Tumores de Pâncreas Flashcards

1
Q

Anatomia, histologia e fisiologia

A

O pâncreas é dividido histologicamente, anatomicamente e fisiologicamente em dois:

a) Pâncreas exócrino: produção de secreções ecbólicas - proteína e secreções fibroelásticas – bicarbonato. As secreções exócrinas são produzidas pelos ácinos, que desembocam em ductos menores e finalmente no ducto pancreático principal ou ducto de Wirsung. É importante saber isso porque os tumores advindos do ducto pancreático principal são os tumores mais frequentes do pâncreas, chamados de adenocarcinomas. Eles podem se situar tanto na cabeça do pâncreas, quanto no corpo e na cauda e caracteristicamente ocupam uma posição central no pâncreas e são sólidos. Os ductos possuem epitélio cilíndrico, por isso têm adenocarcinoma.

Além dos tumores que nascem nos ductos, existem os tumores que nascem nos ácinos, portanto são periféricos. Nos ácinos, se originam os tumores sólido-císticos do pâncreas, como cistoadenomas serosos e mucinosos e os cistoadenocarcinomas.

b) Pâncreas endócrino: corresponde as ilhotas pancreáticas ou ilhotas de Langerhans, que possuem vários tipos de células, como células α, β, δ e PP. Essas células são produtoras de hormônios específicos, como por exemplo, célula β produz insulina e célula α produz glucagon. Os tumores neuroendócrinos se originam dessas células (caracteristicamente solidos)

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2
Q

Tumores solidos/cisticos e centrais/periféricos

A

● Adenocarcinoma → tumor sólido e central

● Cistoadenomas serosos e mucinosos e cistoadenocarcinomas → tumores sólidocísticos e periféricos

● Tumores neuroendócrinos → tumores sólidos e periféricos

Obs: lesões exclusivamente císticas geralmente são uniloculares simples, cistos pequenos e podem ser septadas.

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3
Q

primeira manifestação clínica de um tumor sólido e central na cabeça

pq?

A

A primeira manifestação clínica de um tumor sólido e central na cabeça do pâncreas é icterícia, porque vai obstruir a ampola.

Por exemplo, tumor pequeno de 1cm, sólido e central na cabeça do pâncreas, com icterícia, é um adenocarcinoma.

Do contrário, se tiver um tumor de 5 cm na cabeça do pâncreas e não tiver icterícia, esse tumor não pode ser adenocarcinoma, porque se fosse um tumor de 5cm central, o paciente teria icterícia. Logo, é um tumor periférico e será diferenciado pela TC ou RNM: se for um tumor sólido-cístico é um cistoadenoma ou cistoadenocarcinoma e se for um tumor sólido é tumor neuroendócrino.

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4
Q

tumores periampulares : introdução

A

Os tumores periampulares em ordem de maior prevalência são: 1.adenocarcinoma de pâncreas (neoplasia sólida, central e maligna)

2.tumor de papila duodenal

3.tumor de colédoco distal (colangiocarcinoma)

4.tumor de duodeno (pelo menos a 2cm da papila duodenal).

Esses tumores têm um péssimo prognóstico e apenas 10-20% são ressecáveis, porque na maioria das vezes esses tumores são diagnosticados em fases mais avançadas em que já há invasão dos vasos mesentéricos.

De todos os tumores periampulares, ou seja, de todos os tumores que se localizam ao redor da papila, o mais comum é o adenocarcinoma.

80% dos adenocarcinomas do pâncreas se situam na cabeça do pâncreas, portanto, a icterícia é precoce.

Com isso, um tumor de 1cm já gera icterícia porque obstrui a ampola hepatobiliar.

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5
Q

Tumores periampulares: clínica

A

A manifestação clínica desses tumores é a síndrome colestática indolor e progressiva.

É uma síndrome consumptiva, icterícia progressiva, sem dor, prurido, acolia fecal, colúria.

Icterícia obstrutiva precoce em 70-80% dos casos.

Como esses tumores são centrais, eles comprimem os ductos colédoco e Wirsung.

Pode ter também escoriações em consequência do prurido, vesícula palpável (conhecida como sinal de CourvoisierTerrier) e pode ser um achado incidental em outras investigações.

Obs: não tem dor inicialmente porque a obstrução é lenta, não dá cólica.

Se tiver invasão de plexo lombar em estágios mais avançados pode ter dor.

Atenção: não confundir esses tumores com hepatite, porque a clínica é semelhante. Nunca rotular paciente idoso como portador de hepatite, idoso não costuma ter hepatite, a não ser que tenha uma história epidemiológica forte de compartilhamento de seringas ou outras formas de contaminação. Pode até pensar em cálculo, mas hepatite não. Se pensar em cálculo, solicita USG.

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6
Q

tumores periampulares: DG

A

O primeiro método de investigação dos tumores periampulares é angio-TC, que possibilita ver a relação com os vasos mesentéricos (vasos mesentéricos livres é critério de ressecabilidade) e o tumor com uma falha de enchimento do contraste na cabeça do pâncreas.

Se a angio-TC for normal, o próximo exame é CPRE ou endoscópio de visão lateral (vê tumor de papila duodenal e tumor de colédoco distal), que permite visão lateral da papila e biópsia.

Se não consegue fazer o diagnóstico pela CPRE e tem suspeita de tumor de Klatskin**, o melhor exame seria colangioressonância, que é bom para investigar cálculos e tumores do colédoco (colangiocarcinoma).

** Tumor de Klatskin é o tumor da junção dos ductos hepáticos, tumor mais comum dos colangiocarcinomas.

Diante de um paciente ictérico, o primeiro exame de rastreio a ser solicitado é USG, que pode vir com os seguintes laudos:

a) Paciente com fígado reduzido de volume, heterogêneo, vesícula visibilizada, sem cálculo, colédoco sem anormalidade → diagnóstico é cirrosebiópsia transcutânea e solicitar marcadores.
b) Grande dilatação da via biliar intrahepática, colédoco dilatado, vesícula distentida (sinal de Courvoisier- Terrier), ausência de cálculo, em paciente idoso com síndrome colestástica e sem dorobstrução baixaprimeira hipótese é tumores periampulares.

A partir desse laudo no USG, segue a investigação já descrita acima para esses tumores, com angio-TC inicialmente.

c) Fígado homogêneo, ligeiramente aumentado de tamanho, grande dilatação das vias biliares intra-hepáticas, vesícula colabada, colédoco não visibilizado → diagnóstico é síndrome colestáticaobstrução alta da via biliar, porque dilatou colédoco e via biliar intra-hepática e para baixo está tudo colabado; é dito que a bile está passando com muita dificuldade nas porções distais do colédoco → provável tumor de Klatskin.

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7
Q

Adenocarcinoma de Pancreas

A

Corresponde a 85 - 95% dos tumores de pâncreas,

idade média de acometimento é 60-80 anos,

mais prevalente em homens (2:1).

Acomete principalmente a cabeça do pâncreas (70%), corpo é acometido em 20% e cauda em 10%.

Péssimo prognóstico (sobrevida em 5 anos < 5%), não ressecável em 75%.

Cirurgia é a única possibilidade de cura.

Sempre pensar nesse tumor em pacientes de idade mais avançada, com síndrome colestática, sem dor.

O adenocarcinoma é um tumor sólido, central e maligno e originado do ducto de Wirsung.

Pequenos tamanhos determinam a clínica de icterícia.

Fatores de risco: a relação com o tabaco é consistente, dieta rica em proteína, diabetes de início recente, pancreatite crônica, colecistectomia, fibrose cística, pancreatite hereditária, telangiectasia, café e álcool (os dois últimos não são comprovados).

O fator mais relacionado com tumor de pâncreas é história familiar (se tiver parente de primeiro grau com história de tumor de pâncreas, é indicado fazer TC de abdome aos 50 anos

Sinal do duplo ducto é característico e sugestivo de tumor periampular, sendo o mais comum o adenocarcinoma de cabeça do pâncreas.

Primeiro exame a ser feito: angio-TC.

Obs: a mangueira na imagem indica que o exame que foi realizado foi CPRE.

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8
Q

Tumor de papila duodenal

A

É o tumor periampular de melhor prognóstico.

É necessário fazer a biópsia.

Chance de curabilidade com a cirurgia de Whipple (gastroduodenopancreatectomia).

Obs: a cirurgia de Whipple é utilizada em todos os tumores periampulares.

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9
Q

Tumor de colédoco distal

A

Se esse paciente já tivesse sido colecistectomizado, poderia pensar em estenose de via biliar, condição benigna.

Contudo, o paciente nunca foi operado, logo deve-se pensar em tumor de colédoco distal (colangiocarcinoma – tumor que se origina dos ductos biliares).

30% dos colangiocarcinomas se localizam no fígado,

70% são extra-hepáticos.

Desses 70% o mais comum é o tumor de Klatskin e o de pior prognóstico, não há nada a fazer, pode fazer no máximo uma drenagem percutânea como paliativo para icterícia, apenas 3 meses de sobrevida.

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10
Q

Tumor de duodeno:

A

2cm

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11
Q

DG de tu periampular: Clinc+Img+Marcador

A

Clínico: Colestase indolor e progressiva.

Imagem: USG é o primeiro método rastreador da icterícia, não adianta dosar bilirrubina, gama-GT e fosfatase alcalina, porque elas estão muito altas em qualquer processo obstrutivo. A angio-TC é o primeiro método de eleição na investigação dos tumores periampulares, porque faz diagnóstico dos adenocarcinomas, que representam 80% dos tumores periampulares. Colangio-RNM muito importante quando se desconfia de tumores da via biliar ou cálculo da via biliar. Existe também o USG Endoscópica, que vem ocupando lugar da RNM, porque em lesões pequenas, especialmente em cálculos, têm maior acurácia quando comparado a RNM.

● Marcadores tumorais: CA 19.9: cut off de 37 U/ml (CA 19.9 > 500 autoriza o médico a indicar quimioterapia sem diagnóstico histológico).

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12
Q

Cirurgia e ressecabilidade dos Tu de cabeça de pâncreas

A

GDP (gastroduodenopancreactomia) ou cirurgia de Whipple

Retira parte do estômago, hepático comum, vesícula, ângulo de treitz e cabeça do pâncreas.

Depois, reconstrói o trânsito por meio de uma pancreatojejunoanastomose, dá um palmo e faz uma hepatojejunoanastomose, dá dois palmos e faz uma gastrojejunoanastomose.

Classificação de ressecabilidade dos tumores da cabeça do pâncreas:

1) Ressecável: não tem invasão de vasos mesentéricos.
2) Boderline recection ou ressecção marginal: existe invasão apenas na veia mesentérica superior pode ser ressecado.
3) Irressecável: invasão artéria mesentérica superior, invasão do mesogastro, metástase hepática, ascite, invasão mesocólon.

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13
Q

tumor de Franz

A

Regra geral: os tumores acinares são periféricos e sólido-císticos.

Se for periférico e sólido é um tumor neuroendócrino, contudo, existe uma exceção, que é o tumor de Franz ou neoplasia sólida pseudopapilar periférica.

Tumor de Franz ocorre em 1-2%, é classificado como tumor sólido-cístico papilar epitelial.

É um tumor que nasce sólido e depois cresce e se torna sólido-cístico.

Então na verdade ele não foge a regra, ele é um tumor sólido-cístico e periférico.

Ocorre em adulto jovem, especialmente em mulheres, baixo potencial maligno, excelente prognóstico, metástases incomuns.

São tumores grandes, crescimento lento, massa bem encapsulada e desloca, mas não invade a cauda do pâncreas.

A ressecção é curativa.

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14
Q

Caso clínico: Mulher, 19 anos, com tumor sólido-cístico grande na cauda do pâncreas, crescimento indolente e na angio-TC tem tumor sólido-cístico, a principal hipótese diagnóstica é

A

tumor de Franz.

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15
Q

Tumores Neuroendócrinos ou Apudomas:

A

São os tumores das ilhotas pancreáticas, tumores sólidos e periféricos.

Representam 1-5% dos tumores de pâncreas,

idade média de acomentimeno é de 50 a 60 anos,

maioria são esporádicos.

Podem estar relacionados a síndrome de MEN tipo 1 (neoplasia Ecoendoscopia: Sinal do duplo ducto endócrina múltipla), a síndrome de Von Hippel-Lindau, a neurofibromatose tipo 1 ou a esclerose tuberosa.

Maioria das vezes esses tumores neuroendócrinos são não funcionantes, mas podem ser funcionantes e determinarem uma síndrome característica relacionada ao hormônio produzido.

Muito dificil de fazer diagnóstico diferencial entre malignidade e benignidade.

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16
Q

Insulinoma

A

Tumor de célula β.

Mais comum dos tumores neuroendócrinos (60-75%), sendo que menos de 10% são malignos.

Durante o intra-operatório, o patologista não é capaz de referir a sua malignidade, portanto o cirurgião deve seguir outros critérios de malignidade, como: presença de linfonodos, presença de metástase hepática, presença de espalhamento locorregional da doença.

Se for um tumor único e isolado, sem linfonodos e sem espalhamente locorregional, normalemente é uma lesão benigna. Todavia, quando entra pra operar esse paciente, normalmente já fez uma ecoendoscopia com biópsia guiada com ecografia e imunohistoquímica.

Idade de maior prevalência é de 40 a 60 anos.

A localização não tem predileção entre cabeça, corpo e cauda do pâncreas.

A maioria deles são < 2cm e possuem uma característica típica, eles são hipervasculares, ou seja, captam o contraste acentuadamente e esse é um dos critérios diagnósticos mais importantes desse tumor.

A ressecção cirúrgica é curativa, a simples enucleação desses tumores pode ser suficiente para cura.

Ele pode estar associado a sua síndrome característica como também pode não estar associado a essa síndrome.

Síndrome característica do insulinoma funcionante - TRÍADE DE WHIPPLE:

- Sintomas de hipoglicemia em jejum

  • Níveis de glicemia inferiores a 50mg por 100ml
  • Alívio dos sintomas após uso de glicose

Exame diagnóstico: ecoendoscopia com biópsia.

Pode fazer angiografia com injeção de gluconato de calcio e coleta sangue venoso hepático. O gluconato de cálcio estimula o pâncreas a produzir insulina. É injetado gluconato de cálcio e com um cateter foi dosado um nível de insulina elevado na artéria mesentérica superior ou gastroduodenal, o tumor está localizado na cabeça do pâncreas. Se colheu na artéria esplênica e a insulina está alta, o tumor está na cauda do pâncreas.

Malignidade dos Apudomas é dada pela invasão local, disseminação linfonodal hepática ou à distância.

Mesmo a imunohistoquimica não define malignidade.

Obs: paciente jovem chega em coma no pronto-socorro, a primeira coisa que tem que fazer é glicose hipertônica na veia, porque o coma hipoglicêmico mata e o coma por cetoacidose não mata.

17
Q

Gastrinoma

A

Tumor de células G.

Se o tumor for funcionante, ele produzirá gastrina e gastrina causa hipercloridria, produzindo múltipas úlceras pépticas refratárias a tratamento clínico em pacientes jovens.

É o segundo mais comum dos tumores neuroendócrinos,

80% acometem pacientes com menos de 20 anos.

Podem estar associados a MEN I em 50 a 60% dos casos,

50-60% são malignos.

Os tumores neuroendócrinos são muito difíceis de diagnosticar o grau de malignidade, tanto pela congelação, quanto pela imunohistoquímica, a malignidade é mais diagnosticada pela invasão linfonodal e metástase hepática.

Os gastrinomas dão metástases linfonodais ou hepáticas em 70 a 80%, o que mostra que o gastrinoma é uma doença difusa, ao contrário do insulinoma que é uma doença local.

Por ser difusa, é difícil controlar a doença, porque não consegue ressecar todas as lesões que estão ao redor do gastrinoma.

Síndrome característica do gastrinoma funcionante

SÍNDROME DE ZOLLINGER – ELLISON:

  • Hipersecreção de gastrina (aumenta ácido estômago), ulceração péptica e diarreia por hipercloridria.
  • Gatrina acima de 1000 pg/ml fecha o diagnóstico ou quando a gastrina tiver entre 200 a 1000 no teste da secretina**, ou seja, mais de 200 pg/ml ao basal.
  • Tumor 3,5cm (até15cm)
  • Múltiplo e difuso
  • Presença de espessamento parietal do estômago e úlcera ou hiperplasia do antro.

** Teste da secretina: a secretina induz a produção da gastrina e se tiver entre 200 e 1000 pg/ml, o teste é considerado positivo.

Não é possível tratar cinicamente a síndrome de zollinger –ellison, pode até dar bloqueador de bomba de prótons 80mg/dia, porém predispõe o paciente às complicações do uso crônico desse fármaco, em especial o surgimento de tumor carcinoide após alguns anos de uso. Logo, esses paceintes serão submetidos a uma intervenção operatório sobre o órgão em que se exerce a atividade efetora da gastrina. Conclui-se então que a cirurgia indicada para os pacientes portadores de gastrinoma difuso é a gastrectomia total e uso de análogos sintéticos da somatostatina para reduzir o impacto e aumentar a sobrevivência.

Obs aleatória: quando pergunta qual a cirurgia para câncer gástrico e os alunos respodem gastrectomia total, eles erraram a questão. A gastrectomia total é uma cirurgia utilizada apenas para úlceras pépticas.

18
Q

Vipomas

A

Tumor originado das células PP (polipeptíddeo pancreático).

Mais da metade é maligno, se localizam em corpo e cauda.

Síndrome característica do vipoma funcionante

SÍNDROME DE VERNERMORRISON OU CÓLERA PANCREÁTICA:

  • Diarréia aquosa (aumento da secreção intestinal para dentro do trato digestivo ?)
  • Rubor cutâneo
  • Hipocalcemia
  • Acloridria ou hipocloridria (WDHA)

Os agentes responsáveis pela síndrome são: VIP (peptídeo vasoativo intestinal), prostaglandinas e o peptídeo histidinaisoleucina (PHI).

Ocorre uma ativação desses neurohormônios.

O diagnóstico se dá pela medida laboratorial sérica do VIP ou do polipeptídio pancreático.

Tratamento: ressecção cirúrgica.

Se os tumores estiverem localizados na região corpo caudal, pode-se realizar um pancreatectomia corpo caudal.

Contudo, na maioria das vezes os tumores se apresentam com metástases e nesse caso deve-se fazer a redução paliativa ou citorredução. Em pacientes com tumor metastático deve-se realizar também tratamento complementar com octreotide (análogo da somatostatina).

Obs: Os análogos da somatostatina podem ser usados no tratamento de todos os tumores neuroendócrinos, exceto nos somatostatinomas e nos insulinomas.

19
Q

Glucagonoma

A

Tumor originado de células α.

O glucagon é o oposto da insulina, então o glucagonoma dá uma diabetes leve, porque o paciente se torna hiperglicêmico.

Ou seja, jovem que começa com diabetes leve tem que fazer uma tomografia. São encontrados no corpo e cauda do pâncreas e tendem a apresentar grandes massas.

Apresentam metástases em 80% dos casos e a ressecção é possível somente em 30% dos casos.

Glucagonoma caracteristicamente dá clínica de necrólise epidérmica ou eritema migratório necrolítico (dermatite intensa) com desnutrição, anemia, glossite.

Relacionado com trombose venosa profunda.

Dos tumores neuroendócrinos, o que mais dá TVP é o glucagonoma.

Diagnóstico é feito pela dosagem do glucagon superior a 500 pg/ml, sendo o valor normal de 120pg/ml.

Tratamento: a dermatite melhora com esteróides, zinco, com nutrição parenteral e terapia com octreotide. Grande maioria das vezes faz uma ressecção paliativa.

Nos tumores irresecáveis, utiliza-se quimioterápicos estreptozotocina e dacarbazina com efeito pequeno.

Obs1: Tirando os insulinomas, que normalmente são factíveis de ressecção, todos os outros tumores neuroendócrinos são difíceis de fazer ressecção curativa. O que faz é ressecar corpo e cauda no vipoma e no glucagonoma e fazer citorredução e complemento do tratamento com octreotide.

Obs2: os tumores neuroendócrinos geralmente já se apresentam espalhados, exceto o insulinoma, e são tumores que não têm mortalidade tão rápida como o adenocarcinoma de pâncreas e colangiocarcinoma, mas eles vão consumindo o paciente até a morte.

Obs3: importante guardar as síndromes de cada tumor neuroendócrino. Professor disse “todo mundo espera que eu pergunte na prova os tumores mais comuns, mas esperem por tudo, posso perguntar qualquer coisa”.

20
Q

Diagnóstico dos tumores neuroendócrinos

A

● Clínico:

  • Tumor único, hipervascular, na cauda do pâncreas, paciente com tríade de Whipple → insulinoma.
  • Se o tumor não for desse jeito ou tiver outras síndromes, já diz que na maioria das vezes são tumores irresssecáveis e difusos.

● Imagem:

  • US Endoscópico ou ecoendoscopia: sensibilidade de 94% e combinado com CT até 100%. Útil na detecção de gastrinomas de duodeno e possibilita biópsia por agulha fina.

- SPECT/CT: Radiolabeled Octreotide (análogos da Somatostatina). Útil na maioria dos tumores neuroendócrinos, exceto insulinomas, porque é fácil fazer o diagnóstico dos insulinomas e eles não têm afinidade pelos análogos da somatostatina. Todos os TNE, exceto os somatostinomas e insulinomas, têm afinidade pelo octretide, que é um análogo da somatostatina. Com isso, faz uma cintilografia com octreotide e vê se o tumor capta o octreotide e permite saber no pré-operatório se a doença é localizada, se é locorregional ou se é disseminada para então planejar a cirurgia. O exame possui uma sensibilidade de 90% e especificidade de 80% para metástases.