxico;
 Perfuração, Estenose e Fístulas (mais em Crohn);
 Câncer (tem relação com tempo e extensão da doença - mais de 10 anos);
#Vigilância com colonoscopia a partir do 8° ano de doença (mesmo que não tenha nada, tem que fazer rastreio), com colonoscopias anuais inicialmente e depois faz uma nova colonoscopia a cada 2 anos. Achado de displasia de alto grau indica colectomia, principalmente na RCU (+ risco de câncer).
 Aumento na incidência de leucemia, linfoma e carcinoma de vias biliares.

37
Q

ASPECTOS MACROSCÓPICOS RCU:

A
  • COMPROMETIMENTO EXCLUSIVO DO CÓLON
  • ENVOLVIMENTO RETAL FREQUENTE
  • LESÕES ORIFICIAIS (ANUS). LESÕES CONTÍNUAS
  • ÚLCERAS SUPERFICIAIS
  • FRIABILIDADE DA MUCOSA
  • PRESENÇA DE PSEUDOPÓLIPOS
38
Q

ASPECTOS MACROSCÓPICOS DC:

A
  • COMPROMETIMENTO DA BOCA AO ÂNUS
  • LESÕES SEGMENTARES
  • ÚLCERAS PROFUNDAS
  • FRIABILIDADE MENOS EVIDENTE
  • ASPECTO EM MOSAICO
39
Q

ASPECTOS MICROSCÓPICOS RCU:

A
  • INFLAMAÇÃO SÓ NA MUCOSA E SUBMUCOSA
  • ABCESSOS DE CRIPTAS FREQUENTES
  • DEPLEÇÃO DAS CÉLULAS CALICIFORMES
  • ATROFIA DA MUCOSA
  • AUSÊNCIA DE GRANULOMAS
40
Q

ASPECTOS MICROSCÓPICOS DC:

A
  • INFLAMAÇÃO TRANSMURAL
  • ABCESSOS DE CRIPTAS INFREQUENTES
  • RARA DEPLEÇÃO DE CÉLULAS CALICIFORMES
  • MUCOSA SEM ATROFIA
  • GRANULOMAS FREQUENTES
41
Q

ASPECTOS CLÍNICOS RCU:

A
  • DOR NO FLANCO E FOSSA ILÍACA ESQ.
  • SANGRAMENTO RETAL FREQUENTE
  • DIARREIA SEM LIQUIDO COM SANGUE
  • NAUSEA E VÕMITOS RAROS
  • TENESMO FREQUENTE
  • MAL ESTAR E FEBRE (MENOS COMUM)
  • FÍSTULAS E ESTENOSES MENOS COMUM
42
Q

ASPECTOS CLÍNICOS DC:

A
  • DOR PERIUMBILICAL E FOSSA ILÍACA DIR.
  • SANGREMENTO RETAL INFREQUENTE
  • DIARREIA LIQ. SEM SANGUE
  • NAUSEAS E VOMITOS FREQ.
  • TENESMO RARO
  • MAL ESTAR E FEBRE
  • FISTULA E ESTENOSES COMUM