Gastroenterologia Flashcards

1
Q

Como calcular quantidade de álcool em gramas?

A

ml de bebida x % alcóol x 0,8 (densidade do álcool)

1 unidade de álcool tem ~10g

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2
Q

Questionário CAGE?

A
  1. C de cut - Alguma vez sentiu que devia cortar na bebida?
  2. A - annoyed Alguma vez se sentiu irritado por as pessoas criticarem a forma como bebe?
  3. G - guilty: Alguma vez se sentiu mal/culpado pelo seu consumo de álcool?
  4. E- eye opener - Alguma vez bebeu uma bebida alcoólica como 1a ação na manhã para acalmar os nervos ou se livrar de uma ressaca (eye-opener)
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3
Q

Evolução da doença hepática alcoólica?

A

3 lesões distintas, raramente existindo de uma forma única:
* 1. Esteatose (90% dos alcoólicos) (>5% gordura no tecido hepátco)
* 2. Esteatohepatite alcoólica - 10-20% das pessoas com esteatose
* 3. Cirrose

Depois da cirrose pode evoluir para:
- descompesação
- carcinoma hepato-celular
/ ///
* Esteatose: geralmente assintomática.
* Hepatite alcoólica: síndrome clínico caract pelo aparecimento súbito de icterícia e/ou ascite em doente com abuso de álcool mantido
* Cirrose: compensada ou descompensada com HT portal e/ou encefalopatia e/ou ascite.

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4
Q

MCDT a pedir na doença hepática alcoólica?

A
  • AST e ALT - aumentadas, AST mais e AST/ALT >1.5
  • Aumento GGT: baixa sensibilidade. Bom marcador de consumo excessivo de álcool que ocorreu ao longo de várias semanas - não distingue abuso de álcool agudo de hepatite estabelecida.
  • Aumento ferritina sérica
  • Anemia megaloblástica: défice de vitB12 e ácido fólico (nutrição pobre)
  • Aumento CDT (carbohydrate-deficient transferrin) - marcador + específico de uso de álcool pesado, independentemente da presença de doença hepática. Elevado até 6 semanas após abuso.
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5
Q

Hepatite alcoólica critérios dx?

A

Forma grave e ameaçadora para a vida.
* Icterícia recente** +/- outros sinais de descompensação em doentes com consumo excessivo continuado de álcool**
* O sinal cardinal é a icterícia progressiva!!
* Freq associado a: febre baixa, mal-estar, emagrecimento e desnutrição, hepatomegália com desconforto à palpação

Pode ser a 1a manif de doença hepática.
Pode surgir num doente com dx prévio de DHC.

Critérios:
* consumo alcóolico pesado >6 meses (típico >5 anos)
* álcool ativo < 60 dias até apresentação
* início súbito/agravamento da *icterícia
* AST/ALT >1.5 com níveis < 400 IU/L
* ausência de outra causa de doença hepática

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6
Q

Hepatite alcoólica - MCDT?

A
  • neutrofilia
  • hiperbilirrubinémia > 4mg/dl
  • AST>2 x LSN
  • AST e ALT < 400 IU/L
  • AST/ALT > 1.5-2
  • anemia macrocítica
  • GGT >100
  • FA aumentada
  • INR >1.5
  • Albumina < 3 g/L

Grave se:
* TP prolongado - que NÃO corrige com vitK pq o que falta são os fatores de coagulação de síntese hepática
* hipoalbuminémia
* trombocitopénia
* trombocitose se resposta inflamatória exacerbada

Fibroscan - > 12 kPA
Pode estar falsamente elevado:
** inflamação muito marcada
**
** consumo ativo de álcool**
Se fibroscan elevado MAS enzimas hepáticas >100 U/L interpretar com cuidado -> MELHOR REPETIR QUANDO ENZIMAS HEP NORMAIS E JÁ NÃO ESTIVER A CONSUMIR ATIVAMENTE ÁLCOOL.

Ecografia hepática:
* Não permite saber etiologia da lesão hepática
* Quantificação de esteatose - o fígado fica hiperecogénico (+ branco) em relação ao rim
* Identifica cirrose
* Excuir outras causas de DHC - ex da CEP, obstrução biliar
* Avaliar doença hepática avançada e as suas complicações: ascite + carcinoma hepatocelular

Para dx diferencial:
- estudo infeccioso: hemocultura, urocultura, raio x tórax
- painel hepatite viral
- hepatite autoimune: ANAs, anti-Sm, IgG
- doença hepática metabólica: ceruloplasmina sérica, alfa1antitripsina
- lesão hepática induzida por fármacos: rever tx completa, toxicologia urinária, níveis séricos acetaminofeno
- esteatose hepática não alcoólica

Biópsia hepática: apenas se dx não claro, incerteza quanto a consumo de álcool ou em estudos. Feita a nível transjugular.

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7
Q

Sinais de cirrose na ecografia?

A
  • Fígado heterogéneo
  • Bordos crenados
  • Hipertrofia do lobo caudado
  • Sinais de HT portal:
    1. ascite
    2. esplenomegália
    3. reversão do fluxo da veia porta
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8
Q

Binge drinking/heavy episodic drinking?

A
  • > 5 nos homens e > 4 bebidas para as mulheres em 2h
  • > 60g homens ou > 50g mulheres em 1 ocasião
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9
Q

Mecanismos de toxicidade do metabolismo do etanol?

A
  1. Acetaldeído - atrai inflamação
  2. NADH - formas reduzidas induzem lipogénese.
  3. Sistema oxidante microssómico do etanol (MEOS) - efeito oxidativo por produção de ROS
  4. Aumento da translocação bacteriana intestinal
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10
Q

Tx da hepatite alcoólica?

A
  • Abstinência imediata
  • Suplementação complexo vit B - risco de encefalopatia de Wernicke
  • Tx encefalopatia hepática: lactulose, rifamixina
  • Tx ascite: restrição de sal
  • Prevenção de IR em doentes com HA grave: evitar diuréticos e nefrotóxicos, expansão de volume se necessário; evitar beta-bloqueantes (podem reduzir a perfusão do rim por menor DC + bloqueio recetores beta2 no rim)
  • Vitamina K
  • Tiamina (vit B)
  • Avaliar estado nutricional - objetivo intake > = 35kcal-40 kcal/kg e 1,2-1,5 g/kg proteína - previne encefalopatia e sépsis
  • Corticoterapia (prednisolona 40mg/d) - limitado por risco de sépsis, hemorragia GI. Indicação: MDF >= 32 ou MELD > 20 e sem CI.
    Usa-se score de Lille ao 7º dia. (tende a durar 4 semanas = 28d)
  • Combinar corticoterapia com N-acetilcisteína
  • Avaliar complicações de cirrose: ascite, encefalopatia hepática, hemorragia varizes esofágicas
  • Evitar nefrotóxicos e diuréticos em excesso - LRA e síndrome hepatorrenal

Considerar UCI se: insuf orgão extrahepático, encefalopatia hepática estadio III ou IV, IR ou necessidade de suporte ventilatóril, instabilidade hemodinâmica, choque séptico.

Ver check-list Amboss.

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11
Q

Avaliar gravidade da hepatite alcoólica?

A

Score de Lille: prever se o doente responde ao tx com corticóides
MELD: lisa para transplante
GAHS >= 9?

mDF >= 32? - grave; incluir TP e bilirrubina. Prediz mortalidade.

MELD > 20 - grave - preditor de mortalidade. Inclui Cr, bilirrubina, INR, Na+.

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12
Q

Score de Lille?

A

Serve para avaliar resposta ao tratamento com corticóides.

0-1

* Se > = 0,45 - resposta após 1 semana -> deve parar os corticóides.

Inclui: idade, albumina, bilirrubina baseline e ao fim de 7d de tx, creatinina, TP.

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13
Q

Prognóstico de hepatite alcoólica?

A

Mortalidade >50% em 30d
Indicadores de mau prognóstico:
* Função discriminante de Maddrey >= 32 -> considera TP e bilirrubina
* MELD >= 21 - bilirrubina, INR, creatinina
* Ascite
* Hemorragia por varizes
* Encefalopatia profunda
* Síndrome hepatorrenal
* Função hepática: TP/INR, albumina, bilirrubina

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14
Q

Marcadores de FUNÇÃO hepática?

A
  • TP/INR
  • Albumina
  • Bilirrubina
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15
Q

Síndrome de Zieve?

A

Tríade:
* hepatite alcoólica
* icterícia
* hiperlipidemia

Anemia hemolítica aguda: HT portal, hiperesplenismo, citopenia - que ocorre após uso excessivo de álcool ao longo de vários anos.

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16
Q

Síndrome de abstinência de álcool?

A

10-72h após último consumo.
Sinais e sintomas:
* ansiedade
* depressão
* irritabilidade
* tremores
* fadiga
* palpitações
* clammy skin
* midríase
* sudorese
* cefaleias
* dificuldades em dormir
* vómitos
* convulsões

Delirium tremens:
* começa em alguns dias
* febre alta
* agitação intensa
* alucinações visuais e táteis

Tx:
- 100mg tiamina (vit B1)
- ácido fólico
- complexo B
- BZD curta ação: oxazepam (se longa tem risco de encefalopatia)
- após EDA - lactulose (menor risco de encefalopatia hepática) até ter 2-3 dejeções/d

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17
Q

Consequências multiorgânicas do consumo de álcool a longo termo?

A
  • Gastrite
  • Malabsorção
  • Pancreatite crónica
  • Síndrome Wernicke-Korsakoff
    Ver imagem.
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18
Q

Fármacos usados na dependência de álcool?

A
  1. Naltrexona: antagonista receptores mu-opióides. Bloqueia os efeitos eufóricos e a sensação de intoxicação.
  2. Acamprosato: dado logo a seguir a síndrome de abstinência aguda, re-estabelece algumas vias GABA e do glutamato.
  3. Dissulfiram: inibe a acetaldeído desidrogenase, causando ressaca imediatamente após consumo de álcool e intenso mal-estar, que ajuda a parar consumo.
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19
Q

Abordagem inicial de hepatite alcoólica?

A
  • Pensar nos critérios de dx e definição (ver outra flashcard): > 6 meses consumo, < 60d desde o último consumo, AST/ALT >1.5 e < 400, sem outra causa doença hepática, icterícia e/ou ascite de início recente.
  • Lab + imagio que suporte o dx e exclua outras causas de hepatite e icterícia
  • Workup de infeção guiado por suspeita clínica - muito comuns
  • Score de Maddrey ou MELD
  • Identificar doentes com pert consumo de álcool

Dx diferencial:
* outra doença hepática alcoólica - cirrose descompensada
* doença hepática não alcoólica
* infeção: colangite aguda
* obstrução biliar - pedra, tumor, estenose
* lesão hepática induzida por fármacos
* hepatite viral aguda
* hepatite autoimune
* doença hepática metabólica: hemocromatose, Wilson, défice alfa1 antitripsina
* hepatite isquémica - hipotensão, choque, perda hemorrágica grave, cocaína, vasoconstritores

Se AST>400 - pensar em lesão induzida por fármacos ou hepatite isquémica.

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20
Q

CI absolutas e relativas a corticoterapia?

A

Absolutas:
* TB ativa
* hepB ativa

Relativas:
* sépsis
* hiperglicémai sem controlo
* IRA com Cr >2.5
* hemorragia GI

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21
Q

Causas de cirrose hepática?

A
  • Álcool - longo termo
  • Infeções: VHB, VHC, VHD
  • Metabólica: hemocromatose, déf alfa1 antitripsina, Wilson
  • Autoimune
  • Fígado gordo não alcoólico
  • Doenças biliares: CBP, CEP, CBS (colangite esclerosante secundária)
  • Fármacos: acetaminofeno, amiodarona, QT, MTX

Mesmo já tendo 1 causa que justifique a cirrose, devemos fazer sempre uma pesquisa sistemática das outras causas, nada impede que tenha várias a contribuir para a cirrose.

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22
Q

Complicações da cirrose hepática?

A

1. Hipertensão portal:
* HTPP
* Síndrome hepatopulmonar
* Miocardiopatia
* Hemorragia e varizes
* Ascite - peritonite bacteirana espontânea, síndrome hepatorrenal
* Encefalopatia

2. Insuficiência hepática:
* Encefalopatia
* Icterícia
* Alteração da coagulação

3. Carcinoma hepatocelular

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23
Q

HT portal?

A

Quando gradiente de pressão venosa hepática é > 5 mmHg.

Clinicamente significativa: > 10 mmHg

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24
Q

Estadios clínicos da cirrose hepática?

A

ACLF = acute-on-chronic liver failure → descompensação hepática aguda de doença hepática crónica associada à falência de órgão. Pode acontecer em qualquer estádio da cirrose hepática! Alta mortalidade.

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25
Scores de prognóstico na cirrose hepática? saber de cor
* Child-Pugh * MELD: bilirrubina, INR, creatinina
26
Score Child-Pugh?
**5 critérios - 2 clínicos + 3 lab:** * Encefalopatia * Ascite * Bilirrubina * Albumina * TP ou INR Classe A: 5-6 pontos Classe B: 7-9 pontos Classe C: 10-15 pontos Mnemónica ABCDE: Albumin, Bilirrubin, Coagulation, Distended abdomen (ascite) and Encefalopatia Score >7 (a partir da classe B) - ponderar se tem indicação para **transplante** hepático.
27
Graus de ascite?
1 - sem **distensão abdominal (< 500mL)**; **detetável por eco > 100 mL** 2 - moderadamente distendido, **mudança de macicez >1500 mL** 3 - marcadamente distendido, sinal da onda líquida +
28
O que pesquisa no EO perante existência de ascite?
* outros sinais de HT portal: circulação venosa superficial colateral * engurgitamento jugular ou reflexo hepatojugular - IC como causa * edema periférico
29
Dx diferencial de ascite?
Gradiente soro-ascítico de albumina - acuidade 97% para HT portal. Ver imagem para causas. 1 - avaliar gradiente 2 - avaliar proteínas na ascite Ascite dx é = ascite picada - **paracentese diagnóstica.**: * cor * **citologia** - **excluir PBE** * BQ - proteínas + albumina * microbiologia - inocular em hemoculturas 10mL * pesquisa Mycobacterium * **pesquisa de céls neoplásicas** - melhor 3 amostras. Excluir carcinomatose peritoneal. **Sangue periférico: **: * albumina * pro-BNP (pedir se HT portal e proteínas altas no líq ascítico - causa pós-sinusoidal): se >364 sugestivo de causa cardíaca, < 182 exclui causa cardíaca
30
Análise do líquido ascítico (segunda flashcard)
31
Tx da ascite?
De acordo com patogénese. O grande mecanismo de retenção de líquido é a retenção de Na+. * **paracentese evacuadora** - se ascite sob tensão, porque altera a hemodinâmica e inclusive perfusão renal. * **restrição dietética de Na+** * **espironolactona** - antagonista da aldosterona * **furosemida** - bloqueia cotransportador Na+K+2Cl- do ramo ascendente da ansa de Henle. Menos eficaz que espironolactona. * **100mg espironolactona +/- 40mg furosemida** * **Aumentar dose diuréticos cada 3-5d, 100:40**, para máximo de 400:160 (**4x**) * Parar diuréticos se Na+ urinário < 30 mmol/d (considerar refratário) * Evitar AINEs e AAS - diminuem resposta diurética. **Objetivos**: * perda ponderal **máx de 0,5kg/d ou 1kg/d se tiver edema periférico** * resposta **insuficiente** se perder < 1kg na 1a semana e < 2kg/semana nas semanas subsequentes **Efeitos 2os:** * LRA pré-renal (menor volume intravascular) * Hiponatrémia * Hipercaliémia (espironolactona faz retenção de K+) vs hipocaliémia (furosemida é expoliadora) * Encefalopatia hepática * Ginecomastia dolorosa * Cãibras Se não responder: * TIPS - transjugular intrahepatic portosystemic shunt * Transplante hepático
32
Como fazer restrição Na+ na dieta na ascite?
Não confundir Na+ com sal → 2g Na+ = 5,2g sal. Avaliar doente - **está a perder peso?** - Se sim - parece estar a cumprir dieta sem sal - Não perdeu peso - ou não cumpre dieta ou é insuficiente e temos de partir para diuréticos. **Como saber se cumpre dieta? - Na+ urinário 24h/spot:** * **Baixo**: consome pouco sal - acrescentar diuréticos. * **Alto** - não está a cumprir dieta Spot urinário: se Na+>K+ isso significa que a excreção é elevada, visto q a excreção de K+ varia muito pouco, é mais ou menos mantida. Mas considerar sempre risco de desnutrição: problemas na alimentação, pouco apetite, ascite dá enfartamento pós-prandial - pode não querer comer por não ter sal. Nestes casos pode ter de se ser mais permissivo com a questão do sal para priveligiar o aporte calórico!
33
Tx ascite refratária?
Considera-se refratária se: * resistente a diuréticos, apesar da dose máxima * ascite intratável, por efeitos 2os dos diuréticos - Paracentese evacuadora - quantidade a tirar depende da estabilidade hemodinâmica do doente. - **Albumina se paracentese >5L** - dose **8g/L removido** - diminuir risco de disfunção cardiocirculatória pós-paracentese (> risco de recidiva da ascite, lesão renal e morte) - **Albumina independentemente do volume removido SE lesão renal ou hiponatrémia** - e tirar MÁX DE 4L. - Evitar paracentese evacuadora nos doentes com PBE - Evitar AINEs ou AAS: diminuem prostaglandinas - risco retenção Na+, hiponatrémia, lesão renal - Evitar beta-bloqueantes: não usar propranolol >80mg/d, não usar carvedilol (não seletivos, diminuem mt volume circulante efetivo) - Evitar vasodilatadores (iECA, ARAR, bloq alfa1adrenérgicos) - menor volume circulante efetivo, agrava - Nefrotóxicos
34
Situações em que se dá albumina na ascite?
* **remoção >5L** - dose 8g/L removido * **lesão renal**, independentemente do vol líquido removido * **hiponatrémia** - já arrasta pouca água pela perda de albumina, pior ainda se tb tiver pouco Na+, maior risco de disfunção cardiocirculatória
35
TIPS = transjugular intrahepatic portosystemic shunt?
Shunt não cirúrgico (feito pela imagio) **entre veias porta e hepática.** Atua em 2 mecanismos da ascite: - diminui HT sinusoidal - melhora volume circulante efetivo Bypass à circulação sinusoidal que está a causar resistência ao fluxo. Tem > risco de encefalopatia, mas menor mortalidade que paracenteses de repetição. Considerar se bilirrubina < 3 mg/dL e MELD < 15 -> **não deve ser feito se já existir insuf hepática marcada**!!! Piora ainda a função depuradora do fígado. Complicações: - agravamento encefalopatia 1/3: não há destoxificação hepática habitual - hemorragia intraperitoneal 9% - hemólise 15% - IC 10% - grande aumento súbito da pré-carga
36
LRA na cirrose hepática?
Acontece em 20% dos doentes internados. Não esquecer que cirrose se associa a SARCOPÉNIA (menos Cr de base) - CREATININA PODE SER NORMAL E HAVER NA MESMA DISFUNÇÃO RENAL. **PCr > 1mg/dL em doente com cirrose + ascite deve fazer-nos suspeitar de disfunção renal!**
37
Síndrome hepato-renal?
17% LRA em cirróticos. Acontece se cirrose + ascite. **LRA funcional por vasodilatação periférica extrema + vasoconstrição renal extrema** - se não tratada pode condicionar lesão isquémica renal. **Associa-se a:** - IC com < DC e - inflamação/infeção. A **PBE** é a principal causa de indução de síndrome hepatorrenal - inflamação leva ainda a > vasodilatação sistémica e vasoconstrição renal. **Critérios de dx:** - **Cirrose + ascite **- é a fase final do processo fisiopatológico da ascite - Dx de **LRA** - **Exclusão de LRA pré-renal com expansão de volume plasmático** (é a causa + comum de SHR): sem resposta após 2d consecutivos sem diuréticos e de albumina 1g/kg peso corporal - **exclusão de outras causas de LRA funcional**: sem choque, sem agentes nefrotóxicos (AINEs, aminoglicosídeos, meio contraste iodado, vancomicina) - **exclusão de alterações renais estruturais**: sem proteinúria, sem micro-hematúria, eco renal normal
38
Dx diferencial de lesão renal na cirrose?
40% LR pré-renal: * **Paracentese** grande volume * **Hemorragia** GI * Excesso de **diuréticos** * **Diarreia** - excesso de lactulose Intrínseca 10-30%
39
Algoritmo de abordagem de DHC com LRA?
1 - ver se **pode ser pré-renal**: perguntar por diarreia, hemorragia. 2 - **Agentes nefrotóxicos**? **3 - Parar diuréticos** 4 - **Eco renal + urina II** (sedimento ativo com RBCs, cilindros, microhematúria?) + **urina 24h p estudo proteinúria** - ver causas de **doença renal intrínseca** 5 - Se o passo 4 der negativo, passar para testar IR funcional - reposição de volume plasmático com colóides + 1g albumina/kg. - Se resolver: azotémia pré-renal - Se não resolver: IR funcional não responsiva ao volume
40
Tx síndrome hepato-renal?
* **albumina** - expansor do volume plasmático * **terlipressina** - **vasoconstritor esplâncnico** * **transplante** - fase avançada da cirrose, tem esperança < 6 meses Tem muito mau prognóstico.
41
Peritonite bacteriana espontânea - definição? FR? Fisiopat? Agentes?
**Infeção da ascite** que ocorre na ausência de fonte contígua de infeção (perfuraçaõ, abcesso) ou foco inflamatório intra-abdominal (abcesso, pancreatite aguda, colecistite). - 20% dos cirróticos - 25% de todas as infeções bacterianas em cirróticos - 50% das cirroses na admissão hospitalar - cirrose + ascite risco 10%/ano - **mortalidade 20%, a 1 ano 60%** - todos candidatos a transplante hepático **FR da imagem:** - Menos proteínas no líq ascítico são FR pq implica < capacidade de opsonização. - Bilirrubina >2.5 - traduz > insuf hepática. - Hemorragia por HTP - aumenta ainda + translocação bacteriana Geralmente **1 só agente** - suspeitar de causa 2a se tiver múltiplos agentes: - bactérias entéricas Gram negativas - E. coli, Klebsiella - gram +: streptococcus, staph, enterococcus
42
PBE - dx?
Podem ser assintomáticos - daí ser feito por paracentese. Clínica: **não sensível** - febre - dor abdominal - alt consciência - diarreia - ileus - hipotensão - hipotermia Lab: - hemocultura 2 sets - PCR e VS - podem estar elevados - hemograma completo: potencial leucocitose - química hepática: sugere cirrose - painel metabólico básico: LRA, SHR, hiponatrémia - painel de coagulação - SAAG - LDH - glicose **Indicações para PARACENTESE**: - **1º episódio de ascite** - **admissão hospitalar** - **deterioração clínica** - sinais clínicos GI: dor abdominal, desconforto abdominal, vómitos, diarreia, ileus - encefalopatia - ascite a piorar - função renal ou hepática a piorar - **evidência lab de infeção**: leucocitose, acidose, agravamento da função renal, febre, hipotermia, taquicardia, taquipneia, choque - **hemorragia GI** - **sugere aumento da HT portal** **Dx PBE = líq ascítico com >250/uL PMN (ou 500/uL leucócitos)** Exame microbiológico + em apenas 40-60% - pede-se sempre mas não importa se vier negativo. < 50% PMN - suspeitar outra etiologia: TB, linfoma **Se ascite hemática (GV > 10mil) tem de existir correção: retirar 1 PMN por cada 250 GV** **Dx diferencial:** - **PB secundária** - Outras causas dor abdominal - **Hepatite alcoólica** - **Outras causas de infeção na cirrose**: UTI, pneumonia, infeção pele e tecidos moles, bacteriémia - **Outras causas de ascite + febre:** carcinomatose peritoneal, peritonite a TB, doença pancreática, metastização hepática, ascite cardíaca, síndrome nefrótica
43
Quando suspeitar de peritonite bacteriana secundária?
Inflamação do peritoneu causada por infeção bacteriana vinda de fonte intrabadominal tratável por cirurgia: perfuração víscera, inflamação (apendicite, diverticulite, pancreatite, abcesso) com translocação bacteriana, trauma, iatrogenia. 2 de: - **proteínas >1g/dL**: boa capacidade de opsonização - **glicose < 50 mg/dL**: traduz grande ativ metabólica - **LDH > LSN no soro**: traduz grande atividade metabólica **- Múltiplos agentes: + fungos e Enterococcus** Suspeitar de perfuração intestinal: - **aumento de amilase** - sempre pedida - CEA >5ng/mL - FA >240 U/L Fazer: - TC abdomino-pélvica com contraste - Raio x abdómen de pé: ar livre se perforação de víscera pode ser visível Abordagem: - ABT empírica de largo espetro - contactar Cirurgia - fluidoterapia IV - repleção eletrolítica - analgésico as needed - antipirético as needed - profilaxia TE venoso
44
Tx da PBE? | Muito importante.
**1 - Antibiótico** 2 - **Albumina - NÃO ESQUECER** Agentes + comuns: E. coli, Streptococcus, Enterococcus, Klebsiella. **Antibiótico**: - **Comunidade**: cefalosporina 3G IV = **cefotaxima 2g 8/8h** - Nosocomial - depende da flora hospitalar: **piperacilina-tazobactam** ou **meropenem +/- vancomicina/daptomicina** - descalar de acordo com TSA - PO a partir do 2ºd - **5-7 dias total** **Albumina**: - começar nas **1as 6h** !!! - menor risco de SHR - o seu principal indutor é PBE!!!! - D1: 1,5g/kg - D3: 1g/kg **Repetir paracentese às 48h - avaliar resposta: diminuição >25% PMN** SE NÃO RESPONDER - considerar PB 2a (TC abdomino-pélvica) e transplante. Adicionalmente: - parar diuréticos e todos os potenciais nefrotóxicos - tx sintomática: dor, febre
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Bacteriascite?
******Cultura bacteriana do fluido ascítico positiva + PMN < 250/mm3 que não está associada a fonte intra-abdominal de infeção cirurgicamente tratável.** Pode representar colonização transitória ou PB secundária de início recente. Abordagem: - se sintomas de infeção/sinais - tx ABT empírica - se assintomático: **repetir paracentese 48h **e ABT se cultura de repetição +
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Complicações PBE?
- sépsis, choque, morte - DH crónica ou aguda - IRA - SHR - hemorragia GI - ascite a prior
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Profilaxia PBE?
**Primária**: **NORFLOXACINA 400mg/d enquanto mantiver ascite** - **proteínas < 1,5 g/dL** no líq ascítico **se função renal afetada ou insuf hepática** (Child-Pugh >9, Bilirrubina >3, hipoNa+, insuf renal) **Secundária**: **NORFLOXACINA 400mg/d enquanto mantiver ascite** - doente com episódio **PBE prévio** - risco 70% a 1 ano **Cirrose + hemorragia GI:** - aumenta a translocação bacteriana, risco 45% a 1 ano - **ceftriaxone 1g/d** se: cirosse descompensada, sob profilaxia com quinolonas ou hospital com resistência a quinolons - **quinolonas** - **7 DIAS** Com: - ciprofloxacina - norfloxacina - TMP/SMXZ
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Encefalopatia hepática? Tipo e grau?
Disfunção cerebral causada por insuf hepática e/ou shunts porto-sistémicos. Grande espetro de manifestações, desde subclínicas a coma. - 10-15% aquando do dx de cirrose - 30-40% cirrose ao longo da vida - encefalopatia mínima em 20-80% Precipitantes: - excesso proteína dieta - obstipação - hemorragia GI - sedativos/hipnóticos - TIPS - diuréticos - infeção Graus: - Grau 0 - sem alt consciência, só medido em testes psicométricos. - Grau 1: alguma lentidão mental, alt humor, fine motor skills - Grau 2: aumento fadiga, apatia, letargia, alt personalidade ligeira, ligeira desorientação, **FLAPPING**, **tremor**, ataxia, discurso arrastado - Grau 3: **sonolência**, agressivo, desorientação marcada, **rigor**, clonus, **asterixis** - Grau 4: **coma**, sinais de aumento da pressão intracraniana - obrigatório fazer TC-CE
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Dx diferencial da encefalopatia hepática?
1. HC + EO - cefaleia? sinais neurológicos focais? sinais meníngeos? 2. análises básicas: glicémia, PCo2 3. tóxicos no sangue/urina: BZD, álcool 4. défice B1? - dar tiamina se suspeitamos 5. TC se algura alteração no EO ou coma 6. EEG se suspeita de convulsões
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Tx encefalopatia hepática?
1. Tx suporte doente comatoso - UCI se encefalopatia grau III/IV 2. Identificar e tratar doença concomitante 3. Identificar e tratar fator precipitante 4. Tx específico: - **LACTULOSE**: laxante osmótico, aprisona amónia pq torna o embiente ácido - **titular para 2-4 dejeções/d** - **RIFAMIXINA**: ABT não absorvido que modula microbiota, quando n responde a lactulose. 1200mg em 3 doses. NÃO restringir proteínas da dieta 1,2-1,5g/kg/d e 35-40 kcal/d. - Corrigir défice de zinco Transplante hepático - mortalidad 50% a 1 ano.
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Hemorragia digestiva na HT portal? Rastreio? Profilaxia?
Varizes esofágicas existem em 50-60% dos doentes com cirrose hepática na apresentação. Progressão 7-8% por ano. - 25-35% das varizes sangram em 2 anos. - Mortalidade 20%.
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Como abordar suspeita de hemorragia por varizes esofágicas?
Acrescentar **PPI - pantoprazol 40mg bólus.** Máximo de Hb 7-9 para evitar agravar hemorragia. **Hemorragia é FR para peritonite bacteriana espontânea - profilaxia 7d com ceftriaxona ou quinolona!** Beta-bloqueantes não seletivos: propranolol, carvedilol, nadolol
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Gradiente de pressão portal?
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Clínica de cirrose hepática?
Maioria começa assintomático. Sintomas inespecíficos: fadiga, mal-estar, anorexia, perda de peso. - icterícia - fetor hepaticus - spider angiomata - varizes esofágicas - prurido - **ginecomastia** (hiperestrogenismo por diminuição da metabolização hepática de estrogénios) - esplenomegalia - caput meduase - diminuição pelos - peito e axilas (hiperestrogenismo) - ascite - hipoalbuminémia, HT portal - menor libido, hipogonadismo, amenorreia - edema - eritema plantar e palmar **- contratura Dupuytren: nódulos na fáscia palmar, afeta mais 4º e 5º dedos nas MCP e IFP **- hipocratismo digital (síndrome hepatopulmonar) unhas brancas e opacidade em vidro de relógio - petéquias e púrpura: problemas na coagulação - náusea, vómitos - **asterixis** Se hemocromatose: pele escura tipo bronze e diabetes. Wilson: parkinsonismo, alt personalidade, hiperbilirrubinémia indireta por hemólise. Défice alfa 1 antitripsina: enfisema pulmonar < 50 anos.
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Dx de cirrose?
* HC completa: consumo álcool, medicações, suplementos e ervas, hx viagens e contactos, transfusões prévias * EO completo * Lab rotina * Painel hepatite viral!!!! * Pesquisa outras causas comuns de cirrose * Eco abdominal - ver parênquima + complicações (ascite, esplenomegália, trombose da veia porta) Lab rotina: - transminases e relação entre elas - **se AST e ALT massivas >15x LSN: toxicidade acetaminofeno, hep viral aguda, hep autoimune** - bilirrubina - FA - GGT - geralmente associada ao álcool - estudos coagulação: PT e INR (menor produção fatores de coagulação) - hemograma completo: anemia (hemorragia, sequestro esplénico, défice vit B12 ou ácido fólico) - plaquetas: trombocitopénia por menor produção de trombopoietina pelo fígado e esplenomegália - albumina - proteínas totais - eletrólitos: comum hiponatrémia - perfil lipídico: NASH - HbA1c - ferro sérico, ferritina, saturação transferrina (hemocromatose) - IgG total - eletroforese proteínas (hipergamaglobulinémia na hep autoimune) - ANA, ASMA, anti-LKM-1, anti-soluble liver antigen antibody: hep autoimune - níveis alfa1 antitripsina - ceruloplasmina sérica (baixa), cobre livre e total sérico (baixa), cobre urinário (aumentado) - Wilson - AMA, FA, bilirrubina - CBP - GGT, FA, bilirrubina (parâmetros colestase) + pANCA, IgG - CEP
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Provas de dano vs função hepática?
**Dano**: AST, ALT, FA, GGT **Função**: TP/INR, bilirrubina, albumina, plaquetas
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Painel de hep viral na cirrose?
Hep B: AgHBs, IgM anti-HBc Hep C: anti-HCV Hep A e H: IgM HAV, IgM HEV
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Rastreio de complicações perante dx de cirrose hepática?
1. **Rastreio de varizes esofágicas**: EDA no dx e depois a cada 1-3 anos conforme achados - presença e TAMANHO das varizes (ver flashcard respetiva) 2. **Rastreio carcinoma hepatocelular** - eco abdominal a cada 6 meses
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Complicações da cirrose?
**1. Complicações da HT portal:** - ascite - varizes esofágicas e possível hemorragia - PBE - SHR - hiponatrémia 2. Complicações cardio-pulmonares: - sind hepatopulmonar - HT portopulmonar - hidrotórax hepático - cardiomiopatia cirrótica 3. Alterações hemostáticas/coagulopatia: - aumento risco hemorrágico - coagulopatia - > risco de trombose (pq perde proteínas anticoagulantes tb quando eprde fatores de coagulação) 4. Metabólicas: - encefalopatia hepática - icterícia - **hiperPTH 2o**: por menor ativação enzimática da vitD - insuf suprarrenal realtiva - DM 2o (aumento resistência à insulina) - défices nutricionais 5. Carcinoma hepatocelular
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Cirrose descompensada?
Pessoa com cirrose que desenvolve: - **ascite** - **encefalopatia hepática** - **hemorragia GI** Trigger por evento agudo (sépsis, hemorragia) ou desenv gradual (ascite, encefalopatia). **Precipitantes comuns:** - infeção: **PBE**, sépsis - consumo álcool - fármacos: AINEs - hemorragia GI - desidratação - obstipação - trombose veia porta - CHC Dx: - hemograma completo com plaquetas - painel metabólico básico - análises hepáticas - Mg e fosfato - painel coagulação - parecentese se ascite - PCR - hemocultura - análises urina + urocultura - raio x tórax - eco abdominal - TVP
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Síndrome hepatopulmonar?
Hipoxémia, vasodilatação intrapulmonar e HT portal, na presença de cirrose. Dispneia, platipneia, ortodexia. Rastreio: oximetria de pulso. **Critérios dx**: todos necess - presença doença hepática - **dilatação vascular intrapulmonar** confirmada por **ecocardiograma com contraste** (gold-standard dx) - oxigenação arterial anormal confirmada por elevação gradiente A-a **Tx**: - O2 suplementar para SpO2 > 88% - monitorizar oximetria de pulso - transplante hepático
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Identificar doentes em risco de malnutrição?
SCORE MUST: Malnutrition Universal Screening Tool. 3 parâmetros a avaliar: - IMC - perda peso últimos 3-6 meses - efeito da patologia atual na ingesta nos últimos 5 dias
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Dx de sarcopénia?
Critério 1 + ou critério 2 ou critério 3: 1 - baixa **massa** muscular 2 - baixa força muscular 3 - má performance física Como avaliar? - **massa**: antropometria do perímetro do braço (bíceps não dominante), prega do braço - força: força de preensão - ativ física: velocidade da marcha, get up and go test
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Quando instituir nutrição artificial?
Depende do estado de nutrição do doente: - Bom estado: dia 7 sem ingesta oral - Malnutrição ligeira: dia 3, após período de avaliação da ingesta de 3 dias - Malnutrição grave: dia 1
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Etiologia de pancreatite aguda?
- 80% - **litíase vesicular e alcoolismo** - fármacos - triglicéridos - CPRE prévia? I GET SMASHED (ver imagem)
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Clínica da PA? EO?
- **Dor abdominal**: cardinal. Epigástrica, súbita, constante, intensidade elevada, irradiação dorsal bilateral em cinturão (plexo lombar) - piora após refeições e na posição supina - náuseas, vómitos - anorexia - confusão **EO**: 1. AVALIAR **ESTADO HEMODINÂMICO** (SIRS)?: PA, FC, FR, temperatura - dor à palpação do epigastro - reação peritoneal é variável - ascite? - íleus adinâmico - menor RHAs - EO pulmonar: derrame? ARDS? Outros sinais: raros, associados a elevada mortalidade - significam hemorragia retroperitoneal: - Cullen: umbilical - Grey-Turner: flancos - Fox: inguinal
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SIRS - critérios?
**2 ou mais critérios:** - FC >90 bpm - Temperatura < 36ºC ou > 38ºC - Leucócitos < 4000 ou > 12000 - FR > 20 cpm ou PCO2 < 32 mmHg
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MCDT na PA?
Porque se pedem? - confirmar dx - repercussão no doente (disfunção de órgão) Análises: - hemograma completo - **amilase** - + rápida a subir e a descer. Pede-se **até ao 3ºd**. - OU **lipase** - dura 1-2 semanas - PCR - função renal + ionograma - perfil hepático - coagulação - gasimetria arterial - triglicéridos: podem ser causa, podem dar falsos neg na amilase se mt elevados Imagem: - **eco abdominal** - litíase, edema - TC abdominal - ver critérios dx
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Dx diferencial de pancreatite aguda?
- Perfuração úlcera péptica - Colecistite aguda - Ruptura aneurisma da aorta - pela gravidade, excluir sempre - Isquémia mesentérica - EAM parede inferior: avaliar bem FR vasculares - Pneumonia - afetando a pleura
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Dx de PA - critérios de Atlanta de 2012?
**2 de 3**: - **dor** abdominal compatível - **amilase/lipase 3x** LSN - imagio compatível:** TC abdominal** Só se deve pedir TC abdominal se: - dúvidas dx diferencial - um dos outros 2 critérios de dx de Atlanta não presentes
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Como avaliar gravidade da PA?
- falência de órgão - complicação local Critérios de Atlanta! (ver imagem)
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Estratificação de risco da PA? BISAP. HAPS?
Score **BISAP**: **>=3** prediz gravidade. **Variáveis**: iniciais de BISAP - Blood urea nitrogen - Impaired mental status - SIRS - Age >60 - Pleural effusion HAPS: prediz curso ligeiro - tx ambulatório possível: tem de ter as 3 - ausência reação peritoneal - creatinina normal - hematócrito normal
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Tx da PA?
De suporte - é autolimitada. Queremos limitar a inflamação e identificar e tx precocemente complicações. - **fluidoterapia**: **AGRESSIVA** **lactato de Ringer**, 12-24h > eficácia, 50-200cc/h. Goal-directed. Monitorizar hematócrito, ureia, creatinina, lactatos, débito urinário. - analgesia: MULTIMODAL - paracetamol + nolotil - ABT: não por rotina, tx de complicações infecciosas: necrose infetada, largo espetro. - suporte nutricional: dieta primeiras 24h, ligeira, se hemodinamicante estável, dor controlada e sem vómitos incoercíveis **Atuar na causa**: - **CPRE**: se PA litíasica em que a litíase não passa sozinha ou existe obsturção persistente do ducto biliar comum ou colangite concomitate - só se faz se mm necessária, visto que ela pode dar PA por si só!!!! - **colecistectomia após resolução do processo agudo** Cirurgia: não é inicial, só se necrose sobreinfetada.
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Complicações da PA - locais + sistémicas?
Ver imagem para locais agudas e crónicas. Sistémicas: - falência de órgão: score de Marshall modificado - exacerbação de patologias prévias
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Colecistite aguda - etiologia?
Inflamação aguda da vesícula biliar. Incidência >50 anos e mulheres. Complicação mais comum da colelitíase. - **Colecistite aguda calculosa** 90%: pode ter infeção bacteriana secundária (E. coli, Klebsiella, Enterobacter, Enterococcus spp) - **Coleciste aguda sem cálculos**: 5-10% - mais em doentes críticos
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Colecistite aguda - clínica?
- Dor hipocôndrio direito >6h e mais grave do que na cólica biliar - **Pós-prandial** - **Irradiação: ombro direito** (nervo frénico) - **Sinal de Murphy positivo**: pausa súbita na inspiração na palpação profunda do hipocôndrio direito, devido à dor - Defesa abdominal - Febre, mal-estar, anorexia - Náusea e vómitos Perguntar sempre por hx de litíase biliar e cólica biliar.
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Dx de colecistite aguda?
- Clínica (geralmente sem febre ou taquicárdica!!!) + - Sinais sistémicos de inflamação (leucocitose, PCR elevada) + - **Imagem** sugestiva de inflamação da vesícula biliar: começar com **eco** do hipocôndrio direito Alerta: **não é comum existirem sinais de colestase**!!! - bilirrubina, FA e GGT ok!!!! - se presentes devemos conseiderar obstrução biliar - coledocolitíase, colangite. Pedir lipase e amilase para dx diferencial com PA.
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Eco sugestiva de colecistite aguda?
- Espessura da parede da vesícula biliar >3-5mm - Distensão vesícula biliar - Edema da parede: sinal da dupla-parede (hiperecogénico e camada hipoecogénica entre as 2 paredes) - Sinal de Murphy ecográfico - Fluido livre perivesicula - Litíase ou sludge biliar Se dúvida: cintigrafia com HIDA.
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Dx diferencial de colecistite aguda?
**Se febre**: - **Colangite aguda** - Abcesso hepático - Hepatite aguda - **Pancreatite aguda** necrotizante - Colecistite sem cálculos - Colecistite crónica - Bile leak iatrogénico **Sem febre**: - cólica biliar - perfuração úlcera péptica - gastrite aguda - pancreatite aguda - pancreatite crónica - DRGE aguda - disfunção esfíncter Oddi - hepatopatia congestiva - nefrolitíase - CHC, colangiocarcinoma, cancro da vesícula, cancro do pâncreas
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Gravidade da colescistite aguda?
Imagem. >72h sintomas é logo moderada.
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Gravidade da colescistite aguda?
Imagem. >72h sintomas é logo moderada.
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Tx da colecistite aguda?
- Avaliar estabilidade hemodinâmica - Fluidoterapia - **ABT empírica**: fazer hemoculturas antes - cobrir E. coli e anaeróbios - Analgesia - Antieméticos - **NPO** - para cirurgia - Identificar e tx coledocolitíase concomitante **Colecistectomia laparoscópica** (< 10 d desde início sintomas, preferencialmente 24-72h iniciais): ASAP, a menos que o risco seja mais importante que o benefício. **Colecistectomia percutânea**: se doente instável ou a deteriorar clinicamente - grau II-III. Drenagem.
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Complicações da colecistite aguda?
- **Colecistite gangrenosa**: + comum, necrose isquémica da vesícula. Eco: membranas ecogénicas a flutuar no lúmen da vesícula. Tx: colecistectomia laparoscópica de emergência + ABT empírica. - **Perfuração da vesícula**: geralmente por necrose isquémica. Sintomas rápidos - massa RUQ e/ou sinais de peritonite generalizada. Tx: colecistectomia laparoscópica de emergência + ABT empírica. - Fístula colecistoentérica - Empiema da vesícula - vesícula cheia de pus e distendida. - Abcesso subhepático: febre e vómitos, dor abdominal difusa e rigidez. - **Colecistite crónica**: inflamação crónica, ataques recorrentes de colecistite aguda, mas menos severos e autolimitados. Espessura da parede da vesícula aumentada, mas sem sinais inflamatórios agudos. Comum encontrar colelitiase. Pode calcificar - vesícula de porcelana. Risco de **cancro** da vesícula, fístulas e íleus.
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Colelitíase?
Presença de cálculos na vesícula. 10-20% pop tem. Manifestações: - cólica biliar - dor RUQ pós-prandial - assintomático Lab normal. Tx: - analgésicos - colecistectomia eletiva - se sintomas ou assintomáticos se aumento do risco de cancro da vesícula
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Colelitíase?
Presença de cálculos na vesícula. 10-20% pop tem. FR: o que promova estase ou formação de cálculos - gravidez - bowel rest - obesidade - dislipidemia - mulheres - hormonal - idade >40 - HF - fibratos, ACO, estrogénios - sínd malabsorção: DC, reseção ileal, FQ - perda de peso rápida 6F: fat, female, forty, fertile, fair-skinned, family history **Manifestações**: - cólica biliar **< 6h** - dor RUQ pós-prandial, por contração da vesícula - irradiação epigastro, ombro direito e costas - assintomático - MAIORIA - náusea, vómitos, saciedade precoce MCDT se sintomas: - eco RUQ - **excluir colecistite aguda ou coledocolitíase** - **Lab normal.** - importante no dx diferencial A > dos cálculos não são detetáveis por raio X ou TC - servem mais para dx diferencial. Tx: - NPO até excluir causas de abdómen agudo que possam implicar cirurgia - analgésicos: AINEs 1a linha - fluidoterapia - antieméticos - colecistectomia laparoscópica **eletiva** - **se sintomas ou assintomáticos se aumento do risco de cancro da vesícula **(pólipos, porcelana, litíase >=3cm) - assintomático: mudança estilo de vida - dieta pobre em gorduras, evitar fármacos como estrogénios e fibratos, ex físico, voltar se sintomas recorrerem
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Coledocolitíase?
Presença de **cálculos no ducto biliar comum**. - Geralmente por migração de cálculos de colelitíase (vesícula) - Primária + provável se estase - FQ, nutrição parentérica prolongada - RUQ **>6h**, possivelmente icterícia (sinais de colestase extra-hepática) - mais grave e prolongada que colelitíase - pós-prandial, com irradiação para epigastro, ombro drt, costas - náusea, vómitos, anorexia - sinais de colestase extra-hepática: icterícia, acolia, colúria, prurido - geralmente só se obstrução prolongada **MCDT**: - **Lab alterado**, ao contrário da colelitíase: aumento bilirrubina total, aumento GGT, FA e AST e ALT (entope saída) - Leucócitos: se alterados considerar colecistite ou colangite - Amilase e lipase: elevadas na PA - **Eco**: **ducto biliar comum dilatado, dilatação das vias biliares intrahepáticas**. **Raro verem-se cálculos** nesta localização na eco. **Imagiologia confirmatória - conforme predição:** - **alta** probabilidade: **CPRE** - dx e tx, risco de PA depois. - **intermédia**: **CPRM**, eco endoscópica 2a linha - baixa: não fazer **Tx**: **TODOS**, mm que assintomáticos: - analgésicos, antieméticos - NPO se dor aguda - identificar e tx qq complicação: PA, colangite, colecistite - **retirar** o cálculo (obstrução) por **endoscopia = CPRE** - **colecistectomia eletiva** - prevenir recorrência
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Colangite aguda?
Infeção bacteriana do trato biliar. **Etiologia**: - **coledocolitíase** com obstrução e estase, que infeta **Clínica**: - **tríade de Charcot**: **dor hipocôndrio drt + febre + icterícia** - **pêntade de Reynold**: tríade de Charcot + hipotensão + alt estado consciência **Lab**: - **leucocitose** - aumento **PCR** - aumento** FA, GGT** - aumento **AST e ALT** - aumento **bilirrubina total** - hemoculturas (2 sets) - culturas bílis - durane a drenagem - GSA - BMP - eletrólitos - TP/INR: gravidade - amilase/lipase: dx diferencial PA **Eco**: 1a linha - **dilatação vias biliares e/ou evidência de obstrução** (etiologia: colelitíase, coledocolitíase, estenose biliar, stent biliar, tumor biliar) - inflamação periductal **CPRM** se dúvida dx perante eco negativa. **Tx**: - analgésicos, antieméticos - NPO - identificar e tx sépsis -estabilizar doente - fluidoterapia - **ABT IV**: até6h, até 1h se grave - **descompressão biliar urgente**: A. **CPRE**, com papilotomia ou stent temporário; B. **ecográfica criando fístula para estômago/entérica** C. drenagem transhepática percutânea: 3a linha - **colecistectomia intervalada** se litíase presente ou colecistite simultânea
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Diarreia aguda - timing, etiologia + comum grupo de agentes?
**<=14 dias.** - Maioria infecciosa: viral + comum. - Geralmente autolimitada - hidratação + sintomas. Incubação: 6-48h. 2 grandes grupos: **enterotóxica** ou **invasiva**.
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Diarreia aguda enterotóxica? Agentes?
- aquosa - sem febre ou leucocitose ou leucócitos nas fazes - não muda com o jejum Agentes: - C. difficile - associada ao uso de ABT e IBP. Raramente pode causar diarreia com sangue. - **E. coli enterotóxica** - causa mais comum da **diarreia do viajante** - Vibrio cholera - “rice water”; associada a água contaminada ou marisco cru. - S. aureus - comida proteinácea - Bacilus cereus - arroz reaquecido - Giardia lamblia (protozoário) - água contaminada (lagos, rios, piscinas). Comum em campismo, hikers. - Clostridium perfringens - gangrena gasosa - Vírus - norovírus, rotavírus, adenovírus (gastroenterite)
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Diarreia invasiva/inflamatória? Agentes?
- dejeções freq e de pequeno volume - sangue - pus - dor abdominal - febre, leucocitose - possível existir fadiga - leucócitos nas fezes Agentes: - **Salmonella** não-typhi - aves, ovos crus. - **Shigella** - **E. coli enterohemorrágica** **O157:H7 **- toxina shigalike → síndrome hemolítica urémica; carne crua - **E. coli enteroinvasiva** - gastroenterite - Campylobacter jejuni - pode dar artrite reativa ou Guillian-Barré - **Yersinia enterocolitica** - porco e produtos lácteos. Pode manifestar-se como pseudoapendicite ou como artrite reativa. - **Entamoeba hystolitica** (protozoário) - pode dar abcesso hepático. Mais nos imunocompremetidos.
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Causas não infecciosas de diarreia aguda?
- DII - **Cancro colorretal** - Toxinas alimentares - **Síndromes de malabsorção/digestão**: A. doença **celíaca** B. **intolerância lactose** C. insuf pancreática exócrina D. neuropatia autonómica exócrina E. diarreia de ácidos biliares - **Colite**: DII, SII, isquémica, rádica
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Abordagem da diarreia aguda?
Hipótese + comum é GI viral: sugestivo se náuseas e vómitos + diarreia - auto-limitada, foco na rehidratação e sintomas. - Pesquisar sinais de desidratação: hipotensão, mucosas secas, menor output urinário - Viagens - Evento com comida em que existam mais pessoas afetadas? - Contacto com animais? - Internamento recente? - Medicamentos nas últimas 6-8 semanas? - ABT (especialmente cefalosporinas), AINEs, PPI, metformina **Sinais de alarme**: - **febre alta** - dor abdominal grave - **sangue/pus** na diarreia - desidratação severa - imunocompromisso - ABT recente - alterações hidroeletrolíticas graves - >3d duração **MCDT**: Não se fazem a menos que sinais de alarme ou FR para patologias específicas. - Hemograma completo com contagem leucitária diferenciada - Ionograma - desidratação, vómitos, diarreia - Ureia e creatinina - possível LRA pela desidratação, SHU - Fígado - PCR - Hemocuktura - GSA - Fezes: cultura, pesquisa de parasitas e ovos, toxina de C. difficile, calprotectina fecal e lactoferrina Tx: - geralmente auto-limitada - pensar se inflamatória ou não inflamatória - inflamatória + febre: ABT empírica após colheitas - MCDT se red flags ou FR - hidratação com SRO se desidratação leve-moderada vs IV na grave - C. difficile: metronidazol ou vancomicina PO/IV + anti-inflamatório ## Footnote Incompleto. Só coisas importantes q achei q não iria memorizar.
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Diarreia do viajante?
Secretória ou inflamatória exsudativa. Dores e cólicas abdominais. **Etiologia**: - mais comum mundialmente - **E. coli enterotoxigénica** - Sudeste asiático - Campylobacter jejuni - Shigela spp - Salmonella - Outras estirpes de E.coli - Norovírus, astrovírus, rotavírus - ***Giardia duodenalis**, E. hystolytica* Tx: - Solução de rehidratação oral ou IV se não der - Mild-moderado: bismuto - Se ABT, loperamida - pode reduzir duração da doença - ABT faz-se em casos moderados-severos: - ciprofloxacina - risco resistências por ser quinolona - rifamixina - evitar se suspeita de agente invasivo **Sequelas**: - IBS após em 3-20% dos doentes - Artrite reativa - Guillian-Barre - surge 1-4 semanas após infeção, mais commumente a Campylobacter
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Diarreia factícia?
Abuso de laxantes. Mulheres, profissionais de saúde, AP de multiplos internamentos. **Clínica:** - diarreia **osmótica** - meteorismo - desidratação - antraquinonas dão melanose cólica na colonoscopia **MCDT**: - acidose metabólica: se severa aguda, perda rápida de bicarbonato - alcalose metabólica - crónica - hipocaliémia - hipermagnesémia - se lexante tiver magnésio - osmolaridade das fezes
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Diarreia crónica - definição?
- >200cc/d - >3 dejeções/d - aumento do nº ou menor consistência das fezes - o que o doente entende? - **> 4 semanas**
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Escala de Bristol?
Imagem. - 1-2: obstipação - 6-7: líquid, fragmentas Variantes do **normal**: **3-5**
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Elementos HC na diarreia crónica?
- características das fezes: quando começou, evolução, padrão, aspeto (sangue, água, gordura), volume - sintomas associados: perda de peso, dor abdominal, gases e distensão intestinal, sistémicos, articulares - fatores de alívio e agravamento - fármacos - radiação - cirurgia abd prévia - DM - imunocompromisso - dieta - especialmente lactose. excesso de hidratos de carbono - comida contaminada - viagens - **laxantes** abuso - HF - AP hipertiroidismo, DM, doenças vasculares, tumores, AIDS, deficiências Ig
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EO na diarreia crónica?
Imagem Edema periférico - falta albumina Raro encontrar algo suficientemente marcante ao EO para fazer o dx.
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MCDT diarreia crónica? I
Começar por caracterizar tipo de diarreia - imagem.
98
MCDT diarreia crónica II
Após caracterização do tipo de diarreia (aquosa vs inflamatória vs gordurosa), prosseguir.
99
Diarreia crónica osmótica - causas?
Forma + comum de diarreia crónica. 6-7 Bristol. - consumo **excessivo de hidratos de carbono** - **laxantes osmóticos em excesso** - **intolerância à lactose** **Avaliar**: - dieta - **pH das fezes** - **< 6** sugere mábsorção de hidratos: painel doença **celíaca** + teste respiratório lactose hidrogénio -** def lactase** + **biópsia** intestino delgado - dx doença celíaca ou doença infecciosa pH fecal **> 6**: **laxantes** ou antiácidos
100
Diarreia crónica secretória - abordagem e etiologia?
Não melhora com jejum ou dieta quando é puramente secretória. Pode ser de forma completa ou contributiva de outras causas - imagem. Como muitas vezes a parte secretória é fator contributivo para a diarreia e não é puramente secretória, a relação com o jejum não é tão óbvia. **Mais relevante:** - problema **reabsorção sais biliares** (pós-colecistectomia, pós-radiotomia) - **neuropatia DM** - associação **DII** - **colites microscópicas - muito comum** - **tumores produtores de hormonas** - carcinoma cólon, linfoma, adenoma viloso - **endocrinopatias** - hipertiroidismo, doença de Addison Abordagem: 1 - excluir infeção 2 - excluir doença estrutural: colonoscopia, TC abdominal, biópsia intestino? 3 - testes seletivos Como abordar? - provas tiroideias - cortisol - DM - pesquisa tumores neuroendócrinos - gastrina sérica, VIP, calcitonina - critérios Roma IV IBS?
101
Esteatorreia causas 2 grupos e abordagem?
Pode ser por **malabsorção** e/ou **má digestão**. Doente descreve como aderentes à sanita ou flutuantes na sanita americana. - **fase avançada e grave de doença celíaca** - **insuficiência pancreática** - infeção crónica num doente com imunossupressão **Abordagem**: - painel **doença celíaca** - **EDA com biópsias** - **elastase fecal-1 **- testa função **pancreática** → raramente se faz, é mais prova tx!!!
102
Diarreia inflamatória - causas e abordagem?
Sangue, pus. Menos sensível ao jejum, continua independentemente do mesmo. Imagem p causas. **Pensar à cabeça**: - **DII**: CU, DC - **infeções crónicas invasivas** - colite pseudomembranosa, tuberculose, CMV, entamoeba histolytica - **neoplasia** - cancro colón, linfoma - **medicamentos** - colite isquémica **Abordagem**: - leucócitos fecais ou **calprotectina**, lactoferrina - **teste de sangue oculto nas fezes** positivo - **PCR** elevada → **O que fazer?:** - colonoscopia com biópsias da mucosa - avaliar suspeita de **DII**, **neoplasia** do cólon,**colite isquémica**, colite **rádica**, colite **pseudomembranosa** - **testes para infeções**- parasitas + Clostridium difficile
103
Abordagem pragmática dx da diarreia crónica?
**Por ordem em que devemos pensar de forma pragmática:** - A principal causa são as **diarreias funcionais**, associadas ou não a **IBS**. - Diarreia associada a **sais biliares** - Origem na **dieta - excesso hidratos, intolerância lactose, excesso de álcool** - **Neoplasias** - **DII** - **Fármacos** - relativo, contextualizar no doente, pq lista enorme, quase todos os fármacos podem causar diarreia - estatinas, diuréticos, psicofármacos, metformina, fixadores ác biliares, 5-ASA, AINEs, ABT - **Diarreia de overflow** - não é uma verdadeira diarreia, é uma perda de continência. Comum em doentes institucionalizados por fecaloma. Perdas. - **Radiação** - pergunta SEMPRE pq pode só dar diarreia anos após o tx. - **Cirurgia abdominal** - vagotomia, colecistectomia (tanto cirurgia como fármacos), resseções intestinais
104
Causas menos freq de diarreia crónica?
105
Sinais de alarme na diarreia crónica?
- começar **>50 anos** - hemorragia retal ou melenas - dor noturna - diarreia **noturna** - perda de peso inexplicada - febre - sintomas sitémicas - lab anormal: anemia ferropénica, VS ou PCR elevada, calprotectina fecal elevada, teste sangue oculto nas fezes + - HF 1º grau com DII ou cancro colorretal
106
Diarreia funcional - critérios?
Obrigatório excluir IBS com predomínio de diarreia - DOR/distensão abdominal incomodativa.
107
Escolha método de imagem na diarreia crónica?
Colonoscopia com biópsia: inflamatórias + secretórias EDA com biópsias duodeno/jejuno - se esteatorreia inexplicável, após serologia para doença celíaca. MAS a atrofia de microvilosidades duodenais pode ocorrer noutras doenças.
108
Colite microscópica?
Meia-idade, idade de sobreposição com neoplasias. - Diarreia líquida, fezes moles: confusão com IBS - SEM caract inflamatórias, sangue ou pus - Grande associação com **FÁRMACOS** - **estatinas**, **IBP, SSRI, antiagregantes (aspirina, clopidogrel)!!!!!!** **São 2 entidades básicas:** - Sem grandes alterações **macroscópicas** na colonoscopia. - **Obriga a BIOPSAR**, mesmo com imagem colonoscopia normal. Biópsia: - linfocítica - colegenosa
109
Causas de má-absorção?
Imagem. Vit B12: comum DC ou resseção do ileon terminal. Existe aumento do TP pelo défice de vitK.
110
SII = IBS?
- dor com pico de intensidade antes da dejeção - alivia com dejeção - alternância da consistências das fezes - ausência de sintomas de alarme
111
Escalada tx nas DII?
Imagem. Corticóides para induzir remissão. **Doença ligeira do ileon:** - budesonido - 1a passagem no fígado, sem grandes efeitos sistémicos **Doença moderada a grave:** - imunomoduladores - biológicos anti-TNF - **vedolizumab** - anti-integrina específica do tubo digestivo, com menos efeitos 2os **CU, se ligeira:** - 5-ASA pode ser usado para manutenção da remissão. - **Sem grande efeito na DC.**
112
Manifestações extra-intestinais das DII?
Até 50% tem pelo menos 1, 20-30% na DC tem. Mais freq em mulheres. **Dermatológicas**: - **pioderma gangrenoso** - **CU**, mais nos MIs - **eritema nodoso** - both, + DC, doloroso, sup anterior da tíbia - síndrome de Sweet (dermatose neutrofílica febril aguda) **Hepatobiliares**: - **colangite esclerosante primária** - **CU**. - colelitíase - hepatite autoimune **MSK**: VER IMAGEM - **artrite seronegativa** - **EA** - sacroileíte **Ocular**: - uveíte - episclerite Miscelânea: - hipercoagulabilidade - anemia hemolítica autoimune - amiloidose
113
Envolvimento articular nas DII?
Imagem. Envolvimento axial - indepedente da atividade da doença. E = prevalência de género, o que não é vdd para a forma idiopática. Periférico: mais DC. 2 tipos. - tipo 1: **grandes** articulações associa-se a **ativ** da DII, assimétrica - tipo 2: **pequenas** articulações + **independente** da atividade intestinal, simétrica. **TX**: - **SSZ**: **periférico**, axial não é mt útil - corticóides: bons mas recidiva no desmame - **azatioprina** - **sem grande eficácia**, especialmente se axial - **MTX** IM - **periférico** - **Axial**: **biológico** (infliximab, adalimumab)
114
Doença celíaca - definição?
Doença autoimune sistémica, de base imunológica, causada pela ingestão de **glúten**, que afeta indivíduos geneticamente susceptíveis. Idade: 8-12 meses (6 meses quando se introduz glúten geralmente, 2-3 meses após 1a exposição surge clínica) 3a-4a década de vida. - autoanticorpos específicos: anti-transglutaminase e anti-endomísio **IgA** 90-95% - haplotipos **DQ2/DQ8** - TODOS os doentes, 30-50% pop geral - **enteropatia** Clínica: **diarreia +/- manif de malabsorção**
115
Clínica doença celíaca?
Raro termos a manif clássica em adultos, isso acontece + nas crianças! GI: - **esteatorreia** crónica ou recorrente - flautlência - distensão abdominal, dor - náusea, vómitos - anorexia **Extraintestinal**: - **malabsorção**:** fadiga, perda de peso, défice vitamínicos, anemia ferropénica**, osteoporose, hipocalcémia - dermatite herpetiforme - **aftas orais**, defeitos de esmalte - **neuropatia periférica** - cefaleia - ataxia - **infertilidade** - doença tiroide autoimune - DM tipo 1 - outras doenças autoimunes, DII, IBS, AR, sarcoidose, défice IgA seletivo - Down, Turner In both children and adults, mild or asymptomatic cases are more common than the classic presentation of the disease.
116
Algoritmo dx na doença celíaca?
Imagem. PESSOA TEM DE ESTAR SOB DIETA COM GLÚTEN. **Rastreio**: SEROLOGIA - **IgA total **- excluir défice, comum nesta patologia - **anti-transglutaminase IgA** Se **rastreio +**: **CONFIRMAR** - EDA com **biópsias duodedenais** - dx se >25 linfócitos/100 enterócitos - linfocitose intraepitelial desde a base até ao topo da vilosidade. Se rastreio neg: 5-10% pode ter DC seronegativa - se alta suspeita - **teste HLA**: se negativo tem VPN 100%! - Se HLA +: biópsia duodenal
117
Serologia da doença celíaca?
**Serologia da doença celíaca:** - **Anti-transglutaminase IgA** - mais usado, teste ELISA. - **Anti-endomísio IgA** - teste imunofluorescência, mais caro e moroso. Mas boa especificiad, pode ser um bom exame confirmatório. - IgG tem péssima sensibilidade e especificidade - Anti-gliadina mau, mas o **novo anti-gliadina desaminada IgG tem bom perfil → usado nos doentes com défice de IgA** - **Títulos relacionam-se com gravidade da atrofia!** Imagem.
118
TX da doença celíaca?
- Dieta sem glúten para sempre: sintomas melhoram rapidamente - Suplementos vit + ferro se deficiência
119
Complicações doença celíaca?
- malabsorção - défice 2o de lactase - aumento risco neoplasias moderado - linfoma T intestinal
120
Causas de atrofia vilositária?
- doença celíaca - enteropatia autoimine - imunodef comum variável - SIBO - infeções Giardia, HIV - enterite eosinofílica - DC/Whipple - colite microscópica
121
Sobrecrescimento bacteriano?
Subdx. - Bactérias comem vit B12, competem com a nossa absorção, e produzem folatos - **dx de diminuição de vit B12 mas com ácido fólico aumentado.** - Gold standard dx: aspirado jejunal com cultura direta - tx empírica com antibióticos: prova dx e tx simultaneamente - rifamixina
122
Abordagem de suspeita de malabsorção?
Imagem.
123
Doença de Whipple?
- Bactéria Tropheryma whipplei - Solo contaminado Ver imagem. Clássica: diarreia + perda de peso Perante suspeita sintomática → pesquisa macrófagos PAS+ nas biópsias duodenais. Se **positivo** - mt provável → confirmar com segundo teste OU PCR para bactéria. **2 testes positivos confirmam diagnóstico.** Se negativo → 2º teste - **2 negativos praticamente exclui** doença de whipple. - 3º teste em caso de dúvida. Tx: - ceftriaxone IV 2g/d 2 semanas - meropenem como alternativa IV - longo prazo: 1 ano de co-trimoxazol!
124
3 tipos de DII?
- doença de crohn - colite ulcerosa - colite não classificada: 10-15% Nem sempre é uma das 2 opcões tão linear - existe flutuação.
125
Epidemio DII?
126
Pilares dx DII?
1. Clínica 2. Radiologia 3. Endoscopia 4. Histologia 5. +/- serologia e testes genéticos
127
DC vs CU?
**Coisas que favorecem mais DC:** - dor abdominal - sintomas **sistémicos** - **doença perianal** - **fístulas, estenoses, abcessos** - reto poupado **Coisas que favorecem mais CU:** - afeção do reto contínua, sentido ascendente - **sangue vivo nas fezes** - muco - **síndrome proctológico - tenesmos, falsas vontades, proctalgia**
128
Padrões de afeção CU?
Mucosa. - Fenótipo mais comum tende a ser a colite esquerda porque a maioria das proctites inicialmente tende a evoluir para este fenótipo de colite esquerda! - Proctite: menos diarreia e mais **sangue**. Síndrome proctológico. Na forma + avançada dá obstipação por perda da capacidade funcional do reto. Clínica: - dor abd tipo cólica - diarreia, muco, pus - hematoquézias ou retorragia - tenesmo, urgência e falsas vontades - febre, anorexia, náuseas e vómitos Sinais de agravamento: - dor abd - desidratação - febre - taquicardia
129
Complicações de CU?
- anemia inflamatória e por perdas - **megacólon tóxico** (cólon direito ou transverso >6cm e sinais de toxicidade sistémica) - perfuração intestinal (++ se colite fulminante e corticosteróides) - neoplasia do cólon
130
Avaliar gravidade CU - critérios de **Truelove e Witts** (DECORAR)
Dividir em ligeira, moderada, grave e fulminante. - > 6 dej/d: grave - > 10/d: fulminante **Considerar 7 coisas** - 2 parâmetros clínicos + 2 do EO + 2 análises lab: - nº dej/d - sangue nas fezes - temperatura (37,8) - FC (90) - Hemoglobina (10,5) - VS (30) - Sinais clínicos Critérios modificados **incluem PCR > 45mg/dL é grave**.
131
Classificação Montreal da CU?
Imagem. 3 E e 4 S
132
Score de Mayo na CU?
Score endoscópico de gravidade: - eritema da mucosa - padrão vascular - friabilidade da mucosa - erosões e ulceração - presença de hemorragia
133
Bakwash ileitis?
Inflamação íleon terminal no contexto de CU - 10-20%
134
DC - clínica padrões?
- Transmural - Todo o tubo digestivo pode ser afetado - 75% tem envolvimento do intestino delgado e destes 90% tem atingimento do íleo terminal. - Focal e segmentar - Diarreia - Dor abdominal - muito mais comum do que na CU (excepto nas suas formas mais graves) - tende a ser no hipocôndrio direito - Massa FID - Perda de peso - Sintomas constitucionais: febre - Náuseas, vómitos, epigastralgia - Hematoquézias menos comuns que na CU - Deteção + freq de **sangue oculto nas fezes** Complicações: - abcessos - fístulas - estenoses - neoplasia **Pesquisar sempre**: - **malabsorção**: afeção íleon - **fístulas** - doença **perianal** Tende a ter 2 fases: - inflamatória: fase em que queremos atuar para não avançar - complicações estruturais: fístulas, estenoses, fibróticas A gravidade relaciona-se mais com o curso da doença do que com a gravidade da agudização/flare. **Localização constante, lesão estrutural agrava.** Tende a recidivar no mesmo local.
135
Doença perianal na DC?
- Sugestiva - Debilitante - Deve sempre pesquisar-se se é feito o dx - 1/3 tem
136
Má-absorção na DC?
- B12 - íleon terminal. - Ácidos biliares
137
Classificação complicações estruturais DC?
Imagem. - B1 - sem estenoses ou fístulas - B2 - estenose: oclusão e suboclusão intestinal, sobrecrescimento bacteriano - B3 - penetrante/fistulizante - B3p - penetrante/fistulizante perianal
138
Classificação Montreal na DC?
Imagem. A - age L - location B - behaviour
139
Complicações da DC?
Imagem.
140
Avaliar gravidade na DC?
Imagem.
141
Relação mas manif extra-intestinais da DII com atividade da doença?
**Grupo I**: paralelismo com ativididade: - **aftas orais** - **eritema nodoso** - **artrite pauciarticular (periférica)** - **episclerite** Grupo **II: independente**: - **EA** - **uveíte** Grupo III: relação pouco clara: - colangite esclerosante 1a - pioderma gangrenoso
142
MCDT na DII?
**1- Lab:** - Hemograma - Albumina, proteínas totais - malnutrição - PCR, VS - inflamação - ASCA - DC - p-ANCA - CU - Calprotectina fecal - Coproculturas, pesquisa ovos e parasitas nas fezes, pesquisa C. dificille - excluir colite infecciosa - vitB12: malabsorção por afeção do íleon - folatos: se SSZ - trombocitose - ativ da doença 2. **Ileocolonoscopia com biópsias de segmentos inflamados e não inflamados**: - CI se colite grave aguda: risco, faz-se só **sigmoidoscopia** - DC: envolvimento focal. e segmentar, **úlceras** aftosas, úlceras serpinginosas, cobblestoning, reto poupado, doença perianal, envolvimento ileocecal, skip lesions, padrão em pedra de calçada - CU: env contínuo, erosões, microulcerações, **perda padrão vascular**, reto afetado, delgado normal, backwash ileitis 3. **EnteroRM** - gold standard: - ver afeção intestinal: edema, oclusão, abcessos, fístulas - importante principalmente na DC Videocápsula endoscópica CI se estenose!
143
Raio X abdominal na CU?
Risco de megacólon tóxico: - distensão parede do cólon >5,5cm - toxicidade sistémica: febre, choque, subida parâmetros inflamatórios Cirurgia.
144
Dx diferencial DII?
- colite **infecciosa** - causa importante de diarreia sanguinolenta aguda, podemm precipitar flares -> excluir infeção por Shigella, campylobacter, E. Coli 0157 (coprocultura), C. difficile, CMV - risco de disseminação. e sépsis com tx imunossupressora - colite **isquémica** - enterocolite rádica - **diverticulite** - dor. emassa abdominal, febre, leucocitose, PCR, menos provável ter alt. na endoscopia, SÓ AFETA. OCÓLON - **apendicite** - SII - neoplasias do TGI
145
Tx DII - princípios gerais?
- 1º: decidir **local** conforme gravidade. - 2º: **avaliação pré-tx imunossupressora**: AgHbs, AcHbs, AcHBc, AcHIV, IgG HAV, serologia VZV e EBV e TB latente - 3º: escolher tx
146
Escalada tx na DII?
Imagem. Ver outra flashcard com triângulos de escalada conforme doença e gravidade. "Quem tem CU tem ASas" - Não esquecer suplementação com ácido fólico perante 5-ASA.
147
Corticoterapia na DII?
Regula transcrição de genes anti e pró-inflamatórios. Indicação: doença ativa para **indução** de remissão e nUNCA na manutenção, se CU ou DC moderada-grave em que. os5-ASA não induziram remissão. Budesonida (oral, espuma): indução CU ligeira-moderada, indução DC ileal/ileocólica Prendisolona, metilprenisolona, hidrocortisona: CU moderada, refratária a 5-ASA a grave, DC moderada-grave
148
Imunomoduladores na DII?
- MTX - **só DC, para indução e manutenção!** - AZT, 6-MP: ambas, moderada-grave, na manutenção
149
Biológicos na DII?
- Tendem a ser **combinados com imunomoduladores para prevenir a formação de anticorpos**. - **Preferidos na DC fistulizante e peri-anal!** - Anti-TNFalfa como agentes de 1a linha
150
ABT na DII?
CU - Tx inicial da colite severa, tóxica ou fulminante - IV. DC - fistulizante e perianal, bolsite após anastomose bolsa ileal-ânus
151
Cirurgia na DII?
1. **Complicações**: obstrução, perfuração, hemorragia GI massiva, megacólon tóxico refratário ao tx médico 2. Displasia e **cancro**: na CU independentemente da extensão remov-se todo o cólon CU - cirurgia cura DC - não cura Anastomose bolsa ileal-ânus - pouchite, incontinência, necess nova cirurgia. CU: colectomia total - com ileostomia terminal ou anastomose ileoanal em bolsa DC - resseções segmentares, plastias de estenoses, drenagem abcessos, fistulectomia Indicações - imagem
152
Diagrama tx na DC?
153
Abordagem de flare na DII?
- suporte hemodinâmico conforme necess: fluidoterapia, reposição de eletrólitos - tx **indução** - **TROMBOPROFILAXIA**! - malnutrição + défices vitamínicos - **screening doenças infecciosas**: sem esquecer biópsias para CMV
154
Follow-up DII?
Neoplasia: começar após dx **8-10 anos**, especialmente se colite esq/pancolite, **CEP**, inflamação persistente, HF cancro cólon - vigiar por colonoscopia de alta definição, múltiplas biópsias. - Se for só proctite não necessita de colonoscopia total para rastreio. **Linfoma intestinal** - risco aumentado na DC. O principal fator de risco para neoplasia do cólon é a **coexistência de colangite esclerosante primária** → uma das manif extra-intestinal, que não depende da atividade da doença - obrig a rastreio, independentemente da idade do doente, anualmente.
155
Hemorragia digestiva - definições por local?
- HD alta: esófago até papila de Vater - Média: abaixo da papila de vater até válvula ileo-cecal - Baixa: vál ileo-ceval atê ânus
156
Hemorragia GI oculta?
Sem perdas visíveis mas com sinais/sintomas de perdas hemáticas e/ou anemia: - síncope - lipotímia/tonturas - angina - dispneia - ferropénia/anemia ferropénica - PSOF +
157
Hemorragia digestiva causa obscura?
Origem desconhecida após estudo do trato GI, incluindo do delgado por videocápsula endoscópica. 75% tem origem. nodelgado, antes era considerada obscura se após EDA + colonoscopia não se tinha causa.
158
HD alta - etiologia?
Causa. +freq de urgência gastro. 75% dos casos. dehemorragia digestiva. Causas: dividir em não varicosas e varicosas - **hipertensão portal com rotura de varizes** esofágicas/gástricas - 10-20% - **doença ulcerosa péptica** (40%) - UD mais freq do que UG - gatropatia erosiva - Mallory-Weiss - neoplasia gástrica - lesão Dieulafoy, angiectasias (lesões vasculares) - fístula aórtica entérica 2% - hemobilia - divertículos
159
Abordagem HDA - passos?
- 1º: **estabilidade hemodinâmica** - ressuscitar com **cristalóides** se necess - colheita sangue para tipagem - EO com toque retal - 2 cateteres periféricos - GSA - **Hb** breve: **transfusão** até **7-8g**, 9g se doença CV (risco de recidiva) - **IBP** em IV - Suspeitamos de **cirrose**? -> acrescentar **ocreótido/terlipressina 2-5d IV + ceftriaxona 1g/d 7d** (profilaxia PBE) - ponderar **necess entubação oro-traqueal**: vómitos incoercíveis, hemorragia maciça ou alteração do estado de consciência - **NPO** - preparar para **EDA** - EDA 1as **24h**, após estabilização hemodinâmica - EDA de **urgência < 12h**: se **hemorragia grave, instabilidade hemodinâmica persistente ou hemorragia ativa**, bloco operatório HC: - **desmaiou**? - episódios prévios? - **hx conhecida de doença ulcerosa péptica, doença hepática, varizes esofágicas/gástricas** - **fármacos** - **AINEs**, **corticoesteróides**, **anticoagulantes**, **antiagregantes** como aspirina - vomitou? repetidamente? - disfagia? - perda de peso? - álcool? EDA e pós manter IBP em **bólus 80mg + perfusão contínua 72h 8 mg/h **- reduz recidiva, cirurgia e mortalidade. - Se for doença péptica - manter até cicatrização. - Se suspeitarmos de UD a H.pylori - ABT mas só às 72h.
160
Score Glasgow-Blatchford (GBS) - hemorraia digestiva?
Estratifica **baixo risco (0-1) - ambulatório, sem necess de endoscopia e internamento.** Considera: - PAS - BUN - Hb - outras variáveis de risco: - FC - melena - síncope - doença hepática - insuficiência cardíaca → Se tiverem doença hepática ou doença cardíaca - comorbilidades - logo 2 pontos, nunca podem ter alta!
161
Doença ulcerosa péptica - estratificação risco de recidiva Forrest?
**Endoscópica**: - Ia - em jato - Ib - em toalha - IIa: vaso visível - IIb - coágulo aderente - deve ser sempre destacado para saber se tem vaso visível por baixo, pq passa a IIa - IIc - mancha pigmentada = ponteado hematínico - III - base limpa Risco recidiva: - Hemorragia aguda: Ia 90% e Ib 30% - Sinais de hemorragia recente: IIa >50%, IIb 20-40%, IIc 10% - Sem estigmas de hemorragia recente - III - < 5% **Nem todos os doentes têm de ser tratados endoscopicamente - IIc ou III não!!!!!**
162
Abordagem tx de varizes esofágicas conforme Forrest?
**IIc e III não se faz tx endoscópica e IBP é em dose convencional**!!! Em suma: - vaso com hemorragia ativa ou vaso visível sem hemorragia. -tx endoscópica + PPI IV bólus + infusão - coágulo aderente - **adrenalina** + destacar para ver se tem vaso visível: tx endoscópica + PPI IV infusão. +bólus - Mancha pigmentada/base limpa - sem tx endoscópica + PPI PO - Tx mecânica, térmica, infiltração/injeção. - Hemospray - usado em hemorragias em toalha difíceis de tx, muito grandes. NÃO ESQUECER PROFILAXIA: - erradicar H. pylori - IBP manter - AINE
163
Tx rotura de varizes esofágicas?
**1 - pré-endoscópica:** - ressuscitação - proteção via áerea - **vasoativos**: ocrótido, terlipressina (melhor mas CI se doença arterial dos MI ou doença coronária) - **ABT profilática PBE** -ceftriaxone 1g/d - corrigir coagulopatia - despistar infeções - **IBP** IV - **eritromicina** - torna campo. detrabalho mais limpo, pró-cinético 2 - **tx endoscópica**: - laqueação elástica - polidocanol - cianoacrilato - mais nas varizes **gástricas** - prótese 3 - consulta transplante Longo-termo - **profilaxia 2a**: - IBP + **beta-bloq não seletivo** (propranolol, carvedilol) - programa eletivo de laqueação elástica
164
Mallory-Weiss?
165
HD média - etiologia? MCDT?
5-10% idas ao SU com HD. EDA + colonoscopia sem alterações. **< 40 anos**: - **DC** - **tumores** estroma GI, carcinóides, adenocarcinoma, linfoma, metástases (+ melanoma e mama) - doença **celíaca** - 1-10% - divertículos e divertículo de Meckel **> 40 anos**: - **angiectasias do delgado** - 25% - **erosõe e úlceras** induzidas por **AINEs** - lineares, diafragmáticas MCDT 1a linha: - **videocápsula endoscópica**, excepto se hemorragia de alto débito. - enteroRM - Alto débito - **angio-TC** pq permite embolização do vaso sanrante
166
HD baixa - etiologia.
95% do cólon. Curso mais benigno que HDA. Patologia proctológica. vs patologia cólica. **< 50 anos**: - colite **infecciosa** - doença **anoretal** - hemorróidas, fissura anal (dor mas pouca hemorragia) - **DII** **> 50 anos**: - **diverticulose** - + cólon drt - **angiectasias** - + cólon drt > 70 anos - **neoplasia** - + ADC e pólipos juvenis - colite **isquémica** Se tivermos **hemorragia indolor**: - **diverticulose** - **angiectasias** - **neoplasias** **Colite dói!**
167
Hemorragia diverticular?
- **Súbita** - **Indolor** - **Abundante: + cólon drt** - homens >70 anos na maioria - perdas crónicas ou hemorragia oculta NÃO é característico - **80% cessa espontaneamente** - 15-40% recidiva TX: endoscópica com clips, angioembolização Se persiste - cirurgia
168
Angiectasias?
Pode ser hemorragia manifesta ou oculta. Perdas **crónicas** como apresentação freq. Idoso ou prótese valvular aórtica. Tx: - endoscópica: clips, argon-plasma - angioembolização - cirurgia - raro precisar **Síndrome de Heyde**: estenose aórtica + angiectasias vasculares, défice adquirido vWF, substituição valvular
169
Abordagem HD baixa?
1 - estabilidade hemodinâmica? Se instável: EDA. Se maciça - angiografia com embolização Estável: prep + colonoscopia. Ver imagem.
170
Pesquisa de sangue oculto nas fezes?
É um exame de RASTREIO do CCR. Quando iniciar? - **50 anos** - **40 anos se HF**: CCR 1º grau >60 anos ou CCR 2 parents 2º grau Parar aos 74 anos. - Se +: colonoscopia. - Se negativo paramos pesquisa a não ser que: sintomas GI, anemia ferropénica.
171
Hepatite autoimune - subtipos?
HLA-DR3 e DR4. **Tipo 1**: - hipergamaglobulinémia - **+ ANA ou ASMA** (anti-musculo liso) - **anti-SLA/LP** (anti-soluble liver antigen/liver pancreas) - qq idade ou género - aumento TP - associação com **tiroidite de Hashimoto, doença de Graves, CU, doença celíaca, AR** **Tipo 2**: - **anti-LKM1** - **anti-ALC-1** - + em mulheres jovens - **pior prognóstico**, pior resposta ao tx, mais recaídas - associação com **tiroidite de Hashimoto, DM tipo I, vitiligo** Distribuição bimodal: - 10-20 anos - 40-60 anos
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Hepatite autoimune - clínica?
Parecida a hepatite viral. 1/3 com achados de cirrose. **Inespecíficos**: - assintomáticos - fadiga - prurido - anorexia - dor abdominal **Extra-hep**: - amenorreia - rash - acne - vasculite - tiroidite - síndrome sjogren
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Hepatite autoimune - dx?
- **ALT e AST - 100-1000**: citólise - FA - ok ou moderadamente elevado - Bilirrubina 3-10 nos casos mais graves - Hipoalbuminemia e aumento PT na doença muito ativa ou avançada - Eletroforese proteínas plasmáticas: **hipergamaglobulinémia** - Anemia normocrómica - Trombocitopénia - VS aumentada **ANTICORPOS**: - **ASMA e ANA** - tipo 1 - **anti-LKM1** - tipo 2 Se positivos - **biópsia**: - hepatite de **interface linfoplasmocítica** - infiltração linfócitos, necrose de ponte e multiacinar, alterações fibróticas - alt ductos biliares Dx: **biópsia + autoanticorpos + hipergamaglobulinémia exclusão de outras doenças hepáticas** Diagnóstico pode ser difícil em casos de overlap com outras doenças hepáticas - CBP, CEP, DHC viral. Dx diferencial - imagem.
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Tx hepatite autoimune?
**Indução**: prednisolona 30mg/d PO +/- azatioprina **Manutenção - baixas doses de azatioprina ou prednisolona (5-10mg/d PO). Geralmente para a vida toda.** - **Transplante** no caso de cirrose descompensada ou se não responder a tx médica. - Avaliações periódicas pelo risco aumentado de carcinoma hepatocelular. - Vacinação VHA e VHB
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Doença de Wilson?
Doença AR. Genete ATP7B no cromossoma 13 - ATPase transportadora de cobre - não permite ligação à proteína de transporte. Acumulação de **cobre - primeiro hepática, depois outros órgãos → SNC + córnea.** - Dificuldade no diagnóstico - muitas vezes só é feito quando já existe **tríade**: **hepatite/cirrose + demência + parkinsonismo.** - **5-35 anos** **Clínica**: - Os órgãos mais afetados são aqueles com **maior quantidade de recetores para o cobre**. - Desde insuficiência hepática a aguda a hepatite aguda, crónica, cirrose. - hepatoesplenomegália - HT portal - dor abdominal - icterícia - ascite - encefalopatia hepática - **aneis Kayser-Fleischer - acumulação cobre na membrana de Descemet na córnea. 98% dos doentes com sintomas neurológicos. A sua ausência NÃO exclui o diagnóstico.** - sintomas neurológicos: disartria, distonia, parkinsonismo, drooling, tremor, alt comportamento, demência - síndrome de **Fanconi**: defeito rebasorção generalizado nos túbulos proximais renais **Dx**: - **ceruloplasmina sérica** **BAIXA** (diminuída porque a versão ligada ao cobre é medida em conjunto com a versão não ligada, e aqui só existe a não ligada pq. odefeito genéticonão permite ligação, diminuindo a quantidade habitual) - aumento **Cu urinário** - **menor Cu total sérico**- aumenta o cobre livre, mas nós medimos o cobre ligado como cobre total. - anel Kayser-Fleischer - aumento transaminases - biópsia hepática se os outros testes foram inconclusivos - calcular concentração de cobre + coloração própria para cobre - testes genéticos para confirmação e possivelmente para testar familiares - RM craniana - se sintomas neurológicos - face of the giant panda sign
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Dx diferencial doença de Wilson?
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Tx doença de Wilson?
- dieta pobre em cobre - evitar chocolate, marisco, nozes, carne - exames hepáticos a cada 6 meses se estável - agentes **quelantes** (**penicilamina**)- formam compostos solúveis e facilitam a excreção renal de cobre: muitos efeitos 2os Para toda. avida: - **agentes quelantes em baixa dose** OU **zinco** (diminui absorção intestinal de cobre) - **transplante**: doença fulminante
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Hemocromatose? Tipos?
- Acumulação anormal de **ferro** nos tecidos. - Assintomática na maioria, **sintomática mais entre 3a e 5a décadas de vida** - teve tempo para acumular níveis de ferro a um ponto de se tornarem tóxicos: - 50 anos nos homens - 10-20 anos após menopausa nas mulheres - perdem ferro na menstruação, tendo manif mais tardias por causa disso. - Ferro em excesso sofre reação de Fenton → Fe2+ + H202 → Fe3+ + iões superóxidos → loop de criação de iões superóxido - stress oxidativo. **Primária**: - doença genética mais comum na população ocidental - mutação homozigótica C282Y ou mutação H63D no **gene HFE - AR com penetrância incompleta → causa reabsorção intestinal de ferro sem inibição** **Secundária:** - aumento intake de ferro - **transfusões repetidas** - eritropoiese ineficiente com perturbação do armazenamento de ferro - anemia falciforme, talassémia, anemia sideroblástica, anemia de doença crónica
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Hemocromatose - clínica?
75% assintomático. - Artralgia - **simétrica** nas **2ª e 3ª MCF** + joelho pseudogota. - **Hiperpigmentação** - pelo depósito de ferro na pele + atividade pro-inflamatória do ferro que estimula a síntese de melanina.
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Hemocromatose - dx?
→ Por ser assintomática muito frequentemente, tende a ser um diagnóstico incidental em análises de rotina ou apenas é diagnosticado quando já existe uma complicação tardia de acumulação de ferro nos órgãos. Menor capacidade de fixação total do ferro! Saturação da transferrina >45% → **Confirmação por teste genético**! → Teste genético é também feito em todos os parentes de **1º grau de um dx confirmado**. Biópsia hepática - se análises lab + teste genético +, não é necessária. Realizado nos casos de dúvida diagnóstica após estes procedimentos - lipofusceína coloração azul prussiano.
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Hemocromatose - tx?
- Alimentação saudável - **não** precisa de ser pobre em ferro. - **Flebotomia** (**1a linha**) - 1-2/semana. Depois de se atingir os valores alvo de ferritina (20-50) e hemoglobina (> 12), a cada 2-4 meses. - **Quelantes de ferro (desferoxamina)** - formam complexos com o ferro, facilitando a sua excreção renal (verificar função renal antes). **Muitos efeitos adversos** - **ototoxicidade**, defeitos **visuais**. Usada nas CI de flebotomia - anemia, doença cardíaca, não se consegue picar veia. - Restrição do consumo de álcool - Verificar **desenvolvimento de diabetes** - valores de **HbA1c podem estar falsamente baixos** porque as flebotomias diminuem o tempo de glicolisação da Hb. - Se cirrótico - rastreio carcinoma hepatocelular (22-30% fica com) - **eco abdominal + alfafetoproteína 2x/ano**.
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Défice alfa1 antitripsina?
Alfa1antitripsina - inibidor de protease sintetizada no fígado. Protege células da elastase dos neutrófilos. Clínica: - Fígado - acumulação no retículo endoplasmático da proteína danificada → hepatite, cirrose - Pulmão - atividade da elastase dos neutrófilos desinibida → destruição do parênquima pulmonar → **enfisema panacinar** **MCDT**: - **dosear alfa1antitripsina sérica** - geralmente diminuído, mas não esquecer que é **proteína de fase aguda e pode estar falsamente normal no contexto de inflamação**. - **Eletroforese de proteínas séricas - diminuição pico alfa1** - espirometria: obstrutiva. - Raio x de tórax - sugestivo de enfisema - TC tórax - enfisema panacinar, bolhas, bronquiectasias - Biópsia hepática - PAS positiva nos hepatócitos peri-porta, sinais de cirrose TX: - evitar tabaco - vacinação influenza e pneumococcos - **sintomático**: - broncodilatadores - rehabilitação pulmonar - suporte nutricional se necessário - **substituição de alfa1antitripsina IV de dadores saudáveis** - se défice **severo** (< 57) + **evidência de diminuição da função respiratória**. Não cura mas atrasa evolução. - **transplante hepático - se doença hepática em fase terminal**
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Hepatite viral aguda?
Colúria e acolia - 1-2 semanas!!! Uma proporção substancial de doentes nunca fica ictérica!!!
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MCDT na hepatite viral aguda?
Testes serológicos: - IgM anti-VHA - AgHBs - IgM anti-HBc - Anti-VHC
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Serologias tabela hepatite viral aguda?
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Prongóstico hepatite viral aguda? Complicação?
- praticamente todos os doentes previamente saudáveis recuperam totalmente e sem sequelas de Hep A - 95-99% doentes previamente saudáveis têm curso favorável e recuperam totalmente de Hep B - Fase aguda da Hep C é menos grave que da Hep B, > tendência a ser anictérica e raro existir mortalidade. - Surtos **Hep E** - mortalidade 1-2%, 10-20% nas grávidas. Fulminante em doentes com DHC prévia. - Hep B e D **simultâneo** não têm necessariamente > mortalidade que só B aguda - **superinfeção** D em B crónica → probabilidade de hepatite fulminante e morte (20%)
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Dx diferencial hepatite viral aguda?
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Tx hepatite viral aguda?
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Profilaxia hepatite A?
IG e vacina! **Dá memória imunológica de 20 anos, prolongada. Sem necessidade de boosters.** Aqueles com risco sustentado - viajantes frequentes, DHC, trabalhadores de saúde - devem ser vacinados.
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Serologia na hepatite B?
AgHBs - surge entre 8-12 semanas. Deixa de se detetar 1-2 meses após icterícia. **Período janela**: **entre o desaparecimento do AgHBs e o surgimento do anti-HBs**, podendo o **anti-HBc **ser a única evidência serológica de infeção atual ou recente Anti-HBc isolado: > é **infeção no passado** (pode persistir mais tempo que o anti-HBs), **período janela**, virémia baixo nível com AgHbs abaixo do limiar de deteção. Pessoas que **recuperaram de uma hep B exprimem anti-HBs e anti-HBc indefinidamente**. - **Anti-HBs é o anticorpo protetor**. DNA HBV: avaliar replicação doentes hep B crónica em tx
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Serologia na hepatite B crónica?
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Exacerbação na hepatite B crónica?
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AntiHBc isolado?
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Tx hepatite B aguda?
Maioria não tem indicação para tx específico, se previamente saudável. Grave ou curso muito arrastado - TDF, ETV ou LAM
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Tx hep B crónica - quem?
NÃO TEM CURA. 3 pilares: - DNA HBV - ALT - Gravidade doença hepática
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Fármacos no tx da hepatite B crónica?
**Análogo nucleótidos/nucleósidos:** Objetivo de reduzir a replicação viral e infecciosidade. - **tenofovir** - o mais - **entecavir** - o + potente - **PEG IFN** - SC 1/semana, 48 semanas. CI na cirrose descompensada.
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Profilaxia hepatite B?
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Quando testar para hepatite D?
- IgM anti-HDV demora 30-40 dias a positivar. - Anti-HDV torna-se muitas x indetetável após o desaparecimento do AgHBs. Torna-se difícil fazer dx retrospetivo de infeção aguda autolimitada e simultânea pelo HBV e HDV. - RNA de VHD - presença de replicação ativa e infecciosidade relativa. Tx: PEG IFN 24 semanas
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Hepatite C - MCDT?
-**anti-HCV** -> + se aguda, crónica ou passada Se positivo → pedir **PCR RNA HCV:** - determina **genótipo** - **guiar tratamento** - determina **carga viral**- útil para saber infetividade e definir **tempos** de tratamento - positivo - infeção atual, podendo ser aguda ou crónica - negativo - infeção passada (recuperação espontânea ou tratada) ou abaixo do nível de deteção possível
200
Complicações e sequelas de HCV?
- crioglobulinemia mista essencial (imunocomplexos) - porfiria cutânea tarda - líquen plano
201
TX hepatite c?
CURA 95-99%. Endopoint: resposta virológica sustentada - **RNA-VHC indetetável - 12 semanas após término da tx** - RVS12 Indicação: TODOS. **Avaliação pré-tx**: - **comorbilidades hepáticas**: outros vírus, álcool, autoimunidade - vacinação VHB e VHA - manifestações extra-hepáticas - função renal - **carga viral** - **genótipo** - monitorizar fibrose com **fibroscan** **Aguda:** - impedir transição para cronicidade - **mesmos regimes que na crónica** - monitorizar **RNA HCV a cada 4-8 semanas durante 6-12 meses** **Crónica:** - **Nunca** em monoterapia! - Escolha depende de: - tratamento prévio - grau de fibrose hepática - **genótipo** viral - carga viral Combinação de **2 antivirais de ação direta 8-12 semanas**: IMAGEM
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HCV - profilaxia?
IG ineficaz. Vacina não é viável pela velocidade de mutação.
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Manifestações extra-hepáticas + complicações de hepatite viral?