Reumatologia Flashcards

1
Q

Porque é que se realiza uma biópsia de gordura subcutânea abdominal?

A

pesquisa de amiloide

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2
Q

Porque é que se realiza uma biópsia das glândulas salivares?

A

avaliação do infiltrado inflamatório na Síndrome de Sjogren

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3
Q

Doenças em que a capilaroscopia é útil no diagnóstico

A

Capilaroscopia → técnica de visualização do leito ungueal

Muito importante para o diagnóstico precoce de algumas doenças, como a esclerose sistémica

(valorização de um fenómeno de Raynaud, ou seja, um fenómeno de Raynaud com alterações microangiopáticas na capilaroscopia é muito sugestivo de uma fase inicial de esclerose sistémica(

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4
Q

Riscos das infiltrações com corticoide

A

As infiltrações com corticoide são altamente eficazes, no entanto, podem levar a uma rotura tendinosa, pelo que deve ser sempre realizada um ecografia previamente para assegurar a integridade das estruturas.

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5
Q

Teste de patergia

A

Teste de patergia → teste utilizado no contexto da doença de Beçhet; positivo se reação pustular; não é um teste muito específico e tem baixa sensibilidade, ou seja, há muito doentes em Portugal com doença de Beçhet nos quais o teste não é positivo.

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6
Q

Corticoide utilizado nas infiltrações intra-articular no contexto de patologia inflamatória

A

Hexacetonido de triancinolona é o corticoide utilizado nas infiltrações intra-articular no contexto de patologia inflamatória. Corticoide de muito longa ação e componente de ligeira destruição dos tecidos pelo que não pode ser libertado fora da articulação! Temos de lavar o trajeto com cuidado, porque se o corticoide o contamina pode causar necrose dos tecidos e uma fístula articular.

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7
Q

A viscosuplementação é utilizada em que contexto

A

Viscosuplementação → utiliza-se análogo do o ácido hialurónico, com um peso molecular semelhante (alto); situações de osteoartrose; diminui os sintomas mas não altera a progressão dos sintomas; o efeito pode durar 6 meses a 1 ano, mas é variável.

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8
Q

Quais as articulações poupadas pela AR ao nível das mãos?

A

Interfalângicas distais.

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9
Q

Envolvimento articular da AR?

A
  • Aditivo
  • SIMÉTRICO
  • Periférico!
  • Pequenas articulações das mãos, punhos, joelhos, tibiotársicas e pés
  • Poupa habitualmente as INTERFALÂNGIAS DISTAIS (suspeitar de outras patologias concomitantes - osteoartrose** - ou diagnóstico diferencial como a **artrite psoriática) → Dedos em fuso por afunilarem
  • Poupa normalmente o esqueleto axial (mas não o envolvimento da coluna cervical alta C1-C2 é muito típico +- 50% dos doentes)
  • dedos em botoeira: flexão IFP e extensão IFD
  • dedos em pescoço de cisne: hiperextensão IFP + flexão IFD

Queixas axiais em doentes com AR, sobretudo fora da coluna cervical alta, são quase sempre não relacionados com a doença mas sim com patologia concomitante do aparelho locomotor.

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10
Q

Que marcadores inflamatórios estão habitualmente elevados na AR?

A

VS e PCR

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11
Q

Fisiopatologia da osteopenia periarticular

A

Osteopenia periarticular → proliferação da membrana sinovial que é infiltrada por várias células (linfócitos ativam macrófagos a terem alterações fenotípicas levando ao recrutamento de mais células inflamatórias, incluindo neutrófilos nas fases de agudização, mas também ao recrutamento de células da linhagem monocítica-macrofágica que se diferenciam em osteoclastos promovem a produção do RANK-ligand que por sua vez promove a osteoclastogenese)

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12
Q

Dedos em colo/pescoço de cisne

A

Hiperextensão da interfalângica proximal e flexão da interfalângica distal

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13
Q

Como diferenciar dedos em botoeira e dedos em colo/pescoço de cisne que podem estar presentes na AR e LES?

A

Em algumas doenças do tecido conectivo, como o LES, também se podem ver estas alterações, mas são redutíveis (mais por envolvimento das partes moles e sem erosões ósseas).

Na AR, por ser um processo mais erosivo e destrutivo, tendem a ser irredutíveis.

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14
Q

Alterações das articulações do joelho na artrite reumatóide?

A

No joelho, menos erosões e sobretudo diminuição homogénea da interlinha e osteofitose.

Na osteoartrose a diminuição da interlinha é sobretudo no compartimento medial ou lateral (e não homogéneo como na doença sistémica que não depende tanto de fatores biomecânicos).

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15
Q

Como avaliar o envolvimento entre C1 e C2 através da radiografia na artrite reumatóide?

A

Alteração mais comum: subluxação atlanto-axial (pode por a vida em risco).

Distância entre o arco anterior do atlas e a odontoide normalmente é vestigial (1-2mm). Num doente com AR, esta distância pode ir até 10 mm.

Clínica:

  • dor e rigidez do pescoço, mais pela manhã, em repouso
  • head tilt
  • défices neurológicos:
    • radiculopatia cervical com parestesias periféricas do MS
    • sintomas de compressão do canal cervical alto: quadriparésia lentamente progressiva espástica, hiperreflexia, Babinski +, insuf respiratória

Dx: raio x coluna cervical em flexão + extensão + RM.

  • >7 muitas vezes já se coloca a indicação cirúrgica (artrodese craniocervical)!
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16
Q

Diminuição das interlinha na osteoartrose vs artrite reumatoide

A

Na osteoartrose a diminuição da interlinha é sobretudo no compartimento medial ou lateral e não homogéneo como na doença sistémica que não depende tanto de fatores biomecânicos

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17
Q

Papel da RMN na artrite reumatóide

A

Deteta erosões antes de surgirem sintomas

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18
Q

Envolvimento sistémico mais comum da artrite reumatóide?

A

Nódulos reumatóides

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19
Q

Envolvimento sistémico da AR?

A

40% tem!

  • Nódulos reumatóides - o + comum: muito comum nos cotovelos e nas zonas de pressão.
  • Envolvimento ocular (raramente há uveíte, mais frequente é queratite, em casos graves - esclerite e episclerite) - raro
  • Envolvimento pulmonar (nódulos reumatóides no próprio parênquima pulmonar, pneumonite intersticial)
  • Síndrome de Caplan → associação de AR com penumoconiose (comum em mineiros)
  • Síndrome de Sjögren (por vezes é difícil perceber se é primário ou secundário à AR) - biópsia das gl salivares tem infiltrado linfoplasmocitário característico
  • Compressão de nervos periféricos (síndrome do túnel cárpico ++ comum)
  • Vasculite reumatóide (hemorragias periungueais, úlceras)
  • Envolvimento das serosas (serosite, pericardite)
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20
Q

Complicações associadas à artrite reumatóide? Prognóstico?

A
  • Risco cardiovascular - pelo aumento da aterosclerose. - causa mais frequente de morte prematura nos doentes com AR
  • Úlcera péptica (toma de anti-inflamatórios)
  • Depressão
  • Neoplasias (atenção: doenças linfoproliferativas)
  • Infeções
  • Problemas de mobilidade por destruição articular e deformação
  • Quisto de Baker na parte posterior do joelho - derrame articular inflamatório
  • Artrite séptica
  • Osteopenia, osteoporose, fraturas - progressão ou corticoterapia

10 anos - 50% incapacitados

menos 10 anos de esperança de vida

Fatores de prognóstico:

  • Estado funcional no inicio
  • nº articulações afetadas no início
  • VS/PCR
  • FR/CCP
  • Erosões
  • Causa + freq de morte é doença CV
  • Sexo masculino
  • Fumadores
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21
Q

Objetivo da terapêutica na AR?

A

Obter um DAS28 < 3.2:

  • avalia o envolvimento articular em 28 articulações
  • a atividade da doença com base nos sintomas descritos pela pessoa
  • VS e PCR

Monitorizar a cada 1-3 meses -> se atingimos a remissão, monitorizar a cada 3-6 meses.

Em doentes mais idosos, com comorbilidades podemos aceitar a “baixa atividade” da doença por não fazer sentido escalar a terapêutica.

A atividade moderada a alta não é aceitável em ninguém - maior risco sistémico e mortalidade como incapacidade funcional.

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22
Q

Frequência de monitorização da AR?

A

Monitorizar a cada 1-3 meses.

Se atingimos a remissão, monitorizar a cada 3-6 meses.

Em doentes mais idosos, com comorbilidades podemos aceitar a baixa atividade da doença por não fazer sentido escalar a terapêutica (a atividade moderada a alta não é aceitável em ninguém! maior risco sistémico e mortalidade como incapacidade funcional).

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23
Q

Medidas terapêuticas não medicamentosas na AR?

A
  • Fora dos flares podem fazer exercício e vida normal ao mais possível.
  • Prevenção doença CV
  • Tx física e ocupacional!
  • Heat or cold packs - pain management
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24
Q

Terapêutica da AR?

A

Flare ou manutenção a ser considerado em cada caso?

Enviar para Reumato.

  • Flare: corticóides + AINEs + repouso + ortótoses (máx: 3 meses)
  • Numa fase inicial usam-se corticoides, idealmente predinosona PO <10mg/dia.
    • possível fazer infiltrações intra-articulares com corticoide (hexacetonido triancinolona) nas articulações médias-grandes com doença mais ativa (não só na fase inicial, como na manutenção).
    • cuidado com efeitos 2os: infeção, HTA, osteoporose, etc
  • Cálcio + vit D
  • Repouso em flare, exercício físico fora do flare
  • Cirurgia: fases avançadas, com mta destruição.

Diagnóstico de AR = TODOS fazem monoterapia com DMARD: MTX na grande maioria (1a linha ativ moderada-elevada)

  • É feito em doses SEMANAIS (começa-se nos 10/15 mg semanais, podendo ir até aos 25 mg/sem). SC melhor tolerado q oral.
  • Dar ácido fólico!
  • MTX é um fármaco lento. É
    • difícil avaliar o efeito antes dos 2-3 meses.
    • Durante esse período vamos fazendo a descida dos corticoides e/ou AINEs (>=6 semanas, até 3 meses) e avaliando o controlo da doença.
  • Evitar dar AINEs no mm dia que o MTX: AINEs podem inibir a excreção renal do MTX, aumentando o risco de efeitos 2os

Se não houver resposta e tendo em conta os fatores de mau prognóstico, podemos associar outros DMARs:

  • a sulfasalazina (SLZ) - se baixa atividade da doença com MTX CI (gravidez a indicação + comum)
  • hidroxicloroquina (HQ) - se baixa atividade
  • leflunamida - se outros DMARDs CI (pode ser usado se função renal alterada). Usada na artrite psoriática!

Se os fármacos anteriores falharem (pelo menos 2 tentativas - doença persistente moderada-grave depois de 3 meses de DMARDs convencionais), passamos para a tx biológica: devem ser utilizados em CONJUNTO com o MTX (muito mais eficazes do que em monoterapia):

-> Obrigatório fazer antes screening infeccioso: TB, HIV, VHB e VHC

  • ​inibidores do TNF: infliximab, etanercept, adalimumab, golimumab, certolizumab
  • anti-IL-6: tocilizumab, sarilumab
  • anti-B-cell: rituximab - só após falência de anti-TNFs, usado + em doentes com FR+ e anti-CCP+.
  • anti-T-cell: abatacept
  • anakirna (anti-IL1) - doença de Still
  • novos inibidores da JAK (menos seguros que o MTX em relação ao risco de infeção grave, mas com um perfil de efeitos adversos ligeiramente melhor) - PO diária
    • Baricitinib (JAK1,2)
    • Tofacitinib (JAK1,3)
    • Upadacitinib (JAK1)

MTX + SLZ + HQ → TX TRIPLA. Eficaz, mas cada vez menos usada. Podemos considerar em doentes idosos, pois o risco de infeção de infeção grave é um pouco menor que na tx com biológicos, no entanto ter atenção à compliance (polifarmácia)

Os doentes podem deixar de responder à tx ao longo da vida, seja porque os mecanismos imunológicos da doença sofreram algumas alterações ou mesmo por serem desenvolvidos anticorpos contra os fármacos.

Estratégia treat-to-target: longo-prazo controla-se tx pelos scores de atividade da doença:

  • 3 meses: >=50% melhoria no índex de atividade da doença
  • 6 meses: atividade baixa ou remissão
  • se remissão >=6 meses (sustentada): tentar diminuir dose tx
  • sem atingir alvo: reumato - adicionar 2o DMARD ou considerar corticoterapia por curto período

Efeitos 2os a considerar:

  • risco infeccioso
  • MTX: pneumonite, úlceras orais, hepatotoxicidade, teratogénico
  • SSZ: rash, menor esperma, úlceras orais, GI - diarreia, agranuçlocitose
  • Leflunomida - teratogénica homens e mulheres, úlceras orais, HTA, hepatotoxicidade, náusea e diarreia
  • HQ: retinopatia, screening oftalmo anual
  • inibidores JAK: infeções graves, reativação TB, anemia
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25
Q

Na pessoa com AR que quer engravidar qual a alternativa ao MTX?

A

Sulfasalazina, apesar de ser menos eficaz.

Se a SLZ não for suficiente podem usar-se os biológicos.

A hidroxicloroquina também pode ser usada na gravidez.

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26
Q

Na AR podemos utilizar os biológicos em monoterapia?

A

Os biológicos devem ser utilizados em conjunto com o MTX porque assim são muito mais eficazes do que em monoterapia.

Os únicos fármacos que demonstraram uma boa eficácia em monoterapia foram o tocilizumab e o sarilumab (não está disponível comercialmente em PT, mas está aprovado pela EMA).

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27
Q

Quais são as principais síndromes das doenças difusas do tecido conjuntivo?

A
  • Esclerodérmica
  • Miopática
  • Lúpica
  • Síndrome “seca”
  • Sobreposição
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28
Q

Como se descreve o lúpus discóide?

A

Crónico, raramente associado a doença sistémica.

  • Placas eritematosas, salientes.
  • Descamação
  • Cicatrização atrófica!
  • Hiperpigmentação periférica das lesões.
  • Despigmentação central.
  • Pruríticas.
  • Doem se remoção for tentada.

Zonas:

  • Cabeça
  • couro cabeludo
  • pavilhão auricular

trigger UV!
10-20%

Autoanticorpos geralmente NEGATIVOS!

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29
Q

Alterações mucocutâneas do LES? 85% dos doentes têm!

A
  • Rash malar (agudo)
  • Lúpus discóide (crónico)
  • Lúpus profundo (paniculite lúpica - nódulos SC ou placas de consistência aumentada)
  • Lúpus cutâneo subagudo (policíclicas, anulares, papulo-escamosas ou psoriariformes, resolve sem cicatriz)
  • Fotossensibilidade - dá rash maculopapular
  • Alopécia (geralmente reversível)
  • Úlceras orais ou nasofaríngeas - NÃO dolorosas
  • Telangiectasias periungueais
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30
Q

Como é a artrite no LES?

A

Não erosiva, não deformante.
Simétrica.

Afeta:
- IFP, MCF, punhos, joelhos.

No entanto, podem ter artropatia de Jaccoud - com deformação.

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31
Q

Manifestações cardiovasculares no LES?

A
  • Raynaud
  • Livedo reticularis
  • Vasculite
  • Aterosclerose prematura
  • Endocardite de Libbman-Sacks
  • Miocardite
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32
Q

Manifestações pulmonares no LES?

A
  • Pneumonite intersticial
  • Hemorragia alveolar
  • TEP
  • Fibrose pulmonar
  • Shrinking lung syndrome - alt dos músculos respiratórios, + diafragma, sem envolvimento visceral!
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33
Q

Manifestações GI no LES?

A
  • Vasculite mesentérica
  • Pancreatite
  • Serosite - peritonite
  • Enterite lúpica
  • Hepatite lúpica
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34
Q

Manifestações renais no LES? !!!

A

É comum - 50% tem!

  • Alterações do sedimento urinário: proteinúria, eritrocitúria, cilindros de GV, granulares, tubulares ou mistos
  • HTA
  • Edema
  • Diminuição da função renal
  • Pode apresentar-se como síndrome nefrítica ou nefrótica!

Tem implicações prognósticas importantes!
COMUM SER CAUSA DE MORTE.

As alterações histológicas do rim são importantes para guiar o tx.

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35
Q

Classificação da nefrite lúpica da OMS? 6 classes.

A
  • I + II - glomerulonefrite mesangial -> habitualmente assintomática
    I: mínima
    II: proliferativa
  • III/IV - glomerulonefrite proliferativa -> habitualmente sintomáticos e com insuficiência renal
    III: doença glomerular focal
    IV: doença glomerular difusa
  • V - glomerulonefrite membranosa (depósitos subepiteliais) - proteinúria nefrótica
  • VI - glomerulosclerose - doença renal terminal

I, II e V geralmente não precisam de tx específico.

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36
Q

Manifestações neurológicas no LES?

A
  • Convulsões
  • Psicose
  • AVC
  • Depressão
  • Enxaqueca
  • Pares cranianos
  • Medula
  • SN periférico
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37
Q

LES na gravidez?

A
  • Abortos e mortes fetais
  • ACIU
  • Prematuridade
  • Pré-eclâmpsia
  • Flares da doença triggered pela gravidez
  • Síndrome antifosfolipídica
  • Tromboembolismo materno
  • Bloqueio AV fetal! - lúpus neonatal

Evitar MTX, micofenolato, ciclofosfamida - teratogénicos.

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38
Q

Anticorpos no LES?

A
  • ANA - >95% +. Não esquecer que estão presentes em grande % da pop saudável, com outras doenças reumáticas, fármacos. Sensíveis mas não específicos.

Mais específicos:

  • Anti-Smith - ribonucleoproteínas
  • Anti-dsDNA - vistos durante doença ativa
  • Anti-fosfolípidos
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39
Q

Como monitorizar atividade no LES?

A
  • anti-dsDNA títulos
  • complemento - menor C3 e C4
  • VS
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40
Q

LES induzido por fármacos?

A

+ comum se 50-70 anos - > prob de usar estes fármacos.
+ risco com procainamida e hidralazina

Low risk: sulfa drugs and certain nonsulfa drugs, (e.g., isoniazid, methyldopa, minocycline, phenytoin, TNF-α inhibitors)

Clínica geralmente >1 mês desde o início do fármaco.

  • Manifestações mais cutâneas e pulmonares.
  • Muito raro afetar rim ou SNC.
  • Anticorpos anti-histona em 95%.
  • ANA+
    Anti-dsDNA geralmente negativos!
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41
Q

Medidas gerais tx no LES?

A
  • Enviar para Reumato
  • Parar de fumar
  • Exercício aeróbio
  • SPF >50 e proteção solar em geral - potencia flares
  • Prevenção risco CV
  • Aconselhamento na gravidez
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42
Q

MCDT no LES?

A
  • ANAs >1:80 - podem preceder o dx em 2-8 anos. Muito sensíveis, mas pouco específicos.
  • *Anticorpos específicos são pedidos se ANA+:**
  • anti-dsDNA - 60-70%, altamente específicos de LES, níveis têm relação com ATIVIDADE da doença (especialmente nefrite)
  • anti-Sm - antigénio Smith (proteínas nucleares não histonas). <30% mas altamente específicos.

- Anticorpos antifosfolipídicos:

  • anticardiolipina
  • anticoagulante lúpico
  • anti-beta2GPI
  • *Pedir marcadores de atividade de doença e/ou lesão de órgão:**
  • níveis do complemento - menor C3 e C4 na atividade. Usados tb para monitorizar tx.
  • VS - elevada, marcador inflamatório
  • PCR - geralmente NORMAL. Ajuda a diferenciar de infeção! May be elevated in patients with serositis, arthritis, or infections.
  • Hemograma completo - leucopénia, trombocitopénia, anemia hemolítica autoimune, anemia de doença crónica
  • ureia e creatinina
  • eletrólitos
  • urina II - proteinúria, hematúria
  • análise do sedimento urinário - cilindros

Atenção: falsos + em testes não treponémicos da sífilis!!!

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43
Q

Classificação do LES? 2019 EULAR/ACR

A

SÓ USAR SE ANA >1:80 - “CRITÉRIO DE ENTRADA”.
Sem isto, não se usam estes critérios.

Não precisam de ocorrer simultaneamente, podem acontecer só 1x.
Cada critério varia no seu peso.

Obrigatório ter 1 clínico e score >=10.

Critérios clínicos:

  • febre >38.3
  • neuropsiq: psicose, delirium, convulsões
  • alopécia sem cicatriz
  • úlceras orais
  • lupus discoide
  • lupus subcutâneo agudo
  • derrame pleural/pericárdico
  • pericardite aguda com >=2 - dor pleurítica, atrito pericárdico, alt ECG típicas (ST elevação na > das derivações, depressão PR), derrame evidenciado em exames de imagem
  • sinovite pelo menos 2 articulações
  • Tenderness in ≥ 2 joints with ≥ 30 minutes of morning stiffness

Critérios lab:

  • leucopénia <4000
  • trombocitopénia <100000
  • anemia hemolítica autoimune - reticulocitose, diminuição haptoglobina, aumento da bilirrubina indireta, aumento LDH, Coombs +
  • Proteinuria > 0.5 g in 24 hours
  • Class II or V lupus nephritis confirmed on renal biopsy
  • Class III or IV lupus nephritis confirmed on renal biopsy
  • anticorpos antifosfolipídicos + - qq 1
  • complemento baixo
  • anticorpos específicos +
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44
Q

Critérios dx LES?

A

11 critérios.
Pelo menos 4: at. least 1 clínico + 1 lab.

11 clínicos:
4 cutâneos.

1 - lupus cutâneo agudo: rash malar, lupus bolhoso, fotossensibilidade, lupus subcutâneo agudo

2 - lupus cutâneo crónico: lupus discóide

3 - alopécia sem cicatriz

4 - úlceras nasais/orais

5 - sinovite - pelo menos 2 articulações ou pelo menos 2 com rigidez matinal >30min

6 - serosite - dor pleurítica >1d, derrame pleural, atrito pleural; dor pericárdica >1d, derrame pericárdico, atrito pericárdico, pericardite no ECG

7 - análise urina - proteinúria >500mg ou cilindros eritrocitários

8 - neurologia: convulsões, psicose, mononevrite multiplex, neuropatia craniana, neuropatia periférica

9 - anemia hemolítica

10 - leucopénia <4000 ou linfopénia <1000 pelo menos 1x

11 - trombocitopénia <100000 - pelo menos 1x

Laboratoriais: 6
1 - ANA+
2 - Ant-dsDNA
3 - Anti-Sm
4 - Anticorpos antifosfolipídicos
5 - Complemento baixo
6 - Coombs direto +

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45
Q

Exames de imagem no LES?

A

Com base na suspeita de afeção de órgão.

  • raio X articulações: se queixas articulares
  • raio x ou TC tórax: sintomas pulmonares
  • ecocardiograma
  • biópsia de pele: apresentação cutânea atípica, sem resposta à tx inicial
  • biópsia renal
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46
Q

FR CV no LES?

A

Obrigatório fazer estimativa de risco ASCVD em todos os doentes:

  • DM
  • dislipidémia

Uma das causas de morte mais comuns nestes doentes.
2x risco CV.

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47
Q

Classificação gravidade do LES?

A

Ligeiro - não afeta órgãos vitais: sintomas constitucionais, rasharticular ligeiro, citopenia ligeira, plaquetas 50mil-100mil.

Moderado - não afeta órgãos vitais: vasculite cutânea, serosite, artrite AR-like, rash moderado, plaquetas 20mil-50mil, sem resposta a tx convencional

Grave: nefrite, mielite, pneumonite, vasculite mesentérica, citopénia severa, plaquetas <20mil

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48
Q

Fármacos usados no LES?

A

Depende dos órgãos afetados.

Todos: hidroxicloroquina - diminui atividade e morbilidade!!!!

Doença ligeira-moderada:
- considerar corticoterapia oral +/- outra tx imunossupressora

Doença severa:

  • Tx indução: corticoterapia prednisolona IV alta dose ou outros agentes imunossupressores -> até remissão sintomas ou baixa atividade de doença atingida
  • Tx manutenção: hidroxicloroquina +/- corticoterapia menor dose E/OU imunossupressores/biológicos

Flares: ajustar conforme manifestação

Outros imunossupressores usados:
- se não responde a hidroxicloroquina + corticoterapia de
baixa dose

Doença ligeira-moderada-> MTX, azatioprina
Grave - azatioprina, micofenolato ou ciclofosfamida

Biológicos:

  • belimumab
  • rituximab - off-label, considerar se severa refratária a todos os outros, incluindo belimumab
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49
Q

Prevenção no LES?

A
  • vacina pneumocóccica e gripe
  • estudar TB latente - pelo risco da corticoterapia (zona endémica, mais FR) - cá sim
  • excluir infeção antes de imunossupressão
  • verificar efeitos 2os da corticoterapia
  • hidroxicloroquina - pedir avaliação OFTALMO antes da tx, aos 5 anos e dps de ano a a ano - risco de toxicidade oftalmológica!!!
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50
Q

Lupus eritematoso cutâneo agudo - manifestações?

A

Freq associado com LES ativo!
Mais comum 20-30 anos.

Rash malar.
Rash maculopapular.
Dermatite lúpica fotossensível.

Dx clínico mas biópsia da pele se dúvida/atípico.
ANA+ ajuda ao dx.

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51
Q

Lupus eritematoso cutâneo subagudo?

A

Raro. Pode estar associado a doença sistémicas.

Fotossensibilidade extrema!!

Começa como erupção papular ou placas pequenas descamativas.
Desenvolve-se em lesões psoriasiformes ou anulares.

  • Pescoço, ombros, MS.
  • POUPA FACE.

Dx clínico + histologia.

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52
Q

Indicação para biópsia renal na suspeita de nefrite lúpica?

A
  • Subida de creatinina não explicada.
  • Proteinúria >=1g/g
  • Proteinúria ≥ 0.5 g/g + hematuria ou cilindros urinários celulares
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53
Q

Doença do tecido conjuntivo indiferenciada?

A

Tem características de autoimunidade mas não cumpre critérios para nenhuma doença do tecido conjuntivo em concreto.

Dx:

  • clínica sugestiva de autoimunidade
  • ANA+ em 2 ocasiões
  • duração >= 3 anos

Geralmente em 1-3 anos progridem para cumprir critérios de dx de alguma doença do tecido conjuntivo.
-> Até lá - tx sintomático.

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54
Q

Manifestações clínicas do síndrome anticorpo antifosfolipídico?

A

Marcada por eventos trombóticos de repetição.

  • trombose venosa, arterial ou dos pequenos vasos
    *trombose arterial: EAM, isquémia dos membros, AVC, AIT
    *trombose venosa: TVP, TEP
    *capilares: enfarte renal e IR; livedo reticularis (trombos levam a dilatação das vénulas, ficando arroxeado), úlceras, hemorragias ungueais tipo “splinter”
  • abortos de repetição (trombose dos vasos placentares, com possível enfarte placentar): morte fetal, ACIU, pré-eclâmpsia, eclâmpsia
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55
Q

Alterações laboratoriais na síndrome anticorpo antifosfolipídico?

A

Pesquisa de anticorpos antifosfolipídicos:

  • anticoagulante lúpico
  • anticardiolipina
  • anti-beta2 GPI

Estes anticorpos são todos pro-coagulantes, por formarem complexos com e inativarem proteínas anticoagulantes - proteína C, proteína S, antitrombina III. Também ativam as plaquetas e o endotélio vascular, promovendo a formação de um coágulo.

  • trombocitopénia - pela disseminação de trombos
  • anemia - por hemólise, cross-reaction dos anticorpos
  • leucocitopénia
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56
Q

Critérios de dx da SAA?

A

Pelo menos 1 clínico e 1 laboratorial.

Critérios clínicos:

  • trombose clínica - arterial ou venosa
  • complicações na gravidez (abortos de repetição >=1)

Critérios lab: +

  • anticoagulante lúpico -> leva a aumento de aPTT (parece paradoxal mas os reagentes dos testes que medem o aPTT têm fosfolípidos!)
  • anticardiolipina -> o que leva aos falsos + nos testes da sífilis
  • anti-beta2 GPI
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57
Q

Qual o marcador genético associado a SAA?

A

HLA-DR7

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58
Q

Tx SAA?

A

O elemento chave é anticoagulação sistémica, sendo este o principal problema da doença!

Situações agudas:

  • HBPM (SC) ou heparina não fraccionada IV
  • Casos graves: corticoterapia alta dose + plasmaferese +/- imunoglobulinas

Profilaxia secundária:

  • Baixo risco: aspirina baixa dose
  • Alto risco + sem desejo de engravidar: varfarina oral a longo termo (teratogénica)
  • Quer engravidar: HBPM + aspirina (queremos diminuir risco de aborto)
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59
Q

Fenótipos da esclerose sistémica e o que os distingue?

A

1 - Forma cutânea difusa:

  • espessamento cutâneo PROXIMAL aos cotovelos/joelhos, face e tronco
  • fenómeno de Raynaud coincidente ou pós outros sintomas
  • comum afetar órgãos internos
  • anticorpo Scl-70 + (topoisomerase I)
  • RNA polimerase I, II, III

2 - Forma cutânea limitada:

  • espessamento cutâneo DISTAL + face
  • em 90% dos casos o fenómeno de Raynaud PRECEDE outros sintomas!
  • CREST syndrome
  • anticorpos anti-centrómero

3 - Formas localizadas:

  • sem envolvimento sistémico
  • morfeia
  • esclerodermia linear
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60
Q

Critérios dx da esclerose sistémica 1980? (desatualizado mas ajuda a pensar no dx)

A

1 major ou 2 minor!

Major: esclerose da pele proximal às MCP

Minor:

  • esclerodactilia
  • “pitting”/cicatriz/perda de substância da polpa dos dedos
  • fibrose pulmonar BIBASILAR
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61
Q

Score de esclerose sistémica 2013?

A

Score >=9 faz dx de esclerose sistémica definitivo.

  • Critério suficiente: espessamento da pele dos dedos de AMBAS as mãos que estende proximalmente às MCP
  • espessamento da pele dos dedos: puffy fingers, esclerodactilia dos dedos distal às MCP, mas proximal às IF proximais
  • lesões da polpa dos dedos: pitting, úlceras, cicatriz
  • telengiectasias
  • capilares ungueais anormais
  • HT pulmonar e/ou doença intersticial pulmonar!
  • fenómeno de Raynaud!
  • anticorpos relacionados com SS: anti- centrómero, anti- topoisomerase I (anti-Scl-70), anti-RNA polimerase III
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62
Q

Tx farmacológica da esclerose sistémica?

A

SINTOMÁTICO, sem cura.

Fenómeno de Raynaud:

  • vasodilatadores - BCC
  • análogos da prostaciclina (iloprost EV)

Pele, articulações: MTX

Bonsentano (antagonista da endotelina) - HT pulmonar, prevenção de úlceras

Doença intersticial pulmonar - MMF (ou ciclofosfamida)

HT pulmonar - ambrisentan + tadalafil

EVITAR DOSES ALTAS DE CORTICÓIDES - RISCO DE CRISE RENAL ESCLERODÉRMICA!!!!

Envolvimento renal - iECA (captopril é o mais usado na crise renal esclerodérmica!)

Transplante autólogo medular.

PPI - na DRGE

Em suma:

Doença cutânea difusa e progressiva:

  • MTX
  • MMF
  • ciclofosfamida - se os outros 2 não funcionarem
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63
Q

Síndrome CREST?

A

Frequentemente associada à esclerose sistémica no seu fenótipo cutâneo LIMITADO!!!!

As iniciais CREST dão as características:

C - Calcinosis cutis - depósitos de cálcio brancos, mais comum nas zonas de pressão (cotovelos, joelhos, ponta dos dedos)

R - Raynaud phenomenon

E - Esophageal dysmotility - hipomotilidade, por atrofia do músculo liso e fibrose -> conduz a DRGE, disafagia, pirose, aspiração, esófago de Barrett, estenose

S - Sclerodactyly - + ligeira

T - Telangiectasia

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64
Q

Manifestações cutâneas da esclerose sistémica?

A

A pele parece lisa, brilhante e edemaciada - sinais do espessamento e endurecimento.

  • > Esclerodactilia - inicialmente edema, seguido de fibrose e aparência de cera da pele dos dedos; descoloração vermelha-azulada.
  • Limitação do movimento, com possíveis contraturas em flexão dos dedos.
  • > Úlceras isquémicas na polpa dos dedos, DOLOROSAS, com pontos de atrofia e necróticos.
  • > lesões ungueais proximais
  • > despigmentação da pele, poupando as zonas perifoliculares - salt and pepper appearance
  • > face tipo “máscara” - perda de expressão, sem rugas, freno lingual encurtado, microstomia (boca peq) com rugas periorais características
  • > doença vascular - Raynaud
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65
Q

Crise renal esclerodérmica?

A

10-15% das formas difusas de SSc.

FR:

  • doença difusa
  • corticoterapia alta dose
  • ciclosporina
  • anti-RNA polimerase III
  • <2 anos desde o dx

Dx: HTA acelerada + LRA.

Complicação que põe em risco a vida:

  • IR oligúrica
  • HTA maligna
  • encefalopatia
  • anemia hemolítica microangiopática

Tx:

  • iECA/ARAII: o + usado é o captopril
  • Vasodilatadores IV: se isquémia digital.
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66
Q

Anticorpos na esclerose sistémica?

A
  • ANA - 90%
  • ACA (anticentrómero) - na forma limitada (parâmetro principal da síndrome de CREST!!!)

Forma DIFUSA:

  • anti-Scl-70/topoisomerase I - 40%, pior prognóstico
  • Anti-RNA polimerase III - associado com envolvimento RENAL
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67
Q

MCDT na esclerose sistémica?

A
  • anticorpos incluídos nas outras flashcards (ANA; ACA; anti-Scl70/topoisomerase I; anti-RNA polimerase III

- função renal

  • raio x tórax - envolvimento pulmonar
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68
Q

Doença do tecido conjuntivo mista?

A

Doença caracterizada por overlap de manifestações de 3 doenças do tecido conjuntivo:

  • LES
  • Esclerose sistémica
  • Polimiosite

Tende a ter um curso mais ligeiro que estas doenças, mas pode evoluir para uma delas!

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69
Q

Doença do tecido conjuntivo mista - manifestações clínicas?

A

1o - sintomas inespecíficos: febre baixa, artralgia, fadiga.

Sintomas característicos:

  • Raynaud
  • poliartralgia, artrite
  • acroesclerose
  • sinovite
  • miosite
  • DRGE

Menos comum: meningite asséptica, hepatomegalia, esplenomegália.

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70
Q

Doença do tecido conjuntivo mista - dx?

A

HC + EO + serologia.

Anticorpos:

  • ANA - o padrão ajuda a determinar o tipo de doença autoimune
  • anti-U1 RNP
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71
Q

Doença do tecido conjuntivo mista - tx?

A
  • Doses moderadas-baixas de corticoterapia - nas agudizações
  • Imunossupressores - prevenir HT pulmonar
  • DMARDs - poliartrite AR-like
  • PPI - DRGE
  • BCC - Raynaud
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72
Q

Medidas gerais na esclerose sistémica?

A
  • Fisioterapia, massagens
  • Prevenir secura da pele - óleos quentes, banhos de parafina, evitar sabão
  • antihistamínicos - prurido
  • fototerapia
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73
Q

Fenómeno de Raynaud - definição?

A

Resposta VASOCONSTRITORA exagerada das artérias e arteríolas distais, mais comum nos dedos das mãos e pés, em resposta a frio ou stress emocional.

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74
Q

Cores do fenómeno de Raynaud?

A

Afeta AMBOS OS LADOS -> mas pode ser assimétrico ou assíncrono!

3 fases: mas nem sempre todas presentes em cada episódio!

  • 1º - branco: isquémia (pelo vasoespasmo)
  • 2º - azul-roxa: hipóxia (desoxigenação do sangue no local)
  • 3º - vermelho: hiperémia reativa

Dura 15-20min após remoção do trigger - máx 1h total, geralmente.

Se for Raynaud secundário pode durar mais tempo - perda de tecido por úlceras de isquémia e, mais raramente, gangrena.

No reaquecimento existe parestesia, dor e possível adormecimento temporários.

-> No Raynaud primário o polegar é geralmente poupado!

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75
Q

Tx Raynaud?

A

Gerais: evitar triggers + pesquisar causas secundárias e tratá-las:

  • luvas e várias camadas de roupa no frio
  • psicoterapia para stress
  • minimizar exposição ocupacional
  • *- parar de fumar
  • descontinuar fármacos que sejam triggers: beta-blockers, ergotamina, AC orais**

Se refratário:

  • BCC - + usado é a nifedipina.
  • Prostaglandinas IV - doença grave ou refratária.
  • Tx intervencional - simpatectomia digital seletiva.

Comum causar HIPOTENSÃO - aumentar doses lentamenre.

76
Q

2 tipos de Raynaud e como os distinguir?

A

Primário - antes chamado de “DOENÇA” de Raynaud. Vasoespasmos das artérias e arteríolas terminais; <30 anos.

Secundário - antes chamado de “SÍNDROME” de Raynaud; vasoespasmos nos mesmos locais, mas com uma causa que os precipita, >=30 anos:

  • beta blockers, ergotamina, bleomicina
  • fumadores
  • trauma ocupacional - vibração, escrever em máquina/computador
  • hiperviscosidade - policitemia, paraproteinemias
  • vasculites
  • doenças do tecido conjuntivo - esclerodermia, LES, mista, Sjogren
  • doença arterial periférica

Focos para a distinção 1a vs 2a:

  • idade < ou > 30 anos
  • reversibilidade dos episódios
  • se afeta o POLEGAR
  • perda de tecido
  • outros sinais de doenças do tecido conjuntivo
  • título dos ANA
  • VS e PCR
  • capilaroscopia ungeal
77
Q

O que é obrigatório fazer no EO de Raynaud?

A
  • *Excluir sinais de doença arterial periférica:**
  • pulsos
  • teste de Allen
  • PA bilateral ok?
78
Q

MCDT no Raynaud?

A
  • hemograma completo
  • ANA
  • VS e PCR
  • *- microscopia capilar ungueal**
79
Q

Dx diferencial de Raynaud?

A
  • Eritema pérnio - reação ao frio com pápulas ou nódulos eritrocianóticos.
  • Acrocianose - sem as 3 fases, descoloração azul-roxeada recorrente/persistente; mais comum afetar só as mãos, raro ter manifestações tróficas.
  • Doença arterial periférica - + induzida por EXERCÍCIO, extremidades ficam pálidas e frias, pulsos diminuídos.
  • Oclusão aguda de artéria: 6P - palidez, pain, pulso ausente, parestesia, paralisia, poiquilotermia
80
Q

Miopatias inflamatórias idiopáticas - definição?

A

Grupo de doenças sistémicas raras caracterizadas por FRAQUEZA progressiva devido a inflamação muscular esquelética crónica.

  • dermatomiosite (músculo + pele) -> comum ser paraneoplásica (ovário, pulmão, GI, linfoma NH)
  • miosite de overlap (tem sinais e sintomas de outras doenças do tecido conjuntivo)
  • miopatia necrotizante mediada por imunidade (particularmente grave)
  • miosite por corpos de inclusão (afeta músculos proximais e distais)
  • polimiosite (dx de exclusão)
81
Q

Miopatias inflamatórias idiopáticas - manifestações clínicas?

A

3 grupos clínicos em que pensar: força muscular + pele + sistémicas.

  • Fraqueza proximal simétrica apendicular + atrofia muscular (cadeia pélvica e do ombro): dificuldade em subir escadas, levantar-se ou chegar a prateleiras superiores, pentear cabelo.
  • Pode ter mialgia associada - 30%
  • Fase avançada: afetar músculos da deglutição e respiração (+ na dermatomiosite e na de corpos de inclusão) - disfagia, aspiração, doença respiratória restritiva.

Manifestações cutâneas - + típicas de dermatomiosite:

  • pápulas de GOTTRON - pápulas descamativas
  • rash eritematoso simétrico violáceo - lado extensor das articulações da mão, cotovelos e joelho
  • rash heliotrópico - pálpebras superiores, freq associado a edema periorbitário
  • rash na face - mas ao contrário do LES afeta os sulcos naso-labiais
  • sinal de shawl (xaile) - parte superior das costas, pescoço posterior, ombros
  • sinal de V - parte superior do peito e pescoço anterior
  • sinal de Holster - ancas e coxas laterais
  • poiquilodermia - combinação de zonas de hiper com hipopigmentação, telengiectasasias e atrofia epidérmica
  • mãos de “mecânico” - pele espessada e com cortes nas zonas laterais dos dedos e palmas, com fissuras horizontais que podem parecer “sujas/escuras”
  • telangiectasias periungueais

Sistémicas:

  • aumento do risco de NEOPLASIA - pesquisar sempre
  • doença pulmonar intersticial
  • envolvimento cardíaco
  • sintomas constitucionais
  • Raynaud
  • artrite
  • sintomas GI
82
Q

Manifestações de dermatomiosite?

A

-> Surgem 5-10 anos e ~50 anos.
Em 20% dos casos as manifestações musculares estão ausentes.

  • Aumento do risco de malignidade - anti-NXP-2 e anti-TIF-1
  • doença pulmonar intersticial - anti-MDA-5

Cutâneas:

  • sinal de Gottron - pápulas descamativas
  • rash eritematoso simétrico violáceo - lado extensor das articulações da mão, cotovelos e joelho
  • eritema heliotropo - pálpebras superiores, freq associado a edema periorbitário
  • rash na face - mas ao contrário do LES afeta os sulcos naso-labiais
  • sinal de shawl (xaile) - parte superior das costas, pescoço posterior, ombros
  • sinal de V - parte superior do peito e pescoço anterior
  • sinal de Holster - ancas e coxas laterais
83
Q

Princípios gerais do dx de miopatias inflamatórias idiopáticas?

A
  • Suspeitar na presença de clínica + enzimas musculares elevadas
  • *- Confirmar com biópsia muscular
  • Rastreio de cancro se DM ou PM**
  • Fazer RX e espirometria basal - possível compromisso pulmonar
84
Q

Critérios de dx de dermatomiosite/polimiosite?

A

Antigos critérios de Peter and Bohan 1975 - desatualizados pq são prévios a sabermos que existiam anticorpos específicos.

DM: manifestações cutâneas típicas + >=3:

  • fraqueza muscular proximal simétrica
  • aumento das enzimas musculares - CK, aldolase, transaminases, LDH
  • EMG - sugestivo de inflamação muscular, ajuda a distinguir de problemas neuropáticos
  • *- biópsia muscular com evidência de miosite**

PM: 4 pontos anteriores + sem manif cutâneas!

85
Q

Lab geral nas miopatias inflamatórias idiopáticas?

A
  • Hemograma completo
  • VS e PCR - normal ou ligeiramente elevadas
  • CK elevada 2x-100x LSN; mas pode estar N em 30% das DM.

SEM RELAÇÃO com gravidade da sintomatologia.

- AST e ALT - elevadas por breakdown muscular e não por dano hepático!

  • *- LDH elevada
  • Aldolase elevada
  • Mioglobina elevada**
  • Painel metabólico básico e eletrólitos - excluir que existe problema muscular por este motivo!
  • TSH - excluir miopatia 2a a hipotiroidismo!!!
86
Q

Anticorpos específicos de miopatias inflamatórias idiopáticas?

A

Específicos, mas não muito sensíveis.

  • *Anti-sintetase (Jo1, PL7, PL12, EJ, OJ):**
  • agudo
  • doença pulmonar intersticial - mt típico
  • febre
  • artrite
  • Raynaud
  • mãos de “mecânico”

Anti-SRP:
- hiperagudo
- astenia intensa
- miopatia necrotizante
- CK muito muito elevado
- má resposta à tx

Anti-Mi2: dermatomiosite

Anti-MDA5: envolvimento cutâneo e pulmonar

87
Q

CRITÉRIOS EULAR/ACR PARA CLASSIFICAÇÃO MII (miopatias inflamatórias idiopáticas)?

A

Ver tabela no google.

Considera os seguintes pontos:
- idade de início: 18-40 ou >=40
- fraqueza muscular - zonas que afeta
- manifestações cutâneas: rash heliotropo, pápulas de Gottron, sinal de Gottron (máculas)
- disfagia ou problemas na motilidade esofágica
- anticorpos anti-Jo
- elevação CK, LDH, AST ou ALT

- biópsia -> gold standard do dx

88
Q

Tx polimiosite/dermatomiosite?

A
  • Fisioterapia
  • Prednisona - 1mg/kg com redução progressiva até suspensão ou baixa dose (<10mg) de manutenção
  • Associar imunossupressores: para poupar corticóides
    1a linha: azatioprina ou MTX
    2a linha: micofenolato de mofetil
  • *Casos refratários:**
  • imunoglobulina IV alta dose (2g/kg)
  • rituximab
89
Q

Principais dx diferenciais de miopatias inflamatórias idiopáticas?

A
  • polimialgia reumática (mulheres + idosas, associação com arterite de céls gigantes, VS >50, fadiga e mal estar)
  • fibromialgia (20-50 anos, pontos de sensibilidade em várias zonas do corpo sem sinais de inflamação, fadiga crónica, perturbação do sono, VS e CK ok)
  • miopatia do hipotiroidismo (mioedema, intolerância ao exercício físico, outros sintomas de hipotiroidismo)
  • miopatia induzida por fármacos: corticoesteróides, estatinas, cocaína, zidovudina
  • LES (não tem fraqueza muscular proximal)
  • miopatia aguda (tem sintomas de infeção)
  • ELA (fraqueza distal e início assimétrico)
  • miastenia gravis (enzimas musculares ok, parésia facial, anticorpos anti-recetores de acetilcolina)
  • distrofia muscular (infiltrado inflamatório limitado ao músculo)
90
Q

2 tipos de sínd de Sjogren?

A

Primária - idiopática, associação com HLA-DR52.

  • *Secundária**:
  • doenças autoimunes do tecido conjuntivo - AR, LES, esclerose sistémica, polimiosite
  • cirrose biliar primária
  • associação com infeções virais por HVC, HIV, EBV, HTLV
91
Q

Manifestações clínicas da Síndrome de Sjogren?

A

Dividir em sintomas glandulares e não glandulares:

Sintomas glandulares:
1 - inflamação das glândulas salivares:
- xerostomia -> cáries, disfagia, tendência para infeções orais
- tumefação das parótidas, freq bilateral
- fissuras linguais

2 - gl lacrimais:

  • xeroftalmia -> conduz a queratoconjuntivite sicca
  • eritema, prurido e ardor ocular
  • *- sensação de “areia”/corpo estranho ocular**
  • visão turva

Xeroftalmia + xerostomia = síndrome seca

3 - Secura nasal - rinite crónica, epistáxis
4 - Secura da faringe, traqueia, brônquios - tosse seca persistente
5 - Secura vaginal - dispareunia e aumento do risco de infeções

  • *Sintomas não glandulares:**
  • fadiga
  • artralgias
  • xerose, com possível prurido da pele
  • Raynaud - 15-30%
  • Psiq: depressão
  • Neurologia: dificuldade no controlo motor grosso, parésia, convulsões, neuropatia periférica
  • doença pulmonar intersticial
  • dispepsia, esofagite de refluxo

Apresentação típica é mulher de meia idade, queixas de secura ocular e bucal, acompanhada de AR ou LES.

92
Q

Dx da síndrome de Sjogren?

A

3 pilares: clínica + anticorpos + produção de lágrima.

  • A biópsia das glândulas salivares não é obrigatória para fazer o dx.

Lab:

    • VS elevada
    • anemia normocítica, leucopenia, eosinofilia
    • hipergamaglobulinémia
  • *Anticorpos:
  • anti-Ro/SSA
  • anti-La/SSB**
  • ANA
  • FR

Excluir:

  • sarcoidose
  • linfoma
  • HIV
  • hepatite
  • outras causas de xerostomia
  • patologia da parótida
  • *Exame ocular:**
  • teste de Schirmer - <5mm/5min
  • coloração Rosa-Bengal na lâmpada de fenda - score >=4

Biópsia das glândulas salivares labiais.

93
Q

Tx da síndrome de Sjogren?

A

Se secundária - tx causa subjacente.

  • *Todos:**
  • cuidado dentário
  • pilocarpina - agonista muscarínico, PSmimético, ajuda a resolver a secura!
  • lágrimas artificiais
  • saliva artificial

Artralgia: AINEs ou hidroxicloroquina
Envolvimento de órgão major - imunossupressão

94
Q

Complicações da síndrome de Sjogren?

A
  • Risco de desenvolver LES, AR
  • Cicatrização da córnea, úlcera, rutura, infeção
  • Linfomas B - MALT
  • Acidose tubular renal 1
  • Abortos e lúpus neonatal e BAV completo
95
Q

MCDT na AR?

A
  • FR: 70% +
  • anti-CCP (muito específicos): anticorpo anti-péptido citrulinado cíclico (66%)
  • VS e PCR: prognóstico
  • anemia de doença crónica
  • aumento plaquetas
  • raio X das articulações: baseline vista dorsopalmar ambas as mãos + pés, independentemente dos sintomas + raio x das articulações sintomáticas
  • sinais precoces de inflamação: sinovite subclínica com hiperemia sinovial
  • proliferação sinovial com formação de pannus
  • derrame articular - compartimento sinovial
  • contraste - aumenta deteção de inflamação

Podem não existir alterações em fases precoces: ecografia com Doppler ou RM podem ser mais informativas nesta fase (mais sensíveis para inflamação e erosão).

  • RM: articulações afetadas, com ou sem contraste:
  • ajuda a detetar mudanças precoces em articulações grandes (sinovite subclínica)
  • especialmente se suspeita de envolvimento coluna cervical
  • rx tórax periódico: seguir envolvimento pulmonar
  • TC tórax: se suspeitar de doença intersticial pulmonar
  • ecocardiograma: se suspeita de pericardite

Análise do fluido sinovial não é indicado por rotina: suspeita de artrite séptica, dx diferencial com gota se apresentação atípica. Resultado:

  • cloudy, yellow
  • estéril
  • leucocitose 5000-50mil /mcL
  • aumento neutrófilos, granulócitos, ragócitos
  • aumento proteínas
  • possivelmente FR

Avaliar risco CV: TODOS - DM, dislipidemia, cálculo risco.

96
Q

Clínica de AR?

A

Pico: >65 anos. Aumenta com a idade.

Link com HLA DR4/DR1: associado com > gravidade.

  • envolvimento simétrico e aditivo das pequenas articulações das mãos, punhos, joelhos, TT e pés: edema e dor, geralmente >=5 articulações envolvidas -> morning stiffness

Raro afetar: IFD, 1a carpometacárpica + esqueleto axial (excepto coluna cervical).

- dedos em botoeira: flexão IFP e extensão IFD (salta banda central do tendão do m. extensor dos dedos)

- dedos em pescoço de cisne: hiperextensão IFP + flexão IFD

- polegar em Z: flexão fixa MCF + hiperextensão das IF

- desvio cubital dos dedos

- pouca esqueleto axial excepto C1-C2 - 50% tem

- quisto de Baker: joelho

  • 70% + FR + anti-CCP
  • osteopénia periarticular e erosões
  • destruição articular e incapacidade funcional - rapidamente destrutiva
  • aumento profundidade espaço interósseo dorsal mão

Envolvimento sistémico:

  • Nódulos reumatóides (o + comum): não dolorosos, firmes, subcutâneos 2mm-5cm, zonas de pressão
  • Febre, astenia, mialgia, mal-estar geral, perda de peso, sudorese noturna
  • Envolvimento ocular (raramente há uveíte, mais frequente é queratite, em casos graves - esclerite e episclerite)
  • Envolvimento pulmonar:
  • Nódulos reumatóides no próprio parênquima pulmonar - tipicamente periférico e bilateral
  • Síndrome de Caplan → associação de AR com penumoconiose, comum em mineiros por exemplo;
  • pneumonite intersticial
  • Síndrome de Sjögren (por vezes é difícil perceber se é primário ou secundário à AR)
  • Compressão de nervos periféricos (síndrome do túnel cárpico ++ comum)
  • Vasculite reumatóide (hemorragias periungueais, úlceras)
  • Envolvimento das serosas (serosite, pericardite)

Teste:

  • compressão lateral/Gaenslen: doloroso ao comprimir nas MCF
  • queixas de apertar de mão em cumprimento doloroso
97
Q

Dx diferencial nódulos (AR vs osteoartrose vs gota)?

A

Nódulos de oteoartrose vs de AR têm consistências diferentes!

Osteoartrose (nódulos de Heberden e Bouchard) → duros, tipo osso.

AR (nódulos reumatóides) → consistência elástica, quase flutuante.

Pode ser mais desafiante distinguir os nódulo da AR dos nódulos gotosos de pois estes têm uma consistência meia elástica, mas mais rijos.

98
Q

Alterações imagem pulmonares na AR - formas?

A

UIP → pneumonia, intersticial usual, pulmão em favo, relativamente heterogéneo.

NSIP → pneumonia intersticial não específica, mais homogéneo, tipo vidro despolido, envolvendo mais as bases do que a região apical, forma com melhor prognóstico.

COP → forma mais grave (pneumonia organizativa criptogénica - antiga bronquilite obliterante), bronquiectasias

Melhor prognóstico se forem associadas à imunossupressão do que se forem de causa idiopática.

99
Q

Critérios dx AR? Score 2010?

A

O dx é CLÍNICO!

O lab serve para apoiar o dx e estabelecer gravidade da doença: lab básico para follow-up de tx e efeitos 2os.

População alvo de teste?

  • pelo menos 1 articulação edemaciada com sinovite clínica definitiva
  • sinovite não é melhor explicada por outra doença (pensar especialmente se artrite assimétrica, afetar + articulações grandes, rash, doença renal).
  • >=6 semanas? - não estava na lista mas sim no Amboss

Dx diferencial:

  • LES
  • artrite psoriática
  • gota

Dx se score >=6: NÃO SÃO CRITÉRIOS OBRIGATÓRIOS, MAS AJUDAM

A - Envolvimento articular:

  • 1 grande - 0
  • 2-10 grandes - 1
  • 1-3 pequenas (com ou sem envolvimento das grandes) - 2
  • 4-10 pequenas (com ou sem envolvimento das grandes) - 3
  • >10 articulações, pelo menos 1 pequena - 5

B - Serologia (pelo menos 1 teste necessário):

  • FR e anti-CCP negativos: 0 -> AR seronegativa
  • FR + baixo OU anti-CCP + baixo: 2
  • FR + alto OU anti-CCP + alto: 3

C - Reagentes de fase aguda:

  • VS + PCR ok - 0 (podem estar normais na fase inicial da doença)
  • PCR anormal ou VS anormal - 1

D - Duração de sintomas:

  • <6 semanas - 0
  • >= 6 semanas - 1

Outras alterações lab que se encontram?

  • anemia de doença crónica
  • trombocitose
  • testes tiroide: doença autoimune, comum em doentes com AR
  • ANA+ em 30-50%
100
Q

Síndrome de Felty?

A

Subtipo grave de AR - 1-3%.

AR + neutropenia + esplenomegália.

HLA-DR4 + freq.

Outros achados:

  • vasculite dos MIs: ulceração
  • hepatomegalia
  • febre
  • dor torácica (pleurite, pericardite)

Dx: leucopénia com neutropénia seletiva, aumento FR, aumento anti-CCP

Aumento risco de linfoma NH.

Tx:

  • MTX
  • ciclofosfamida (alternativa)
  • ABT agressiva e precoce se suspeitar de infeção
  • G-CSF in cases of severe granulocytopenia
  • Consider splenectomy to treat leukopenia and improve the disease course.
101
Q

Doença de Still início na idade adulta?

A

Symptoms similar to Still disease (systemic onset juvenile idiopathic arthritis).

  • Febre alta intermitente.
  • Rash maculopapular cor de salmão - parte proximal dos membros + tronco, associado com episódios febris (+ no fim da tarde/noite)
  • Poliartrite simétrica
  • Esplenomegália
  • Poliserosite - pleura + pericárdio

Lab:

  • FR, ANA e anti-CCP NEGATIVOS
  • Aumento de ferritina, PCR, VS
  • Leucocitose
102
Q

Abordagem artrite indiferenciada?

A

Sintomas de artrite inflamatória não atribuíveis a trauma ou eventos inflamatórios agudos.

Geralmente é um estado de transição até um dx definitivo.

Abordagem:

  • Referir para Reumato
  • Prevenir progressão: cessar tabagismo, saúde oral
  • DMARDs

Remissão espontânea em 50%.

AR 1/3 destes doentes.

103
Q

Anticorpos na AR?

A
  • anti-CCP (especificidade >90%): + associado a curso agressivo de doença
  • FR (80-86% especificidade): + associado a curso agressivo de doença, não é patognomónico!! - pode estar elevado em doenças infecciosas, outras doenças autoimunes e mm em pessoas saudáveis!
  • ANA: 30-50% sensibilidade, 85% especificidade - tipicamente elevado em doenças do tecido conjuntivo, mas pode aparecer na hepatite autoimune e vasculites

30% têm FR e anti-CCP negativos!

104
Q

Avaliar atividade da AR?

A

Clínica + lab.

Score DAS-28: possível ter score 0-86

  • 28 articulações
  • VS ou PCR
  • avaliação dos sintomas do doente pelo próprio 0-10

Resultado do score DAS-28:

  • ≤ 2.8: remission
  • > 2.8 to 10: low (minimal)
  • > 10.1 to 22: moderate
  • ≥ 22.1: severe
105
Q

Dx diferencial de AR?

A

AR:

  • HF de AR
  • Crónica com padrões variados: monocíclica, policíclica, progressiva.
  • Sintomas constitucionais
  • Rigidez matinal >30min, agrava com repouso e melhora com atividade
  • Inflamação articular: edema, quente, rubor
  • Simétrica
  • Poliartrite - + punho, MCF e IFP
  • Poupa IFD e 1a carpometacárpica
  • FR, anti-CCP
  • Líquido sinovial com 5000-50000 leucócitos, aumento neutrófilos e fagócitos, proteínas, menos viscoso
  • Imagem: encurtamento espaço articular, erosões, quistos subcondrais, desminarilzação juxta-articular

Osteoartrite:

  • >55 anos
  • Hx de trauma ou dano articular
  • Obesidade como FR
  • Curso progressivo, crónico
  • Sem sintomas constitucionais
  • <30min rigidez matinal
  • Dor/rigidez agrava com atividade e alivia com repouso!
  • Não inflamatório
  • Assimétrico
  • Poliartrite: articulações > carga (anca, joelhos), IFP (Bouchard) e IFD (Heberden)
  • Típico afetar 1a articulação carpometacárpica
  • Poupa punho e MCF
  • Fluido sinovial <2000 WBC
  • Imagem: estreitamento espaço articular, osteófitos, esclerose subcondral, quistos ósseos subcondrais,

Artrite psoriática:

  • homens = mulheres
  • HF ou HP de psoríase
  • trigger: trauma ou infeção
  • crónica, progressiva
  • lesões de pele psoriáticas, alterações ungueais
  • dactilite
  • entesite
  • assimétrica oligoarticular vs simétrica poliartrite
  • afeta IFD e/ou coluna
  • por x afeta grandes articulações
  • sem lab específico
  • imagem: erosão articular + crescimento ósseo, pencil-in-cup

Gota:

  • mais homens
  • pico: 30-60 anos
  • HF de gota
  • alcoolismo
  • curso crónico com ataques agudos
  • inflamação articular: edema, eritema, quente
  • tofos gotosos
  • assimétrica
  • tipicamente monoartrite: podagra (1a MTF) + polegar (MCF)
  • aumento ácido úrico sérico
  • fluido sinovial: cristais em forma de agulha sem birefringência
  • imagem: erosões “rat-bite” - erosões com overhanging cortical bone - caso avançados

Pseudogota:

  • > = a gota
  • artrite inflamatória crónica é rara e parece-se com AR: rigidez matinal, sintomas constitucionais
  • monoartrite: + joelho e punho
  • líq sinovial: cristais romboides birefringentes
  • condrocalcinose na imagem

Outros:

  • artrite relacionada com auto-imunidade (sarcoidose, LES, febre reumática, doença do tecido conjuntivo mista, polimialgia reumática)
  • artrite enteropática
  • vasculites
  • hemocromatose
  • artrite viral - parvovirus B19, vírus das hepatites
  • artrite de Lyme
  • artrite reativa: pós-uretrite, pós-enterite
  • doença depósito de cálcio
  • fibromialgia
  • doenças reumáticas dos tecidos moles (em redor da articulação)
  • osteoartropatia hipertrófica: reação periosteal nas metáfises e diáfises dos ossos longos associados com doença pulmonar neoplásica
106
Q

Classificação vasculites CHCC 2012?

A

Grandes vasos: aorta e seus principais ramos, veias análogas:

  • arterite de células gigantes
  • arterite de Takayasu

Médios: artérias e veias viscerais principais e seus ramos iniciais

  • poliarterite nodosa
  • doença de Kawasaki

Pequenos: artérias intraparenquimatosas, arteríolas, capilares, vénulas e veias

Dividem-se em 2 grupos:

1 - associados aos ANCA:

  • granulomatose com poliangeíte (Wegener)
  • granilomatose eosinofílica com poliangeíte (Churg-Strauss)
  • poliangeíte microscópica

2 - associadas a imunocomplexos:

  • _​_doença anti-GBM (Goodpasture)
  • vasculite crioglobulinémica
  • vasculite IgA (púrpura Henoch-Schonlein)
  • vasculite urticariforme hipocomplementémica (anti-C1q)

Vasculites de órgão único:

  • Angeíte leucocitoclástica cutânea
  • arterite cutânea
  • Vasculite primária do sistema nervoso central
  • Aortite isolada
  • outras

Vasculites de vasos de calibre variável:

  • doença de Behçet
  • Síndrome de Cogan

Vasculites associadas a doenças sistémicas:

  • LES
  • AR
  • Sarcoidose
  • Outras

Vasculites associadas a causa provável:

  • Vasculite crioglobulinémica associada à hepatite C
  • Vasculite associada ao vírus da hepatite B
  • Aortite associada à sífilis
  • Vasculite por imunocomplexos assoc. a fármacos ou drogas
  • Vasculite associada aos ANCA assoc. a fármacos ou drogas
  • Vasculite associada a neoplasias
  • Outras
107
Q

Critérios de classificação de arterite de céls gigantes? ACR 1990

A

PELO MENOS 3 DE 5:

  • >50 anos no início da doença
  • cefaleia de novo
  • alteração artéria temporal ao EO - dolorosa, pulso diminuído
  • VS >50mm na 1a hora (elevada)
  • biópsia anormal da artéria: (infiltrado células mononucleares, inflamação granulomatosa, habitualmente com células gigantes multinucleadas

2 critérios do doente - idade e cefaleia

Critério EO

2 critérios MCDT.

108
Q

Arterite de células gigantes (antes chamada de arterite temporal)?

A

Vasculite de grandes vasos.

Predisposição artérias da cabeça.

• Idade >50 anos (vasculite + frequente nesta faixa etária)

  • Se <55 anos considerar dx diferencial Takayasu

• Mais frequente sexo feminino (1:2-3)

Clínica: EMERGÊNCIA CLÍNICA

  • sintomas constitucionais: febre, perda de peso, sudorese noturna, fadiga, mal-estar geral
  • cefaleias de novo - sobre a região temporal
  • claudicação da mandíbula
  • polimialgia reumática - associação em 50% dos doentes
  • espessamento da artéria temporal, dolorosa à palpação
  • alterações visuais com amaurose fugax, cegueira - risco associado de ser irreversível em >20% quando o tx não é atempado; por afeção da artéria oftálmica e seus ramos; possível diplopia por isquémia dos músculos extraoculares

Mais raro afetar outros vasos da aorta: angina de peito, SCA, dor abd, claudicação membros, pulsos assimétricos, regurgitação aórtica, sopros vasculares, aneurisma aorta abdominal ou torácica, disseção da aorta.

Dx - SEM CRITÉRIOS:

  • suspeita perante clínica sugestiva
  • lab: anemia + aumento parâmetros inflamatórios VS e PCR
    • VS >=50 mm/h
  • confirmar dx: pelo menos 1 de 2
    • BIÓPSIA (infiltrado inflamatório e presença céls gigantes) e/ou
    • ECODOPPLER VASCULAR DA ARTÉRIA TEMPORAL: halo arterial (edema e espessamento da parede do vaso faz com que fique hipoecogénico), artéria não comprimível, possível estenose e oclusão
    • feitos de preferência na 1a semana de tx
  • investigação NÃO deve atrasar tx!!!

Complicações:

  • perda visão permanente 20-30% se sem tx
  • isquémia cerebral: AIT e AVC <2% dos casos, + território ACP
  • aneurisma da aorta e/ou disseção 12%
109
Q

Tx arterite céls gigantes?

A

Emergência - deve ser começada antes de confirmação dx, que demora tempo:

50-60mg/d de prednisolona PO

  • Se sintomas visuais associados: metilprednisolona 0,25-1g/d durante 3 dias
  • Risco de toxicidade corticoterapia inadequado: tocilizumab ou MTX

Enviar dps para reumato pq tx total dura >= 2 anos.

Redução e desmame GCs:

  • 15-20 mg/d em 2 ou 3 meses
  • Depois para <=5mg/d após 1 ano
  • Remissão obtida?
    • Se sim: redução gradual GCs
    • Não? adicionar DMARDs + aumentar GCs:
      • Inicia tocilizumab (antagonista recetor IL-6) ou MTX
      • Recidiva major? - aumento GCs p 40-60mg/d
      • Recidiva minor? - aumento GCs p última dose eficaz

Prevenir comorbilidades:

  • antiagregação plaquetária com aspirina baixa dose em casos selecionados - antigas recomendações e Cecil dizem que é para todos se não CI:
    • se doença CV ou cerebrovascular considerar + prevenção de AVC e perda de visão
    • mas risco hemorragia GI, tb já aumentado com GC
  • controlo PA
  • controlo glicémia e perfil lipídico
  • prevenir osteoporose induzida pela corticoterapia
  • vacinação
  • prevenir infeções

Recidivas: 60-85%

Duração tx variável: 1-5 anos de acordo com recidivas

110
Q

Polimialgia reumática?

A

Não é vasculite, mas está em 40-50% dos casos associada a arterite de células gigantes!

Nos doentes com ACG, sintomas de PMR podem ocorrer antes, com ou depois dos sintomas de ACG.

• 10-20% dos doentes com PMR desenvolvem ACG

  • Início >50, habitualmente >60 anos
  • 1% da pop idosa tem
  • predisposição HLA-DR4

Clínica:

  • dor nas cinturas escapular + pescoço + pélvica - mas SEM fraqueza!
    • ​a dor vem das bursas + tendões e NÃO do músculo!!
    • começa em 1 lado do corpo e depois progride para bilateral em semanas - simétrica!
    • pior à NOITE
  • rigidez matinal >45min
  • fadiga, mal-estar, sintomas B, humor depressivo, perda de peso
  • anemia
  • aumento da PCR/VS - VS>50 mm/h
  • resposta RÁPIDA (<1 semana) a corticoterapia baixa dose: 10-20mg prednisolona - se não acontecer, considerar outro dx
  • CK normal - dx diferencial com doenças inflamatórias do músculo
  • auto-anticorpos negativos (excluir AR ou miastenia gravis)
  • ecografia com afeção articular das bursas

Queixas do doente: dificuldade em levantar de cadeiras, sair da cama, levantar braços acima dos ombros.

Dx diferencial:

  • arterite céls gigantes: comum coexistirem, comum desenvolver-se no curso de PMR - avaliar por rotina para sintomas de ACG
  • AR: FR+ e/ou anti-CCP
  • Polimiosite e dermatomiosite: CK elevado
  • Fibromialgia: lab é normal

Tx:

  • GC PO baixa dose
  • sintomas melhoram em 2-4 semanas: diminuir dose e parar
111
Q

Arterite de Takayasu?

A

Arterite de céls gigantes, rara.

  • Idade habitual <40 anos; + frequente em mulheres (8.5:1)
  • Afecta primariamente a aorta e os seus ramos principais.

Manifestações clínicas dependem da duração da doença e áreas vasculares envolvidas:

  • sintomas constitucionais
  • claudicação dos membros
  • ausência pulsos periféricos
  • anemia
  • aumento PCR/VS

Manifestações conforme vaso afetado:

  • Subclávia 93%: claudicação MS, Raynaud
  • Carótida comum 58%: alt visuais, síncope, AIT, AVC
  • Aorta abdominal 47%: dor abd, náusea, vómitos
  • Renal 38: HTA, IR
  • Arco aórtico/raiz 35%: insuf aórtica, ICC
  • Vertebral: mudanças visuais, tonturas
  • Eixo celíacos e mesentérica superior: > assintomático, mas pode existir dor abd, náuseas vómitos
  • Ilíaca: claudicação MI
  • Pulmonar 10-40%: dor torácica atípica, dispneia
  • Coronária <10%: dor torácica, EAM

Dx: SEM CRITÉRIOS

Perante suspeita -> fazer exame de imagem:

  • angiografia convencional
  • angioTC
  • angio-RM
  • PET-CT
112
Q

Critérios classificação Arterite Takayasu? ACR 1990

A

>= 3 EM 6:

  1. idade <40 anos início doença
  2. claudicação das extremidades
  3. diminuição pulso umeral
  4. diferença PA entre os MS >10mmHg
  5. sopro sobre a. subclávia ou aorta
  6. alterações arteriográficas - oclusão/estenose da aorta ou ramos
113
Q

Tx da Arterite de Takayasu?

A

2018 EULAR:

  • 40-60mg/d prednisolona PO + DMARD convencional (MTX)
  • Alterativa de DMARD: micofenolato, leflunamida, azatioprina, ciclofosfamida

Redução/desmem GCs: 15-20mg/d em 2-3 meses -> <=10mg/d após 1 ano

Remissão obtida?

  • SIM - gradual redução GCs
  • Não? - considerar DMARD biológicos + aumentar GCs
    • considerar tocilizumab ou anti-TNF
    • Major: aumento GCs para 40-60mg/d
    • Minor: aumento GCs para última dose eficaz

Cirurgias de revascularização – fase quiescente da doença

Prevenção de comorbilidades:

  • Decisão de antiagregação plaquetária individualizada
  • Controlo tensional
  • Controlo da glicemia e perfil lipídico
  • Prevenção de osteoporose induzida pelos glucocorticoides
  • Vacinação e prevenção de infeções

Curso variável com várias recidivas.

114
Q

Poliarterite nodosa?

A
  • Vasculite necrotizante dos pequenos e médios vasos
  • Rara, anteriormente agrupada com a PAM
  • Afecta todas as faixas etárias (+ comum 40-60)
  • Homens 2:1
  • Pode estar associada ao vírus da hepatite B!!!!
  • Envolve diferentes órgãos, particularmente: rins, intestino, pele, músculos, articulações e sistema nervoso periférico.
  • POUPA PULMÕES.
  • Não cursa com glomerulonefrite!
  • ANCAs NEGATIVOS

Alterações renais são a principal causa de morte.

Clínica:

  • Renal 60%: HTA, IR
  • MSK 64%: artrite, artralgia, mialgia
  • SN periférico 51%: neuropatia periférica, mononevrite multiplex
  • GI 44%: dor abd, náuseas, vómitos, hemorragia, enfarte, perfuração, colecistite, enfarte hepático e pancreático
  • Pele 43%: rash, purpura, nódulos, enfartes cutâneos, livedo reticularis, Raynaud
  • Cardíaco 36%: ICC, EAM, pericardite
  • Genitourinário 25%: dor testicular, epidídimo, ovário
  • SNC 23%: AVC, alteração estado consciência, convulsão

Dx: sem critérios

Confirmação: idealmente por imagem e/ou histologia

  • Angiografia pode revelar aneurismas e estenoses, principalmente no rim, fígado e artérias mesentéricas - >60% dos casos
  • Histologia: vasculite necrotizante segmentar focal das artérias de médio calibre (pode tb afectar pequenos vasos)
115
Q

Critérios classificação da Poliarterite nodosa ACR 1990?

A

Presença de pelo menos 3 dos 10 critérios:

  1. Perda de peso > 4 kg
  2. Livedo reticularis
  3. Dor testicular
  4. Mononeuropatia ou polineuropatia
  5. Mialgias, dor ou diminuição de força MI (distal)
  6. PA diastólica > 90 mm
  7. Elevação ureia/creatinina
  8. Vírus hepatite B ​
  9. Alterações arteriográficas
  10. Biópsia de pequenas ou médias artérias com PMN
116
Q

Tx da poliarterite nodosa?

A

Baseado no tratamento das vasculites associadas aos ANCA.

Doença grave: Glucocorticoides + ciclofosfamida (indução da remissão)

Doença ligeira: Glucocorticoides

Doentes com Hepatite B: Glucocorticoides + plamaferese + terapêutica anti-viral

Recidivas 10-20%!

PAN refractária: considerar anti-TNF

  • Tratamento da HTA fundamental para melhoria de outcomes
117
Q

Doença de Kawasaki?

A
  • Doença da infância (<5 anos), + frequente na população Japonesa
  • Febre alta >4-5 dias e as seguintes características:

A. Exantema polimorfo

B. Linfadenopatias cervicais - geralmente única e dolorosa

C. Eritema da mucosa oral

D. Conjuntivite não exsudativa

E. Edema das mãos/pés

RISCO: 20-25% dos doentes não tratados desenvolvem aneurismas coronários

Tratamento preconizado com aspirina + IGIV

118
Q

Granulomatose com poliangeíte (antes chamada de granulomatose de Wegener)?

A

Vasculite necrotizante pequenos vasos c formação de granulomas - associada aos ANCA.

  • Rara, ocorre em qql idade: média 40 anos.
  • F/M 1:1

-> !!!!! ORL: sinusite, rinite, otite média crónicas, epistáxis, surdez, úlceras orais, gengivite em morango -> comum ser 1ª manifestação

Pode progredir para formas + sistémicas:

  • Envolvimento pulmonar (infiltrados e nódulos) - tosse, dispneia, hemoptise resistentes ao tx, rouquidão, dor pleurítica
  • Envolvimento renal (GN pauci-imune com crescentes) - hematúria, cilindros eritrocitários

Sintomas constitucionais - febre, sudorese noturna, perda de peso, atralgias.

Pode envolver:

  • pele - úlceras, pápulas, púrpura MIs
  • olho - conjuntivite, episclerite, vasculite retiniana, úlcera da córnea
  • SNP/SNC
  • articulações

Tríade: vasculite necrotizante das artérias pequenas + manif pulmonares inferiores e superiores + glomerulonefrite

c-ANCA / ANCA anti-proteinase 3 (PR3) Positivo:

  • 50-80% formas limitadas
  • 90% sistémicas activas
119
Q

Critérios de classificação de Granulomatose com poliangeíte ACR 1990?

A

Presença de pelo menos 2 dos 4 critérios:

  1. Inflamação nasal ou oral - úlceras orais ou exsudado nasal hemorrágico!
  2. RX tórax anormal: nódulos, infiltrados fixos, cavidades - BILATERAL
  3. Sedimento urinário: >5 GV/c ou cilindros GV
  4. Biópsia do tecido afetado com inflamação granulomatosa - na parede de artérias ou arteríolas, perivascular ou extravascular. Glomerulonefrite necrotizante -> necessária biópsia para confirmar o dx

Lab:

  • aumento Cr e BUN
  • aumento VS e PCR
  • PR3-ANCA/cANCA + elevado 90%
  • anemia normocítica normocrómica
  • hematúria microscópica e proteinúria - urina II
  • cilindros eritrocitários, eritrócitos dismórficos - sedimento urinário tipo nefrítico

Dx diferencial: principal com poliangeíte microscópica: mais raro afeção ORL, sem granulomas, púrpura palpável potencial, MPO-ANCA/p-ANCA

120
Q

Granulomatose eosinofílica com poliangeíte?

A

Vasculite + rara associada aos ANCA.

  • asma grave de início tardio
  • polipose nasal
  • eosinofilia periférica + extravascular

Envolvimento renal NÃO é comum: <25%.

  • 2/3 neuropatia periférica (habitualmente mononeuropatia multiplex)
  • Pode envolver o coração (responsável por cerca de 50% das mortes associadas a esta doença)
  • ANCA+ 48% - p-ANCA/anti-mieloperoxidase MPO
121
Q

Critérios classificação granulomatose eosinofílica com poliangeíte ACR 1990?

A

Pelo menos 2 dos 6:

  • Asma
  • Eosinofilia >10%
  • Neuropatia - mono ou polineuropatia
  • Infiltrados pulmonares, não-fixos
  • Alterações seios perinasais
  • Eosinófilos extravasculares
122
Q

Poliangeíte microscópica?

A

Vasculite necrotizante dos pequenos vasos associadas aos ANCA

Mais homens

Durante muitos anos agrupada à poliarterite nodosa.

Maioria dos doentes têm envolvimento RENAL (GN).

Envolvimento pulmonar pode ocorrer:

  • Hemorragia alveolar difusa causada por capilarite - manif clássica (30%)
  • Fibrose pulmonar intersticial também pode ocorrer (principalmente após hemorragia)

Pode envolver pele, SNP, SNC, GI, etc.

ANCA+ 75% - p-ANCA / ANCA anti-mieloperoxidase [MPO]

Ainda não tem critérios de classificação validados.

Dx: histologia

123
Q

Tx Vasculites peq vasos associadas aos ANCA? 2016

A

1. INDUÇÃO:

  • Envolvimento não grave de órgão: GC + MTX
  • Envolvimento grave de órgão ou doença potencialmente fatal: GC + CFX (ciclofosfamida) ou RTX
  • IR rapidamente progressiva ou hemorragia pulmonar: adicionar plasmaferese
  • GC devem ser reduzidos à medida que começa a existir resposta ao imunossupressor

Atingindo a remissão clínica -> 2. MANUTENÇÃO: imunossupressão

  • AZT ou
  • MTX ou
  • RTX + GC (em esquema de redução)

Após 2 anos: evidência atual sugere 4-5 anos

  • redução de AZT ou MTX
  • paragem de RTX

GEPA refractária: Mepolizumab (anti IL-5)

5-year survival with adequate treatment is approx. 80%. Without adequate treatment, the 1-year survival rate is < 20%.

Causa morte comum: hemorragia alveolar difusa.

124
Q

Doença anti-GBM (Síndrome Goodpasture)?

A

Vasculite de peq. vasos associadas a imunocomplexos. Rara

Depósito de anticorpos anti-GBM na membrana basal glomerular/alveolar.

  • 80%–90% dos doentes apresentam GN rapidamente progressiva
  • 40-60% dos doentes apresentam hemorragia alveolar
  • Pequena minoria doença pulmonar isolada

Dx?

  • indentificação anticorpos anti-GBM, quer no soro quer depositados em tecido
  • GN crescêntica com ou sem evidência de hemorragia pulmonar
125
Q

Vasculite crioglobulinémica?

A

Vasculite de peq. vasos associadas a imunocomplexos.

  • Crioglobulinas no sangue (crioglobulinémia): Igs que precipitam com o frio

Crioglobulinémia pode ser classificada de acordo com o tipo de crioglobulinas:

  • Tipo I = crioglobulinémia simples: Igs monoclonais fortemente associadas a doenças linfoproliferativas
  • Tipo II - mistura de Igs policlonais e monoclonais, habitualmente IgM ou IgA, com actividade do factor reumatoide (FR)
  • Tipo III - consiste em Igs policlonais sem nenhum componente monoclonal e com actividade do FR

Tipo II e III são frequentemente designadas de crioglobulinémia mista e podem estar associadas a hepatite C ou a várias doenças imunomediadas.

Qdo não é encontrada associação c outra doença é designada de “essential”.

Clínica:

  • cutânea: púrpura dos MIs com evolução típica:
    • A - púrpura ortostática recente
    • B - hiperpigmentação simétrica da pele dos MIs, após vários episódios de púrpura
    • manifestações vasculíticas graves
    • úlcera cutânea importante - + resistente ao tx
  • Raynaud
  • acrocianose
  • sintomas músculo-esqueléticos
  • neuropatia periférica
  • rim: 5-60% = GN membranoproliferativa
  • crioglobulinemia do tipo I: hiperviscosidade e/ou trombose

Dx: sem critérios de dx ou de classificação validados:

  • clínica + lab + histologia

Tx:

  • Se associada a Hep C: tratamento anti viral
  • Casos ligeiros: apenas anti-inflamatórios + colchicina
  • Casos moderados / graves:
    • Indução-plasmaferese+GC+DMARDs (RTX / CFX)
    • Manutenção - AZAT, MMF
126
Q

Vasculite IgA = Púrpura Henoch-Schönlein?

A

Vasculite de pequenos vasos associadas a imunocomplexos.

Depósitos IgA nos pequenos vasos.

  • Crianças 2-10 anos - vasculite + comum desta faixa etária.
  • Pode também surgir em adultos (habitualmente + grave)
  • Aparece após infeção trato respiratório 1-3 semanas antes em 50% - causa o depósito de complexos imunes IgA na parede dos pequenso vasos
  • Também possível após infeção GI

Tríade clássica:

  • púrpura palpável - simétrica, MIs, nádegas e outras áreas de pressão 100% dos casos
  • dor articular/artrite 75% - mais comum nos tornozelos e joelhos
  • dor ABDOMINAL 60% - tipo cólica
  • doença renal (tetrade) 50%

Pode envolver o rim - lesão glomerular aguda.

PAPAH: purpura, abdominal pain, arthritis/arthralgia, and hematuria.

Dx - sem critérios:

  • clínica chega: púrpura palpável + 2 ou 3 das restantes caract clínicas: artrite, artralgia, dor abdominal, doença renal
  • se dúvida - biópsia: vasculite leucocitoclástica com predomínio de depósito de IgA e C3 em complexos nos vasos pequenos da derme superficial
    • rim: depósito IgA mesangial; crescentes em casos mais graves
  • lab renal para seguir evolução e prognóstico
  • trombocitose - ao contrário das outras causas de púrpura!!!
  • leucocitose, anemia
  • aumento IgA sérico
  • urina II: hematúria, possível existir proteinúria
  • sedimento urinário: cilindros eritrocitários
  • aumento VS e PCR

Excelente prognóstico - resolução espontânea frequente nas primeiras 8 semanas.

Tratamento:

  • Suporte: AINEs para dor + hidratação adequada
  • Severa: GC, anti-hipertensores e possivelmente diálise.

Complicações:

  • invaginação intestinal ileoileal, isquémia e perforação
  • DRC
  • sindrome nefrótica
  • glomerulonefrite rapidamente progressiva
127
Q

Critérios classificação Vasculite IgA (Púrpura Henoch-Schönlein) EULAR 2010?

A

Critério mandatório: púrpura ou petéquias com predominância nos MIs

Mínimo de 1 dos 4 critérios:

  • dor abdominal difusa de início agudo
  • biópsia que mostra vasculite leucocitoclástica ou glomerulonefrite proliferativa com predominância de depósitos IgA
  • artrite ou artralgia de início agudo
  • envolvimento renal na forma de proteinúria ou hematúria
128
Q

Angeíte leucoclástica cutânea?

A

Vasculite de órgão único. Também conhecida por vasculite de hipersensibilidade.

  • púrpura palpável
  • 2a toma medicações, infeções, doenças tecido conjuntivo (AR), neoplasias ou enquadrada em vasculite sistémica (>70%)
  • 30% dos casos causa desconhecida
129
Q

Síndrome de Cogan?

A

Vasculites de vasos de calibre variável - muito rara.

  • inflamação ocular - queratite intersticial, uveíte, episclerite
  • ouvido interno - surdez neurossensorial e disfunção vestibular
  • arterite - e pequenas, médias ou grandes artérias
  • aortite
  • aneurismas aórticos
  • valvulite aórtica e mitral
130
Q

Doença de Behçet?

A

Vasculite de vasos de calibre variável.

  • Comum na bacia do Mediterrâneo, Médio Oriente e Japão - rota da seda
  • 20-40 anos - mais frequente

Tríade: ulcerações orais + genitais + uveíte

Outras manifestações:

  • lesões cutâneas - pseudofoliculite ou eritema nodoso
  • artrite/artralgias
  • envolvimento vascular - + venoso
  • GI - dx diferencial com Crohn
  • neurológico - grave, mas raro 5%

Teste da patergia positivo 60%: forma pápula/pústula cutânea 24-48h após uma punção de agulha

HLA-B51 + 40-60%

Dx - critérios de dx ISG 1990:

Presença de úlceras orais recorrentes + 2 dos seguintes:

  • úlceras genitais recorrentes
  • lesões oculares: uveíte anterior/posterior, cels no vítreo, vasculite retiniana
  • lesões cutâneas: eritema nodoso, pseudofoliculite, lesões papulopustulares ou nódulos acneiformes
  • teste patergia positivo
131
Q

Tx doença de Behçet?

A

Pele e mucosas:

  • ligeira a moderada: tópicos GCs, anestésicos e antissépticos, colchicina, dapsona
  • grave: GCs sistémicos baixa dose, AZT, retinóides, talidomida, IFN-alfam anti-TNF, apremilast

Articulações:

  • ligeira a moderada: AINEs, corticoides sistémicos baixa dose, colchicina
  • grave/recorrente: AZT, IFN-alfa, anti-TNF

Olho:

  • uveíte anterior isolada: tópicos, imunossupressão sistémica AZT se sexo masculino jovem
  • segmento posterior: GC sistémicos dose consoante gravudade, AZT, ciclosporina A, IFN-alfa, anti-TNF
  • uveíte aguda que coloque visão em risco: doses altas GC sistémicos + IFN-alfa ou anti-TNF (associados ou não a AZT e/ou ciclosporina A). Corticóides intravítreos se exacerbação em apenas 1 olho.

Vascular:

  • TVP aguda: GC + azt ou ciclosporina A ou ciclofosfamida IV
  • TVP refratária: ponderar + anti-TNF; ponderar anticoagulação em doentes com risco de hemorragia baixo e sem aneurismas pulmonares
  • aneurismas pulmonares e periféricos: doses altas de corticoides + ciclofosfamida IV, ponderar adicionar anti-TNF se refratário; tx cirúrgico após médico

GI:

  • ligeira: GC + derivados ácido 5-aminossalicílico (ex. sulfassalazina)
  • moderada-grave: GC + AZT
  • grave ou refratária: ponderar + anti-TNF e/ou talidomida

SNC:

  • parenquimatoso: GC alta dose + AZT ou ciclofosfamida ou MTX (EVITAR ciclosporina A)
  • vascular: GC alta dose + ponderar anticoagulação curta duração
132
Q

Vasculites secundárias?

A

A. Infeções:

  • Rickettsias
  • Fúngica - histoplasmose
  • Endocardite subaguda bacteriana
  • EBV
  • HIV
  • Hep C/B
  • Sífilis
  • etc

B. Doenças tecido conjuntivo:

  • LES
  • AR
  • Miosites
  • Policondrite recidivante
  • Sjogren

C. Medicação:

  • alopurinol
  • tiazidas
  • outro
  • sulfonamidas
  • fenitoína
  • penicilina
  • hidralazina
  • propiltiouracilo
  • cocaína
  • levamizole
  • anfetaminas

Outras:

  • Colite ulcerosa
  • Défice congénito complemento
  • Sarcoidose
  • Cirrose biliar primária
  • Déf. alfa1 antitripsina
  • Cirurgia bypass
  • Neoplasias
133
Q

Dx diferencial de arterite céls gigantes?

A
  • Polimialgia reumática: 50% tem ambas. Comum nos sintomas constitucionais e aumento dos parâmetros inflamatórios. PMR afeta mais cadeia ombros, cintura pélvica.
  • Outras vasculites:
    • arterite Takayasu
    • poliarterite nodosa
    • granulomatose com poliangeíte
    • LES
    • AR
  • Outras causas de perda de visão em 1 olho:
    • doença carotídea
    • tromboembolismo
    • oclusão veia renal
  • Outras causas p sintomas constitucionais:
    • infeções: TB, endocardite, hepatite, HIV
    • hipertiroidismo
    • neoplasia
    • fibromialgia
    • MM
  • Outras causas de cefaleias
134
Q

Osteoartrose/osteoartrite - epidemio? Etiopatogenia? Dx?

A

Doença articular + prevalente - degeneração do complexo articular: cartilagem, osso subcondral e sinovial.

  • Dores de ritmo mecânico (mais vespertinas, agrava com esforço), rigidez matinal <30min, sem edema, crepitação com movimento, menor amplitude de movimento articular
  • Joelho em varo se for afetado
  • ASSIMÉTRICA!
  • nódulos de Heberden: dor e espessamento no lado dorsal das IFD
  • nódulos de Bouchard: IFP lado dorsal
  • Rizartrose: osteoartrite da 1ª carpometacárpica, entre o trapézio e o 1º metacarpo
  • Hallux rigidus: osteoartrite na 1a metatarsofalângica (dor na extensão dorsal do 1º dedo do pé)
  • Aumenta com idade: <1% 25-34, 80% >75
  • Mais mulheres 1,5-4x
  • 2a causa incapacidade >50 anos
  • Mais hospitalizações que AR!!!
  • Afeta articulações de maior carga: anca, joelho, mãos, vértebras

FR:

  • obesidade
  • AF - muito importante na osteoartrose nodal das mãos
  • idade - degenerativo + sobrecarga da cartilagem + microtraumatismos ao longo da vida
  • hipermobilidade
  • uso repetitivo
  • traumatismos
  • anatomia - displasia congénita da anca, etc

Stress mecânico crónico na articulação + diminuição proteoglicanos normal da idade -> perda elasticidade da cartilagem e aumento da sua friabilidade -> degeneração e inflamação da cartilagem -> redução do espaço articular, espessamernto e esclerose do osso subcondral.

2 tipos de fenótipos:

  • tecidual: queixas relacionadas com o tecido afetado nas fases iniciais
  • clínico: vários tecidos afetados, manifestações clínicas convergentes, independente do fenótipo tecidual inicial.

Queixas iniciais: redução da amplitude do movimento, rigidez e dor agravada por uso. Dor pode tornar-se permanente: durante a noite e/ou repouso com a evolução da doença.

Osteoartrose secundária:

  • hemocromatose
  • doença de Wilson
  • Ehlers-Danlos
  • Diabetes
  • Necrose avascular
  • Doenças congénitas das articulções
  • Alcaptonuria
  • Trauma

A osteoartrose é uma doença muito prevalente e difícil de avaliar e diagnosticar precocemente por falta de recursos. Deste modo, os doentes são referenciados já numa fase mais avançada, quando já têm níveis de dores elevados e em que já é difícil alterar de forma significativa o curso da doença, sendo, assim, uma doença complexa, com um tratamento complexo.

Dx: CLÍNICO

  • >= 45 anos + clínica típica (HC + EO)
  • se dúvida clínica - imagio para ver degeneração articular e excluir dx diferenciais
    • raio x
    • possivelmente RM, eco, TC
    • VS e PCR - ok
    • artrocentese - <2000 WBC, sem inflamação
    • artroscopia - cápsula espessda, hipertrofia sinovial e/ou cartilagem ulcerada
135
Q

Dx diferencial de osteoartrose?

A
  • AR
  • Artrite psoriática
  • Hemocromatose
  • Gota
136
Q

Raio x na osteoartrite?

A
  • Encurtamento do espaço articular IRREGULAR
  • Esclerose subcondral: visualização de área densa de osso imediatamente abaixo da zona de cartilagem.
  • Osteófitos - nas pontas das articulações, aumentando a sua área de superfície
  • Quisto subcondral: cheio de fluido, devido a necrose óssea local
137
Q

Tx de osteoartrite?

A

Objetivo: reduzir dor + reduzir progressão estrutural.

STEPWISE approach: começar com não farmacológica -> farmacológica -> cirurgia:

  • Exercício físico - baixo impacto (água, bicicleta, elíptica)
  • Perda de peso - se excesso de peso ou obesidade, pela carga nas articulações
  • Educação para a doença e self-management techniques
  • Apoios ao movimento - se anca e joelho, durante dor e instabilidade articular quando peso é colocado na articulação
  • Fisioterapia
  • Terapia ocupacional
  • Gelo 2h/2h nas agudizações de dor articular
  • Paracetamol <4g/d

Se falhar:

  • 1a linha fx: AINEs TÓPICOS ou PO
    • Se FR GI: ICOX-2 ou AINE+misoprostol ou IBP
  • 2a linha fx:
      • paracetamol ou
    • injeções intrarticulares de GC
    • viscosuplementação
  • tramadol se dor não controlada - mas dá náuseas
  • Tx modificadora de doença? - interferem a favor do anabolismo dos condrócitos
    • sulfato de glucosamina 1500mg
    • sulfato de condroitina 1000-1200mg
    • diacereína

Se ainda assim grave:

  • Cirurgia: substituição completa ou parcial (artroplastia= usando uma endoprótese
138
Q

Artrites microcristalinas?

A

Gota

Doença por deposição de cristais de pirofosfato de cálcio (condrocalcinose)

Outras

139
Q

Hiperuricémia - causas e repercussões clínicas?

A

Acontece por diminuição da excreção renal e/ou aumento da produção de ácido úrico:

Diminuição da excreção de ácido úrico: + comum:

  • medicamentos: pirizinamida, aspirina, diuréticos de ansa, tiazidas, niacina
  • DRC
  • cetoacidose
  • acidose láctica
  • pós-menopausa
  • desidratação
  • álcool - compete para a excreção renal com ácido úrico

Aumento da produção de ácido úrico:

  • consumo de purinas: marisco, carne vermelha
  • QT ou radiação - aumento da morte celular, síndrome de lise tumoral
  • obesidade
  • HTA
  • hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia
  • álcool - alto nível de purinas

Repercussões clínicas da hiperuricémia:

- Assintomática - comum

  • Artrite gotosa aguda
  • Artropatia crónica
  • Depósitos tofáceos
  • Envolvimento renal: litíase ou nefropatia úrica
140
Q

Gota úrica?

A

Artropatia cristaliana inflamatória causada pela resposta à formação e deposição de cristais de urato de sódio.

3 fases:

  • artrite gotosa aguda
  • período intercrítico
  • artropatia úrica crónica

Com o tempo as crises vão sendo mais longas e o período intercrítico mais curto → artropatia úrica crónica.

Clínica:

  • 1ª crise 4ª-6ª década
  • mulheres >50 anos
  • mais comum no sexo masculino
  • 1ª crise na 1ª MTF 85-90% = podagra
  • 1ª crise poliarticular 3-14%
  • início súbito de dor intensa e sinais inflamatórios marcados - pode durar dias-semanas
  • MAIS COMUM SER À NOITE, que acorda a pessoa
  • pico sintomas 12-24h, diminui em dias-semanas
  • leucocitose, febre possível, VS aumentada
  • bursite gotosa aguda: mais na bursa pré-patelar e olecraneana
  • surge em articulações previamente afetadas por ex por osteoartrose

Precipitantes:

  • fármacos
    • hipouricemiantes: mobilizam ácido úrico da articulação para a corrente sanguínea para ser eliminado, levando a um período em que existe um risco aumentado de novas crises! Especialmente se doente os toma de forma irregular! -> COLCHICINA FAZER 6 MESES COMO PROFILAXIA
    • diuréticos - + tiazidas
    • heparina IV
    • ciclosporina
    • QT
  • trauma
  • álcool
  • refeição abundante em purinas
  • cirurgia
  • hemorragia
  • infeções
  • desidratação

Complicações:

  • nefrolitíase
  • nefropatia do ácido úrico aguda - sínd lise tumoral, causa obstrução tubular e IRA
  • nefropatia ácido úrico crónica: nefropatia tubulointersticial com depósitos de cristais no estroma do rim, causando inflamação, HTA
141
Q

Dx gota?

A

Critérios clínicos:

  • artrite monoarticular (habitualmente), autolimitada
    • ​fazer sempre dx diferencial com artrite séptica - pensar se é provável -> artrocentese
  • hiperuricémia
  • resposta à colchicina

Dx definitivo: MICROSCOPIA DE LUZ POLARIZADA do líq sinovial

  • identificação cristais de monourato de Na+, forma de agulha, intracelulares, com birrefrigência negativa
    • ​só se faz em casos de dúvida ou alta probabilidade de artrite séptica
    • WBC >2000, >50% neutrófilos

Lab:

  • ácido úrico sérico: > 8.0 mg/dL in men or > 6.1 mg/dL in women, mas pode estar normal ou baixo!!!
  • hemograma completo
  • VS

Dx diferencial:

  • artrite séptica: pode ocorrer concomitantemente!
  • artrite inflamatória de outros tipos
    • pseudogota
    • espondiloartropatia seronegativa
    • AR
    • doenças de depósito de cristais de fosfato de cálcio básicas
  • osteoartrite erosiva
142
Q

Gota tofácea crónica?

A

Quando gota se torna poliarticular crónica, sem períodos assintomáticos.

Já não se vê muito graças ao tx adequado.

Deposição tofácea correlaciona-se com GRAU e DURAÇÃO de hiperuricémia.

Destruição articular progressiva.

Tofos: nódulos duros SEM dor, podem ulcerar e ter discharge chalky white.

Raio x: depósitos tofáceos + erosões em “saca-bocado”

143
Q

Tx gota úrica?

A

Objetivos:

  • suprimir crise aguda
  • prevenir recorrência
  • prevenir artropatia destrutiva
  • prevenir formação de tofos + urolitíase

CRISE AGUDA:

  • repouso
  • gelo 2-3x/d
  • AINE em dose máxima (indometacina, naproxeno) e/ou COLCHICINA (imediato 1mg) 3d-5d (mín necess)
    • ​colchicina: dá diarreia (sinal + precoce de toxicidade, devemos interromper tx), trombocitopénia, múltiplas interações medicamentosas (estatinas, citocromo P450 3A4), CI se DRC grave - preferir AINEs
    • doença gástrica ou renal: preferir colchicina
  • se CI para AINE e colchicina: GC intrarticulares e/ou sistémicos PO (30mg prednisolona) 5d ou até resolução de sintomas
    • refratário e CI múltiplas: anakinra ou canakinumab (inibidores IL-1)
  • não iniciar ou alterar doses de fármacos modificadores da uricémia (alopurinol)!!!!!
  • esperar pelo menos 2 semanas após resolução da crise para iniciar alopurinol - precipita crises por si só

LONGO-PRAZO:

  1. Profilaxia dos ataques agudos: colchicina, AINE - começar 1 semana antes de usar os fármacos no ponto 2, dar durante 3-6 meses!!!

2. Drogas modificadoras da uricémia:

  • uricosúricos (probenecid - inibe reabsorção de ác urico no TCP renal) - 2a linha
    • CI se nefrolitíase ou DRC moderada-grave
    • recomendar hidratação para evitar nefrolitíase
  • inibidores da xantina oxidase (1a linha) - alopurinol, febuxostat
  • uricase recombinante 3a linha - pegloticase IV
    • CI se ICC e deficiência G6PD
    • não existe em PT
    • causa crises de gota pela redução drástica da uricémia

Alopurinol: inibidor da xantina oxidase

  • começar quando?
    • após 2-3 crises
    • ácido úrico >=9mg/dL - risco mt elevado
    • DRC >= estadio 3
    • hx de urolitíase
  • 300mg/d (máx 800mg/d)
    • iniciar com 100mg/d e subir progressivamente até nível alvo: <6mg/dL gota; <5mg/dL gota tofácea
    • iniciar com 50mg/d se: idosos, crises frequentes, ClCr <50ml/min
  • CI:
    • crise aguda de gota
    • hiperuricémia assintomática
    • HLA-B*5801 - hipersensibilidade
  • Efeitos 2os:
    • rash maculopapular - dizer para parar tx
    • sínd Stevens-Johnson 6-9 semanas dps do início
    • toxicidade perante diuréticos tiazídicos
    • supressão medular
    • hepatite granulomatosa
  • Alternativa se alopurinol alergia/ineficaz: FEBUXOSTAT 40-80mg/d
    • ​não precisa de ajuste renal, seguro em transplantados renais

Medidas gerais:

  • menor consumo de álcool e purinas
  • limitar consumo de comidas com muito açúcar, sumos (high-fructose corn syrup)
  • perda de peso se obeso
  • tx DM e HTA
    • evitar hidroclorotiazida no tx da HTA -> preferir losartan
144
Q

DOENÇA DE DEPOSIÇÃO DE PIROFOSFATO DE CÁLCIO? = pseudogota

A

Antes chamada pseudogota.

Artropatia aguda semelhante à gota, mas com calcificações na cartilagem: CONDROCALCINOSE.

Depósitos cristalinos de pirofosfato de cálcio ocorrem dentro e à volta das articulações (cartilagem articular, meniscos, sinovia e tecidos periarticulares).

>60 anos + freq, sem predomínio de sexo.

Classificação:

  • esporádica/idiopática
  • hereditária ou familiar: + jovens
  • associada a doença metabólica:
    • hiperparatiroidismo
    • hipotiroidismo
    • hemocromatose/hemosiderose
    • hipofosfatemia
    • hipomagnesiemia
    • gota
    • hipercalcémia hipocalciúrica familiar
    • amiloidose
  • associada a trauma ou cirurgia
145
Q

DOENÇA DE DEPOSIÇÃO DE PIROFOSFATO DE CÁLCIO? = pseudogota - dx?

A
  • Clínico
  • Radiológico
  • Exame do líquido sinovial

Clínica:

  • muito variável, incluindo na evolução
  • mono ou oligoartrite nos idosos
  • afeta mais joelhos, punhos, ombros, ancas, TT - grandes articulações
  • geralmente autolimitada
  • ataques mais longos que na gota: meses
  • clínica aguda: pseudogota
  • clínica crónica: mais parecido com osteoartrite (OA), mas afeta região lateral do joelho e outras localizações atípicas da OA, mais severa
  • Freq ocorre envolvimento do joelho e de outras artic. não envolvidas pela OA primária: punhos, MCF, cotovelos e ombros

Radiológico:

  • Calcificações da cartilagem nos meniscos, ligamentos triangulares do carpo e sínfise púbica (condrocalcinose)

Exame do líquido sinovial:

  • cristais com fraca birrefrigência positiva, forma poliédrica, intracelulares
  • turvo com muitas células >20000, sobretudo nas artrites agudas
  • PMN predominam
  • ENVIAR MEMBRANA SINOVIAL EM ÁLCOOL

Lab:

  • ácido úrico geralmente ok - dx diferencial com gota
  • hemograma completo
  • FR - p dx diferencial
  • anti-CCP - p dx diferencial
  • ferro, transferrina, ferritina, cálcio, magnésio, PTH, FA - para dx diferencial de causa metabólica

Dx diferencial:

  • gota e outras artropatias cristalinas
  • AR
  • espondilartropatias seronegativas: artrite psoriática, artrite reativa
  • artrite séptica
  • osteoartrite e osteoartrite erosiva
146
Q

DOENÇA DE DEPOSIÇÃO DE PIROFOSFATO DE CÁLCIO? = pseudogota - tx?

A

Não há terap. eficaz para remoção dos depósitos de pirofosfato, nem para evitar a progressão da doença ⇒ TERAPÊUTICA SINTOMÁTICA

Crises agudas:

  • AINE + PPI
  • corticoide intra-articular

Longo-prazo:

  • prednisona oral - doença poliarticular grave, destrutiva, exacerbações freq
  • colchicina - diminui freq crises de pseudogota
  • tratar qq doença de base - hemocromatose, hiperparatiroidismo
147
Q

Dx diferencial de vasculite IgA?

A
  • Vasculite de hipersensibilidade: sem depósitos de IgA na biópsia
  • Outras vasculites de pequenos vasos: sem depósitos de IgA, adultos, anticorpos específicos
  • granulomatose com poliangeíte
  • granulomatose eosinofílica com poliangeíte
  • poliangeíte microscópica
  • LES
  • coagulopatias (ex hemofilia A): coagulação anormal, aumento aPTT como ex

- trombocitopénia imune: trombocitopénia, purpura NÃO palpável

  • SHU: trombocitopénia, purpura NÃO palpável
  • septicémia meningocóccica: trombocitopenia, coagulação aumento PT
  • LES, artrite idiopática juvenil, febre reumática: sem depósitos IgA na biópsia, anti-dsDNA e outros anticorpos específicos
  • artrite séptica: 1 só articulação
  • artrite reativa: sem rash, dor abd ou sintomas renais
  • nefropatia IgA: sem rash, sem afeção articular ou GI, mais em adultos jovens
148
Q

Osteoporose?

A

Doença esquelética em que existe perda de densidade mineral óssea, conduzindo a menor força óssea e aumento da susceptibilidade a fraturas.

FR:

  • idade
  • queda abrupta estrogénios: pós-menopausa
  • inatividade física
  • pouco cálcio e vit D na dieta
  • fumar
  • álcool

Tipo I: pós-menopausa

Tipo II: senil (por menor ativ dos osteoblastos)

Apresentação:

  • Doença muitas vezes assintomática até haver a primeira fratura de fragilidade (após trauma minor).
    • vertebral + comum: a > assintomáticas mas podem causar dor de costas aguda e point tenderness sem sintomas neurológicos
    • colo do fémur
    • rádio distal (Colles)
    • outros ossos longos: ex úmero
  • Hipercifose dorsal e perda de altura (fraturas compressivas da coluna vertebral)

Abordagem dx: DMO, FRAX e investigação de causas comuns de osteoporose 2a.

Critérios de dx de osteoporose OMS com base na DENSITOMETRIA: Score-T (desvio padrão da densidade mineral óssea de um indivíduo relativo à médida da DMO numa pop normal adulta jovem do mesmo sexo e raça):

  • Normal: >= -1
  • Osteopenia: entre -1 e -2.5
  • Osteoporose: <= -2.5: valor a partir do qual o risco de fratura aumenta bastante
  • _Osteoporose estabelecida (_grave): <= -2.5 com fratura

FRAX: fracture risk assessment tool (estima risco a 10 anos de fratura osteoporótica major) - considera: idade, peso, altura, fraturas prévias, tabagismo, GCs, AR, osteoporose secundária, álcool>3U/d e a DMO do colo do fémur (g/cm2).

Causas de osteoporose secundária:

  • iatrogénica:
    • tx sistémica longo prazo com corticosteróides
    • anticonvulsivantes
    • L-tiroxina
    • anticoagulantes
    • PPI
    • inibidores da aromatase
    • imunossupressores
    • androgen deprivation therapy ADT
  • endócrina:
    • hipercortisolismo
    • hipogonadismo
    • hipertiroidismo
    • hiperpartiroidismo
    • doença renal
  • mieloma múltiplo

Dx diferencial:

  • osteomalacia
  • hiperparatiroidismo
  • metástases
  • mieloma múltiplo
  • hemangioma intraósseo
149
Q

Tx da osteoporose?

A

Quando começar? T-score + FRAX, nunca só 1 deles.

  • doentes com critérios de dx de osteoporose
  • doentes com osteopenia com um FRAX aumentado
  • Otimizar intake de cálcio e vit D - SUPLEMENTAR SEMPRE
  • Exercício físico regular com exercícios de força e equilíbrio
  • Reduzir risco de quedas (ambiente)
  • Tabagismo evitar
  • Evitar consumo de álcool

Fármacos:

  • 1a linha: bifosfonatos (inibem osteoclastos): ALENDRONATO (+ usado), risedronato (PO 1x/semana), ibandronato (PO 1x/mês), zoledronato (EV)
    • são tomados de manhã 30min antes de comer + COM MUITA ÁGUA + manter posição sem se dobrar 30min: prevenir efeitos 2os
      • têm efeito 2o de esofagite: nesses casos usar EV zoledronato

2a linha:

  • Raloxifeno 60mg/d PO (SERM: selective estrogen receptor modulator): aumento risco TVP; menor risco cancro da mama
  • Denosumab 60mg 1x a cada 6m SC: anticorpo monoclonar contra o receptor do ativador do RANKL, diminuindo a atividade dos osteoclastos. Dá hipocalcémia.
  • Teriparatide 600 microg/d SC (análogo recombinante PTH): agente anabólico. Só se usa até 18 meses por risco de neoplasia - transitar para bifosfonato.

Follow-up:

  • medir altura anualmente
  • DMO a cada 1-2 anos para monitorizar tx
150
Q

Fibromialgia?

A

Doença neurossensorial caracterizada por dor musculocutânea crónica. SEM inflamação.

40-50 anos pico, mais nas mulheres (80%).

10% dos doentes reumáticos têm FM.

Causa desconhecida.

Apresentação clínica:

  • dor generalizada
  • pontos dolorosos sensíveis à pressão - fazer pressão até a nossa unha ficar branca
  • fadiga extrema
  • sono não reparador
  • alterações do sono
  • rigidez, sobretudo matinal
  • dores de cabeça: enxaqueca, tensão.
  • AP doença psiquiátrica: depressão, ansiedade generalizada
  • lab normal, sem anticorpos
  • parestesias
  • SII
  • Edema subjetivo
  • Raynaud

Tx da fibromialgia:

  • exercício físico
  • fisioterapia
  • terapia ocupacional - manter ativ profissional
  • educação do doente
  • CBT - comorbilidades e lidar com a dor
  • Para dor severa:
    • duloxetina
    • pregabalina
    • tramadol +/- paracetamol
  • Para problemas de sono graves:
    • amitriptilina baixa dose
    • pregabalina à noite
    • ciclobenzaprina - relaxante muscular!
151
Q

Arco doloroso do ombro?

A

Dor entre 60-120º: patologia supraespinhoso

Dor a partir dos 120º: acromioclavicular

152
Q

Testes Palm-up e Jobe do ombro?

A

Palm-up: integridade do tendão da longa porção do bíceps

Jobe: manobra mais específica para o supraespinhoso

153
Q

Espondilartrites? Coisas em comum a todas?

A

Grupo nosológico de doenças reumáticas crónicas classificadas em conjunto por partilharem características genéticas, epidemiológicas, clínicas e de resposta à terapêutica.

Doença inflamatória crónica e sistémica com predileção pelas articulações e enteses AXIAIS (sacroilíacas e vertebrais).

Lista:

  • Espondilite Anquilosante
  • Artrite psoriática
  • Artrite reativa/Síndrome de Reiter
  • Espondilartrites enteropáticas
  • Espondilartrites indiferenciadas
  • AIJ associada a entesite
  • Artrite psoriática juvenil

HLA-B27: característica genética comum a estas patologias:

  • 90% EA
  • artrite psoriática 10-25%
  • uveíte aguda anterior 50%
  • EA associada a IBD 25-78%
  • artrite reativa 50-80%

Clínica comum:

  • raquialgias e dor glútea em báscula (alterna entre esq e drt) de ritmo inflamatório
  • <40 anos
  • insidiosa, pode começar unilateralmente
  • >3 meses
  • rigidez matinal
  • melhoria com exercício físico
  • artrite periférica com padrão variável, consoante o tipo de espondilartrite (geralmente oligoartrite ASSIMÉTRICA dos MI)
  • entesite múltiplas - talalgias inferiores: entesite da fáscia plantar (fasceíte plantar) e/ou posteriores (entesite aquiliana): as + sintomáticas
  • dactilite
  • extra-musculoesq:
    • uveíte
    • psoríase
    • doenças inflamatórias do intestino
    • cervicite/uretrite
    • conjuntivite
    • cardite

Aspetos radiográficos caract:

  • sacroileíte
  • sindesmófitos: pontes ósseas patológicas que unem os corpos vertebrais e que resultam de processo inflamatório ao nivel das enteses e pela neoformação óssea nestes locais
  • entesófitos

Seronegativas: sem FR.

Respondem bem sintomaticamente a AINEs.

Classificam-se em formas radiográficas vs não radiográficas (clínica + RMN), existindo risco de progressão da não radiográfica para radiográfica.

A PCR é um preditor de progressão.

154
Q

Lombalgia inflamatória vs lombalgia degenerativa?

A

Critérios ASAS: os + usados - sugere ser inflamatório se 4/5 presentes:

  • <40 anos início
  • insidioso
    • ​se consegue identificar com precisão, associado a esforço - pensar em prolapso herniário
  • melhora com exercício
  • sem melhora com repouso
  • dor noturna (com melhora ao levantar-se)

Rudwaleit - se 2 em 4:

  • rigidez matinal >30min
  • melhora com ex, não com repouso
  • despertar na 2a metade da noite por dor
  • dor em nádega alternante
155
Q

Critérios de classificação de espondiloartrites? ASAS

A

Dor lombar >= 3 meses + início <45 anos:

1. Sacroileíte na imagem + >=1 característica de EpA

ou

2. HLA-B27 + >=2 caract de EpA:

Sacroileíte na imagem:

  • inflamação ativa/aguda na RMN, altamente sugestiva de sacroileíte associada a Epa
  • sacroileíte radiológica definida com critérios modoficados de New York

CARACTERÍSTICAS DE EpA:

  • dor lombar inflamatória
  • artrite
  • entesite (calcanhar)
  • uveíte
  • dactilite
  • psoríase
  • DC/CU
  • boa resposta a AINEs
  • HF de EpA
  • HLA-B27
  • PCR elevada
156
Q

Monitorizar espondiloartrite?

A

1. Atividade da doença:

  • BASDAI e ASDAS
  • parâmetros inflamatórios - PCR
  • manobras articulações sacroilíacas
  • articulações dolorosas e tumefactas
  • enteses ativas
  • manif extra-articulares

2. Função:

  • score BASFI
  • metrologia

3. Progressão da doença:

  • imagio
  • metrologia
157
Q

Score BASDAI na espondilartrite?

A

É a média da soma da pergunta 6 com a 5, dividida por 2 e somando as restantes perguntas e depois dividindo por 5.

BASDAI >=4

  1. Descrever fadiga/cansaço
  2. Descrever dor no pescoço, costas ou anca devido à doença
  3. Dor/edema articular, com excepção do pescoço, costas e anca?
  4. Desconforot ao tocar/carregar nas zonas que doem?
  5. Intensidade da rigidez matinal?
  6. Quanto tempo dura a rigidez matinal?
158
Q

Score ASDAS EA?

A

Parâmetros usados:

  • dor na coluna global (questão 2 do BASDAI)
  • paciente global
  • dor periférica/inflamação (questão 3 BASDAI)
  • duração rigidez matinal (é a 6)
  • PCR em mg/L ou VS

<1.3 - doença inativa

  1. 3-<2.1: ativ moderada
  2. 1-3.5: ativ elevada

>3.5: ativ muito elevada

159
Q

Score BASFI espondilartrites?

A

Monitorizar função.

  1. Calçar meias/collants sem ajuda - fácil até impossível?
  2. Dobrar-se para a frente pela cintura para apanhar caneta do chão sem ajuda?
  3. Esticar-se para chegar a prateleira alta sem ajuda?
  4. Levantar-se de cadeira sem braços ou mãos?
  5. Partidno de deitado de costas no chão, pôr-se de pé sem ajuda?
  6. Ficar de pé sem apoio 10min, sem desconforto sentido.
  7. Subir 12-15 degraus sem usar corrimão ou ajuda. Um pé em cada degrau.
  8. Olhar por cima do ombro sem virar o corpo.
  9. Fazer ativ fisicamente exigente: fisioterapia, jardinagem, desporto.

10 Executar atividades diárias, em casa ou no trabalho.

160
Q

EO na espondiloartrite?

A

Todas as manobras pretender estimular dor caso exista inflamação ao nível das sacroilíacas.Visam identificar atividade inflamatória ao nível destas articulações.

Faber: faz o F, dor ipsilateral na flexão, abdução e rotação externa

Lewin: pressão em decúbito lateral

Volkmann: pressão de braços cruzados nas EIAS

161
Q

Score para ser usado ao nível das enteses?

A

MASES.

13 sítios.

Sem graduação - 0-13.

Sítios:

  • condrocostal 1 direita + esq
  • condrocostal 7 esq + drt
  • EIAS esq e drt
  • crista ilíaca esq + drt
  • EIPS esq e drt
  • processo espinhoso L5
  • inserção proximal tendão aquiles drt + esq
162
Q

Avaliar mobilidade axial nas espondilartrites?

A

Tende a existir hipercifose cervical.

Calcanhar e dorso apoiados na parede, queixo em posição habitual.

Pedir máx esforço apra por o occipício contra a parede.

Registar a melhor de 2 tentativas em cm para:

  • distância occipício-parede: saudável é tocar na parede
  • média das distâncias trago-parede drt e esq
163
Q

Avaliar mobilidade axial?

A

1. Flexibilidade axial lateral:

Calcanhar e dorso apoiados na parede. Sem fletir joelhos, sem se curvar.

Marca na coxa, curvar-se lat sem fletir joelhos ou elevar calcanhares e sem mover ombros ou quadris, fazer outra marca e registar diferença-

Melhor de 2 tentativas para a esq e para a direita, separadamente.

Média da esq e drt no fim registada.

2. Expansibilidade torácica: costovetebrais e costoesternais (seja arteite ou entesite)

  • mãos atrás ou sobre a cabeça
  • medir no 4º EIC anteriormente
  • diferença entre inspiraçãp máx e a exp em cm
  • registar melhor valor de 2 tentativas
  • <2,5 cm patológico

3. Schober modificado: (coluna lombar)

  • ereto, marcar linha imaginária que liga ambas as EI superiores porsterior, próximo às “covinhas de vénus”
  • outra marca 10cm acima
  • pedir para curvar o máx para a frente, medindo a diferença entre as 2 marcas
  • melhor de 2 tentativas
  • pode ser + em idosos sem terem espondilartrite!
  • <4cm sugere limitação

4. Rotação cervical:

  • sentar em cadeira ereto, queixo neutro, mãos sobre joelhos
  • avaliador coloca-se com goniºometro no topo da cabeça, alinhando com ponta do nariz
  • pede para virar cabeça máx para a esq, regista angulo no plano sagital
  • 2a leitura, melhor de 2
  • repetir para o outro lado
  • registar média dos 2 lados em graus
  • IMPORTANTE PARA CARTAS DE CONDUÇÃO
164
Q

Espondilite anquilosante?

A

Espondiloartropatia seronegativa. Doença inflamatória crónica do esqueleto axial que leva a fusão parcial/completa e rigidez da coluna.

  • 2-3a décadas de vida
  • sexo masculino
  • >90% HLA-B27
  • lombro-sacralgia de ritmo inflamatório com sacroileíte IMAGIOLÓGICA!!!!
    • ​sem imagio é espondiloartropatia axial!!
  • crónica e presistente, evolução progressiva

Clínica:

  • Limitação mobilidade coluna lombar e dorsal + articulações do tórax
    • cifose e fusão das articulações costovestebrais: doença pulmonar restritiva possível
  • Mono ou oligoartrite crónica de grandes e médias articulações preferencialmente dos MIs, ASSIMÉTRICA (pode preceder sacroileíte)
  • dor maior à NOITE, independente da posição
  • associação freq a talalgias - tendão de aquiles, fasceíte plantar
  • uveíte anterior unilateral aguda!!! - manif extra-articular mais comum
  • HLA-B27 90%
  • sacroiléite UNIVERSAL - envolvimento progressivo e ascendente da coluna com evolução para anquilose (fusão de sindesmófitos)
  • perda de peso, febre, fadiga
165
Q

Critérios de Nova Iorque para EA?

A
    1. Dorsolombalgia ou lombalgia baixa >3 meses, início <45 anos
    1. Limitação da mobilidade da coluna lombar (flexão, flexão lateral ou extensão)
  • 3. Limitação da expansão torácica
    1. Sacroiliíte bilateral, grau 2-4
    1. Sacroiliíte unilateral, grau 3-4

Espondilite anquilosante definitiva se critério 4 ou 5, associado a critério 1, 2 ou 3.

Dx:

  • clínica: suspeitar em <45 anos com dor lombar inflamatória que dura >3 meses
  • marcadores inflamatórios elevados
  • HLA-B27 +
  • imagio com evidência de sacroileíte e/ou alt das articulações intervertebrais (bamboo spine)

MCDT:

  • começar por pedir RX das sacroilíacas, ou RMN se CI
  • se sacroileíte: dx confirmado
  • se equívoco (pode não estar presente nas fases iniciais): pedir PCR e HLA-B27
    • HLA-B27 +:
      • se clínica típica considera-se dx feito, sem precisar de mais exames
      • se só algumas alterações típicas de EA: RMN das sacroilíacas
    • ​​HLA-B27 negativo:
      • considerar RMN se 2-3 caract típicas
      • <=1 caract típica: dx diferencial
  • considerar imagio da coluna se dor cervical, torácica ou lombar
  • outros exames conforme manif extra-articulares
  • Autoanticorpos negativos
  • CBC: pode ter anemia por doença crónica ou por défice de ferro
166
Q

Tx da EA?

A

Suporte:

  • fisioterapia regular
  • cessar tabagismo: aumenta atividade da EA
  • educação
  • reabilitação
  • associação dos pacientes
  • grupos auto-ajuda

Fármacos:

  • AINEs em toma contínua se doença ativa, as needed se estável e/ou
  • inibidores TNF-alfa (infliximab, adalimumab, etanercept) - 1a linha se DII ou uveíte anterior recorrente, + na doença periférica
    • se falhar tx habitual + alta atividade da doença BASDAI >=4:
      • 2 AINEs pelo menos durante 4 semanas no total se manif predominantemente axiais
      • inejção local de esteróide apropriado se predominantemente periférico
      • normalmente tentativa de DMARDs (SSZ na >), mas não mandatório se predominentemente periférico
  • alternativa: DMARDs - sulfassalazina
  • GCs intra-articulares - se doença periférica considerável ou resposta insuficiente
  • severa e sem resposta a outra tx médica: cirurgia (artroplastia da anca, osteotomia se cifose severa com dor considerável ou incapacidade)

Efeitos 2os:

AINES:

  • lesão renal - monitorizar
  • piorar sintomas em DII não diagnosticada
  • proteção gástrica se FR para doença péptica

Anti-TNFalfa:

  • aumento risco infeção
  • reativação TB latente ou hepB: fazer rastreio de hep B e TB antes
167
Q

Dx diferencial de EA?

A
  • Outras espondilartropatias inflamatórias: artrite reativa, artrite psoriática, artrite associada a DII
  • Dor lombar mecânica
  • Fibromialgia
  • Prolapso de disco
  • Osteomielite vertebral
  • Osteófitos da coluna
  • Doença degenerativa: hiperostose esquelética difusa idiopática. Osteófitos.
168
Q

Sindesmófitos vs osteófitos?

A

Síndesmófitos:

  • ossificação/calcificação do annulus fibrosus (sobre disco intervertebral) ou um ligamento espinhal
  • crescimento vertical simétrico diretamente do corpo vertebral até outro corpo vertebral
  • bamboo spine na sua forma mais completa
  • doença inflamatória da coluna: ex da EA

Osteófitos:

  • crescimentos ósseos dos corpos vetebrais
  • crescimento horizontal
  • doença degenerativa da coluna: ex da hiperostose esquelética difusa idiopática
169
Q

Complicações na EA?

A
  • fusão completa da coluna: mobilidade limitada de forma grave
  • aumento risco de osteoporose (menor mineralização pela inflamação crónica): fraturas patológicas e possível dano da medula
  • fraturas “chalk stick”: fraturas transversas pela coluna espinhal fundida, causadas por flexibilidade reduzida pela fusão e osteoporose
  • limitação da extensão do tórax e dificuldade em respirar
  • fibrose dos lobos superiores do pulmão
170
Q

Artrite psoriática? Subgrupos clínicos?

A

Artrite inflamatória associada com psoríase - 20-30%, podendo aparecer antes das manif cutâneas, embora tal seja raro e seja mais comum aparecer >1 ano depois.

Tipo de espondilartrite.

Pico bimodal: 20-30 + 50-60.

Manifestações MSK:

  • artrite ASSIMÉTRICA - afeta sobretudo mãos, pés e coluna
  • dactilite
  • tenosinovite
  • entesite - tendão de Aquiles
  • sacroileíte
  • espondilite

Manifestações cutâneas e outras:

  • psoríase
  • eritrodermia - pustulose palmo-plantar
  • psoríase ungueal EM 80%: ponteado, leuconíquia, estrias, hiperqueratose, onicólise
  • uveíte
  • doença valvular cardíaca

SUBGRUPOS CLÍNICOS DA AP:

  • oligoartrite assimétrica com dactilite (sinovite): 70%
    • ​​afeta IFD e IFP de forma assimétrica, poupando a MCP
  • poliartrite simétrica: semelhante a AR, 15%
  • EA com ou sem envolvimento periférico: 5%
  • artrite das IFD das mãos e pés: 5%
  • artrite mutilante: 5% - destruição das articulações IF (telescoping fingers, opera glass hand)
171
Q

Dx e classificação de artrite psoriática?

A

Imagio:

  • destruição articular, anquilose, sindesmófitos na coluna
  • ossificação paravetebral assimétrica

Critérios de classificação CASPAR: >=3:

  • evidência de psoríase: manifestação concomitante da doença, HF ou HP da doença - 2 pontos
  • distrofia ungueal psoriática
  • FR negativo
  • dactilite
  • sinais radiológicos
172
Q

Tx da artrite psoriática?

A
  • Doença ligeira: AINEs
  • Moderada-severa: DMARDs (a > já estará a fazer imunossupressão, visto que a artrite psoriática geralmente surge depois de outras manif de psoríase) - SSZ, MTX
  • Se falharem: anti-TNF -> inibidores IL-12/IL-23
  • Fisioterapia em todos
173
Q

Artrite reativa? Síndrome de Reiter?

A

Artrite autoimune desencadeada pela reacção imunológica a infecções transmitidas por via gastrointestinal ou via urogenital.

Tipo de espondilartropatia, HLA-B27 - 50-80%. Mas não preciso disto para dx e não muda tx.

Mais comum em homens jovens.

Maior risco se HIV+.

Clínica:

  • no intervalo de 1 mês após a infeção
    • ​pode já ter resolvido ou ter sido/ser assintomática!
  • diarreia
  • uretrite/cervicite não-gonocóccica - pode ser da artrite reativa ou da doença infecciosa de base! Clamídia é MUITAS VEZES ASSINTOMÁTICA!!!
  • doença sistémica, não só limitada a locomotor:
    • aftose oral, úlceras orais
    • lesões cutâneas, ungueais
    • uveíte, conjuntivite, irite, episclerite, queratite
    • nefrite
    • cardite, regurgitação aórtica, block AV, pericardite
    • prostatite, balanite circinata
    • keratoderma blenorrhagicum: hiperqueratização das palmas e plantas
  • MSK:
    • oligoartrite assimétrica, predominando nos MI (joelho), início agudo, migratória
    • entesopatia
    • tendinite
    • tenosinovite
    • osteíte
    • mialgias

Síndrome de REITER: 1/3

  • tríade oculo-uretro-sinovial:
    • ​conjuntivite
    • uretrite
    • artrite
  • CANT SEE CANT PEE CANT CLIMB A TREE

Agentes infecciosos + comuns:

GI:

  • Salmonella typhi
  • Shigella flexneri
  • Yersinia pseudotuberculosis
  • Yersinia enterocolitica
  • Campylobacter jejuni

Urogenitais:

  • Chlamydia tracomatis

Abordagem dx:

  • Dx clínico na >.
  • Lab dá sinais inflamatórios inespecíficos.: aumento leucócitos, aumento plaquetas, aumento PCR e VS, FR e anti-CCP negativos
  • Identificar infeções underlying: cultura de fezes (se diarreia persiste), swab uretral e testes DST
    • NAAT urina/urogenital para clamídia
    • dx de gonorreia se preocupação
    • HIV: se atípica ou risco
  • Artrocentese, análise fluido sinovial - se suspeito de artrite séptica
  • Raio X da região afetada se suspeitamos de artrite
  • Suspeito de entesite/sinovite: RMN com contraste ou eco.

Dx diferencial:

  • artrite séptica
  • doença de Lyme estadio II ou III
  • artrite de sífilis - 2a
  • AR
  • outroas espondilartropatias seronegativas
  • artrite microcristalina
  • LES

Tende a resolver sozinha em 6-12 meses. Alta taxa de recorrência.

  • Tx de suporte neste período: AINEs.
  • Tx infeção de base: clamídia
  • Refenciar p oftalmo ou cardio se necessário

Se se tornar crónico (>6 meses sintomas), o que é raro: DMARDs - SSZ ou MTX.

174
Q

Artrites enteropáticas?

A

Artrite associada com patologias do intestino:

  • D. Crohn
  • Colite ulcerosa
  • D. Whipple
  • D. Celíaca
  • Bypass intestinal

Manifestações MSK:

  • Artrite PERIFÉRICA 10-20%: oligo assimétrica MI
    • ​relacionada com agudizações da doença intestinal!
    • acompanhada com manif extra-articulares: uveíte, eritema nodoso
  • Espondilite: 20% CU, 10% DC
    • sacroileíte até EA
    • não tem relação com agudizações da doença intestinal!
    • pode PRECEDER a doença intestinal
  • Entesites periféricas
175
Q

Espondilartrites juvenis?

A

1. Artrite idiopática juvenil associada a entesite:

  • mais rapazes, >9 anos
  • artrite MI: joelhos, TT, CF
  • entesite
  • lomgosacralgia inflamatória
  • HLAB27+

2. Artrite psoriática juvenil:

  • dactilite
  • ponteado ungueal
  • artrite periférica assimétrica
  • FR negativo
  • envolvimento IFD
176
Q

Espondiloartrites indiferenciadas?

A

Incluídos aqui:

  • manifestações clínicas próprias das espondiloartrites,
  • não são enquadráveis em nenhuma das espondiloartrites clássicas
  • não cumprem critérios de diagnóstico

Frequentes: 27% das espondilartrites em geral.

Podem ser consideradas formas precoces, frustes ou casos de sobreposição!

177
Q

Recomendações ASAS na EA para usar inibidores TNF alfa?

A

Slide 42 da aula se imagem falhar,

178
Q

Artrite séptica?

A

FR: implante prostésico, intervenção prévia, doença articular de base (especialmente AR ou LES), imunossupressão, DM, >80 anos, doença infecciosa da pele crónica, uso IV drogas.

Agentes:

  • S. aureus: + comum se >2 anos de idade e pós procedimentos invasicos articulares
  • Streptococci
  • Neiserria gonorrhea - jovens sexualmente ativos
  • Gram neg: E. coli, Pseudomonas - imunossupressão, drogas IV, idosos, trauma
  • S. epidermidis
  • Borrelia burgdorferi - doença de Lyme!

Clínica:

  • início agudo
  • tríade: febre + dor articular + restrição do movimento
  • artrite: monoarticular
    • ​afeta mais, por ordem decrescente: joelhos - anca - punhos - ombros - tornozelos
    • edema, eritema, quente, dor

Casos de várias articulações afetadas:

  • doença gonocóccica disseminada
  • infeções virais
  • Lyme
  • AR pré-existente
  • artrite reativa

MCDT:

  • artrocentese com análise do líquido sinovial e cultura - gold-standard
    • também ajuda a descomprimir
    • CI se infeção cutânea ou subcutânea a rodear a articulação
    • se anticoagulado: consultar especialista e painel de coagulação
    • geralmente amarelo-esverdeado e turvo, aumento leucócitos >50mil, glicopenia, Gram para ajudar na ABT EMPÍRICA
    • predomínio de neutrófilos tb acontece nas artropatias cristalinas - avaliar com clínica e FR
  • hemocultura se febre e/ou sintomas agudos
  • PCR, VS
  • procalcitonina - se não conseguimos fazer artrocentese
  • raio X das articulações afetadas
  • se suspeito de Gonococco: adicional cultura e PCR de mucosas
179
Q

Tx de artrite séptica?

A
  • artrocentese terapêutica seriada
  • analgésicos e imobilização - dor
  • profilaxia TVP
  • ABT empírica guiada pelo Gram + clínica - restringida assim que antibiograma disponível
    • nativa:
      • Gram + cocco: vanco +/- cef 3G se risco de MRSA
      • Cocco Gram -: ceftriaxona ou aminoglicosídeos
      • Bacilos gram neg: cefepime ou meropenem
      • Gram neg + risco DST: ceftriaxona ou cefotaxima
      • Gram neg sem risco DST: vanco + ceftriaxona ou cefepime
180
Q

Síndrome do canal cárpico?

A

Neuropatia periférica causa por compressão aguda/crónica do nervo mediano por baixo do ligamento transversal do carpo.

Leva a que exista diminuição do sangue que chega ao nervo mediano, criando uma reação inflamatória com edema e hipóxia e degeneração de axónios.

Clínica:

  • alt sensoriais: dor, parestesias, numbness
    • afeta face palmar do 1º-3º e metade radial do 4º dedo
    • não perde na palma proximal pq o ramo palmar do nervo mediano passa por cima do túnel cárpico
    • PIOR À NOITE: por uso
    • melhora ao abanar a mão - flick sign; mudar de posição, repouso
  • sintomas motores na área inervada pelo n. mediano distal ao túnel cárpico: geralmente > gravidade implicada
    • perda de força músculos tenares - menor capacidade de pinça e agarrar do polegar
      • queixa de incapacidade de segurar objetos pequenos, abrir portas com puxador, apertar botões

FR:

  • trabalho manual - typing, vibração, qq coisa com repetição de flexão/extensão do punho
  • idade
  • sexo
  • DM
  • obesidade
  • gravidez, puerpério - ocorre em 62%, mais no 3ºT, comum ser bilateral
    • dx =, mas preferir tx conservadora
  • doença articular de base - AR, fratura prévia do punho
  • osteoartrite
  • IR e diálise
  • hipotiroidismo

Dx:

  • clínica
    • testes de sensibilidade ao EO, comparar bilateralmente
  • testes de provocação
    • elevação das mãos acima da cabeça 1min
    • compressão do canal cárpico
      • sinal de Tinel se martelo
      • Durkan: compressão manual moderada 30s
    • Phalen - 1min
  • estudos eletrodiagnósticos se dúvida dx, dx diferencial d epolineuropatia ou radiculopatia, avaliação pré-cirurgia
    • testes de condução nervosa
    • eletromiograma - para dx diferencial

Dx diferencial:

  • artrite carpometacárpica do polegar
  • artrite do punho
  • radiculopatia cervical C6
  • tendinopatia De Quervain
  • neuropatia periférica
  • síndrome pronadora
  • Raynaud
  • neuropatia cubital

Tx:

  • 6 semanas no ligeiro-moderado - conservador:
    • imobilização em posição neutra durante a noite
    • injeções esteróides locais (metilprednisolona), guiada por eco
    • mudança de comportamento
    • fisioterapia e ex
    • analgesia oral NÃO é eficaz
  • grave (atrofia da eminência tenar)/refratária: cirurgia aberta vs endoscópica para libertação do ligamento transverso do carpo e descompressão do nervo mediano
    • retomar ativ normal em 2 semanas, não se recomenda imobilização!
181
Q

Dx diferencial de monoartrite aguda?

A

1. Inflamatória:​​

  • Artrite séptica
  • Artrite microcristalina
  • Espondilite anquilosante
  • AR
  • DDTC
  • AIJ

2. Não inflamatória:

  • traumática
  • hemartrose
  • drepanocitose
  • osteonecrose
  • tumor

Algoritmo:

1 - perguntar por febre, traumatismo, dor óssea

2- HC + EO - excluir patologia periarticular

3 - Há derrame articular?

  • Sim:
    • análises clínicas: hemograma, VS, PCR, ácido úrico
  • Não mas com dor intensa:
    • ponderar eco e/ou RMN
  • Raio X: fratura, avulsões, osteoartrose, condrocalcinose

Artrocentese:

  • pesquisa cristais
  • cultural
  • exame citoquímico
    • glicose
    • LDH
    • proteínas
182
Q
A
183
Q

Dx diferencial monoartrite crónica?

A

1. Não infecciosa:

  • Espondilite anquilosante
  • AR
  • Artrites microcristalinas
  • Osteoartrose
  • AIJ
  • Sinovite vilonodular

2. Infecciosa:

  • tuberculose
  • Lyme
  • osteomielite
184
Q
A
185
Q
A