TERAPIA NUTRICIONAL Flashcards
Quais sinais são importantes para avaliação do estado nutricional?
Na anamnese investigar por:
- perda de peso recente
- anorexia
- diarréia, vômitos (perdas)
- baixa ingesta calórica
- disfagia
No exame físico:
- edema subcutâneo
- dermatoses
- alteração nos cabelos
- hipotrofia muscular
- anemia
No exame laboratorial:
- ALBUMINA
- TRANSFERRINA
Parâmetros antropométricos:
- relação pondero-estatural
- prega cutânea
- circunferência do braço
Sinais em pacientes com desnutrição proteico-calórica
Aspecto seco (xerostomia)
- pele seca, cabelo seco, unhas secas, boca seca, olhos secos
- rachaduras
Cabelo: seco, quebradiço, sem brilho, perda da coloração normal, queda de cabelo
Pele: alteração da coloração da pele, seca, escamosa no rosto ou corpo, edema facial, abdominal ou generalizado, contusões ou petéquias podem estar presentes na pele; áreas abertas na pele, aspereza excessiva, áreas secas
Unhas: finas, quebradiças e/ou em forma de colher
Olhos: pontos coloridos não habituais nas escleras dos olhos, perda do brilho da cor normal dos olhos, amolecimnto da córnea, rachadura da pele ao redor dos olhos.
Lábios: rachados e edemaciados
Língua: excessivamente avermelhada ou pálida, aparência lisa por atrofia das papilas gustativas
Dentes: inadequados ara mastigação, dentes cariados, gengivas que sangram facilmente, sensibilidade dentária
Abdomen: edematoso, alteração dos ruídos hidro aéreos (diminuídos ou ausentes)
TGI: fezes endurecidas e eliminadas com dificuldade, diarreia, alteração nos hábitos intestinais; vômitos persistentes.
Hepatomegalia
Coração: taquicardia, cardiomegalia, arritmia
Humor: irritável, confuso, letárgico
Lab: valores anormais
Qual o efeito da desnutrição no organismo, em especial, do paciente cirúrgico.
A desnutrição no paciente cirúrgico faz com que
- ele tenha menor cicatrização e regeneração tecidual (baixa vit K - essencial pra coagulação)
- edema (baixa albumina, diminui pressão oncótica)
- mais suscetível à infecções
- redução da massa muscular e assim: menor força respiratória, menor contratilidade cardíaca, diminuição do peristaltismo
- aumenta o risco de hemorragias
- aumento da morbidade e mortalidade
Qual a preferência entre as vias de nutrição?
A preferência depende das condições do paciente, mas sempre se opta por seguir a ordem de MAIS FISIOLÓGICO PARA MENOS FISIOLÓGICO. Isto é:
1o- via oral (paciente consegue se alimentar sozinho)
2o- via enteral (paciente não consegue se alimentar sozinho, mas o TGI é funcionante)
3o- via parenteral (TGI não funcionante)
Nutrição enteral.
A nutrição enteral é aquela em que se insere a dieta no TGI, e, para isto, ele deve ser funcionante.
Ela pode ser utilizada para suprir totalmente a alimentação ou complementa-la (em casos que o paciente se alimenta oralmente mas não o suficiente, podemos complementa-la pela via enteral).
É uma via SEGURA e apresenta o MELHOR CUSTO-BENEFÍCIO.
Quais as possíveis vias de acesso da nutrição enteral?
- Via oral (é uma via enteral, afinal, cai no TGI)
- Nasoenteral
- Nasogástrica
- Nasoduodenal
- Nasojejunal - Faringostomia
- Gastrostomia
- Jejunostomia
Como saber qual das vias utilizar?
Via oral: caso o paciente consiga deglutir (não tenha nenhuma alteração mecânica da deglutição
Via gástrica: em caso de impossibilidade de deglutição ou intolerância oral
Via duodenal: caso o paciente possua risco de broncoaspiração (daí não é bom se usar a via gástrica)
Via jejunal: necessidade de repouso biliopancreático (pacientes com pancreatite e/ou fístula duodenal precisam evitar a ação pancreática - na via jejunal damos a dieta após a papila duodenal)
Dê exemplos de pacientes que possuem indicação de alimentação via enteral.
Pacientes que não podem se alimentar pela via oral, não conseguem deglutir:
- Inconsciência
- Anorexia nervosa
- Lesões orais
- AVC
- Câncer….
Pacientes com ingestão oral insuficiente:
- Trauma
- Queimadas
- Septicemia
- Alcoolismo
- Depressão Grave
Pacientes nos quais a alimentação comum produz dor ou desconforto:
- Doença de Crohn
- Colite Ulcerativa
- Carcinoma de TGI
- pancreatite
- quimioterapia
- radioterapia
Pacientes com disfunção no TGI:
- Síndrome de má-absorção
- Fístula digestiva
- Síndrome do intestino curto (= ou menor que 1m - decorrente de dissecação cirúrgica) …
Quais as vantagens da via enteral?
- menor custo
- menor incidência de complicações
- maior segurança
- MANUTENÇÃO DA ESTRUTURA E FUNÇÃO DO TUBO DIGESTIVO
(vc o mantém funcionante!)
- manutenção da atividade proliferativa da mucosa
- manutenção das vilosidades (eritrócitos)
Pq é importante manter o TGI funcionando?
A ausência de alimento no TGI vai causar apoptose e necrose de eritrócitos, deixando a mucosa lisa (sem vilosidades!). A ausência de vilosidades favorece a passagem de bactérias do TGI para o sangue (os eritrócitos/vilosidades eram uma barreira), portanto AUMENTA A INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES.
Quais as desvantagens da alimentação enteral?
Localização gástrica
- alto risco de broncoaspiração (em pacientes com dificuldades neuromotoras de deglutição)
- Tosse, náuseas ou vômitos podem causar a saída da sonda
Localização duodenal e jejunal
- Risco de aspiração em pacientes que têm mobilidade gástrica alterada ou são alimentados à noite
- Desalojamento acidentl da sonda, podendo causar refluxo gástrico
- Requer dietas normo ou hipo-osmolares
Quais as contra-indicações da nutrição enteral?
- Pacientes com disfunção do TGI ou condições que requerem repouso intestinal
- Obstrução mecânica do TGI
- Íleo paralítico
- Hemorragia TGI/ choque
- Fístula no TGI de alto débito (500ml/dia)
- Enterocolite severa
- Pancreatite aguda grave
- Doença terminal
O que é dado na nutrição enteral?
É dado:
- Proteínas: principais fontes são soja e caseína
- Carboidratos: principais são hidrolizado de milho e maltodextrina
- Lipídeos: óleos vegetais com ácido linoleico (ácido graxo essencial)
- Fibras: principal é o polissacarideos da soja
- Água: 690 a 860ml/1000ml da fórmula enteral
- Vitaminas e minerais
Modo de preparo das dietas.
Artesanal: mistura de alimentos in natura
- não garante assepsia (risco de infecção)
- não garante quantidade adequada de micro e macronutrientes
- não garante a osmolaridade adequada (importante)
Industrializadas: 3 tipos
Em pó - precisa de manipulação pelo paciente (colocar água) -> maior risco de infecção
Semi-pronta - menor risco de infecção mas ainda há risco, visto que ainda necessita de certa manipulação do paciente
Prontas - praticamente 0 risco de infecção, não precisa da manipulação do paciente
Quais as complicações da nutrição enteral?
Pneumonia (por aspiração ou colocação inadvertida da sonda)
Contaminação bacteriana da dieta (falha na assepsia - principalmente dietas manipuláveis)
Desidratação hipertônica (em dietas com osmolaridade elevada - presente em dietas artesanais principalmente)
Distúrbios metabólicos (hiperglicemia, hipofosfatemia, hipercalemia, náuseas e vômitos)
Extravasamento da dieta pra cavidade peritoneal (presente em gastrostomias e jejunostomias)
Existem várias vias de acesso para nutrição enteral, diga qual a ordem de preferência.
Novamente, vamos optar primeiramente pelas vias mais fisiológicas.
1- Sonda nasogástrica (pré pilórica)
Pode causar: ulcerações na mucosa, refluxo gastro-esofágico e aumenta o risco de broncoaspiração.
2- Sonda nasoenteral (pós-pilórica)
Pode causar:
- risco de broncoaspiração
- infecção de vias aéreas superiores
- lesão de mucosa do trato gastrointestinal
- estenose esofágica
- paralisia de cordas vocais
3- Ostomias - para terapia de LONGO PRAZO
- GASTROTOMIA x JEJUNOSTOMIA
- reduz risco de infecções
- pode ser feita por cirurgia aberta, videolaparoscopia e/ou endoscopia
Quais as técnicas cirúrgicas para gastrostomia e jejunostomia?
Gastrostomia
- Técnica de STAMM
- Técnica de WITZEL
- Técnica ENDOSCÓPICA (mais caro - aplica-se o tubo quando for comer apenas, mais estético)
Jejunostomia
- Técnica de WITZEL
Complicações das ostomias:
- incontinencia da estomia (extravazamento de líquido para dentro da cavidade peritoneal)
- infecção de parede (caso vaze o líquido)
- Infecção parietal (caso infecte a parede)
- Infecção peritonial (caso infecte o parietal)
Nutrição parenteral
Nutrição parenteral, como o próprio nome já diz é a aplicação da dieta fora da via enteral, e por isso, é a via menos fisiológica, sendo apenas a terceira opção.
Vamos utilizar a nutrição paraenteral para pacientes SEM O TGI FUNCIONANTE, ou que necessitem de repouso do TGI ou obstrução deste OU para complementar a dieta enteral.
Existem 2 tipos:
Nutrição parenteral central
- maior osmolaridade (1800 mOsm/Kg)
Nutrição parenteral periférica
- osmolaridade até 900 mOsm/Kg
Objetivos:
- aporte de micro e macronutrientes
- corrigir desnutrição
- suporte coadjuvante na terapia nutricional enteral ou oral quando estas forem insuficientes
Quais as indicações para a nutrição parenteral?
Pré-operatória
- em pacientes desnutridos
- para doenças obstrutivas no TGI
Complicações cirúrgicas pós operatórias
- Fístulas intestinais
- íleo paralítico prolongado
- infecção peritoneal
Pós-traumáticas
- lesões múltiplas
- queimaduras graves
- infecção
Hipermetabolismo
- hipertireoidismo (não para o conteúdo no intestino)
Distúrbios gastrointestinais
- vômitos incoercíveis
- doença intestinal infecciosa
- diarréia severa
- Sd. do intestino curto
Doença inflamatória intestinal (desabsorção)
- Colite Ulcerativa
- Doença de Crohn
Quais as contra-indicações da nutrição parenteral?
TGI FUNCIONANTE
- possiblidade de via oral ou nutrição enteral adequada
Indefinição de objetivos terapêuticos
Previsão de uso maior que 5-7 dias!!!
Prolongamento da vida em pacientes terminais ( é tido como DISTANÁSIA)
Instabilidade hemodinâmica
- como má perfusão tecidual (choque) - pacientes graves
Quais as vias de acesso da nutrição parenteral?
Intracath
Flebotomia
PICC (cateter central de inserção periférica) - cateter longo e fino, de longa permanência
Quais as complicações da nutrição parenteral?
Relacionadas ao cateter
- infecções, falta de comodidade
Relacionadas às soluções
- hiperosmolaridade, inadequada, assepsia inadequada
Complicações metabólicas
Complicações sépticas