25- HEMORRAGIAS DIGESTIVA Flashcards
HDA DEFINIÇÃO:
Sangramento digestivo localizado proximalmente ao ângulo de Treitz.
Baixa: distal ao ângulo de Treitz.
PREVALÊNCIA HDA
Incidência 100 episódios / 100.000 habitantes/ano
MAIS COMUM HDA QUE HDB
Taxas semelhantes de hospitalização.
Pacientes com mais de 65 anos representam mais que 35%.
Qual o objetivo de fazer EDA depois da reposição volêmica?
Para pegar algumas lesões que daqui alguns dias tem maior chance de sangrar novamente.
PROGRAMAR CONDUTA PARA impedir o ressangramento.
PRINCIPAL OBJETIVO: evitar ressangramento (não é só parar o sangramento).
COMO É O DIAGNÓSTICO DE HDA E QUAL AS DUAS PRINCIPAIS FORMAS DE EXTERIORIZAÇÃO DA HDA?
DIAGNÓSTICO CLÍNICO.
□ Hematêmese (vômito com sangue)
□ Melena (sangue digerido com as fezes)
SIGNIFICADO DE:
HEMATOQUEZIA:
ENTERORRAGIA:
MELENA:
HEMATOQUEZIA: sangue vermelho vivo misturado com as evacuações em pequena quantidade.
ENTERORRAGIA: presença de sangue vivo em grande volume e habitualmente associado à dor abdominal. mais comum. por causa baixa, daí não deu tempo de misturar.
MELENA: Sangue digerido com as fezes com odor fétido e escuro cor de coca-cola. É sangramento alto que misturou o sangue com as fezes na digestão e ficou com odor forte e vem preto tipo borra de café.
Manifestações Hemodinâmicas HDA
anemia, taquicardia, hipotensão, tontura, síncope – podem se confundir com sintomas neurológicos
Exame Físico importante:
Observar aspecto das fezes –
confirmar melena / toque retal.
□ DUAS formas mais importantes de exteriorização: vômito com sangue vivo (hematêmese) E melena.
□ Algumas vezes o sangramento não é tão evidente, mas o paciente chega fraco, tonto e nos exames o hematócrito está baixo.
ABORDAGEM INICIAL (vale tanto para HDA e HDB)
Anamnese (antecedentes pessoais)
Dados clínicos
Nível de consciência e vias aéreas – pode estar chocado, sonolento (verificar sinais vitais)
Exame físico: Sinais de hepatopatia crônica ou de hipertensão portal
Toque retal (aspecto das fezes, confirmar melena)
Avaliação hemodinâmica (sinais vitais - PA e FC) #Cuidar paciente em uso de BB, pois ele perde o reflexo de taquicardia
Avaliação laboratorial (Hb, Ht, plaquetas, TAP, KPTT, tipagem sanguínea, ureia, creatinina – idosos)
#Pede creatinina pois paciente pode fazer IR pré-renal, pela perda de volume importante.
SNG – não é recomendada de rotina; é para ver o que volta.
Paciente vomitou sangue -> COMO vai tentar quantificar quanto de sangue perdeu?
verifica-se pelo ESTADO HEMODINÂMICO
ESTÁVEL hemodinamicamente (perdeu pouco)
ou
INSTÁVEL
(1º sintoma é taquicardia >110-120, não dá conta e vem a hipotensão)
TRATAMENTO FASE INICIAL: INSTÁVEL E ESTÁVEL
Paciente Instável: reposição volêmica (soro fisiológico EV).
Paciente Estável: já pega acesso venoso, em seguida inicia anamnese.
DUAS PRINCIPAIS CAUSAS DE HDA:
úlceras e varizes de esófago – tentar descobrir se tem doença hepática conhecida;
EF (verificar estigmas de hepatopatia crónica), perguntar uso de AINES
- Estabilização Hemodinâmica:
a. Acesso venoso calibroso (central? – se não conseguir periférico pega central, mas se possível pegar 2, pois se obstruir um tem o outro);
b. Reposição volêmica com cristaloides;
c. Reposição de hemoderivados SN (Hb < 9) – cuida com a reposição sanguínea, não pode repor muito; manter hematocrino acima de 28%, abaixo disso já devemos transfundir sangue.
- Estabilização Hemodinâmica:
- Avaliação da gravidade do sangramento;
- Oferta de O2;
- EDA – fazer nas primeiras 12h (saber para prova) o mais rápido possível, mas não tão rápido;
- Tratamento medicamentoso – IBP (ÚLCERA - OMEPRAZOL
- Terlipressina (droga vasoativa, vasoconstrição dos vasos esplâncnicos – irrigam os órgãos abdominais) ou Octreotide se há suspeita de HDA varicosa!
- UTI? Cirurgia em alerta – a maioria dos pacientes com HDA não vai precisar de cx!!!
.
EM QUE MOMENTO FAZER A EDA?
Se paciente tá meio confuso e tal, a reação dele é lutar contra, vai ter que sedá-lo e pode ocorrer depressão respiratória. Além disso, vai ter muito sangue e não vai conseguir ver a lesão. Logo, é bom esperar um pouco. Fala-se em fazer nas primeiras 6h, mas não passar das 12h!!! (vai ter um campo de visão melhor).
Fazer nas primeiras 12h - o mais rápido possível, mas não tão rápido;
TERLIPRESSINA E OCTREOTIDE, QUANDO DAR ESSES MEDICAMENTOS?
Reduz risco de ressangramento até a endoscopia. Só dá esses medicamentos se achar que é varicosa, se achar que é por AINES, não dá!!!
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Anamnese e Exame Físico História: Idade (importante para a reposição volêmica, por exemplo, num idoso não dá para colocar muito soro fisiológico, pois pode gerar EAP); Comorbidades; Uso de AINE, corticoide e anticoagulantes. #Resumindo, ver principalmente se usa AINE, anticoagulante, se já fez EDA, se tem hx de hepatite, se é etilista, se já teve sangramento. Exame Físico: Sinais de doença hepática; Hepatoesplenomegalia. (VER SE É VARICOSO OU NÃO, SE É ÚLCERA!!)
PARTICULARIDADES DA HDA…
Normalmente, quem vai a óbito por sangramento são os que têm alguma comorbidade e/ou idosos.
Jovem hígido pode ter sangramento relativamente volumoso que não vai fazer tanta falta (teoricamente), pois a maioria dos sangramentos para espontaneamente. Cuidar paciente que toma B-bloq. - PERDE REFLEXO DA TAQUICARDIA
FATORES DE ALTO RISCO - HDA
o Idade > 60 anos;
o Choque, instabilidade hemodinâmica, hipotensão postural;
o Comorbidades associadas (cardiorrespiratória, renal, hepática, coagulopatia);
o Uso de mediações: anticoagulantes, AINEs;
o Hematêmese volumosa;
o Enterorragia volumosa;
o Melena persistente;
o Hemorragia em pacientes internados;
o Ressangramento em pacientes já tratados endoscopicamente – falha do tto já é alto risco;
o Necessidade de transfusão sanguínea.
ESTIMATIVA DE PERDA SANGUÍNEA: pequena
20% da volemia
PA de decúbito normal; em pé queda de <14mmHg
PULSO: decúbito normal; em pé aumenta até 20bpm
PERDA < 1000mL
ESTIMATIVA DE PERDA SANGUÍNEA: moderada
20-40% da volemia
PA 90-100 mmHg ou queda > 14mmHg
PULSO: 100 - 120 bpm
PERDA 1500mL
ESTIMATIVA DE PERDA SANGUÍNEA: maciça
> 40% da volemia
PA < 90mmHg
PULSO: > 120 bpm
PERDA: > 2000mL
Estimativa de perda sanguínea
→ PA e FC normal = perdeu pouco
→ PA normal e FC ↑ = perda moderada
→ PA e FC alteradas = perdeu muito
CLASSIFICAÇÃO DE FORREST
Forrest I - ativo
Forrest II - sangramento recente
Forrest III - base limpa
FORREST 1
A - Jato
B - Porejamento (lava o sangue e começa a sangrar)
TRATAMENTO COM ENDOSCOPIA
FORREST 2
A - Vaso visível
B - Coágulo aderido
C - Fundo de hematina (hematina na base)
TRATAMENTO: A e B - ENDOSCOPIA
C - NÃO FAZ TTO ENDOSCOPICO
FORREST 3
NÃO FAZ TRATAMENTO ENDOSCÓPICO
II C e III não precisa fazer tto endoscópico, pois o risco de ressangramento é muito baixo. Os outros têm que fazer alguma hemostasia!
IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO DE FORREST
□ Essa classificação é importante, pois determina em quais pacientes faço terapia endoscópica e em quais a endoscopia só serve
para diagnóstico.
□ Do I até IIB = TERAPIA ENDOSCÓPICA
□ IIC e III = NÃO FAZ terapia endoscópica, a EDA é só p/ diagnóstico.
ESCORE DE ROCKALL (risco de mortalidade e ressangramento) – não cobra na prova!
O que diz, basicamente, é que pacientes idosos e com comorbidades são os que tem mais chance de ressangramento e alteração hemodinâmica, tendo maior risco de óbito. (quanto mais idoso pior a hemorragia)
Paciente que morre de HD: paciente com comorbidades ou paciente tem taquicardia e hipotensão (sangramento volumoso) – qnto mais doenças associadas, idade e sintomas esse paciente tiver, mais pontos ele ganha.
MODALIDADES DE HEMOSTASIA ENDOSCÓPICA:
MÉTODO POR INJEÇÃO
MÉTODO TÉRMICO
MÉTODO MECÂNICO
MÉTODO POR INJEÇÃO
Adrenalina Álcool Etanolamina Polidocanol Sulfato de tetradecyl de sódio Trombina Cola de fibrina Cianoacrilato (CoStasis Surgical Hemostat) Cloreto de sódio