13. Tratamento de Fraturas - Patologia Cirúrgica Flashcards
Quais os objetivos do tratamento de fraturas?
- Deambulação precoce
- Completo retorno da função do membro
Quais os princípios do tratamento de fratura?
- Redução anatômica das fraturas articulares
- Fixação interna estável
- Preservação do suprimento sanguíneo
- Mobilização precoce e indolor
O que é redução de fratura?
- Redução E estabilização: tão breve quanto possível -> considerar estado geral
- Redução: refere-se ao processo de recolocação dos fragmentos na posição original -> formas de redução = fechada e aberta
Quais as características da redução fechada e aberta?
FECHADA:
- Manipulação associada à tração e contra-tração, angulação, rotação
◦ Tração -> 10-30 minutos
- A tração lenta e progressiva, durante 10 a 15 minutos, promove o relaxamento dos músculos e facilita a redução
◦ Angulação -> fraturas transversais de ossos longos = os fragmentos são postos em contato formando um ângulo de cerca de 90o
◦ Rotação -> indicada nas fraturas oblíquas = extensão dos fragmentos seguida da rotação dos mesmos
- Externa: gesso, muleta de Thomas, canaletas forças atuantes no osso
- Pode-se imobilizar o membro ou o osso
- Deve abranger uma articulação acima e todas abaixo da fratura
- Indicada em fraturas com certa estabilidade após a redução (evita forças externas), ou fraturas em animais jovens (rápida consolidação), ou em fraturas em galho verde
- Muleta de Thomas modificada: fratura de tíbia em animais jovens mantém o membro na angulação anatômica, e pode ser usada para repouso articular no pós-cirúrgico
ABERTA:
- Reconstrução visual direta
Qual objetivo da fixação/imobilização da fratura? Como é feita a imobilização ideal? Quais as indicações de redução fechada?
- Interna/externa (fechada/aberta)
- Objetivo: estabilizar os fragmentos; prevenir deslocamento, angulação e rotação
- Imobilização ideal: estabilização contínua, sem trocas; permitir ambulação precoce; permitir o uso de tantas articulações quanto possível
- Redução fechada: avaliar as forças atuantes no osso -> imobilização externa = considerações: uso do membro; atrofia muscular; rigidez articular
- Indicações: fraturas estáveis, animais jovens, fratura em galho verde
- Tala, canaleta, gesso, muleta de Thomas, arame para muleta
Quando deve-se utilizar o tratamento aberto/cirúrgico na fratura? Qual a conduta cirúrgica a ser utilizada? Qual conduta tomar para obter sucesso?
- Maioria das fraturas CONDUTA CIRÚRGICA: - Manipulação cuidadosa dos tecidos - Hemostasia - Separação entre músculos e fáscias - Se necessário, seccionar os músculos nas inserções - Conhecer a localização de vasos e nervos - Evitar tração sobre nervos - Preservar as inserções musculares - Usar sucção - Irrigação local QUE CONDUTA TOMAR PARA OBTER SUCESSO? - Considerar: disposição dos fragmentos no loca da fratura, forças atuantes, tipo de fratura, etc
Quais os tipos de implantes e quando eles devem ser usados?
- Pino intramedular, faixa em tensão (2 pinos de Kishner + fio de aço), placas, parafusos, fixação percutânea
- Pino intramedular:
- Steinmann, Rush, Kuntscher, bloqueados (bloqueados oferecem maior estabilidade)
- Vantagens: menor custo (placa), menor exposição cirúrgica, menor tempo cirúrgico, fácil remoção
- Desvantagens: menor estabilidade
- Não indicado para usar no rádio (ideal é placa ou percutânea)
- Pino e placa: menos invasivo e estável
- Pino de Rush: previne rotação e cisalhamento
- Pino de Kuntscher: fraturas de colo de fêmur, tem menor resistência (é fino)
- Faixa em tensão:
- Onde há força de tensão atuando sobre o músculo
- Usa-se fios de aço: evitam rotação
- Fio de aço:
- Usado sempre como auxiliar
- Vários diâmetros
- Pode ser usado para suturar o osso, cabeça e escápula
- Fixação percutânea:
- Versátil: fraturas fechadas, abertas, expostas, osteotomias, em diferentes ossos e fraturas
- Vantagens: facilidade de aplicação, aplicável a tratamento aberto ou fechado, abordagem mínima, fraturas expostas, custo razoável
- Fixação percutânea circular: maior flexibilidade, permite corrigir angulação, tração, etc.
- Placas:
- Usadas na maioria das fraturas de ossos longos (ossos devem suportar ao menos dois parafusos), fraturas múltiplas e complexas, fraturas em pequenos e grandes animais
- Pré-requisitos: conhecimento da anatomia, conhecimento das forças, entendimento do mecanismo de fixação, seleção de caso, padrões da cura de fratura
- Parafusos:
- Cortical (ao longo do osso), esponjoso (diáfise e epífise)
- Geralmente usado como auxiliar
Quais as características de fraturas em bovinos no que diz respeito ao tratamento? Como selecionar a forma de tratamento? Qual procedimetno indicado em traumas graves com infecção? Quais as técnicas utilizadas?
- Decisão sobre tratamento considera: gravidade da fratura, custos, taxa de sucesso, valor econômico/genético do animal
- Seleção da forma de tratamento: localização e tipo da fratura, grau de lesão dos tecidos moles, temperamento do paciente, experiência do cirurgião
- Fraturas expostas tem prognóstico reservado a desfavorável
- Trauma grave dos tecidos/contaminação/infecção: insucesso -> eutanásia/amputação deve ser considerada
- A cura pode variar entre indivíduos
- Fatores que interferem: configuração da fratura, local, estabilidade, presença de infecção, idade e condição corporal
- Técnicas: imobilização externa (econômica e propicia estabilização adequada), fixação interna (maior estabilidade e favorece a cura com complicações mínimas)
Quais as características das fratura em equinos? Quais os desafios? Quais fatores interferem no tratamento? Quais as técnicas utilizadas?
- Grandes avanços no tratamento de fraturas
- Desafios: maior parte do tempo em pé, sobre as 4 patas; equino precisa ser capaz de apoiar no membro imediatamente após a cirurgia; grande massa corporal é um problema
- Pôneis e potros: prognóstico favorável
- Fraturas abaixo das articulações femorotibiopatelares ou úmero-rádio-ulnar: são candidatas favoráveis ao tratamento em animais pesados
- Fatores que interferem: local da fratura no osso, fratura articular, tipo de fratura, lesão de pele (= fratura exposta)
- Técnicas: imobilização externa, placas/parafusos, fixação esquelética
O que é a fixação biológica?
- Fixação biológica: placas sem contato, de contato limitado ou pinos bloqueados, feitas de material menos rígido, biodegradável ou de plástico, associadas a pinos/parafusos
- Menor manipulação possível dos tecidos
- Imobilização “flexível”
- Proteção dos tecidos moles
- Suprimento sanguíneo aos fragmentos
- Cura por segunda intenção: calo ósseo
- Importante/necessário: restaurar o alinhamento do eixo, restaurar o alinhamento do eixo no plano frontal e sagital, eliminar torsão e manter a extensão do osso
- Placas menos rígidas (titânio, plástico), contato limitado, sem contato ósseo, biodegradáveis
- Associação placa/pino
- Benefício do calo ósseo
- Pino bloqueado
O que é união clínica?
- Quando há resistência suficiente para remover o implante: verificar no raio-X
- Imobilização externa, pino intramedular e percutânea: calo ósseo interno e externo
- Placa de compressão: cura por 1ª intenção (união direta)
- Varia com a idade, tipo de fratura e de fixação
- < 3 meses: retira percutânea e pino com 2 a 3 semanas e placa com 4 semanas
- 3 a 6 meses: retira percutânea e pino com 4 a 6 semanas e placa com 2 a 3 meses
- 6 a 12 meses: retira percutânea e pino com 5 a 8 semanas e placa com 3 a 5 meses
- > 12 meses: retira percutânea e pino com 7 a 12 semanas e placa com 5 a 12 meses