Sínd. Coronarianas Flashcards
Por quê o leito vascular coronariano não é perfundido no exato momento em que o coração bate?
Além disso, explique a utilidade prática desse conhecimento para a aplicação/funcionamento do Balão Intraórtico.
A circulação coronariana (que irriga o coração) é o ÚNICO leito vascular que não é perfundido no exato momento em que o coração bate… Na sístole, o fluxo de sangue nas artérias coronárias está bastante diminuído pois estas estão com altíssima resistência ao fluxo devido a compressão miocárdica. Por outro lado, a retorno venoso coronário é máximo durante a sístole. Dessa forma, o fluxo de sangue nas coronárias está aumentado na diástole. O fechamento das cúspides aórticas expõe os óstios coronarianos ao sangue sob pressão na raiz da aorta. Assim, durante a diástole, o fluxo nas coronárias epicárdicas atinge seus valores mais altos…
Este dado é fundamental para compreender o funcionamento do BALÃO INTRA-AÓRTICO (uma estratégia de suporte hemodinâmico muito utilizada em angioplastia, cirurgia cardíaca e tratamento do choque cardiogênico): O BIA se localiza na ponta de um cateter que é levado até a aorta descendente torácica (através de punção femoral), o qual se infla na diástole (aumentando de maneira retrógrada a pressão de perfusão coronária) e desinfla rápido na sístole (criando um verdadeiro vácuo que facilita o esvaziamento do ventrículo)… Ele consiste na única medida terapêutica capaz de aumentar, ao mesmo tempo, o DC e a oferta de O2 ao miocárdio.
Explique o conceito de RESERVA CORONARIANA e como é “controlada” pelo corpo.
O tecido cardíaco é o único tecido do corpo em que a taxa de extração de O2 do sangue é quase máxima EM REPOUSO (cerca de 75% do conteúdo arterial de oxigênio)… Mas qual a importância prática disso? Ora, perante um aumento na demanda metabólica do miocárdio (ex: esforço), não temos como aumentar proporcionalmente a taxa de extração de O2, pois ela já está altíssima! Então, como a circulação coronariana consegue satisfazer um aumento no consumo miocárdico de oxigênio? A única maneira de aumentar a oferta de O2 ao coração é aumentando o fluxo sanguíneo nas artérias coronárias!!! RESERVA CORONÁRIA, então, é a capacidade fisiológica de o leito arteriolar miocárdico dilatar-se, de forma a aumentar a perfusão proporcionalmente ao aumento da demanda metabólica. Dessa forma, durante o esforço físico a utilização da reserva coronariana mantém equilibrada a relação oferta/consumo de oxigênio, evitando o desenvolvimento de isquemia… Em indivíduos normais esta reserva pode chegar até 6, isto é, o fluxo de sangue pode aumentar em até 6 vezes.
E como é feito o controle da reserva coronariana? Por meio da modulação do tônus vascular dependente do endotélio. Logo, a “perda” do endotélio resulta na perda da capacidade de modular o tônus vascular! Quando as células trabalham muito, os produtos de seu metabolismo exacerbado (H+, CO2, adenosina, etc) agem sobre o endotélio de forma a estimularem a utilização da reserva coronariana. No entanto, este efeito não será observado no caso de disfunção endotelial (por doença aterosclerótica, por exemplo).
Dada a oclusão total de uma coronária, quanto tempo é necessário para início do processo de necrose tecidual miocárdico?
Quando uma coronária epicárdica evolui com oclusão aguda total, o tempo que leva para necrose do miocárdio começar é de cerca de 20 minutos. Por esse motivo, a presença de dor em repouso > 20 min prediz com elevado grau de certeza a ocorrência de infarto agudo do miocárdio.
Qual a interpretação clínica do sinal eletrocardiográfico “DESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST”?
Como interpretamos um Supra de ST? E um Infra de ST?
Em termos elétricos, os primeiros sinais de isquemia são as alterações de repolarização ventricular (alteração no segmento ST).
Quando a isquemia é grave e persistente há desnivelamento do segmento ST (“corrente de lesão”).
- Infradesnivelamento de segmento ST:
- Lesão não-transmural, predominantemente no subendocárdio.
- Supradesnivelamento de segmento ST:
- Lesão transmural acometendo toda a espessura da parede cardíaca (do endocárdio ao epicárdio).
♦ ATENÇÃO!
Na prática, num pcte com dor torácica anginosa, o supra de ST significa que a coronária está fechada.
Explique a condição de MIOCÁRDIO HIBERNANTE.
Descreve a dor anginosa típica da Angina Estável.
Dor anginosa típica se refere a existência de 3 caracteres semiológicos:
- Desconforto em aperto, peso ou opressão retrosternal (às vezes queimação ou pontada, mas raramente “DOR”).
- Início durante esforço físico ou fortes emoções.
- Se:
- Alívio após o repouso ou nitrato sublingual em 1-5 min ⇒ Angina Estável
- Longa duração (>20min) e não se resolve com repouso ou nitrato sublingual ⇒ IAM ou Angina Instável.
Pode acontecer a precordialgia atípica, a qual costuma ser mais frequente em mulheres, idosos, diabéticos e transplantados cardíacos… Com somente 1 ou nenhum desses caracteres, o desconforto torácico é dito não-anginoso e provavelmente não se trata de uma doença coronariana.
►INÍCIO
Súbito
► LOCALIZAÇÃO
Distribuição difusa em precórdio… Geralmente o pcte localiza a dor, quando solicitado, esfregando a mão difusamente sobre o tórax (sinal de Levine). OBS: Se o pcte consegue localizar bem a precordialgia, mtu provavelmente não se trata de uma angina.
► INTENSIDADE
Forte intensidade.
► CARÁTER
Pode surgir como desconforto em aperto, peso ou opressão retrosternal (às vezes em queimação ou pontada).
► IRRADIAÇÃO
A angina pode ser referida em qualquer localização compreendida entre a mandíbula e o umbigo, incluindo o dorso (excluindo a topografia do músculo trapézio), sua irradiação para além desses limites é raríssima. No entanto, o mais comum é sua irradiação para MSEsq (particularmente na face ulnar) ou Mandíbula. OBS: a dor anginosa não será irradiada para o musculo trapézio. A dor referida no trapézio é sinal de irritação do músculo diafragma sugerindo fortemente Pericardite Aguda.
► DURAÇÃO
> 20min
► ALÍVIO ou PIORA
Piora com esforços físicos ou fortes emoções. Melhora com repouso ou nitrato sublingual em 1-5 min.
► SINTOMAS ASSOCIADOS
Podem acompanhar o quadro os equivalentes isquêmicos:
- DISPNEIA
- Queda da FE do VE elevando a congestão pulmonar.
- FADIGA / TONTURA / SENSAÇÃO DE DESMAIO
- Baixo DC pela queda da FE do VE.
- SOPRO TRANSITÓRIO DE REGURGITAÇÃO MITRAL
- Isquemia dos músculos papilares.
- PALPITAÇÕES
- Taquiarritmias induzidas pela isquemia.
- NÁUSEAS / VÔMITOS / SUDORESE / PALIDEZ
- Sinais neurovegetativos.
“Uma dor anginosa típica pode apresentar irradiação para qualquer topografia entre a mandíbula e o umbigo, incluíndo o dorso”
Angina + irradiação para região de músculo trapézio é sugestivo de…?
A dor anginosa não será irradiada para o musculo trapézio. A dor referida no trapézio é sinal de irritação do músculo diafragma sugerindo fortemente Pericardite Aguda.
O que são os equivalentes isquêmicos?
OS ESQUIVALENTE ISQUÊMICOS:
Pctes com isquemia miocárdica podem apresentar-se de maneira atípica por meio dos equivalentes anginosos (ou isquêmicos) – sinais e sintomas diferentes da Angina, porém igualmente indicativos de isquemia miocárdica.
- DISPNEIA
- Queda da FE do VE elevando a congestão pulmonar.
- FADIGA / TONTURA / SENSAÇÃO DE DESMAIO
- Baixo DC pela queda da FE do VE.
- SOPRO TRANSITÓRIO DE REGURGITAÇÃO MITRAL
- Isquemia dos músculos papilares.
- PALPITAÇÕES
- Taquiarritmias induzidas pela isquemia.
- NÁUSEAS / VÔMITOS / SUDORESE / PALIDEZ
- Sinais neurovegetativos.
Explique como o decíbito pode desencadear Angina.
Como classificamos as síndromes coronarianas?
Síndromes Coronarianas:
- Assintomática
- Crônica
- Aguda
(1) - ASSINTOMÁTICA
(2) - CRÔNICA
- Marcadores (-)
- Angina Estável
(3) - AGUDA
- Marcadores (+)
- IAMST
- IAMSST
- Marcadores (-)
- Angina Instável
Dentre as síndromes coronarianas agudas, que cursam com infarto, qual é mais prevalente?
IAMST = 70%
IAMSST = 30%
Em 95% das vezes a causa de oclusão aguda da coronária se deve a formação de um trombo sobre a placa de aterosclesore que sofreu ruptura… Quais as outras possíveis etiologias de oclusão aguda da coronária?
Em < 5% dos casos a oclusão coronariana aguda é secundária a processos patológicos outros que não a aterotrombose. As principais etiologias deste grupo são:
Quais são os principais determinantes da instabilidade da placa aterosclerótica?
Classifique o déficit contrátil segmentar:
Acinesia
Hipocinesia
Discinesia
Pegar do resumed
Como é feita a confirmação diagnóstica de um Infarto do Miocárdio, tanto agudo como crônico?