132 - Leucemia Mielóide Aguda Flashcards

1
Q

Verdadeiro ou falso.

A radioterapia isolada ↑ muito risco de LMA.

A

Falso.

A RT isolada ↑ POUCO o risco de LMA, mas esse tipo de tratamento pode elevar o risco nas pessoas também expostas a agentes alquilantes.

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2
Q

Qual é o género com maior incidência de LMA?

A

O masculino. A incidência é de 3.5/100.000 pessoas por ano, com incidiência ajustada à idade para o género masculino de 4.5/100 000 pessoas ano e para o género feminino de 3.1/100 000 pessoas ano.

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3
Q

Qual é o actual sistema de classificação utilizado para a LMA?

A

O sistema da OMS.

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4
Q

LMA

Quais são os parâmetros em avaliação na classificação da OMS?

A

A classificação da OMS inclui características clínica, morfológicas, anormalidades citogenéticas e moleculares.

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5
Q

Qual é a diferença no limite de blastos para diagnóstico da LMA entre o sistema OMS e o sistema FAB?

A

20% na classificação OMS e 30% na classificação FAB.

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6
Q

Quais são os rearranjos cromossómicos específicos que definem LMA mesmo que a contagem de blastos seja inferior a 20%?

A
  • t(8,21)
  • inv(16)
  • t(16,16)
  • t(15,17)
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7
Q

Verdadeiro ou falso.

A LMA com 20-30% de blastos pode beneficiar de terapias para a SMD.

A

Verdadeiro.

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8
Q

Quais são os principais fármacos envolvidos na LMA associada a fármacos?

A

São os fármacos anti-neoplásicos, como os agentes alquilantes e os inibidores da topoisomerase II.

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9
Q

Quais são as características da LMA associada aos agentes alquilantes e aos inibidores da topoisomerase II?

A
Agentes alquilantes:
 # Resultam em LMA 4 a 6 anos após o tratamento
 # Provocam aberrações nos Cr. 5 e 7
Inibidores da topoisomerase II
  # Resultam em LMA 1 a 3 anos após o tratamento
  # Provocam aberrações no Cr. 11q23
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10
Q

Em que aspectos pode a citometria de fluxo ajudar no diagnóstico da LMA?

A

Pode ser importante para distinguir a LMA da LLA e identificar alguns tipos de LMA.

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11
Q

Quais são os CDs que a LMA minimamente diferenciada expressa?

A

CD 13 e/ou CD 117. (apenas ímpares)

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12
Q

Quais são os CDs que a leucemia megacarioblástica aguda expressa?

A

CD41 e/ou CD61

Antigénios específicos de plaquetas

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13
Q

Como é feito o diagnóstico da leucemia promielocítica aguda?

A

O diagnóstico de leucemia pró-mielocítica aguda é feito com base na presença de t(15;17)(q22;q12) ou no produto da translocação de PML-RARA.

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14
Q

Como é feito o diagnóstico da LMA com factor de ligação ao núcleo (CBF)?

A

O diagnóstico da LMA com factor de ligação ao núcleo (CBF) é feito com base na presença de t(8; 21)(q22; q22), inv(16)(p13q22) ou t(16,16)(p13.1;q22) ou os respectivos produtos de fusão RUNX1-RUNX1T1 e CBFB-MYH11.

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15
Q

Qual é a anormalidade citogenética que tem sido invariavelmente associada a manifestações morfológicas específicas?

A

A t(15;17)(q22;q12) na leucemia promielocítica aguda.

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16
Q

Qual é o factor prognóstico mais importante no momento do diagnóstico?

A

Os achados cromossómicos no momento do diagnóstico são o mais importante factor de prognóstico independente.

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17
Q

Quais são as anomalias cromossómicas associadas a LMA em idades mais jovens?

A

t(8; 21) e t(15; 17)

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18
Q

Em que subgrupo de doentes com LMA é mais frequente a mutação FT3-ITD?

A

Nos doentes com LMA citogeneticamente normais.

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19
Q

Verdadeiro ou falso.

A identificação da FLT3-DTI é importante só para o prognóstico na LMA.

A

Falso.

A identificação da FLT3-DTI é importante NÃO SÓ para o prognóstico MAS TAMBÉM permite prever a resposta ao tratamento específico.

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20
Q

As mutações de activação do gene FLT3 estão presentes em aproximadamente que percentagem dos doentes com LMA?

A

30% dos doentes com LMA.

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21
Q

Verdadeiro ou falso.

A duplicação interna em série (ITD) de FLT3 é relativamente frequente e apresenta um significado prognóstico positivo na LMA.

A

Falso.

A duplicação interna em série (ITD) de FLT3 é relativamente frequente e apresenta um significado prognóstico NEGATIVO na LMA.

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22
Q

Verdadeiro ou falso.

A proteína Pml-Rara suprime a transcrição génica e bloqueia a diferenciação celular.

A

Verdadeiro.

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23
Q

As mutações NPM1 e CEBPA são mutações que configuram bom ou mau prognóstico?

A

Bom prognóstico.

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24
Q

Quais são as alterações citogenéticas associadas a bom ou muito bom prognóstico?

A

Os doentes com t(15;17) têm um prognóstico muito bom (~85% curados), e aqueles com t(8;21) e inv(16) têm um bom prognóstico (~55% curados).

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25
Q

Quais são as alterações citogenéticas associadas com mau prognóstico?

A

Doentes com cariótipo complexo, t(6;9), inv(3), ou delecção -7 ou -5 têm um prognóstico muito mau.

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26
Q

As mutações do gene KIT estão praticamente em exclusivo num tipo de LMA. Qual?

A

LMA-CBF. Estas mutações são de mau prognóstico.

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27
Q

Quais são as implicações das mutações KRAS e NRAS no tratamento da LMA?

A

Predizem uma melhor resposta a altas doses de citarabina na LMA-CBF

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28
Q

Qual é a percentagem de doentes com pelo menos 2 ou mais mutações genéticas com valor prognóstico?

A

Mais de 80%

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29
Q

Qual é o efeito sobre o prognóstico da sobre expressão do micro RNA miR-181a?

A

Prediz outcome favorável na LMA-CN e LMA citogenética anormal.

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30
Q

Qual é o papel dos microRNA?

A

Os microRNAs regulam a expressão de proteínas envolvidas na diferenciação hematopoiética e nas vias de sobrevivência.

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31
Q

Quais são os microRNA que estão associados a prognóstico adverso na LMA-CN?

A

miR-155 e miR-3151

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32
Q

Como se define uma remissão completa?

A

Esta pode ser definida ao nível do sangue periférico e ao nível da medula óssea.

  • Sangue
    Neutrófilos ≥ 1.000/ul
    Plaquetas ≥ 100.000/ul
    Ausência de blastos circulantes
  • M.O.
    Menos de 5% de blastos
    Ausência de bastonetes de Auer
  • Não deve haver leucemia extra-medular
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33
Q

Verdadeiro ou falso

Quase metade dos pacientes apresentam sintomas há menos de 3 meses antes da leucemia ser diagnosticada.

A

Verdadeiro.

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34
Q

Verdadeiro ou falso.

Se um doente com LMA apresenta sintomas há >3meses,o prognóstico é pior.

A

Verdadeiro.

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35
Q

Qual é a proteína que as células leucémicas dos doentes idosos com LMA tendem a expressar mais quando em comparação com os doentes mais novos? Qual a consequência desta sobre expressão da proteína?

A

É MDR1 (multidrug resistance 1). Esta proteína confere resistência a vários tipos de fármacos, nomeadamente a antraciclina que é bastante utilizada no tratamento da LMA no idoso.

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36
Q

Em que tipo de leucemia é mais comum a existência de hemorragia intracraniana, gastrointestinal ou intrapulmonar?

A

Na leucemia promielocítica aguda. A hemorragia associada à coagulopatia também pode ocorrer na LMA monocítica e com graus extremos de leucocitose ou trombocitopenia noutros subtipos morfológicos

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37
Q

A fadiga pode ser uma primeira manifestação da LMA?

A

Sim, esta é reportada como primeiro sintoma da LMA em 50% dos doentes.

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38
Q

Em que é que consiste um sarcoma mielóide?

A

Consiste numa massa tumoral constituída por blastos mielóides que se desenvolve em regiões anatómicas outras que não a medula. Esta está associada a aberrações cromóssicas, como monossomia 7, trissomia 8, rearranjo MLL, inv(16), trissomia 4, t(8;21).

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39
Q

Quais são os locais mais comummente envolvidos pelo sarcoma mielóide?

A
  • pele
  • gânglios linfáticos
  • tracto gastrointestinal
  • tecidos moles
  • testículos
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40
Q

A infiltração das gengivas, pele, tecidos moles, ou meninges com blastos leucémicos no momento do diagnóstico é característico de que subtipo de LMA?

A

Do subtipo monocítico e das anormalidades cromossómicas 11q23.

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41
Q

A anemia costuma estar presente no momento do diagnóstico da LMA?

A

Sim. Esta anemia costuma ser normocítica e normocrómica.

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42
Q

Verdadeiro ou falso.

O grau de anemia varia consideravelmente, embora esteja dependente de outros achados hematológicos, da esplenomegalia ou da duração dos sintomas.

A

Falso.

O grau de anemia varia consideravelmente, INDEPENDENTEMENTE de outros achados hematológicos, da esplenomegalia ou da duração dos sintomas.

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43
Q

Verdadeiro ou falso.

Os bastonetes de Auer não estão presentes de maneira uniforme nos leucócitos dos doentes com LMA, mas quando estão, a linhagem mielóide é virtualmente certa.

A

Verdadeiro.

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44
Q

Qual é a percentagem de doentes que não tem células leucémicas detectáveis no sangue?

A

Menos de 5%.

45
Q

Qual é a percentagem de doentes com LMA que tem contagens de plaquetas inferiores a 25 000/uL no momento do diagnóstico?

A

25%.

46
Q

Verdadeiro ou falso.

A evidência de hemorragia num doente com LMA justifica o uso imediato de transfusão de plaquetas, mas apenas se a contagem de plaquetas se encontrar gravemente diminuída.

A

Falso.

A evidência de hemorragia num doente com LMA justifica o uso IMEDIATO de transfusão de plaquetas, mesmo que a contagem de plaquetas se encontre apenas MODERADAMENTE diminuída.

47
Q

Verdadeiro ou falso.

A disfunção plaquetária ou a presença de infecção podem ↑ o risco de hemorragia na LMA.

A

Verdadeiro.

48
Q

Verdadeiro ou falso.

A LMA secundária P que se desenvolve após o tratamento com agentes citotóxicos para outras doenças malignas é geralmente difícil tratar com sucesso.

A

Verdadeiro.

49
Q

Verdadeiro ou falso.

Os pacientes que alcançam a remissão completa após um ciclo de indução apresentam igual duração da RC quando comparado com os que precisam de múltiplos ciclos.

A

Falso.

Os pacientes que alcançam a RC após um ciclo de indução apresentam duração mais longa da RC do que os que precisam de múltiplos ciclos.

50
Q

Qual é o esquema de indução mais utilizado na LMA?

A

É o esquema com citarabina (normalmente efectuada durante 7 dias seguidos i.v.) juntamente com uma antraciclina (normalmente daunorubicina ou idarubicina, durante 3 dias i.v.).

51
Q

Quais são os principais efeitos adversos da terapêutica com citarabina em doses elevadas? Quais são os doentes mais afectados por esta toxicidade?

A

Toxicidade pulmonar e toxicidade cerebelar, muitas vezes irreversível. Os doentes mais susceptíveis a estes efeitos adversos são os doentes com mais de 60 anos e os doentes com insuficiência renal.

52
Q

Qual é o mecanismo de acção do gemtuzumab ozogamicina?

A

É um anticorpo monoclonal anti-CD33 ligado ao agente citotóxico calicheamina, utilizado nos doentes com LMA-CBF para terapêutica de infusão e consolidação.

53
Q

Nos doentes com mais de 65 anos deve ser utilizada doses de daunorubicina mais elevadas?

A

Não, tendo em conta que estas doses elevadas não demonstraram benefício quando em comparação com as doses standard pelo seu maior perfil de toxicidade.

54
Q

Verdadeiro ou falso.

Os doentes com 50-70anos com LMA previamente não tratada têm menor risco de recidiva ao combinar o gemtuzumab ozogamicina com o regime de quimioterapia.

A

Verdadeiro.

55
Q

Caso um doente tenha persistência da leucemia após um primeiro ciclo de indução 7+3, qual deverá ser o passo seguinte?

A

Deverá fazer um segundo ciclo com os mesmos agentes, citarabina + antraciclinas, durante 5+2 dias, respectivamente. No entanto, também poderá ser aconselhável realizar um switch terapêutico nesta fase.

56
Q

Verdadeiro ou falso.

Muitos doentes mantêm remissão completa sem necessidade de realizar terapêutica de consolidação.

A

Falso.

Praticamente TODOS os doentes sem terapêutica de consolidação acabam por ter RECAÍDA DA DOENÇA.

57
Q

Quais são os principais factores que determinam o tipo de terapêutica pós remissão de um doente com LMA?

A

É a idade e o risco citogenético e molecular.

58
Q

A terapêutica de consolidação nos doentes jovens com LMA deve ser feita com doses standard ou elevadas de citarabina? Porquê?

A

Deve ser feita com doses elevadas de citarabina, já que estudos comparativos demonstraram o benefício de doses elevadas, com prolongamento da remissão completa e com aumento da fração de doentes curados nos que nos apresentam citogenética favorável [t(8;21) e inv(16)] e normal.

Esta terapêutica NÃO MOSTROU EFEITOS SIGNIFICATIVOS nos doentes com OUTROS CARIÓTIPOS ANORMAIS.

59
Q

Qual é o único subtipo de LMA no qual não está indicada a terapêutica habitual de indução 7+3?

A

Na leucemia promielocítica aguda.

60
Q

Nos ensaios comparativos entre quimioterapia intensiva, transplante de células estaminais hematopoiéticas autólogas e alogénicas, qual é o tratamento com maior duração da remissão da doença?

A

É o transplante de células estaminais hematopoiéticas alogénicas.

No entanto, este tratamento não confere MAIOR SOBREVIDA, já que a maior duração da remissão é contrabalançada com o aumento da mortalidade associada ao transplante.

61
Q

Quem são os doentes com indicação para realizar transplante alogénico de células estaminais hematopoiéticas?

A
  • doentes com menos de 70-75 anos com dador HLA-compatível + citogenética de alto risco ou outros factores de risco (história de doença hematológica ou falha na remissão completa com apenas um ciclo terapêutico);
  • doentes com citogenética normal e alterações moleculares de alto risco (FLT3-DIT), em contexto de ensaio clínico.
62
Q

Qual é a taxa de mortalidade dos doentes que realizam transplante autólogo de células estaminais hematopoiéticas?

A

5%. No entanto, este tratamento tem maior taxa de recidiva, já que há ausência de efeito enxerto vs leucemia e também a possível contaminação das células-tronco autólogas com tumor residual.

63
Q

Quais são as complicações associadas ao transplante alogénico de células estaminais hematopoiéticas?

A
  1. Doença veno-oclusivo
  2. Doença enxerto vs hospedeiro
  3. Infecção
64
Q

Quais os valores mínimos de plaquetas que devem ser atingidos nos doentes com LMA?

A

Deve-se sempre manter os doentes com valores de plaquetas superiores a 10 000.

65
Q

Em que situações devem os doentes com LMA ter maiores valores de plaquetas?

A

febre

hemorragia activa

CID

66
Q

Qual deverá ser a estratégia adoptada caso um doente com LMA tenha baixos incrementos com a transfusão de plaquetas?

A

Deve ser tentada a transfusão com plaquetas de dadores HLA compatíveis.

67
Q

Qual o valor mínimo de hemoglobina que deve ser atingido nos doentes com LMA?

A

Os doentes com LMA devem ter sempre valores de Hb superiores a 8 g/dL.

68
Q

Quais são as condições clínicas que obrigam a um maior valor de Hb nos doentes com LMA?

A

Hemorragia activa

CID

Insuficiência cardíaca congestiva

69
Q

Qual é a principal causa de morte e morbilidade nos doentes com LMA durante e após a quimioterapia?

A

São as infecções.

70
Q

Quais são os doentes com LMA nos quais é aconselhada o início da profilaxia com antivirais?

A

Doentes seropositivos para vírus herpes simplex ou varicela zoster.

71
Q

Qual é a percentagem de doentes LMA com febre nos quais é documentada uma infecção?

A

Em 50%

72
Q

Quais são os antibióticos ideiais para serem utilizados de forma empírica nos doentes com LMA?

A
  • Imipenem-cilastina
  • Meropenem
  • Piperacilina/tazobactam
  • Cefalosporina anti-pseudomonas (cefepima ou ceftazidima)
73
Q

Quais são os esquemas de antibiótico que devem ser utilizados em situações complicadas ou com resistência?

A

aminoglicosídeo em combinação com uma penicilina antipseudomonas (piperacilina)

aminoglicosídeo em combinação com uma cefalosporina antipseudomonas de largo espetro

74
Q

Qual é o antibiótico que deve ser evitado pelos doentes com IR?

A

Aminoglicosídeos.

75
Q

Em que situações deve ser adicionada a vancomicinia à terapêutica antibiótica?

A

Pacientes neutropénicos com infecções relacionadas com o catéter

Hemocultura positiva para bactérias Gram +, antes da identificação final e do teste de susceptibilidade

Hipotensão ou choque

Colonização com pneumococos resistentes à penicilina/cefalosporina ou MRSA resistente à penicilina/cefalosporina

76
Q

Em que situação se deve adicionar antifúngicos ao esquema antimicrobiano num doente com LMA?

A

Quando a febre persiste por 4-7 dias após o início da terapêutica antibiótica empírica.

77
Q

Qual deve ser a duração da terapêutica empírica com antibiótico?

A

Os antibacterianos e antifúngicos devem ser mantidos até que os pacientes não estejam neutropénicos, independentemente de ter sido encontrada uma fonte específica para a febre.

78
Q

Verdadeiro ou falso.

Na maioria dos estudos randomizados, o G-CSF e o GM-CSF conseguiram aumentar a taxa de RC, de sobrevida livre de doença e de sobrevida global.

A

Falso.

Na maioria dos estudos randomizados, NEM o G-CSF NEM o GM-CSF conseguiram aumentar a taxa de RC, de sobrevida livre de doença e de sobrevida global.

79
Q

Verdadeiro ou falso.

A utilização do G-CSF e do GM-CSF reduziram o tempo médio para a recuperação dos neutrófilos,↓ significativamente as taxas de infecção ou tempo de hospitalização.

A

Falso.

A utilização do G-CSF e do GM-CSF reduziram o tempo médio para a recuperação dos neutrófilos,MAS NÃO↓ significativamente as taxas de infecção ou tempo de hospitalização.

80
Q

Quais são os doentes nos quais é recomendada a administração de G-CSF e de GM-CSF?

A
  • pacientes idosos com cursos complicados
  • esquemas intensivos pós-remissão
  • infecções não-controladas
  • estudos clínicos
81
Q

Qual é a percentagem de doentes com LMA primária que atinge a remissão completa?

A

65-75% nos doentes mais novos e 50-60% nos doentes mais velhos. Destes, 2/3 dos doentes atingem remissão completa só com um ciclo de tratamento e 1/3 dos doentes atinge remissão completa com dois ciclos de tratamento.

82
Q

Quais as principais razões por detrás da falência nos doentes que não conseguem atingir remissão clínica?

A

50% dos doentes têm uma leucemia resistente aos fármacos

50% desenvolve complicações fatais como aplasia medular ou falência na recuperação das células estaminais normais.

83
Q

Qual é o principal factor de predição da resposta à terapêutica de salvação nos doentes com recaída após atingirem remissão completa?

A

Nestes doentes, a duração da primeira remissão completa é preditora da resposta à QT de salvação.

84
Q

Quais são normalmente as características da recidiva da doença num doente com duração da remissão completa durante mais de 12 meses?

A

Geralmente têm doença quimiossensível, uma maior probabiliade de alcançar RC, mesmo com os mesmos fármacos usados na 1ª indução de RC.

85
Q

Verdadeiro ou falso.

Ao contrário dos doentes com doença refractária, doentes com recidiva são frequentemente curados pela QT de salvação.

A

Falso.

ASSIM COMO OS doentes com doença refractária, doentes com recidiva são RARAMENTE curados pela QT de salvação.

Doentes com recidiva devem fazer QT de salvação e se atingirem 2ª RC, devem transplante alogénico.

86
Q

Verdadeiro ou falso.

A primeira RC ter sido atingida com 1 ou 2 ciclos de QT e o tipo de terapêutica pós-remissão utilizado pode predizer o atingimento de uma 2ª RC.

A

Verdadeiro.

87
Q

Quais são os doentes com LMA que devem ser considerados para terapêuticas experimentais em ensaios clínicos após recidiva da doença?

A

• Dontes que recidivaram

88
Q

Qual é a complicação comummente associada com a leucemia promielocítica aguda?

A

Coagulação intravascular disseminada. Esta era ainda mais frequente com as terapêuticas anteriormente efectuadas com citarabina e daunorubicina, pela libertação dos componentes granulares presentes nas células leucémicas com o tratamento.

89
Q

Qual é a percentagem de doentes com leucemia promielocítica aguda que atinge sobrevida de longa duração com os actuais tratamentos?

A

Cerca de 85% dos doentes.

90
Q

Qual é o mecanismo pelo qual a tretinoína é eficaz na leucemia promielocítica aguda?

A

Induz a diferenciação das células leucémicas com a t(15; 17).

91
Q

Qual é a principal complicação do tratamento com tretinoína?

A

Síndrome de diferenciação da leucemia promielocítica aguda.

92
Q

Qual é o conjunto de manifestações clínicas que caracteriza o síndrome de diferenciação da leucemia promielocítica aguda?

A
  • febre
  • retenção de líquidos
  • dispneia
  • dor torácica
  • infiltrados pulmonares
  • derrame pleural e pericárdico
  • hipoxémia

Este síndrome costuma surgir nas primeiras 3 semanas após o início da terapêutica com a tretinoína.

93
Q

Qual é a taxa de mortalidade do síndrome de diferenciação da leucemia promielocítica aguda?

A

10%

94
Q

Qual é o esquema terapêutico habitualmente feito na leucemia promielocítica aguda?

A

O esquema terapêutico consiste na tretinoína e numa antraciclina (daunorubicina ou idarubicina). Este esquema terapêutico permite atingir RC de 90-05%.

95
Q

Qual é a vantagem que a citarabina pode adicionar ao esquema terapêutico habitual da leucemia promielocítica aguda?

A

A citarabina, embora não tenha demonstrado aumentar a taxa de RC, parece diminuir o risco de recaída da doença.

96
Q

Qual é a terapêutica de consolidação realizada nos doentes com leucemia promielocítica aguda após atingirem a remissão completa?

A

Os doentes devem realizar no mínimo dois ciclos de terapêutica com antraciclina após atingirem uma RC.

97
Q

Quando é que a terapêutica com trióxido de arsénico parece ter melhores resultados?

A

Parece ter melhores resultados se utilizado após ser atingida a RC e antes da terapia de consolidação com quimioterapia à base de antraciclinas.

98
Q

Verdadeiro ou falso.

O trióxido de arsénico pode diminuir o intervalo QT, aumentando o risco de arritmias cardíacas.

A

Falso.

O trióxido de arsénico pode PROLONGAR o intervalo QT, aumentando o risco de arritmias cardíacas.

99
Q

Qual é o principal efeito adverso associado ao trióxido de arsénico?

A

Síndrome de diferenciação da leucemia promielocítica aguda. Este tem maior probabilidade de acontecer caso a terapêutica com trióxido de arsénico seja feita durante a INDUÇÃO ou no TRATAMENTO DE SALVAÇÃO após recidiva da doença.

100
Q

Qual é elemento laboratorial que permite diferenciar os doentes com leucemia promielocítica aguda que têm elevado risco de recidiva vs os doentes que têm baixo risco de recidiva?

A

É a contagem de leucócitos na apresentação. Os doentes com contagens de leucócitos superiores a 10 000/uL têm elevado risco de recidiva e os doentes com contagens de leucócitos inferiores a 10 000/uL têm baixo risco de recidiva da doença.

101
Q

Como é que é feita a detecção de doença residual mínima após a conclusão da terapia na leucemia promielocítica aguda?

A

Com recurso a amplificação PCR-RT dos produtos do gene quimérico de t(15;17) após o ciclo final de QT. O desaparecimento do sinal é indicativo de sobrevida prolongada livre de doença. A persistência em dois exames consecutivos de produtos do gene quimérico, realizados com 2 semanas de intervalo, prediz invariavelmente a recidiva.

102
Q

Verdadeiro ou falso.

A monitorização sequencial da PCR-RT para t(15;17) é agora considerada padrão para monitorização pós-remissão da LPA, especialmente em doentes de alto-risco.

A

Verdadeiro.

103
Q

Quais são os doentes com leucemia promielocítica aguda que parecem ter maior benefício com a terapêutica de manutenção com tretinoína?

A

Os doentes com leucemia promielocítica aguda de alto risco.

104
Q

LPA

Qual deve ser a terapêutica nos doentes com recaída clínica, molecular ou citogenética?

A

Deverão fazer terapêutica de salvação com trióxido de arsénico, podendo ser ou não adicionada tretinoína. Esta terapêutica de salvação consegue respostas significativas em cerca de 85% dos doentes e deve ser complementada por transplante autólogo ou, menos frequentemente, alogénico de células estaminais hematopoiéticas.

105
Q

Quais são os doentes a fazer terapêutica de salvação na leucemia promielocítica aguda que devem fazer transplante alogénico de células estaminais hematopoiéticas em vez de transplante autólogo?

A

Os doentes com RT-PCR positivo para PML-RARA.

106
Q

Quais os quatro grupos de fatores etiológicos da LMA?

A

Hereditariedade
Radiação
Químicos e outras exposições
Fármacos

107
Q

Qual a principal causa de LMA associada a terapêutica?

A

Fármacos utilizados no tratamento de cancro

108
Q

Idade média do diagnóstico de LMA

A

67 anos