Neoplasias Hepáticas Flashcards

1
Q

Segmentos e segmentectomias

A

Os segmentos hepáticos são divididos no sentido do relógio.

O segmento I não está evidenciado na imagem porque ele está atrás, próximo a veia cava.

O segmento IV é dividido em IVa e IVb para facilitar as ressecções e trabalhos científicos. No IVa está a vesícula.

Em cada segmento segue um ramo da porta e um ramo que dará origem a veia hepática.

Se o cirurgião retira um segmento do fígado, é denominado segmentectomia (p. ex. retirou apenas o segmento III).

Se o cirurgião tira dois segmentos (p. ex. II e III), é chamado de bissegmentectomia.

E ai as pessoas acham que tirando o V, VI, VII, o cirurgião fez uma trissegmentectomia, porém não é assim e será explicado a seguir.

O ligamento falciforme divide o fígado em esquerdo e direito. O fígado esquerdo corresponde ao segmento II, III e IV.

O fígado direito é os segmentos V, VI, VII e VIII.

Se for utilizado o termo hepatectomia ou lobectmia esquerda, significa que foi retirado os segmentos II, III e IV. Se for uma hepatectomia ou lobectomia direita, retirou os segmentos V, VI, VII e VIII.

Se retirar além de um lado, por exemplo, retirou o lobo esquerdo (II, III e IV) e também tirar o V e o VIII, dar-se o nome de trissegmentectomia. Toda vez que tiver o termo trissegmentectomia, deve-se considerar trisetorectomia, retirada de três setores.

A imagem acima facilita o entendimento dos setores do fígado, cada círculo representa um setor. Setores do fígado: II e III; IVa e IVb; VIII e V; VII e VI.

Exemplificado: numa trissegmentectomia esquerda sairá os segmentos II e III; IVa e IVb; VIII e V.

Numa trissegmentectomia direita (lobectomia direita + setor IVa e IVb) sairá os segmentos VII e VI; VIII e V; IVa e IVb.

Além disso, existe uma cirurgia que resseca apenas o meio do fígado, chamada de centrectomia.

Quando as lesões são pequenas, é permitido ressecções não regradas, apenas nodulectomias.

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2
Q

Nódulos Hepáticos e quais perguntas devem ser feitas?

A

É muito comum pacientes com nódulos hepáticos, sejam eles sólidos ou císticos.

Muitas vezes o paciente fez um exame de imagem por outro motivo e descobriu o nódulo hepático, a esse nódulo dar-se o nome de incidentaloma.

Contudo, não é usado o termo incidentaloma para pacientes que possuem doenças prévias, como por exemplo, cirrose, paciente cirrótico já tem fator de risco para desenvolver hepatocarcinoma.

lLesão benigna ou maligna?

l

lLesâo cística ou sólida

l

lMetastático ou primário?

l

lMelhor método de imagem?

l

lAlgum marcador tumoral?

l

lQual a indicação e o momento da biópsia?

l

lCirrose?

l

lFator predisponente?

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3
Q

Paciente tem cirrose?

A

Se sim, classificá-lo em child A, B, C, hipertensão portal, elevação de bilirrubinas.

Se o paciente não sabe, deve-se pedir exames para investigação: TGO, TGP, FA, GAMA-GT, coagulação sanguínea, CEA, alfa-feto proteína (pode aumentar no hepatocarcinoma), Ca 19-9 (aumenta em tumores de pâncreas), EDA para saber se tem varizes de esôfago, USG com doppler para ver se tem trombose de veia porta.

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4
Q

Metastático ou primário?

A

Se o paciente tem cirrose e nódulo sólido no fígado, até que se prove o contrário é um hepatocarcinoma (tumor primário).

Pode até ser nódulo de regeneração, principalmente se for nódulo < 1 cm, mas sempre pensar primeiro em hepatocarcinoma.

Se o paciente não tem cirrose e tem mais de 1 nódulo sólido ou 1 nódulo sólido mal vascularizado no fígado, pensar primeiramente em metástase.

Nesse caso, deve-se investigar como metástase.

A maioria dos tumores hepáticos malignos são metastáticos

Metástase mais comum: tumor de cólon-reto

  • Mas também mama, neuroendócrinos, melanoma
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5
Q

Qual melhor exame para o fígado?

A

Tomografia multislice com contraste arterial (fazer em quatro fases: primeira sem contraste, segunda com contraste arterial, terceira com contraste portal venoso precoce, quarta fase venosa tardia) ou ressonância nuclear magnética.

Se a TC for insuficiente, solicita RNM.

É importante saber como o nódulo capta o contraste, se o contraste capta perifericamente e depois capta centralmente, ou seja, tem uma difusão centrípeta do contraste numa lesão bem vascularizada, é provável que seja hemangioma hepático.

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6
Q

Lesão benigna ou maligna?

A

Lesões císticas na maioria das vezes são benignas.

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7
Q

Qual indicação de biópsia?

A

A biópsia no fígado é a última linha na investigação, atualmente os métodos de imagem conseguem dar o diagnóstico com grande precisão.

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8
Q

Caso 1: paciente 60 anos, não cirrótico, não tem perda de peso nem alterações do hábito intestinal, não é fumante, não é etilista, não teve hematêmese e melena, mas está com nódulo sólido mal vascularizado no fígado.

A

1º hipótese é metástase, e nesse caso deve-se investigar, a indicação não é biopsiar a lesão, porque espalha a doença.

A investigação inicial é fazer colonoscopia, visto que os principais locais que dão metástase para fígado são cólon e reto.

Se não achou nada na colonoscopia, investigar tórax, tireóide, mama, pele e solicitar EDA.

Se não achou doença nenhuma, faz a biópsia

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9
Q

Paciente 60 anos, cirrótico, nódulo sólido no fígado.

A

Nesse caso, o paciente vai direto para biópsia para diferenciar entre hepatocarcinoma e nódulo de regeneração.

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10
Q

Outro fator predisponente ou etiológico?

A

Saber os antecedentes do doente para auxiliar na investigação.

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11
Q

lTumor benigno mais comum:

A

hemangioma

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12
Q

lNeoplasia mais comum na cirrose:

A

hepatocarcinoma

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13
Q

Vantagem da quimioterapia neoadjuvante:

A

um tumor que já deu metástase, é pouco provável que o doente fique curado apenas com a cirurgia, porque a doença já está muito avançada. Com isso, a sobrevida do paciente está muito relacionada a resposta do tumor a quimioterapia e é possível saber essa resposta antes da cirurgia.

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14
Q

Se um paciente faz quimioterapia e volta depois de 6 semanas com a lesão do mesmo tamanho, indica que

A

é um tumor agressivo e não adianta fazer uma cirurgia muito extensa, porque não aumentará a sobrevida. Quem estabiliza a doença é a quimioterapia, se o tumor não responde, a taxa de sobrevida é baixa.

(metastase)

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15
Q

Se fez a quimioterapia e a lesão metastática diminuiu bastante e a lesão primária diminuiu, indica

A

boa resposta a quimioterapia. É indicada cirurgia para retirada da lesão hepática remanescente, retirada da lesão primária e, posteriormente, volta a quimioterapia.

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16
Q

Tu Malignos

A

Dentre os malignos, os tipos mais comuns são:

- metástases

- hepatocarcinoma

- hepatocarcinoma fribrolamelar (tipo histológico mais “benigno” do hepatocarcinoma, dá menos metástases, é mais capsulado, dá menos nódulos satélites, geralmente acomete pacientes mais jovens)

- hepatoblastoma (tumores de crianças, respondem bem a quimioterapia),

- colangiocarcinoma da via biliar (muito agressivo, pouco vascularizado, duro, responde mal a quimioterapia e radioterapia, na maioria das vezes o diagnóstico é feito em estágios avançados).

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17
Q

Tu Benignos

A

Dentre os benignos, destaca-se:

  • hiperplasia nodular focal e adenoma hepático ou adenoma hepatocelular.

Difícil fazer diagnóstico diferencial entre esses dois tipos, sempre cai em PROVA.

O adenoma hepatocelular é um condição pré-maligna e a hiperplasia nodular focal é uma condição essencialmente benigna, sendo muito importante a diferenciação desses.

Todos os dois são mais comuns em mulheres e mais comum em quem usa anticoncepcional oral (CHO).

Se o adenoma hepatocelular não sumir após a suspenção do CHO, é necessária a cirurgia para ressecção. Ao passo que não há indicação cirúrgica na hiperplasia nodular focal, exceto se tiver comprimindo alguma estrutura.

Para diferenciar, são feitos exames de imagem, se não forem conclusivos, faz a biópsia.

Além desses tipos, é importante evidenciar o hemangioma, neoplasia essencialmente benigna.

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18
Q

FR Hepatocarcinoma

A
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19
Q

FR calangiocarcinoma

A

* cistos de colédoco (todo cisto de via biliar é pré-maligno, aumenta em 1000x o risco de ter câncer, é indicada a ressecção do cisto inteiro, não pode apenas drenar),

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20
Q

Regrais gerais para estudo dos tumores hepáticos:

A

a) Observação do tamanho tumoral
b) Presença ou não de cápsula
c) Quais e quantos segmentos acometidos
d) Acometimento linfonodal
e) Presença ou não de nódulos satélites
f) Consistência sólida ou cística (presença ou não de necrose tumoral)
g) Presença de metástases a distância (presença ou não de metástases hepáticas)
h) Tipo nodular, maciço ou difuso
i) Presença ou não de invasão vascular
j) Presença ou não de invasão dos ductos biliares
k) Presença ou não de cirrose (presença de reserva hepática)
l) história prévia: cirrose, tumor de cólon, reto ou mama, tabagismo

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21
Q

Hemangioma

A

Tumor benigno mais comum, muito achado incidentalmente.

Não é necessário fazer cirurgia, antigamente fazia cirurgias em hemangiomas grandes com medo dele romper, mas não é comum um hemangioma romper.

O comum é a evolução para calcificação.

A captação do contraste é centrípeta, da periferia para o centro

Hemangiomas “gigantes”: > 4 cm de diâmetro

Sintomas:

- assintomáticos

  • desconforto leve em abdome superior
  • hemorragia: ruptura (4%) → mortalidade = 60% - 75%;

Nos casos de ruptura, pode romper para dentro do parênquima e distender a cápsula de Glisson, gerando dor;

  • coagulopatia de consumosíndrome Kasabach-Merrit: hemangioma hepático gigante que consome plaquetas e fatores de coagulação pelo turbilhonamento dentro dos vasos do hemangioma cavernoso.

Essa síndrome é mais comum em crianças. A criança pode até evoluir com insuficiência cardíaca de alto débito, porque os hemangiomas não têm metarteríola, então o sangue passa da artéria para veia com grande facilidade.

Evolução: regressão, progressão ou ruptura (raro).

Tratamento: só trata se tiver sintomas

O tratamento é embolizar: embolização artéria hepática (ramos).

Ás vezes é necessário embolizar mais de uma vez.

Os outros tratamentos são feitos apenas em exceções: radioterapia, esteroides, ligadura da artéria hepática, ressecção hepática, enucleação, transplante hepático.

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22
Q

Adenoma hepatocelular

A

Condição pré-maligna, comum em mulher em idade fértil (terceira e quarta década) que tomam contraceptivo oral (CHO).

Pode acometer homens em uso de anabolizantes ou mulheres que fazem uso de testosterona.

Raro em crianças e homens.

O fator de risco mais comum é o CHO, portanto, deve suspendê-lo e a mulher nunca mais poderá tomar CHO.

Após a suspensão do CHO, deve-se fazer um controle da lesão por 6 a 12 meses → se a lesão some, não necessita intervenção

Se a lesão não some, é necessário tratar cirurgicamente ou por embolização.

O adenoma hepático sangra mais que hemangioma, é muito vascularizado, por isso pode fazer embolização; as lesões ficam pequenas e pode encaminhar depois para radiofrequência para destruição completa da lesão.

Diagnóstico diferencial principal é com hiperplasia nodular focal.

lDor súbita: hemorragia intra-tumoral

lAspecto

  • massa solitária, subcapsular, bem demarcada em fígado normal
  • pálido em relação ao tecido adjacente
  • septos são incomuns

Tratamento

  • nterrupção de uso de contraceptivos e anabolizantes
  • Lesão pré-maligna → ressecção
23
Q

Hiperplasia Nodular Focal

A

Condição essencialmente benigna.

Muito parecida com adenoma hepatocelular.

Tipicamente, é dito que a HNF possui uma lesão estrelada no meio (fibrose no centro da lesão), contudo, isso não é patognomônico, apenas sugere HNF, porque um adenoma ou até mesmo um hepatocarcinoma podem ter lesão estrelada no meio.

Pode atingir grandes tamanhos, não é porque a lesão é grande que ela precisa ser tratada.

Só trata se tem sintomas (ressecção ou embolização).

Predomina em mulheres, também relacionada ao uso de contraceptivos orais, em geral assintomáticas.

No guideline da sociedade americana de gastroenterologia de 2014, fala até que se essa paciente precisa do CHO, ela até pode tomar desde que tenha certeza que é HNF.

Nesse caso, faz muita diferença fazer a biópsia hepática para ter certeza do diagnóstico.

Hemangioma associado em 20%

lLesão única em 2/3 dos pacientes

lBiópsia:

  • presença de septos fibrosos ao redor de nódulos regenerativos
  • Presença de ductos biliares
24
Q

Caso clínico: Paciente 35 anos, usuária de longa data de anticoncepcionais, deu entrada no setor de emergência do hospital com quadro de dor em hipocôndrio direito e suspeita de colecistite aguda. Realizou USG do abdome que não mostrou sinais de colecistite, mas presença de lesão hepática subcapsular e líquido livre perihepático.

O radiologista procedeu a uma tomografia computadorizada de abdome que mostrou a lesão subcapsular hepática hipervascularizada sugestiva de _______________.

Como estava sangrando, foi encaminhada para radiologia intervencionista para realizar a embolização, mas não tinha o serviço na cidade.

A paciente estava estável hemodinamicamente, um pouco taquicárdica, hemoglobina não estava caindo mais.

Conclusão:

A

adenoma hepático

A lesão parou de sangrar sozinha.

Como não tinha o radiologista intervencionista para fazer exame melhor e não era possível realizar angio-TC, optou-se por fazer RNM.

Na RNM, foi visto o adenoma hepático, além de um aneurisma na artéria hepática pequeno, aneurisma na artéria esplênica pequeno e um aneurisma gigante na artéria renal.

Quando parou de sangrar do fígado, foi realizada cirurgia do aneurisma da artéria hepática pelo angiologista e os outros dois aneurismas não tinham indicação cirúrgica porque eram pequenos. Depois disso, paciente evoluiu bem. Foi suspenso o CHO e depois de um tempo, a lesão não havia sumido e teve que ressecar a lesão hepática também. Mandou a peça para biópsia e o resultado veio HNF e não era necessária a cirurgia. Logo, é necessário fazer a biópsia antes da cirurgia para ter a certeza do diagnóstico diferencial, visto que eles se confundem muito.

25
Q

Cistos hepáticos

A

Condição essencialmente benigna.

Cistos hepáticos não têm bile no interior, eles são formados por degeneração de brotinhos biliares, antes de virar via biliar, logo não tem bile dentro, tem secreção mucoide fluida dentro.

Exames: USG e TC.

Podem atingir grandes tamanhos, mas só merecem tratamento quando têm sintomas, se não tiver sintomas, não tem que tratar.

Nunca esvaziar o cisto hepático.

Quando paciente tem muitos sintomas, faz o destelhamento (tira a parte externa do tumor e queima a parte interna para parar de produzir secreção).

Caso o cisto seja septado, cheio de nodulações, pode ser um cistoadenoma e tem indicação de ressecar. Pegadinha de prova: não tem bile dentro do cisto hepático, tem bile dentro do cisto de colédoco, cistos de via biliar.

26
Q

Hiperplasia nodular regenerativa

A
27
Q

Cisto Hepático Simples

A

Idade > 50 anos

Totalmente benigno

Sintomas: incomum; ocasionalmente dor

Exame: ultrassonografia, tomografia

Tratamento:“destelhamento”

28
Q

Cistadenoma biliar
cistadenocarcinoma biliar

A
29
Q

Cisto hidático

A

O cisto hidático ou hidatidose é uma doença parasitária ocasionada pela forma larval do verme Echinococcus granulosus, parasita pertencente ao grupo das tênias, presente apenas no intestino do cão. A larva encontra-se no interior dos cistos, que possuem um tamanho de aproximadamente 2 a 5 cm.

Os ovos são liberados no ambiente pelo cão através das fezes, esses por sua vez contaminam a água, o solo, e chegam aos pastos, onde podem ser ingeridos pelos ovinos, bovinos e suínos (hospedeiros intermediários) ou pelo homem (hospedeiro acidental) através da água ou vegetais contaminados. Os ovos se rompem no intestino e liberam a larva, que penetra a mucosa e alcança a circulação sanguínea.

Os sintomas da hidatidose dependem do tamanho e da localização do cisto hidático. O fígado, os pulmões e o cérebro são os órgãos mais atingidos pela doença. A pessoa pode apresentar tosse, coceira, lesões de pele e crises de asma. Outros sintomas que poderão ocorrer também são: febre, fadiga e náuseas. O tratamento preferencial é o cirúrgico.

As medidas de prevenção consistem no tratamento dos cães parasitados; métodos de higiene como o consumo de água tratada; ingerir vegetais crus lavados com água sanitária; sempre lavar as mãos após o contato com os cães e antes de preparar os alimentos.

30
Q

Abscesso Hepático e Hematoma

A

Imagem tomográfica pode simular neoplasias.

Sempre buscar epidemiologia: anamnese e exame físico.

No caso de abscesso hepático, deve-se colocar um dreno tubular multifenestrado e esperar um tempo com esse dreno.

31
Q

Abordagem lesão focal

A
32
Q

HC: EPD

A

5ª neoplasia mais comum,

80% dos tumores primários malignos de fígado,

incidência aumenta com a idade,

predomina no sexo masculino,

muito relacionado à cirrose, HBV e HCV.

Muito importante saber se o paciente tem cirrose, porque o tratamento do hepatocarcinoma é totalmente diferente num hepatocarcinoma de fígado normal daquele hepatocarcinoma de fígado cirrótico.

No paciente cirrótico, não consegue ressecar quase nada, porque não tem tecido hepático de reserva, no paciente com fígado normal, já consegue fazer ressecções mais eficientes.

33
Q

HC: não-cirróticos

A

Pacientes com tumores grandes em fígado normal, estado geral bom, sem outras comorbidades → é permitido ressecar o tumor, desde que deixe pelo menos 25-30% de fígado, se não deixar o paciente entra em falência hepática.

Aos poucos, esse fígado que permaneceu cresce e vai “vicariar” (ps: entendo vicariar como suprir as necessidades).

O tratamento no paciente não cirrótico é cirúrgico.

Sobrevida em 5 anos de 50%.

A ressecabilidade depende da função hepática, da localização, do tamanho, da invasão de estrutura.

Transplante hepático é indicado em lesão única de 5 cm ou 3 lesões com 3 cm.

34
Q

HC: volumetria hepática e tamanho do tu

A

Na tomografia, é possível que o radiologista faça uma volumetria hepática e mostre o quanto do fígado está acometido por tumor, por exemplo, de 100% que seria fígado normal, 90% é tumor, sobraria 10%, incompatível com a vida.

Nesse caso, é necessário diminuir o tamanho do tumor ou aumentar o lado do fígado não acometido, para assim tornar o tumor ressecável.

Para diminuir o tumor, basta fazer embolizações em momentos distintos até o tumor diminuir, transformando o tumor não ressecável em tumor ressecável. Caso faça as embolizações e o tumor não responda bem (diminui muito pouco) porque era um tumor mal vascularizado, pode-se tentar aumentar o lado do fígado não acometido pelo tumor; isso é possível fechando a veia porta, por laparoscopia ou embolização.

Quando fecha a veia porta, o tumor não diminui de tamanho, porque não é a porta que nutre o tumor, porém aumenta o fluxo de sangue para o lado não acometido pelo tumor e esse lado cresce.

Lembrando que esses dois procedimentos só servem para quem não tem cirrose.

35
Q

PC: tipos histológicos

A

O hepatocarcinoma possui vários tipos histológicos e citológicos, com maior ou menor agressão e isso fará diferença para o oncologista na hora de decidir complementar o tratamento. Para o cirurgião, não faz muita diferença.

lTipos histológicos:

ltrabecular (sinusoidal)

lcompacto (sólido)

lPseudoglandular (acinar, adenóide)

lcirroso (scirrhous)

lTipos citológicos:

lPleomórfico (cels. gigantes)

lCels. Claras

lOncocyte-like

lSarcomatóide (spindle cel.)

36
Q

HC: Hepatocarcinoma Fibrolamelar:

A

Existe um tipo especial e esse é importante saber, infelizmente é menos comum:

Hepatocarcinoma Fibrolamelar: corresponde de 1 a 5% dos hepatocarcinoma, hepatocarcinoma com prognóstico melhor,menos metástases, menos nódulos satélites, são capsulados.

Às vezes quando ele é pequeno fica difícil diferenciar principalmente do adenoma hepático e da HNF.

Hoje com os exames de imagem, quase sempre consegue diferenciálos, só se não conseguir que precisa da biópsia.

Faz USG, se não resolver → faz TC multislice com contraste em quatro fases → não resolveu → RNM → não diferenciou → biópsia.

37
Q

PC c Ascite

A

Se tiver ascite mesmo, tem que puncionar essa ascite e mandar para exame → se tiver célula neoplásica na ascite, já tem doença espalhada por todo o abdome e a cirurgia não será curativa mais.

Se não tiver célula neoplásica → cirurgia (n-cirrótico?).

Em geral, deixa 1 a 2 cm de margem.

38
Q

HC: cirróticos

A

A conduta é diferente.

Antigamente, fazia transplante hepático em pacientes cirróticos com tumores muito grandes, porém começou a ter muita recorrência do tumor nos órgãos próximos do fígado novo, então as pessoas começaram a ficar desestimuladas a fazerem transplante hepático em quem tinha tumor de fígado e cirrótico.

A partir daí, começou surgir classificações que selecionavam os pacientes cirróticos que fariam transplantes.

Até que hoje a classificação usada é a classificação de Barcelona, que leva em conta o tamanho da lesão, a quantidade de lesões e a função hepática.

39
Q

Classificação de Barcelona (HC)

A

Essa classificação é graduada em A1, A2, A3, A4, B, C, D.

O transplante hepático pode ser feito até o A4.

A1: 1 nódulo menor que 5 cm, sem hipertensão porta e bilirrubinas normais.

A2: 1 nódulo menor que 5 cm, com hipertensão porta (varizes de esôfago ou USG mostrando circulação colateral) e bilirrubinas normais.

A3: 1 nódulo menor que 5 cm, com hipertensão portal e aumento de bilirrubina.

A4: até 3 nódulos de até 3 cm, com hipertensão porta e aumento de bilirrubinas.

B: mais de 3 lesões

C: lesão que já tem invasão vascular (invasão de artéria hepática, veia porta, vasos supra-hepáticos).

D: Child C, estado geral muito comprometido. Não há nada para fazer nesse caso.

A1, A2, A3, A4: tentativa de tratamento curativo.

B e C: tratamento alternativo sem intenção curativa, melhoram a qualidade de vida e a sobrevida do doente.

D: tratamento paliativo.

40
Q

PST: performance status teste

A

PST 0: pessoas sem comorbidades que não tem nenhum tipo de limitador da performance.

PST 1: consegue exercer as atividades diárias, mas não consegue fazer exercícios mais intensos, exemplo, musculação, maratona. Não aguenta um estímulo a mais.

PST 2: não consegue mais trabalhar, mas consegue se cuidar (alimentar, tomar banho, trocar de roupa).

PST 3: não consegue mais fazer nem as atividades de casa, precisa de ajuda para higiene pessoal e alimentação.

PST 4: paciente está morrendo.

Quanto maior o número do PST, pior o performance.

41
Q

HC: único doente que vai pensar em mandá-lo para cirurgia.

A

Se o paciente tem um tumor único e pequeno, Child A (cirrose compensada, não tem hipertensão porta), PST 0, ele pode até ir para cirurgia para ressecção

42
Q

HC: conduta p/ pcts estágio A

A

Não tendo condição clínica, deve-se pensar em um plano B.

Se é estágio A, (tumor único até 5 cm ou 3 lesões de até 3 cm), é o paciente que considera transplante hepático.

Devemos guardar que, se tem um paciente com nódulo único com ou sem hipertensão portal e bilirrubinas normais ou não, tem que encaminhá-lo para o transplante. Se tiver 3 nódulos de até 3 cm, também pode pensar em transplante.

Mas mesmo se tiver esses critérios e tiver muitas doenças associadas (cardiopata, pneumopata, nefropata), ele passa para o segundo plano de tratamento, que é feito com radiofrequência ou com injeção percutânea de etanol guiado por USG, o etanol necrosa/destrói o tumor.

Se for uma lesão pequena de até 2 cm, pode até destruir 100% da lesão com etanol. O tratamento com etanol é ótimo em lesões até 2 cm, ao passo que a radiofrequência é boa em lesões de até 5 cm.

Não faz para todo mundo porque tem que imaginar que a cirrose é fator de risco para hepatocarcinoma, então essa lesão é só a primeira ou a segunda que apareceu.

Queima um e depois aparece outro, por isso é melhor indicar o transplante quando possível em vez de tentar a injeção com etanol ou radiofrequência.

43
Q

radiofrequência e com injeção percutânea de etanol guiado por USG

A

O tratamento com etanol é ótimo em lesões até 2 cm, ao passo que a radiofrequência é boa em lesões de até 5 cm.

Não faz para todo mundo porque tem que imaginar que a cirrose é fator de risco para hepatocarcinoma, então essa lesão é só a primeira ou a segunda que apareceu. Queima um e depois aparece outro, por isso é melhor indicar o transplante quando possível em vez de tentar a injeção com etanol ou radiofrequência.

A radiofrequência ou a injeção percutânea de etanol é utilizada não só para substituir o transplante hepático nos pacientes que não tiveram indicação, mas também para controlar a doença.

Por exemplo, paciente fica um tempo na fila de transplante, nesse tempo de espera pode ser que o tumor aumente e o paciente perca os critérios do transplante. Para evitar essa situação, é feito o controle da doença com o tratamento alternativo.

Controle do paciente que está na fila: USG seriado de 3 em 3 meses e injeção de etanol ou fazendo radiofrequência.

44
Q

HC: conduta pcts B+

A

Se o paciente tem vários nódulos, o tratamento preconizado atualmente é a quimioembolização (TACE).

Faz a embolização em cada nódulo para controlar a doença.

Se tiver invasão de vasos, é usado o medicamento Sorafenib, um inibidor de tirosina quinase, que mostrou aumentar a sobrevida dos doentes em 10 meses.

Se o paciente for Child D, utiliza-se apenas medicações sintomáticas para melhorar a qualidade de vida – tratamento paliativo.

45
Q

HC: Quimioembolização e Radioembolização transarterial

A

Quimioembolização :atualmente não é feita apenas a embolização transarterial, é feita a quimioembolização transarterial (TACE).

A TACE é feita com lipiodol + droga citotóxica (doxorrubicina, mitomicina C ou cisplatina) + embolização

Radioembolização transarterial: utiliza iodo 131 + lipiodol.

46
Q

HC:

Injeção Percutânea de Etanol (PEI)

A

Injeção Percutânea de Etanol (PEI)

Indicada em lesões < 2 cm (necrose tumoral em 100%) e em tumores < 3 cm (necrose tumoral em 70%). 1 a 2 vezes por semana (6 a 8 sessões).

Contraindicações: ascite, trombocitopenia, coagulopatia, metástases, trombose da veia porta ou veia hepáticas, tumores na superfície hepática.

Sempre que fizer a punção, deixar o doente deitado para o lado direito para comprimir o local da punção e evitar o sangramento.

Se o paciente tiver uma ascite volumosa, a ascite não deixa a parede torácica comprimir o local e ai o paciente pode sangrar.

Não utiliza PEI em metástases, porque a lesão é muito dura e o álcool não consegue entrar na lesão.

A mortalidade e a taxa de complicação são muito baixas.

PEI versus Ressecção hepática: pacientes com lesões muito pequenas, que podem mandar para o transplante é melhor transplantar, porque esse paciente pode recorrer a lesão (mecanismo já explicado anteriormente).

Obs: A PEI não é indicada em fígado não cirrótico. Quando injeta álcool no fígado sem cirrose, corre o risco do álcool se disseminar por todo o fígado, causando uma hepatite local. No fígado cirrótico, o fígado já está todo duro e quando injeta o álcool, ele fica apenas na lesão, destruindo e necrosando apenas o tumor.

47
Q

HC: Radiofrequência e ttos alternativos

A

Radiofrequência: indicada em lesões de até 5 cm, atualmente é realizada apenas por via percutânea, índice de complicações similares a PEI, pode ser usado em metástases hepáticas.

  • Crioterapia: congelar o tumor.
  • Terapia Coagulação por microondas
  • Laser

Os três últimos ainda estão em estudos.

48
Q

Metástases

A

O fígado é o 2º sítio mais comum de disseminação de metástases.

O primeiro sítio são os linfonodos.

O tumor que dá mais metástases para fígado é tumor de cólon e reto, mas também têm outros como mama, pâncreas (especialmente tumor carcinoide), melanoma.

Apesar do câncer de cólon ser o mais comum, ele é o que dá melhores resultados.

Pode cair em prova: Qual o número limite de metástases que pode operar? Não tem limites.

Depende da técnica do cirurgião, do equipamento que será utilizado e do estado geral do paciente.

Alternativa que pode ser usada em metástases: lesões pequenas de difícil acesso, pode utilizar a radiofrequência em vez de ressecar.

Em geral, são muito vascularizados e respondem bem a quimioterapia.

Metástase hepática por tumor de mama: antigamente não operava metástase de tumor de mama, considerava doença avançada sem possibilidade de câncer. Atualmente, alguns tipos histológicos se beneficiam da ressecção.

Obs1:Paciente com tumor de cólon não obstrutivo e metástase para fígado → quimioterapia neoadjuvante. 6 a 8 semanas após a quimioterapia opera e resseca as lesões primárias e as metástases, posteriormente continua o tratamento quimioterápico. Passou um ano e apareceu outra metástase → resseca a metástase. Passou mais 6 meses e apareceu no pulmão → resseca a metástase. Enquanto tecnicamente for exequível tirar a metástase e não deixar lesão, é indicado ressecar.

Obs2: Lesões no pulmão tem uma especificidade: se tem lesão no pulmão e no fígado, o ideal é controlar a lesão no fígado primeiro para depois tratar a do pulmão.

49
Q

Fatores prognósticos pós-hepatectomia por metástase colônica:

A
  • Idade e gênero não fazem diferença
  • Aparecimento das metástases < 12 meses após a ressecção do tumor primário
  • CEA > 200ng/ml
  • > 3 tumores: sobrevida 5 anos → 23%
  • 1 tumor > 5 cm: sobrevida 5 anos → 40%
  • Envolvimento bilobar: sobrevida 5 anos → 29%
  • Margem positiva: sobrevida 5 anos → 20%
50
Q

• Clinical Risk Score

A

: - Margem cirúrgica (comprometida ou não)

  • Doença extrahepática
  • Número de tumores (>1)
  • Nível de CEA pré-operatório (>200ng)
  • Tamanho tumoral (>5cm)
  • Status linfonodal do tumor primário
  • Intervalo livre de doença (< 12 meses)
  • Envolvimento bilobar

Cada item listado acima equivale a 1 ponto.

0 pontos: sobrevida 5 anos → 60%.

5 pontos: sobrevida 5 anos → 14%

Esse score não auxilia o cirurgião indicar cirurgia ou não, mas pode ser que o doente não queira ser o

51
Q

Colangiocarcinoma

A

Pior de todos, tem menos possibilidade de cura, tem menor sobrevida.

Tumor duro, brancacento, mal vascularizado.

Incidência: 5 - 30% dos tumores primários.

• 2 formas (localização)

a) Hilar ou Klatskin: tumor da via biliar principal, cresce na junção dos ductos hepáticos, rapidamente gera icterícia. A junção dos ductos hepáticos acontecem logo acima da veia porta e muitas vezes tumores pequenos de até 2 cm já invadiram a bifurcação da veia porta, ou seja, já não possuem mais chance de cura. É o pior tipo, porque cresce em cima dos vasos; pior sobrevida.

b) Tipo periférico: são massas ou nódulos periféricos. São menos agressivos, porque permitem fazer hepatectomia.

Clínica

a) Hilar: principal sinal clínico é a icterícia, pode ter prurido. Exame de imagem aparece dilatação da via biliar intra-hepática, não tem dilatação da via extra-hepática. Toda vez que tiver esse padrão, suspeitar de obstrução por tumor na via biliar principal. Quando a obstrução é por cálculo, ele agarra mais embaixo da via biliar, próximo a papila, com isso, tem dilatação da via biliar extra-hepática e intra-hepática.

b) Periféricos: não costumam ter icterícia. Pode ter hepatomegalia, peso, dor, anorexia.

• Fatores de risco: doença cística das vias biliares, doença de Caroli (múltiplas dilatações na árvore biliar intrahepática, é um tipo de doença cística da via biliar).

Saber que doenças císticas das vias biliares e cistos de colédocos são condições prémalignas e devem ser retiras.

52
Q

Hepatoblastoma:

A

Tumor de criança, atinge grandes dimensões, pode estar associado a doenças congênitas ou familiares, como: Síndrome de Down, Tumor de Wilms (tumor renal), Síndrome de Beckwith-Wiedemann.

Clínica

Em geral tem massa abdominal palpável, déficit de amamentação, ↓ peso.

Lesão que responde bem a quimioterapia, diminuindo de tamanho. Posteriormente faz a cirurgia.

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Q

Tumor maligno mais comum do fígado:

Tumor primário maligno mais comum do fígado:

Tumor primário mais comum do fígado:

A

Tumor maligno mais comum do fígado: metástase

Tumor primário maligno mais comum do fígado: hepatocarcinoma

Tumor primário mais comum do fígado: hemangioma