PROCEDIMENTOS Flashcards
TORACOTOMIA (5 instrumentos essenciais)
- Bisturi de Lâmina Fria
- Tesoura de Secção Mayo Curva
- Costótomo de Sauerbush
- Rugina de Doyen Curva
- Afastador Autostático de Finochietto
TRAQUEOTOMIA
- Bisturi de Lâmina Fria
- Tesoura de Dissecção de Metzembaum Curva
- Afastador Manual de Farabeuf
- Tesoura de Secção de Mayo Curva
- Pinça de Preensão de Allis
TRAQUEOSTOMIA.
Indicações, complicações e dicas.
A traqueostomia pode ser indicada…
via ELETIVA:
- para limpeza das vias aéreas superiores
- para períodos acima de 12 dias de intubação, coma impossibilidade de extubação
- neoplasias de cabeça e pescoço
via de URGÊNCIA:
- conversão da cricotireoideostomia cirúrgia (deve-se fazer a traqueostomia em até 48h)
via de EMERGÊNCIA:
- trauma de laringe
Complicações:
Imediatas:
- sangramentos (lesão de vasos)
- lesão da tireóide
- lesão da laringe
- lesão da traqueia
- lesão do nervo laringeo-recorrente
- pneumomediastino
- pneumotórax
Precoces:
- sangramentos tardios
- enfisema subcutâneo
- infecções
- obstruções
Tardias:
- estenose traqueal
- estenose subglótica
- fístula traqueobrônquica (causa broncoaspiração de repetição)
- fístula traqueocutânea
- fístula traqueoesofágica
DICAS:
- animal em hiperextensão cervical
- incisão transversal
- divulsão de tecidos (MÚSCULO PLATISMA) em sentido CRÂNIO-CAUDAL.
- não fazer uma janela muito extensa (para não sobrar apenas a membrana posterior da traqueia - o anel traqueal é apenas anterior) - risco de colabamento
- não fazer uma janela muito pequena (não passa o traqueóstio - hipóxia)
Passo a Passo - TRAQUEOSTOMIA
- Animal previamente anestesiado, entubado e em decúbito dorsal, em hiperextensão cervical
- realiza-se a antissepsia da região cervical anterior do animal com PVPI - pinça de Pean, boneca de gaze, cuba metálica simples
- teste do Cuff (bexiga de isolamento)
- colocação do campo - Pinça de preensão de campo de Backhaus
- incisão da pele e do subcutâneo entre a cartilagem cricóide e a fúrcula esternal - bisturi de lâmina fria
- divulsão do músculo platisma, m. esternohióideo e esternotireóideo (sentido crânio caudal) - pinça hemostática de Kelly curva + afastador manual de Farabeuf
- chegou na traqueia.
- abertura de “janela” na traqueia- bisturi de lâmina fria + pinça de preensão de Allis (retira-se o retalho de traquéia)
- retira-se o tubo orotraqueal (paciente estava entubado)
- inserção da cânula em sentido caudal
- insuflação do Cuff - seringa com 10ml de ar
- retirada do mandril
- alocação do respiração artificial à cânula através de tubo intermediário
- fixação da cânula à pele com PONTO SIMPLES (um de cada lado) - utilizando AGULHA PRISMÁTICA, fio de algodão, porta agulha de Hegar e pinça dente de rato
- utilização de cadarço para fixar cânula ao paciente
- na traqueo, não é recomendado (não podemos) fechar totalmente a ferida, pois pode causar enfisema subcutâneo.
- retirada do campo fenestrado
- antissepsia da ferida operatória com PVPI - pinça de Pean, boneca de gaze e cuba metálica simples.
- possível a colocação de gaze e curativos entre a cânula e a pele do paciente, para evitar desconfortos.
DRENAGEM DE TÓRAX.
Indicações, complicações, critérios de retirada e dicas.
Indicações…
Absolutas:
- pneumotórax
- hemotórax
- empiema pleural
- trauma torácico penetrante
Relativas:
- derrame pleural
- pneumotórax de pequeno volume (1/3 de hemitórax)
- fratura de costelas e ventilação com pressão positiva (podem gerar pneumotórax ou hemotórax)
Complicações:
Iniciais
- lesão do plexo intercostal
- lesão pulmonar
- lesão diafragmática
- lesão estômago
- lesão colônica
- inserção do dreno no subcutâneo
- inserção em excesso do dreno (dor)
- perda do dreno (fixação inadequada)
- inserção peritoneal
Tardias:
- enfisema subcutâneo
- infecção no sítio de inserção do dreno
- empiema
- hemotórax encapsulada
- pneumotórax pós retirada do dreno (falha técnica ou retirado antes da hora - no mínimo 48h)
- obstrução do dreno
Critérios de retirada:
- débito abaixo de 200ml (para hemotórax)
- ausência de fístula bronco-pleural (resolução da ferida) - observada com o cessamento do borbulhamento no selo d’água (para pneumotórax)
- Pulmão completamente expandido (ambos)
- Líquido sero-hemático saindo pelo dreno (hemotórax)
DRENAGEM DE TÓRAX - Passo a Passo.
- animal previamente anestesiado e entubado, em posição dorsal.
- realizar antissepsia com PVPI - pinça de Pean, boneca de gaze, cuba metálica simples.
- MEDIR O DRENO - extende-lo da fúrcula esternal até o apêndice xifóide, e medir até o local da inserção (4o/5o EIC entre a linha axilar media e anterior)
- Colocação do campo fenestrado - pinça de preensão de campo de Backhaus + pinça dente de rato
- realizar a incisão no 4o/5o espaço intercostal, entre a linha axilar média e a anterior, na borda superior da costela - bisturi de lâmina fria
- divulsão de tecidos com a pinça hemostática de Kelly curva
- EXPLORAÇÃO DIGITAL (insere-se o seu dedo indicador e explora com ele todo o local, percebendo as estruturas que cercam a região, se o local é o local adequado)
- Inserção do dreno em sentido CRANIAL-POSTERIOR
- Conexão deste com o selo d’água.
- Ponto em “U” para facilitar a sutura quando retirado o dreno + ponto simples 1 de cada lado + fixação do dreno com ponto “sapatilha dupla”- agulha prismática, porta-agulha de Hegar, fio de algodão, pinça dente de rato.
- Ponto simples para fechar a incisão
*no dreno de tórax é importante a oclusão total da ferida, para impedir infecção da ferida operatória - Antissepsia da ferida cirúrgica com PVPI - pinça de Pean, boneca de gaze, cuba metálica simples
FLEBOTOMIA.
Indicações, complicações, dicas.
Indicações:
- choque!
- coagulopatia!
- Policitemia
- Hemacromatose
- Infusão de drogas não irritativas
- ressucitação volêmica
- impossibilidade de acesso por punção!
Complicações:
- lesão de artéria
- hemorragia/ hematoma
- flebite, infecções
- obstrução de cateter
- trombose venosa (superficial ou profunda)
Dicas:
- divulsão no sentido da veia
- saber diferenciar veia e artéria:
- artéria possui camada intima mais espessa, veia possui intima mais fina (na veia o sangue é mais aparente pela parede a dando uma coloração vinho)
- artéria é mais espessa ( possui camada muscular mais espessa) - é mais rígida
- a artéria pulsa (algumas veias podem parecer pulsar pela proximidade com o coração - cuidado)
- fluxo da arteria: proximal-distal // fluxo da veia: distal - proximal
FLEBOTOMIA - Passo a Passo.
- animal previaente anestesiado, entubado, em decúbito dorsal.
- antissepsia com PVPI - pinça de Pean + boneca de gaze + cuba metálica simples
- medição do cateter - medi-lo do local da incisão à fúrcula esternal e, desta, a iminência do átrio direito, em sentido proximal
- colocação do campo fenetrado - pinça de preensão de campo de backhaus
- incisão transversal paratraqueal com cerca de 3cm - bisturi de lâmina fria
- divulsão dos musculos esternocleidomastoideo, esterno-hioideo, omo-hioideo - pinça hemostática de Kelly curva + afastados manual de Farabeuf
- Chegou na jugular
- Divulsão da fáscia cervical profunda, acima da v. jugular, com a pinça hemostática de Halsted e com auxilio da pinça vascular de DeBakey, com isolamento realizado pela pinça hemostática de Kelly curva
- Realização do teste de fluxo - passagem de 2 fios de algodao (n0) paralelos ao redor do vaso com auxilio da Pinça Hemostática Mixter -> se for veia o sentido do sangue será distal-proximal
- pinçamento parcial da veia com pinça hemostática Halsted
- realizar incisão transversal com bisturi de lâmina fria
- cortar de baixo para cima!!!
- inserir o cateter (intra-cath)
- fixar o cateter à veia com nó manual + fechamento da porção cranial da veia com fio de algodão
- realizar ponto em “U” fixando o cateter na pele usando agulha prismática, fio de algodão, porta agulha de Hegar e pinça dente de rato + fixação do cateter com sapatilha simples;
- sutura da pele com ponto simples - usando agulha prismática, fio de algodão, porta agulha de Hegar e pinça dente de rato
- é importante a oclusão total da ferida, para impedir infecção da ferida operatória
- antissepia do local com PVPI - pinça de Pean, boneca de gaze e cuba metálica simples.
- realização de curativo em torno do cateter
Quando deve-se adotar a conduta conservadora em um pneumotórax? Justifique.
Conduta conservadora: não realizar a drenagem, apenas uso de analgésicos e repouso relativo.
É possível se adotar uma conduta conservadora em pneumotórax com volume abaixo de 1/3 de hemitórax, uma vez que não haverá compressão pulmonar significativa e não originará desconforto respiratório neste caso.
O paciente precisa ser encaminhado para o setor de emergência e ser avaliado novamente após 24h de estabilidade, quando deve ser realizado uma radiografia que indique resolução do quadro.
Cite quatro diferenças entre artéria e veia.
- Na artéria o sangue pulsa, na veia o sangue corre.
- A artéria apresenta camada muscular mais espessa que a veia, possuindo parede mais espessa.
- A artéria possui maior resistência e flexibilidade que as veias.
- A veia possui válvulas que possibilitam a passagem do sangue em sentido contra a gravidade, artérias não possuim válvulas.
- Na maioria das veias (com exceção das pulmonares) o sangue é desoxigenado (vermelho-escuro), enquanto que na maioria das artérias (com exceção das pulmonares) o sangue é oxigenado (vermelho-vivo)
- O sentido do sangue nas artérias é proximal-distal, enquanto que nas veias esse sentido é distal-proximal.
O que é a Tríade de Beck? Quais os diagnósticos diferenciais que ela apresenta? Como saber qual é o diagnóstico apresentado?
Tríade de Beck: hipotensão, hipofonese de bulhas, turgência jugular.
Diagnósticos diferenciais:
- Tamponamento cardíaco
- Pneumotórax hipertensivo
Como saber qual, de fato, é?
-> realizar toracocentese, se sair ar: pneumotórax hipertensivo.
Qual a função do cuff? Qual sua complicação?
O cuff presente, por exemplo, na traqueostomia, possui função selagem da traqueia, promovendo a luz da cânula como única opção de passagem de ar.
Além disso, ele impede que haja broncoaspiração.
As principais complicações do uso de cuff são: Estenose traqueal e/ou necrose traqueal.
Essas situações podem ocorrer devido à pressão constante que o cuff faz sobre a traqueia, lesionando-a e favorecendo a formação de tecido fibrótico, que causa estenose.
Além disso, a pressão gerada pelo cff sobre a traqueia pode interromper/diminuir o fluxo sanguíneo à essa área da traqueia, levando à necrose.
Caso haja problema no cuff ou este não seja insuflado, o paciente não realizará respiração adequada, aumentando as chances de hipóxia. Além disso, aumenta o risco de broncoaspiração.
Cite cinco complicações da traqueostomia durante o ato operatório (momento imediato, intra-operatório).
Complicações imediatas (durante o ato operatório/ intra-operatório) da traqueostomia:
- sangramentos (lesão de vasos)
- lesão de tireóide
- lesão do nervo laringeo-recorrente
- pneumotórax
- pneumomediastino
É possível ter uma conduta conservadora em caso de derrame pleural? Justifique.
Sim. Nem todo derrame pleural necessita de drenagem. É necessário realizar uma toracocentese para diagnóstico do líquido pleural e, caso seja apenas transudato, não é necessário a drenagem (apenas punção de alívio e observação). Caso o resultado da toracocentese indique exsudato, realiza-se exames e geralmente é necessária a drenagem, para que não evolua para empiema. Em casos de empiema, a drenagem é necessária.
Cite 5 indicações para a flebotomia.
- Coagulopatia
- Policitemia
- Choque
- Ressucitação volêmica
- Hemocromatose
- Infusão de drogas não irritativas
Cite 5 indicações/funções precisas para o uso do Intracath.
- administração de drogas vasoativas
- antibióticoterapia
- infusão de dieta parenteral
- avaliação da PVC (pressão venosa central)
- avaliação da volemia
Cite 5 indicações da drenagem operatória durante o ato operatório.
- abcessos
- hemorragia
Cite cinco complicações do pós-operatório da drenagem de tórax.
- Enfisema subcutâneo
- Pneumotórax
- Infecção do sítio de inserção
- Empiema
- Hemotórax encapsulado
- Obstrução do dreno