URGÊNCIAS UROLÓGICAS NÃO TRAUMÁTICAS Flashcards
Etiologias da dor testicular aguda:
- Torção testicular - principal etiologia
- Inflamações: orquite, epididimite, orquiepididimite
- Litíase ureteral distal
- Outras: hidrocele, hérnias, neoplasia de testículo (pensar em jovens)
Epidemiologia e etiologia da torção testicular:
• Pico: 12-18 anos • 1:4000 jovens • Etiologia: o Excitação elevada o Ambiente frio o Ereção noturna
Diagnóstico da torção testicular:
Anamnese:
• Sintoma: dor intensa de início recente
• Sintomas associados: náuseas e vômitos
• Sem alteração do estado geral ou febre - diferenciar de quadros inflamatórios
Exame físico:
• Edema e eritema escrotal
• Testículo alto e horizontalizado
• Ausência de reflexo cremastérico
• Dor não diminui ao elevar o testículo (sinal de Prehn - diferir do quadro inflamatório)
• Dificuldade de isolar os elementos do cordão
• Hiperemia e espessamento da pele - sinal de pior prognóstico
Exame de imagem - persistência da dúvida diagnóstica
• USG de bolsa testicular COM DOPPLER
• Sem exame de imagem disponível –> cirurgia
Fatores de preservação testicular - torção testicular:
• Tempo de torção e respectivo dano:
o até 6h - tempo ótimo para recuperação - 85 a 97%
o > 6h - espermatogênese e células de Sertoli
o > 10h - células de Leydig
o > 24h - atrofia - < 10% recupera
• Grau de torção - quantidade de voltas
Tratamento da torção testicular:
• Distorção manual: NÃO É ENCORAJADA
• Cirurgia - tratamento definitivo - explorar a bolsa testicular: o Distorção do testículo + compressa morna o Avaliação da viabilidade o Fixação do lado afetado (quando testículo for viável) o Orquiectomia (quando testículo não for viável) o Fixação do lado contralateral (orquidopexia)
• Se a bolsa testicular não for explorada:
o Cobertura com ATB - pode evoluir para abscesso
o Grande edema inicialmente
o Após 6 meses - testículo fica atrófico
o Retirada e colocação de uma prótese
Conceito e classificação do priapismo:
• Conceito: ereção persistente (>4h) não relacionada a estímulos sexuais • Classificação: o Baixo fluxo (isquêmico) o Alto fluxo (arterial) o Intermitente
Características do priapismo de baixo fluxo:
• Mais comum
• Mais doloroso e tumescente (lembra uma madeira)
• Causas:
o Pediátrica: doenças hematológicas (anemia falciforme)
o Adultos: drogas para disfunção erétil, cocaína e antidepressivos
Características do priapismo de alto fluxo:
• Mais raro • Menos doloroso e tumescente • Causas: o Trauma – mais comum: queda a cavaleiro o Outros traumas: coite, chute, fratura de pelve, lacerações por agulho, infiltração tumoral
Tratamento do priapismo de baixo fluxo:
• Punção – esvaziamento do corpo cavernoso – anestesiado:
o Lateral ao corpo cavernoso (scalp 19)
o Transglandar
- Lavagem do corpo cavernoso
- Simpaticomimético: adrenalina (1:10.000 e fenilefrina)
- Não melhorou: shunts cirúrgicos – Al-Ghorab (mais tem resultado)
Tratamento do priapismo de alto fluxo:
- Observação – resolução espontânea (até 62%)
- Gelo + compressa
- Embolização endovascular – caso refratário
Conceito e epidemiologia da Síndrome de Fournier:
• Conceito: Fasciíte necrotizante polimicrobiana de períneo e região genital com rápida progressão (2cm/h) • Epidemiologia: o 10H:1M o > 50 anos Fatores de risco: o Desnutrição o Abuso de álcool o Imunocomprometimento
Quadro clínico da Síndrome de Fournier:
- Bolsa testicular aumentada e com pele necrótica (mais escura)
- Odor fétido característico
- Palpação: dolorosa e crepitações – a pele vai se desfazendo
Tratamento da Síndrome de Fournier:
- Reposição volêmica, drogas vasoativas
- Desbridar “até sangrar” – tirar toda região morta
- ATB: gram positivo, gram negativo, anaeróbico
- Antifúngicos
- Uso de curativos tecnológicos e oxigenoterapia hiperbárica (bactericida, bacteriostático e estimula fatores de cicatrização)