Tanatologia forense Flashcards
Critérios para definição de morte encefálica
Coma aperceptivo com ausência de atividade motora supra-espinal e apnéia (coma deve ter origem conhecida) - reflexos
Ausência de atividade elétrica cerebral (eletroencefalograma) OU
Ausência de atividade metabólica cerebral (PET-SCAN) OU
Ausência de perfusão sanguínea cerebral (EcoDoppler craniano)
Morte definição
parada total e irreversível das atividades encefálicas = morte encefálica
Classificação das formas de morte
Aparente: estados patológicos que simulam a morte (ex: catalepsia). Recuperação com emprego de meios externos.
Relativa: parada efetiva das funções vitais, porém, com recuperação por manobras de reanimação
Real ou absoluta: desaparecimento definitivo da atividade biológica iniciando-se a decomposição do corpo.
Violenta: qualquer morte de causa externa (homicídio, suicídio ou acidente) → encaminhada ao IML
Natural: consequencia de um processo esperado e previsível, de ordem patologica ou teratogênica → encaminhada ao SVO
Morte súbita: é aqiela que, pela brevidade da instalação do processo, não permite um diagnóstico de certeza sobre suas causas. Em geral traz o aspecto da morte natural, sem elementos de violência
Em casos de morte súbita em que os familiares desconhecem antecedentes mórbidos, a morte súbita pode se tornar suspeita
Morte sem assistência
Morte suspeita: origem duvidosa, diferentemente das mortes súbitas que se tornam suspeitas
Destino do cadáver
Inumação (enterrar) com ou sem necropsia
IML: morte violenta, morte suspeita ou morte em via pública
SVO: morte natural de causa desconhecida
Imersão (religião muçulmana)
Destruição (cultura indígena)
Cremação
Fenômenos cadavéricos imediatos
perda da consciência
insensibilidade
imobilidade
parada da respiração
parada da circulação
Fenômenos cadavéricos consecutivos
Resfriamento do corpo (baseado na temperatura retal): perde 1ºC nas primeiras 3h e depois 1ºC por hora → consegue dizer há quanto tempo morreu.
Rigidez cadavérica: cadáver não produz mais ATP para desfazer a ponte actina-miosina. Obedece à seguinte ordem: polo cefálico (1º grupo muscular a ficar rígico é o masseter), tronco, MMSS, abdome e MMII (Lei de Nysten). Começa 1-2h depois da morte e desaparece após 24hs.
Hipóstases ou livores: o sangue sai dos vasos e começa a impregnar nos tecidos, após 10 minutos da parada do coração. Fica mais evidente por volta da 2ª hora, passando de móvel (até 8h) a fixo (após 8h). Toda a pele mais inferior fica mais arroxeada, por ação da gravidade → indica o tempo de morte e a causa .
Mancha verde abdominal: início do processo putrefativo que se inicia no intestino, devido a maior concentração de bactérias, que degradam / oxidam a hemoglobina. Surge por volta da 16ª a 20ª hora. Geralmente começa na fossa ilíaca direita e se estende por todo o corpo do cadáver
Midríase paralítica: devido a rigidez cadavérica. Depois de 24hs, fica em miose
Desidratação
Fenômenos cadavéricos abióticos (2)
imediatos
consecutivos
Fenômenos cadavéricos transformativos
destrutivos
conservativos
Fenômenos transformativos destrutivos
Autólise: células sofrem acidificação por ação de enzimas intra e extracelulares, dando início à decomposição.
Putrefação: o período de coloração, período gasoso, período coliquativo e período de esqueletização. O intestino é o ponto de partida da putrefação, com o 1º sinal que se dá no abdome: a mancha verde abdominal. Ocorre na fossa ilíaca direita, onde o ceco é a parte mais dilatada, há maior acúmulo de gases e se encontra mais próximo à parede abdominal. Apresenta 5 fases:
Cromática: degradação da hemoglobina (24h). Inicia-se pela mancha verde abdominal, difundindo-se por abdômen, tórax, cabeça e membros. Em afogados, a mancha começa no tórax, porque a água contaminada entrou nos pulmões
Gasosa: aumenta a formação de gases com deformação do cadáver, que fica com um aspecto gigantesco (72h). O odor forte atrai moscas varejeiras, que depositam seus ovos no cadáver. Os gases empurram os vasos para a periferia, formando a circulação pós-mortem de Brouardel
Coliquativa (fase larvária): os tecidos se liquefazem com aspecto de manteiga rançosa. Período que surge um grande número de larvas e insetos (7 dias).
Colignação: desprendimento do tecido muscular (26 meses)
Esqueletização: osso fica preso apenas por ligamentos (completa-se em 36 meses).
Maceração: destruição de cadáveres que ficaram em meio líquidos (afogados e fetos). A pele se torna enrugada e amolecida e facilmente destacável em grandes retalhos
Fenômenos transformativos conservativos
Mumificação: processo transformativo de conservação pela dessecação, natural ou artificial, do cadáver. Ocorre em locais secos e quentes.
Embalsamamento: processo artificial, pelo uso de resinas, formol e outras substâncias.
Saponificação (adipocera): o cadáver adquire consistência untuosa, de sabão, de tom amarelo-escuro e odor particular de queijo rançoso. Ocorre no cadáver que fica em solo argiloso e úmido, sem aeração
Cronotanatognose:
estuda meios de determinação do tempo transcorrido entre a morte e o exame necroscópico. Variáveis: local, peso, estado de putrefação, exames complementares (ex: dosagem de potássio no humor vítreo)