Doenças Infecciosas Flashcards

1
Q

Como deve ser feita a colheita de urina a um doente algaliado com suspeita de ITU?

A

Para colher uma urocultura a este doente, cronicamente algaliado, não se pode colher diretamente da algália, porque estará colonizada.
Trocar algália por uma nova, que não estará colonizada, e fazer a cultura. Já sob ABT troca-se mais uma vez a algália, por uma completamente estéril.
Por isso um doente algaliado cronicamente com uma UTI, para reduzir corretamente o risco de recidiva deve ser realgaliado 2 vezes!!!!!!! → uma para fazer a cultura + uma para garantir que a algália que lá fica não está colonizada.

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2
Q

Cuidados a ter com a dosagem de antibiótico em doentes com diminuição da função renal

A

Mas, independentemente de haver dano na função renal, a primeira dose é sempre a dose máxima. Só se ajustam as doses subsequentes, segundo a função hepática e renal.

Daí se não pensar quando entra um doente em choque e etc qual a FR. Essas contas fazem-se depois da 1a administração de ABT.

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3
Q

Exemplos de infeções que exigem controlo de foco?

A
  • Coleções abecedadas,
  • infeções que envolvam próteses
  • tecidos necrosados
  • infeções com envolvimento ósseo.
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4
Q

Grupo HACEK?

A

HACEK - grupo de bactérias gram-negativas de crescimento lento (14 dias), bacilares curtas, flora normal em boca e faringe, e que podem infectar o coração.

A sigla representa as seguintes espécies:
- Haemophilus spp,
- Aggregatibacter spp (antigamente Actinobacillus),
- Cardiobacterium hominis,
- Eikenella corrodens
- Kingella kingae.

São conhecidas por causar endocardite infecciosa.

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5
Q

Fatores de risco do hospedeiro - endocardite infecciosa?

A

Frequente estar associada a defeito cardíaco pré-existente (congénito ou adquirido).

  • Sexo masculino (2:1)
  • >50 anos (+++ patologia valvular degenerativa
  • nos países em que a doença cardíaca reumática é muito prevalente aparece em idades mais jovens
  • drogas IV, mais jovens
  • Doença cardíaca reumática
  • Doença cardíaca congénita
  • Doença valvular degenerativa
  • Coloção de válvula protésica (mecânicas têm maior risco de endocardite infecciosa)
  • Outros dispositivos médicos - cateteres venosos centrais , dispositivos cardíacos implantáveis
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6
Q

Fatores de risco dos microorganismos - Endocardite

A

Capacidade de adesão a superfícies inertes e ao endotélio.

Strep spp -> dextrano e adesinas

Staph spp -> receptores de ligação às plaquetas, fibrinogénio e fibronectina

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7
Q

Fatores de risco para a bacteriemia - Endocardite

A

Para existir endocardite tem de existir quadro de bacteriémia.

Lesão da mucosa -> transmissão de microrganismos para a corrente sanguínea -> cateterização endovascular, manipulação dentária, cirurgia orofaríngea, procedimentos urológicos, intervenções pulmonares/GI com menor risco.

Os com > risco são os de manipulação dentária.

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8
Q

Fisiopatologia da endocardite infecciosa - Válvula lesada

A

Válvula cardíaca previamente lesada -> fluxo sanguíneo turbilhonar -> disposição de plaquetas e fibrina -> vegetação estéril (endocardite trombótica não bacteriana) -> bacteriemia -> vegetação infetada - endocardite infecciosa.

FR:
- doença cardíaca reumática
- doença cardíaca congénita
- prolapso válv mitral
- doença valvular degenerativa
- colocação de valvula protésica

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9
Q

Fisiopatologia da endocardite infecciosa - Válvula normal

A

Válvula cardíaca com ou sem lesão previa -> bacteriemia -> fixação ao endocardio através de fatores de virulência -> destruição valvular com ou sem vegetação.

FR:
- Doença orgânica/neoplásica
- Estado de hipercoagulabilidade
- Imunosupressão → + freq S. aureus ter este processo fisiopat
- Toxicodependência - maior exposição a microorganismos e > vulnerabilidade a microorganismos mais virulentos → mais tricúspidePseudomonas, Candida spp., S. aureus

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10
Q

Agente mais frequentemente causador de endocardite? E por ordem decrescente?

A
  1. Staphylococcus spp: S. aureus e também coagulase negativo (S. epidermidis + nas protésicas - cateter infetado, cirurgia da prótese)
  2. Streptococcus spp: grupo S. viridans, S. gallolyticus
  3. Enterococcus spp. - associação comum com UTI nosocomiais.
  4. Grupo HACEK - flora boca/garganta normal. Infeções dentárias ou periodônticas.
  5. Bacilos Gram -: ++P. aeruginosa
  6. Anaeróbios
  7. Coxiella burnetii, Bartonella spp e Chlamydia spp - + subagudas, culturas negativas.
  8. Fungos - + Candida spp. - mais nas drogas IV ou imunossupressão.

QUAIS EXATAMENTE DEPENDE DOS FR: VÁLVULA NATIVA, DROGAS IV, PROTÉSICA PRECOCE, PROTÉSICA TARDIA

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11
Q

Etiologia endocardite -Válvula nativa?

A
  • Staphylococcus spp
  • Streptococcus spp.
  • Enterococcus spp.
  • Grupo HACEK
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12
Q

Etiologia endocardite -Utilizadores de drogas endovenosas

A
  • S. aureus e outros
  • Bacilos Gram negaitvos (++ P. aeruginosa)
  • Streptococcus spp.
  • Candida albicans - fungos importam neste grupo
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13
Q

Etiologia endocardite -Válvula protésica precoce

A

Agentes nosocomiais:
- Staphylococcus spp.
- Bacilos Gram negativos
- Fungos

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14
Q

Etiologia endocardite -Válvula protésica tardia

A

Agentes da flora da orofaringe:
- Streptococcus spp.
- Staphylococcus spp.
- Anaeróbios

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15
Q

Clínica - endocardite?

A

Sintomas muito inespecíficos e que obrigam a um grande dx diferencial.

Incubação 2 semanas após evento desencadeador de bacteriémia.
Pode chegar até 6 semanas se subaguda.

  • Febre - sinal cardinal
  • Arrepios, calafrio
  • Sudorese nocturna
  • Mal-estar geral
  • Astenia
  • Anorexia, perda ponderal
  • Mialgias e artralgias

+/-
Embolização séptica:
- dor lombar
- défices focais - PESQUISA ATIVA, embolização do coração esq vai p SNC + freq.
- outras queixas de órgão ou sistema
É o fenómeno diferenciador.

OBRIGATÓRIO PESQUISAR SINAIS NEUROLÓGICOS FOCAIS NAS SUSPEITAS DE ENDOCARDITE.

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16
Q

Tempo de incubação - endocardite

A

2 semanas a contar desde o evento que desencadeia bacteriémia.
Pode chegar às 6 smenas nos casos de endocardite subaguda

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17
Q

Diagnósticos diferenciais - Endocardite

A

Neoplasia, doença autoimune sistémica, tuberculose ou outras infeções crónicas

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18
Q

Sinais e sintomas associados a embolização séptica - endocardite

A
  • Dor lombar
  • **défices focais **(embolização mais frequente do coração esq vai para o SNC), outras queixas de órgão ou sistema

Deve ser ativamente pesquisados os sinais neurológicos em busca de défices focais nas suspeitas de endocardite!

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19
Q

Achados exame objetivo - endocardite?

A
  • Febre (95%) - SINAL CARDINAL
  • Sopro cardíaco de novo
  • Estigmas de insuficiência cardíaca
  • Esplenomegalia e enfarte esplénico
  • Poliartrite com ou sem derrame articular
  • Fenómenos embólicos/imunológicos (específicos):
  • A: hemorragias subungueiais (em lasca)
  • B: petéquias na face interior da pálpebra
  • C: nódulos de Osler - dolorosos
  • D: lesões de Janeway - palmas e plantas, embolia não dolroosa
  • Hemorragias retinianas- manchas de Roth, são pálidas no centro

Fenómenos imunológicos -> nódulos de Osler e manchas de Roth

Pode existir hematúria microscópica por fenómenos imunes de deposição de complexos no rim e glomerulonefrite associada.

Mnemónica FROM JANE:
- fever
- Roth spots
- Osler nodes
- murmur
- Janeway lesions
- anemia
- nail bed hemorrhage
- emboli

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20
Q

Febre sem foco + sopro de novo?

A

Endocardite até prova em contrário

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21
Q

Mnemónica “FROM JANE”

A
(F)ever
(R)oth spots
(O)sler nodes
(M)urmur
(J)aneway lesions
(A)nemia
(N)ail bed hemorrhage
(E)mboli
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22
Q

Cut off entre endocardite aguda e subaguda?

A

Diferenciar aguda de sub-aguda não tem um cutoff de tempo específico

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23
Q

Características clínicas da endocardite aguda?

A
  • Infeção de válvula normal sem doença associada
  • Instalação e evolução muito rápidas
  • Destrutiva a nível valvular e cardíaco
  • Febre elevada

Fatal de forma rápida - 2-6 semanas se não tratada.

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24
Q

Principais agentes etiológicos da endocardite aguda?

A

Microrganismos mais virulentos:
- S. aureus (UDEV e infeções cutâneas - comunidade; CVC - nosocomial)
- S. pneumoniae
- N. gonorrheae
- Bacilos Gram negativos

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25
Q

Características clínicas da endocardite subaguda

A
  • Infeção de válvula previamente lesada
  • Curso indolente
  • Febre pouco elevada: 38-39ºC
  • Fraqueza anorexia, emagrecimento - quadro constitucional mais exuberante.

Potencialmente fatal se não tratada.

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26
Q

Principais agentes etiológicos da endocardite subaguda?

A
  • Streptococcus do grupo viridans
  • S. epidermidis
  • Enterococcus
  • Grupo HACEK
  • Pseudomonas aeruginosa
  • Fungos (++ Candida spp.)
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27
Q

MCDT na endocardite?

A

1. Alterações lab:
- Anemia de doença crónica (nomocítica normocrónica)
- Leucograma normal -> se leucocitose pensar em abcesso ou foco extravascular
- Fatores de inflamação positivos - VS, PCR, FR → VS mais específico (dx diferencial tuberculose) → Raro existirem endocardites sem VS elevada.
- Hipergamaglobulinemia,
- hipocomplementemia,
- crioglobulinas,
- imunocomplexos circulantes
- Fator reumatóide positivo - fenómeno imunológico
- Eritrocitúria e proteinúria (glomerulonefrite por deposição de imunocomplexos)
- Falsos positivos serológicos para sífilis - disfunção imunológica

  • Hemoculturas: mín 2-3 amostras 10mL, punções diferentes em locais de punção diferentes, 15-30min de intervalo

2.. Raio X tórax: SEMPRE:
- edema pulmonar: IC associada à infeção
- infiltrados tipo bola de canhão - embolização

3.. ECG: dx diferencial
- ver se tem SCA embólico
- repetir 1x/d

  1. Ecocardiografia:
    - ETE + sensível para vegetações e todas as complicações.
    - ETT 1a linha no máx em 12h- completar com ETE se suspeita clínica e ETT negativo, se válvula protésica ou dispositivo intracardíaco
    - Repetir um ou ambos após 1 semana se suspeita clínica mantida e exames prévios negativos

Conforme suspeita clínica:
- eco abdominal: suspeita de abcesso ou enfarte esplénico
- TC cardíaca: pré-cirurgia, ver coronárias
- RM-CE: embolização séptica
- avaliação dentária
- colonoscopia: se detetarmos S. gallolycticus (bovis)

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28
Q

Em que situação pedir uma colonoscopia no contexto de endocardite

A

Se S. gallolycitus detetado

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29
Q

Cuidados a ter nas hemoculturas na suspeita de endocardite?

A
  • Contaminação vs bacteriemia vdd (pq possíveis agentes de contaminação tb podem ser agentes de bacteriémia)
  • Para não valorizar possível contaminação - punções diferentes em locais de punção diferentes + 15-30min intervalo!
  • Bacteriemia transitória, contínua, intermitente (resolvido com 2-3 amostras para hemocultura + volume de sangue colhido por amostra 10mL)
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30
Q

Investigação se hemoculturas negativas? - Endocardite

A
  • Anticorpos para Coxiella burneti → anti-phase IIgG≥ 1:800
  • Serologia Bartonella spp.
  • PCR T. whipplei
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31
Q

Que tipo de ecocardiografia utilizar no diagnóstico de endocardite

A

O ecocardiograma transesofágico é mais sensível para detetar vegetações, envolvimento extravalvular, perfuração valvular e infeção da válvula protésica.

Mas devido a acessibilidade e logística o ETT é a 1a linha. Devemos completar o ETT com ETE se suspeita clínica + ETT negativo, válvula protésica e dispositivo intracardíaco.

Repetir um ou ambos, se a suspeita clínica se mantiver ao fim de uma semana na presença de exames negativos.

Reavaliar na suspeita de complicações + no fim do tratamento.

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32
Q

Como fazer o seguimento com ecografia na endocardite

A

Repetir após o diagnóstico para descartar complicações

Reavaliar no fim do tratamento

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33
Q

Critérios de Duke modificados - Endocardite?

A

Dx definitivo: estabelecido por anatomia patológica e por microbiologia.

Dx com critérios de Duke:
- 2 major
- 1 major + 3 minor
- 5 minor - todos os minor

Critérios major:
- 2 ou + hemoculturas positivas para microrganismo típico ou compatível com endocardite. Serologia positiva para febre Q ou 1 hemocultura positiva para C burnetti.
- Evidência ecocardiográfica de envolvimento do endocárdio (massa intracardíaca oscilante, abcesso, deiscência da prótese valvular ou nova regurgitação valvular).

Critérios minor:
- Predisposição (cardiopatia ou UDEV)
- Febre >38ºC
- Fenómenos vasculares: grandes êmbolos arteriais, enfartes sépticos pulmonares, aneurisma micótico, hemorragia intracraniana, hemorragias conjuntivais, lesões de Janeway
- Fenómenos imunológicos: glomerulonefrite, nódulos de Osler, manchas de Roth, FR positivo
- Isolamento de microrganismo típico em apenas 1 hemocultura

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34
Q

Como fazer o diagnóstico de endocardite através dos critérios de Duke?

A

2 critérios major ou
1 major e 3 minor ou
5 minor (todos)

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35
Q

Endocardite não infecciosa - diagnóstico diferencial com endocardite infecciosa?

A
  • Libman-Sack: LES ou síndrome anticorpo antifosfolipídico - vegetações verrucosas
  • **Trombo estéril **- rara, mitral ou aórtica → neoplasia, estado de hipercoagulabilidade, trauma por catéter, febre reumática prévia, doença auto-imune, infeções crónicas (TB, pneumonia, osteomielite)

Como diferenciar?
→ Raramente tem afeção da função e válvulas cardíacas
→ As vegetações são muito soltas e embolizam facilmente - hemorragias unhas, pele, retina.
Assintomáticos até embolização
→ Hemoculturas negativas
→ Dx definitivo via biópsia
→ Não responde a ABT

Como tratar?
- Anticoagulação com heparina + tratar causa de base

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36
Q

Trombose de válvula protésica - diagnóstico diferencial com endocardite infecciosa?

A

Mais freq nas mecânicas.

Raro se anticoagulação está adequada - principal causa é incumprimento ou tx inadequada.

Como diferenciar?
Sinais de IC aguda - dispneia, tosse (esq), edema e distensão venosa jugular (drt)
Deterioração geral - arritmia, embolização cerebral com AVC
→ Dx diferencial com ecoTE

Tx: anticoagulação + fibrinólise + susbtituir válvula

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37
Q

Como tratar endocardite não infecciosa?

A

Anticoagulação com heparina e tratar causa de base

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38
Q

Como tratar trombose da válvula protésica?

A

Anticoagulação com fibrinólise + substituir válvula

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39
Q

Percentagem de doentes com pelo menos 1 complicação de endocardite infecciosa

A

60%
Muitos têm + que 1: local, embólica.

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40
Q

As complicações são mais frequentes em endocardites causadas por que agentes?

A
  • S.aureus
  • S.gallolyticus
  • Fungos
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41
Q

Qual a complicação da endocardite infecciosa com maior incidência?

A
  • Insuficiência cardíaca
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42
Q

Complicação de endocardite do coração esquerdo?

A
  • 2/3 de fenómenos embólicos são para o SNC
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43
Q

Complicação de endocardite do coração direito

A

Embolização pulmonar múltipla

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44
Q

Complicações cardíacas (locais) da endocardite infecciosa? Complicações sistémicas?

A

Locais:
- IC
- Destruição valvular com regurgitação
- Vegetações de grandes dimensões com estenose valvular
- Abcesso e/ou rutura de cordas tendinosas
- Extensão local com afeção e alterações do sistema de condução
- Pericardite
- Síndrome coronário agudo (+++ embolização das coronárias-> endocardite da válvula aórtica)

Sistémicas:
- embolização séptica: periférica, pulmonar, hepática, esplénica, renal, ++ SNC
- aneurismas micóticos: ACM, mesentéricas, aorta abdominal, rutura, hemorragia intracraniana e itnra-abdominal
- encefalopatia, meningoencefalite e abcesso cerebral
- LRA induzida por deposição de imunocomplexos, embolização ou nefrite intersticial alérgica/fármacos
- choque séptico

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45
Q

Locais de aneurismas micóticos

A

Artéria cerebral média
Artérias mesentéricas
Aorta abdominal

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46
Q

Mecanismos de lesão renal na endocardite infecciosa

A
  • Deposição imunocomplexos
  • Embolização direta
  • Nefrite intersticial alérgica/por fármacos para o tx de endocardite
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47
Q

Duração mínima da antibioterapia na endocardite infecciosa?

A

4 a 6 semanas: penetração difícil nas vegetações + ciclos de bactérias metabolicamente inativas.

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48
Q

Quando instituir antibioterapia empírica na endocardite?

A

Doentes agudos e instáveis.

Se doente estável: dx por imagem + hemocultura para identificar agente e fazer ABT dirigida.

Para saber que fármaco escolher pomos logo a seguinte questão: que tipo de válvula tem o doente?
- nativa ou protésica >12 meses?
- protésica < 2 meses?

administração endovenosa

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49
Q

Antibioterapia empírica na endocardite de válvula nativa ou protésica >12 meses?

A
  • Ampicilina + flucloxacilina + gentamicina IV
    ou
  • Vancomicina + gentamicina IV
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50
Q

Antibioterapia empírica na endocardite de válvula protésica recente (< 12 meses)

A

Vancomicina + gentamicina + rifampicina

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51
Q

Antibioterapia dirigida: Streptococcus flora orofaringe e Strep. gallolycticus - Endocardite

A
  • Beta-lactâmico 4-6 semanas - penicilina G/amoxicilina/ceftriaxone
  • Beta-lactâmico + gentamicina 2 semanas (= eficácia, exceção às 4-6 semanas habituais)

(Alergia a beta lactâmico: vancomicina 6 semanas)

Estirpes resistentes - associar gentamicina ao beta-lact/vanco + prolongar tx sempre para as 6 semanas.

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52
Q

Antibioterapia dirigida Enterococcus - Endocardite?

A

Intrinsecamente resistente a cefalosporinas - sempre em combinação:
- Amoxicilina + gentamicina
- Ampicilina + ceftriaxone (principalmente no compromisso renal em que não se pode usar gentamicina)

Se Enterococcus faecium - que é naturalmente resistente a beta-lactâmicosvancomicina + gentamicina

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53
Q

Antibioterapia dirigida Staphylococcus - Endocardite

A
  • Flucloxacilina (maioria, válvula nativa) 4 semanas
  • Suspeita ou documentação de resistência ou alergia - vancomicina ou daptomicina
  • Válvula protésica - gentamicina + rifampicina + flucloxacilina 6 a 8 semanas

Alternativa MSSA - cotrimoxazol + clindamicina

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54
Q

Antibioterapia dirigida HACEK - Endocardite?

A
  • Ceftriaxone - 1a linha
  • Alternativa: ampicilina, ciprofloxacina
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55
Q

Indicações para cirurgia na endocardite infecciosa?

A
  • ICC moderada a grave
  • Embolização sistémica múltipla
  • Infeção não controlada com hemoculturas persistentemente positivas (excluir foco secundário)
  • Endocardite por agentes multirresistentes e fungos
  • Abcesso miocárdico/perivalvular + ou - envolvimento do tecido de condução
  • Regurgitação severa
  • Vegetação móvel >10mm, ++ se localizada no folheto anterior da válvula mitral
  • Substituir válvula protésica infetada
  • colher material bio molecular se HC negativas e sem identificação do agente

Timing: adiar até existir controlo da bacteriémia, se possível: < risco de infeção de dispositivos/válvulas colocadas.

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56
Q

Prognóstico da endocardite infecciosa?

A

Mortalidade aos 6 meses - 22 a 27%

Fatores de mau prognóstico:
- >50 anos
- infeção por S.aureus ou fúngica
- regurgitação valvular
- ICC
- embolizaçáo para o SNC,
- endocardite de válvula protésica precoce (< 12 meses)

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57
Q

Profilaxia da endocardite infecciosa?

A

Só demonstrada em doentes de alto risco para procedimentos dentários que incluam manipulação da gengiva, região peri-apical e perfuração da mucosa oral:
- Válvula protésica
- endocardite infecciosa prévia
- doença cardíaca congénita (todas as DCC cianóticas, todas as que precisem de colocação de material protésico)

Como?
- 1 dose
- 30-60min antes do procedimento
- amoxicilina PO ou ampicilina IV
- nos alérgicos clindamicina

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58
Q

Prevalência da tuberculose a nível global

A

Em todo o mundo conta-se 1/4 da população infetada por Mycobacterium tuberculosis.

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59
Q

Percentagem de pessoas co-infetadas com tuberculose e HIV?

A

8,2%
Todos os HIV devem fazer rastreio de TB. Todas as pessoas com tuberculose devem fazer rastreio de HIV.

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60
Q

As 3 etapas da infeção tuberculosa

A

Etapa pulmonar: inalação de gotículas com M. tuberculosis emitidas por doente bacilífero, levando a alveolite primária (foco de Gohn) -> incapacidade de resolução/eliminação da infeção pelo sistema imune inato -> controlo da infeção pelo sistema inato e adaptativo formando um granuloma, fibrose e calcificação -> infeção lactente (crianças e imunocomprometidos não formam os granulomas levando a disseminação hematogénica e doença ativa)

Etapa intratorácica: drenagem para os gânglios intratorácicos (foco ganglionar) e, de seguida, para o canal torácico

Etapa extratorácica: drenagem para a VCS e disseminação para todos os órgãos

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61
Q

Percentagem de doentes que após a infeção primária evoluem para TB latente?

A

95%

TB latente = assintomática

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62
Q

Percentagem de doentes que após a infeção primária evoluem para TB doença?

A

3-5%

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63
Q

Percentagem de doentes com TB latente que evoluem para TB doença?

A

5 a 10% ao longo da vida (50% dos casos ocorre nos primeiros 18 a 24 meses)
Risco de progressão é maior em:
- imunodeprimidos,
- imunosupressores (corticoides e anti TNF-alfa),
- DRC/hemodialisado
- DM
- siliciose
- etanolismo/toxicodependencia
- desnutrição/baixo peso
- extremos de idade

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64
Q

Tuberculose primária?

A

Raro ver - > assintomática.+ nas crianças.
Passa muitas x por pneumonia “típica”.

Assintomática ou sintomática: - febre/dor pleurítica

  • Pleuropulmonar (derrame pleural, pneumonia do lobo médio ou inferior, adenopatias hilares ou mediastínicas, reação pleural se foco sobpleural
  • eritema nodoso
  • conjuntivite, flictenular - geralmente clinica pouco intensa

Viragem tuberculínica (teste de mantoux) recente, IGRA positivo.

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65
Q

Tuberculose doença?

A
  • Progressão do complexo primário - tuberculose primária
  • Reativação de um foco primário - tuberculose secundária
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66
Q

Conjuntivite flictenular?

A

nódulos de cor amarelada-acinzentada na conjuntiva

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67
Q

Eritema nodoso?

A

Forma de paniculite, é uma inflamação do tecido celular subcutâneo.
Nódulos dolorosos, geralmente nos membros, mais frequentes na perna.

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68
Q

Tuberculose secundária?

A

Reativação de tuberculose, tuberculose pós-primária.

  • Sintomas constitucionais (síndrome febril de predomínio vespertino, hipersudorese nocturna, astenia, anorexia e emagrecimento), mal -estar geral, cansaço
  • Sintomas respiratórios (tosse geralmente produtiva, expectoração purulenta, hemoptise, pieira geralmente por envolvimento brônquico, dispneia, toracalgia, geralmente por envolvimento pleural
  • Segmentos apicais ou posteriores dos lobos superiores ou segmentos superiores dos lobos inferiores -> + O2 + crecimento bacteriano

-> Tosse inicialmente seca e matutina e posteriormente torna-se purulenta

EO pobre e inespecífico - fervores ou roncos na auscultação pulmonar.

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69
Q

Tuberculose pulmonar e pleural e como a identificar radiologicamente?

A

Pneumonia - opacidade por vezes com broncograma aéreo

Cavidade - hipertransparente com contornos arredondados, bem delimitada, inserida em parênquima muitas vezes com infiltrado

Atelectasia - sinais de opacificação parenquimatosa, com sinais de retração

Derrame pleural - Opacidade de limite parabólico com concavidade superior

Pneumotórax - hipertransparência sem evidência, compressão variável do parênquima pulmonar, desvio do mediastino para o lado oposto

Hidro ou piopneumotórax - sinais de derrame e penumotórax, retificaçãp da linha parabólica de concavidade superior

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70
Q

Tuberculose pulmonar?

A

Envolve o parênquima pulmonar mesmo que envolva outros órgãos

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71
Q

Tuberculose extrapulmonar?

A

Envolve qualquer outro órgão exceto o pulmão
+freq>-freq:
- ganglionar
- pleural
- genitourinário
- osso
- meninges
- peritoneu
- pericárdio

Na presença de TB extrapulmonar é obrigatório excluir TB pulmonar -> rastreio de contactos!!

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72
Q

Tuberculose miliar?

A
  • Apenas 3% dos casos de TB
  • Forma disseminada (via hematogénica logo ++ crianças e imunocomprometidos)
  • Início insidioso: febre, sudorese, anorexia, perda ponderal, astenia; pode ocorrer hepatomegália, esplenomegália e adenomegália

Analiticamente:
- anemia/policitemia,
- leucopenia/reação leucemoide, linfopenia, leucocitose com predomínio de neutrófilos
- coagulação intravascular disseminada

Atingimento de 2 ou mais órgãos não contíguos.

Letal se não tratado.

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73
Q

Tuberculose pleural?

A

Sintomas: febre, dor pleurítica, dispneia

Dx: toracocentese +- biópsia pleural (líquido alaranjado ou hemático)

  • Quilotórax
  • Derrame colesterolínico
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74
Q

Pericardite tuberculosa?

A

1-2%.
Extensão direta da infeção ou disseminação hematogénica.

Clinica: tipicamente sub-agudo, dispneia de esforço, precordialgia e febre.
AC: artrito pericárdico

Aumento das dimensões da silhueta cardíaca no rx, mas mantendo os seus limites + campos pulmonares normais.

Volume do derrame - TAC e eco.

Espessamento do pericárdio - RMN (normal < 3).

Dx pericardiocentese ecoguiada, geralmente sem BAAR mas cultura +.

Complicações major - tamponamento cardíaco e pericardite constritiva crónica com espessamento pericárdio, fibrose do pericárdio e/ou calcificação pericárdica (a TB é a causa mais freq).

Afeta mais idosos e pessoas VIH +.

Tem importante morbimortalidade e sem tratamento é geralmente fatal.

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75
Q

Meningite tuberculosa?

A

Resulta de disseminação hematogénica ou ruptura de tubérculo subependimário para o espaço subaracnoide

Tuberculomas (formação inflamatória com necrose central) no parênquima cerebral

  • Clínica insidiosa, pródromos (febrícula, mal estar generalizado, anorexia e irritabilidade).
  • Cefaleias e alterações mentais subtis durante 1 a 2 semanas -> cefaleia intensa, confusão, letargia, alt do estado de consciência, rigidez da nuca.

Parésia dos pares cranianos é frequente, sobretudo nervos oculares

Sem tratamento -> coma, hidrocefalia, hipertensão intracraniana -> **Dx punção lombar **(leucorráquia até 1000/microL com predomínio de linfócitos, proteinorráquia aumentada, glicorraquia diminuida, mas podem estar normais)

Exame cultural é o gold standard, TAAN opção terapêutica inicial

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76
Q

Peritonite tuberculosa

A

Microabcessos hepáticos e esplénicos

TAC e RMN - lesões nodulares com reforço anelar

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77
Q

Tuberculose osteoarticular

A

A coluna é o local mais afetado (afeta + articulações de carga coluna>anca>joelho).

**Mal de Pott **- espondilite tuberculosa (frequentemente >2 corpos vertebrais contíguos)
- Crianças - ++ torácica superior
- Adultos - ++ torácica inferior/lombar superior

Pode formar-se um abcesso frio paravertebral.
- Coluna vertebral superior (penetrar na parede torácica e apresentar-se como massa nos tecidos moles)
- Coluna vertebral inferior (atingir o ligamento inguinal e apresentar-se com abcesso do psoas)

TAC ou RMN -> lesões características -> histologia de biópsia óssea e cultura de aspirado de abcesso

Envolvimento articular -> artrocentese com aspiração de líquido sinovial.

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78
Q

Tuberculose ganglionar?

A

Forma mais frequente de tuberculose extra-pulmonar

  • Adenopatia indolor (com ou seu fistulização para a pele)
  • Gânglios mais afetados -> cervicais e supraclaviculares

Dx - punção aspirativa (excisão cirúrgica; granulomas +- BAAR)

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79
Q

Tuberculose cutânea

A

Eritema induratum de Bazin (vasculite nodular)

Tuberculidade papulonecrótica

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80
Q

Tiroidite tuberculosa

A
  • Abcesso frio solitário
  • Bócio difuso (frequentemente com caseificação
  • Abcesso agudo
  • Lesões múltiplas por disseminação miliar (múltiplos abcessos frios que imitam carcinoma da tiroideia)
  • TB crónica fibrosante
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81
Q

HIV e tuberculose

A

Clínica atípica
Padrão radiográfico inabitual
TB extrapulmonar e disseminada

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82
Q

Definição de multirresistência na tuberculose

A

resistência simultânea aos 2 fármacos mais eficazes - isoniazida + rifampicina.

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83
Q

TB pulmonar com BAAR (bacilo álcool-ácido resistente) negativo significa que o doente não é contagioso?

A

Não. Mas tem menor risco de contágio que BAAR +

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84
Q

Características comuns a doentes com tuberculose com infeção por VIH, crianças e imunodeprimidos?

A

Menos bacilíferos
Menos cavitações
Menos contagiosos

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85
Q

Evidência microscópica - Tuberculose

A
  • Exame direto/microscopia com BAAR (presença de BAAR não é sinónimo de TB)
  • Testes moleculares (TAAN positivo + exame direto positivo confirmam o diagnóstico, mas ambos negativos não excluem o dx)
  • Exame cultural (líquido e/ou sólido) -> confirma dx
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86
Q

Abordagem inicial da TB - Dx de presunção?

A
  • Rx tórax
  • Baciloscopia (2 a 3 amostras de expectoração, nas primeiras horas da manhã; auramina > método Ziehl-Neelsen; não conservar em formaldeído)
  • Técnica de amplificação de ácidos nucleicos
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87
Q

Técnica de amplificação de ácidos nucleicos na TB?

A

Se baciloscopia +

Se baciloscopia -

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88
Q

Tuberculose - ADA e INF-gama são adjuvantes diagnósticos na análise de que amostra biológica?

A

Líquido pleural

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89
Q

Avaliação analítica - Tuberculose

A

Anemia
Leucocitose com trombocitose
Elevação PCR e VS
- Hiponatrémia (secreção inapropriada de hormona anti-diurética)

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90
Q

Cultura de micobactérias?

A

Faz diagnóstico definitivo, mas demora pelo menos 2 semanas.
Pode demorar 4-8 semanas.
- Meio sólido (Lowenstein-Jensen ou Middlebrook) ou meio líquido (10 dias a 3 semanas a positivar)

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91
Q

Cultura de micobactérias - TSA

A

Demora pelo menos 3 semanas.

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92
Q

Como analisar amostras de fluido colhido em contexto de TB

A

-Todas devem ser submetidas a microscopia (Ziehl-Neelsen ou auramina) + cultura + TAAN

Inicialmente TAAN (resultados em menos de 2h) + microscopia ou exame direto e de seguida cultura (confirmatório e permite TSA).

93
Q

Sensibilidade e especificidade de microscopia com BAAR e TAAN + no dx de TB

A

> 95%

94
Q

Como colher amostra de expectoração num adulto com tosse seca - TB

A

Indução de expectoração com soro hipertónico

Broncofibroscopia

95
Q

Critérios de internamento do doente com tuberculose?

A

Pelo menos 1:
- Tuberculose mulltirrestitentes bacilífera
- Instabilidade clínica associada à doença e/ou a comorbilidade (hemoptises grande volume)
- Vómitos ou diarreia persistente
- Insuficiência hepática grave
- Falta de apoio familiar/social (principalmente em doentes com fatores de risco para não adesão ao tratamento)

96
Q

Critérios necessários para alta hospitalar na TB?

A
  • Melhoria clínica
  • Medicação antibacilar bem tolerada, sem efeitos adversos graves
  • Apoio familiar
  • **Toma observada direta garantida em ambulatório **e plano de follow-up
97
Q

Critérios de Light - derrame pleural?

A

1 ou mais dos 3 seguintes:
- Razão proteína líquido pleural/proteína sérica >0.5
- Razão LDH líquido pleural/LDH sérica > 0.6
- LDH líquido pleural > 2/3 do limite superior da LDH sérica

98
Q

Tuberculose laríngea?

A
  • Rouquidão, disfonia, disfagia, tosse produtiva
  • Exame direto frequentemente positivo (bastante contagiosa!)
  • Diagnóstico diferencial com carcinoma da laringe

É quase sempre complicação de doença cavitária pulmonar avançada.

Carcinoma da laringe é semelhante, mas indolor.

99
Q

Quilotórax - tuberculose pleural?

A

Linfa no espaço pleural devido a lesão ou obstrução do canal torácico.
Mais comum na tuberculose primária.
- Lípidos totais > 400 mg/dL
- Triglicerídeos > 100 mg/dL,
- Quilomícrons elevados,
- Colesterol < 220 mg/dL

100
Q

Derrame colesterolínico - tuberculose pleural

A

Derrame crónico, com grande concentração de lípidos, por vezes sedimentados sob a forma de cristais.
- Lípidos totais > 400 mg/dL
- triglicerídeos < 50 mg/dL, - quilomícrons ausentes,
- colesterol **>220 **mg/dL

101
Q

Tuberculose genitourinária

A

Evidência de doença pulmonar atual/passada em 75%.

10-15% -> disúria, hematúria, polaquiúria, dor abdominal
- Urina II com hematúria e piúria
- Piúria + urina ácida +cultura estéril -> LEVANTA SUSPEITA DE TB URINÁRIA -> fazer exame cultural de 3 amostras da 1ª urina da manhã (S90%)

102
Q

Tuberculose genital

A

SF: ++ trompas de falópio
SM: ++ epidídimo
quase 50% também tem tb urinária

103
Q

Suspeita de TB meníngea com TAAN positivo - Tratamento

A
  • Antibacilares
  • Dexametasona 6-8 semanas
104
Q

Tuberculose gastrointestinal

A

Deglutição de expectoração com disseminação direta, disseminação hematogénica ou ingestão de leite com TB bovina

Afeta mais o íleon terminal e o cego

Clínica: dor abdominal, tumefação abdominal , massa palpável, hematoquézias, obstrução

+ febre, perda ponderal, anorexia e hipersudorese nocturna

105
Q

Lesão típica tuberculose miliar

A

Granulomas amarelados de 1-2mm

106
Q

Tubérculos coroidais são patognomónicos de que patologia?

A

TB miliar

107
Q

Diagnóstico de TB miliar

A

Lavado broncoalveolar +/- biópsias pulmonares transbrônquicas -> exame direto + TAAN + exame cultural + histologia

108
Q

TB miliar - Rx

A

Padrão nodular difuso/reticulonodular miliar

Outros: infiltrados grandes, infiltrados intersticiais (+++ VIH), derrame pleural ou nenhuma alteração radiológica

109
Q

Tratamento inicial/bactericida - Tuberculose?

A

Deve ser iniciado antes de dx definitivo estabelecido.
Sugere doença ativa: exposição TB ativa, sintomas pulmonares, doença cavitária.

  • Isoniazida (H) - 5 mg/kg/dia
  • Rifampicina (R) - 10 mg/kg/dia
  • Pirazinamida (Z) - 15-30 mg/kg/dia
  • Etambutol (E) - 15-20 mg/kg/dia

Durante 2 meses, maioria dos bacilos é eliminada, os sintomas cedem e o doente torna-se não infeccioso.

110
Q

Medidas de isolamento respiratório

A

Quarto individual de isolamento com sistema de pressão negativa
Evitar aerossóis
Profissionais e visitas com máscara N95 ou superior
Se o doente sair do quarto deve utilizar uma máscara cirúrgica e os profissionais N95 ou superior
Higienizar sempre as mãos com solução alcoólica à saída do quarto de isolamento

111
Q

Tratamento fase de manutenção/esterilização - Tuberculose?

A

Elimina bacilos persistentes e previne recidivas.

  • Geralmente 4 meses
  • 9 meses total: TB pulmonar cavitada, cultura + aos 2 meses
  • 12 meses total: miliar, SNC, osteoarticular

Toma diária de 2 ou mais ATB guiado por TSA - preferencialmente HR.

Não são só 2 meses de tx inicial que permitem avançar para fase de manutenção:
- Confirmar q cultura negativa
- TSA confirma sensibilidade aos antibacilares utilizados

Corticoterapia adjuvante - TB pericárdica e meníngea.

112
Q

Considerações a ter em doente com insuficiência renal na Tx da TB?

A

Pirazinamida e Etambutol precisam de ajuste de dose ou posologia

113
Q

Considerações a ter em doença hepática crónica na Tx da TB?

A

Pode ser utilizado um esquema não hepatotóxico: etambutol + levofloxacina + amicacina (menos eficaz e com outras toxicidades)

114
Q

TB monoressistente

A

Resistência a 1 antibacilar excepto rifampicina

115
Q

Efeitos adversos frequentes da Isoniazida?

A
  • Neuropatia periférica - prevenir com piridoxina 25mg/d
  • Rash cutâneo
  • Hepatite
  • Sonolência e letargia
116
Q

Efeitos adversos frequentes da Rifampicina?

A
  • dor abdominal, náuseas e vómitos
  • Hepatite
  • Reação cutânea generalizada
  • Púrpura trombocitoénica
117
Q

Efeitos adversos frequentes da Pirazinamida

A
  • Artralgias
  • Hepatite
  • Gastrointestinais
118
Q

Efeitos adversos frequentes da Etambutol

A
  • Nevrite retrobulbar
  • Prevenível com vit B6
119
Q

TST e IGRA - possíveis resultados

A
  • Teste de sensibilidade à tuberculina - resposta depende da idade e do estado imune
  • Interferon-gamma release assay - específico do MBT, pelo que não positiva com vacinação nem com micobactérias atípicas.

Resultados podem indicar: doença ativa, infeção lactente, contacto com bacilo resolvida, doença ativa no passado tratada, logo: NÃO DESTINGUEM DOENÇA ATIVA DE INFEÇÃO LATENTE OU DOENÇA TRATADA

120
Q

Quem deve realizar o rastreio para a tuberculose?

A

Grupos de risco: HIV+, contacto recente com doente com TB, receptores de transplante de órgão, pessoas com lesões fibróticas no rx coincidentes com TB passada, pessoas imunocomprometidas (glicocorticoides, inibidores tnf-alfa), imigrantes há menos de 5 anos de área com elevada prevalência, UDEV, trabalhadores do laboratórios que manipulam micobacterium, profissionais e residentes em ambientes de alto risco.

121
Q

Como é feito o rastreio de TB?

A
  1. Excluir doença ativa (IGRA não é vantajoso no diagnóstico de doença ativa)
  2. TST
  3. IGRA como complemento da prova tuberculina em pessoas com risco acrescido de tuberculose e sempre que exista intenção de ponderar tratamento
122
Q

TST (ou teste de Mantoux ou PPD) positivo?

A
  • Adulto imunocompetente >10 mm
  • Adulto imunodeprimido >5mm
  • Criança imunocompetente >10 mm
  • Criança < 6 anos, não vacinada ou imunodeprimida >5 mm
123
Q

Profilaxia da TB - Tratamento da TB lactente?

A
  • 9 meses de isoniazida 300mg

Alternativas:
- 6 meses de isoniazida 300mg ou
- 4 meses de rifampicina 600 mg

Repetir teste imunológico do último contacto com o caso índice após 8 a 12 semanas - 2º rastreio, pq após contacto com bacilo pode demorar 8-10 semanas a positivar, garante-se o dx de todas as infeções latentes!!

124
Q

Etiologia das meningites?

A

NEM SEMPRE SÃO INFECCIOSAS!
- Infeções: vírus, bctérias, fungos, protozoários, etc
- Medicamentos: metronidazol, carbapenemes, AINE, sulfa, IVIG
- Autoimune: LES, Behçet, sarcoidose, Sjogren, AR
- Neoplasia: meningite carcinomatosa, paraneoplásico

125
Q

Etiologia infecciosa de meningite - conforme timing?

A

Ver tabela.

126
Q

Etiologia infecciosa da meningite comunidade vs nosocomial conforme estado do sistema imunitário?

A

Imagem.

127
Q

Etiologia infecciosa da meningite conforme classe de agente?

A

Imagem.
Mais frequentes:
- S. pneumoniae
- N. meningitidis
- H. influenzae
- S. agalactiae
- Listeria monocytogenes

128
Q

Etiologia meningite infecciosa - associação de FRs por agente?

A

Imagem.

129
Q

Etiologia meningite infecciosa - conforme idade e FR quais os agentes?

A

Imagem.

130
Q

Clínica da meningite? EO?

A

Tríade clássica: febre + cefaleia + rigidez da nuca.
- menor nível de consciência
- náuseas/vómitos
- fotofobia
- convulsões
Idosos podem ter quadro mais inespecífico: síndrome confusional.

Progressão fulminante desde h até cerca de 1 semana.
Relação clínica-agente na imagem.

Sinais meníngeos:
- rigidez da nuca
- Kernig
- Brudzinski
Falsos +: osteoartrose, doenças extrapiramidais.
Falsos neg: extremos de idade, imunocompremetidos, depressão grave do estado de consciência

131
Q

Dx diferencial se sinais meníngeos positivos?

A
  • Meningite infecciosa
  • Hemorragia subaracnoideia
  • Abcesso retrofaríngeo
  • Espondilartrite
132
Q

Meningite tuberculosa?

A

Insidiosa. Consumptiva
Parésia de sinais cranianos - nervos oculares.
Envolvimento de artérias cerebrais - isquémia focal.

LCR cultra: difícil de isolar, mas gold standard.
Dosear ADA >8-10 U/L - boa sensibilidade e especificidade.
PCR para M. tuberculosis - altamente específico.

133
Q

Meningite a Cruptococcus neoformans?

A

Doente **HIV+ **com cefaleia holocraniana deve ter isto como primeira hipótese diagnóstica → obriga a punção lombar!

Clínica: confusão, cefaleias holocranianas, cervicalgia, crise convulsiva tónico-clónica generalizada.

Coloração com tinta da china, **pesquisa de Ag específicos no LCR **e no sangue!

Tx indução: 2 semanas anfotericina B + flucitosina
Manutenção: fluconazol 8 semanas

134
Q

Abordagem imediata da meningite?

A

EMERGÊNCIA MÉDICA - INICIAR TX NA 1H.
- Hemoculturas
- Estudo analítico do sangue
- Determinar necessidade de exame de imagem (TC-CE - risco de herniação) antes da PL: coma, depressão grave do estado de consciência, sinais focais, crises epilépticas, edema da papila, imunossupressão, trauma craniano, neoplasia SNC
- ABT empírica após colheitas - 1ª hora

135
Q

PL na meningite - indicações, CI e efeitos 2os?

A

Imagem.
TC - pesquisar abcesso, empiema, massa, edema generalizado, afloramento de amígdalas.

136
Q

O que pedir na análise do LCR?

A
  • Exame macroscópico: pressão, aparência d ecor e turbidez
  • Citológico
  • Bioquímico: proteínas, glicose, lactatos
  • Microbiológico direto (Gram) e cultural

Imagem

137
Q

Alterações na meningite LCR conforme etiologia?

A

Imagem.
AVALIAR GLICOSE DO LCR IMPLICA SABER GLICOSE SÉRICA!!!! - LCR < 30% do valor sérico

  • Tuberculose - pleocitose linfocitária mas menor celularidade que outras bacterianas.
  • Listeria monocytogenes - tem poucos PMN, apesar de bacteriana.
  • Bacterianas + fúngicas: hipoglicorráquia
138
Q

Análises a não esquecer no sangue na meningite? Investigação complementar?

A
  • PCR; VS; procalcitonina
  • **coagulação **- sugere mais meningite meningocóccica, como risco hemorrágico da PL
  • HIV
  • glicose sérica - para avaliar a do LCR
  • hemograma
  • função renal
  • função hepática
  • LDH
  • hemoculuta: se suspeita de etiologia bacteriana piogénica
  • RX ou TC tórax: se suspeita de doença pneumocóccica invasiva, TB ou fungos
  • imunodeprimido: TAC-TAP
  • embolização cerebral suspeita: ecocardiograma TT/TE
139
Q

Dx diferencial da meningite bacteriana aguda?

A
  • Meningite/meningo-encefalite viral
  • Febre escaro-nodular
  • Infeções parameníngeas (otite, mastoidite)
  • Hemorragia subaracnoideia
  • Meningite não infecciosa - química, inflamatória
140
Q

Tx da meningite bacteriana?

A

Empírico na 1a hora:
- ceftriaxona (N. meningitidis e S. pneumoniae)
- +/- vancomicina (S. pneumoniae R.)
- ampicilina (Listerina monocytogenes)

  • corticoterapia - se pneumocóccica e por Hib e TB: dexametasona 10mg IV 4d: 15min antes do ABT ou em simultâneo
141
Q

Tx empírica meningite com FR?

A

Imagem.

142
Q

Tx dirigida na meningite? Timing?

A
  • N. meningitidis: 7d
  • S. pneumoniae: 14d
  • Listeria: 21d
  • Gram neg: 21d
  • S. aureus - 21-28 d
  • Tuberculose: 12 MESES

Prolongamento se existirem complicações - trombose seio cavernoso, empiemas, etc.
- IMAGEM QUAIS ABT

143
Q

Complicações da meningite?

A

-> Mais comum: perda auditiva neurossensorial transitória/permanente.
- Encefalite, cerebrite, abcesso cerebral
- Alteração estado de consciência
- Hipertensão intracraniana
- Epilepsia
- Défices neurológicos focais
- Défices cognitivos
- Síndrome Waterhouse-Friderichsen - insuf primária aguda da suprarrenal por hemorragia necrótica causada por endotoxinas: hiponatrémia, hipercaliémia, acidose metabólica, hipotensão. Mais associada a N. meningitidis.

TX HIC:
- elevar cabeceira
- manitol
- entubação e hiperventilação

144
Q

Profilaxia de contactos na meningite?

A

SÓ NA MENINGOCÓCCICA.
- Rifampicina 2 dias
- Ciprofloxacina 1 dose
- Ceftriaxona 1 dose

145
Q

Meningite viral - clínica e vírus?

A

Mais em adultos jovens. Maio-setembro.
- Pródromo gripal 48h antes dos sintomas neurológicos - sintomas constitucionais (mialgias, anorexia, náuseas, vómitos,a stenia, diarreia, etc)
- Sintomas sugestivos de envolvimento do aparelho respiratório
- Fotofobia mais acentuada
- Anorexia, vómitos, exantema
- Sem alteração do estado de consciência + sem sinais neurológicos focais
- Cefaleias com predominância mais na região frontal

Tx sintomática:
- analgesia, antipiréticos, antieméticos
- vigilância hidroeletrolítica
- ponderar internamento: imunocomprometidos, alt estado consciencia, sinais e sintomas focais, sinais sugestivos de encefalite, achados atípicos no LCR
- antiviral: apenas se HSV-1 ou 2 ou graves por EBV e VZV: aciclovir EV ou aciclovir, famciclovir ou valaciclovir oral.

146
Q

Meningite subaguda-crónica? Clínica? Etiologia?

A

> 4 semanas:
- cefaleias
- febre
- sintomas constitucionais
- sinais meníngeos
- disfunção cognitivia/psiq
- parésia nervosa cranainos
- radiculopatia/mielopatia

Infecciosa:
- Borreliose - Lyme: perguntar por picada, verão, eritema crónico migrans, artrite, parésia facial periférica, radiculopatia
- Sífilis - risco, HIV, demência, vasculite
- TB
- Criptococose - HIV e imunossupressão, pombos.
1/3 sem etiologia identificada.

147
Q

Meningite subaguda-crónica - MCDT?

A

Pedir exames diferentes no LCR:
- Gram
- Cultura bactérias, fungos e micobactérias
- VDRL
- Tinta da china - criptococcose
- Ag criptocócico
- Bandas oligoclonais
- Neuropatologia
- PCR vírus e bactérias!
- Preferir PCR para TB

Outros:
- autoimunidade e serologias no sangue
- RM encefálica e/ou medular com contraste
- teste tuberculina, IGRA
- raio x/TC tórax
- PET
- Biópsia d elocais afetados extra-SNC

148
Q

Meningite subaguda-crónica: tx?

A

Imagem.

148
Q

Meningite subaguda-crónica: tx?

A

Imagem.

149
Q

Encefalite - etiologia? MCDT? Tx?

A

Alterações do estado mental são mais graves que na meningite.
Mais comum ter alterações do comportamento, estado de consciência, sinais focais, crises epilépticas.

Tb febre e cefaleia.
Vírus - mais comuns.
PT - HSV, VZV, CMB e EBV, JCV
50-70% não se encontra agente.

Pedir RM-CE.
PCR viral LCR - repetir 1-3d se suspeita elevada (falsos negativos).
Serologias - WNV, VZV

Tx:
- suporte
- aciclovir IV inicialmente empiricamente em todos com suspeita de encefalite: manter 21d se HSV e casos graves de EBV/VZV, ajustar à função renal
- gangiclovir - encefalite por CMV

150
Q

Tx COVID?

A
  • posição em pronação (temos mais pulmão na região post do tórax, ajuda a libertar esta zona)
  • gasimetrias repetidas: gravidade é subclínica
  • oxigenoterapia óculos nasais 1-6L/min
  • ventilação
  • dexametasona 6mg/d IV ou PO
  • hipocoagulação profilática: enoxaparina 40mc SC id
  • remdesivir

→ 7-10 dias é o intervalo de agravamento comum da COVID, de quem faz ARDS!

Depois:
- vacinação Prevnar 13 e passado 1 ano Pneumo23

Assintomáticos: suporte febre e dor, preferir paracetamol.

151
Q

qSOFA?

A
  • taquipneia >= 22
  • PAS < 100
  • GCS <=14
152
Q

Agentes de pneumonia comunidade?

A

Imagem.
Não esquecer vírus respiratórios:
- influenza A e B
- adenovírus
- metapneumovírus
- VSR
- COVID
- CMV, HSV, VZV - graves

10-15% a PAC é polimicrobiana - combinação de agentes típicos + atípicos.

153
Q

Pneumonia a pneumocystis jiroveci (carinnii)?

A

Imagem.

154
Q

FR pneumonia? Conforme agentes?

A

Não esquecer Pseudomonas nas pessoas com doença pulmonar estrutural GRAVE - FQ, bronquiectasia, DPOC grave.

154
Q

FR pneumonia? Conforme agentes?

A

Não esquecer Pseudomonas nas pessoas com doença pulmonar estrutural GRAVE - FQ, bronquiectasia, DPOC grave.

155
Q

Clínica pneumonia?

A
156
Q

Pneumonia atípica - clínica e agentes?

A

Diarreia + alteração do estado de consciência - relação forte com Legionella

157
Q

Dx de pneumonia?

A

CLÍNICO

157
Q

Dx de pneumonia?

A

CLÍNICO

158
Q

Dx diferencial de pneumonia?

A
  • ICC
  • TEP
  • Bronquite aguda
  • Exacerbação de bronquite crónica
  • Atelectasia
  • Hemorragia alveolar
  • Doença intersticial
  • Granulomatose com poliangeíte
  • Neoplasia
159
Q

MCDT pneumonia?

A
  • painel base
  • toque renal: legionella
  • toque hepático: legionella, Coxiella, Mycoplasma, COVID; TB; fungos - 3-5x LSN
  • PCR e procalcitonina (+ bactérias)
  • hemograma contagem leucócitos diferenciada
  • LDH - mais aumentada nas intersticiais
  • GSA ar ambiente
  • Telerradiografia de tórax PA e perfil seriadas (hipotransparência + sinal do broncograma aéreo) - dx diferencial, comparação futura, FR, sugestão etiologia, complicações (derrame pleural)
  • Exame direto e cultural da expectoração
  • PCR zaragatoa nasofaríngea para vírus respiratórios, legionella, mycoplasma, chlamidophyla, micobactérias
  • Antigénios urinários: Legionella (só serogrupo 1, não exclui se forte suspeita e negativo), pneumococco, DETETA MESMO APÓS ABT EMPÍRICA
  • Hemoculturas
  • Serologia: HIV, mycoplasma, chlamydophila, legionella, coxiella

Pedem-se PCR e serologias na suspeita de atípicos e/ou vírus.

160
Q

Abordagem doente com suspeita de pneumonia - algoritmo geral?

A
161
Q

Critérios internamento pneumonia?

A

CURB-65 + insuficiência respiratória!!!

162
Q

CURB-65 + PSI?

A
163
Q

TX empírico pneumonia?

A

MÁX EM 4H PÔR.
Não esquecer:
- oxigenoterapia, se hipoxémia
- hidratação
- ventilação assistida se necessário

ABT:
Depende se:
- tem ou não comorbilidades
- ABT recentemente (últimos 3 meses)

Ambulatório: amoxiclav 7-10d
Internamento: amoxiclav + azitro 7-10d
Se em 24h o resultado da antigenúria para Legionella negativa + PCR tiver valor baixo → descala-se a terapêutica, retirando a azitromicina, ficando só a fazer amoxiclav.

Alérgicos: cefalosporina 3G + macrólido

164
Q

No riscoTx empírico PAC internamento? Enfermaria vs UCI?

A

No risco de Pseudomonas acrescentamos quinolona: obtemos dupla ação na Pseudomonas + cobre atípicos.

165
Q

Beta-lactâmicos que cobrem Pseudomonas?

A
  • piperacilina-tazobactam
  • carbapenemes excepto ertapenem: meropenem, imipenem
  • cefalosporinas: ceftazidima ou cefepima
166
Q

Tx pneumonia pós-gripe ou pós-COVID?

A

amoxiclav + claritromicina (para cobrir S. aureus)

167
Q

Beta-lactâmicos em formato IV?

A
  • ceftriaxone
  • ampicilina
  • cefotaxima
  • ertapenem
168
Q

O que pensar sobre falha tx na pneumonia?

A
169
Q

Complicações de pneumonia?

A
170
Q

Follow-up na pneumonia?

A
  • Reavaliar às 48h-72h - especialmente se ambulatório
  • Raio x controlo ao 1 mês (4 semanas) - exclusão neoplasia subjacente, especialmente se >50 anos, fumador ou resolução + lenta que o habitual.
171
Q

ABT empírica na pneumonia nosocomial?

A

2 ATB antipseudomonas:
- betalactâmico - cedftazidima, cefepima, pipetazo, imipinem, meropenem
- 2o agente contra Gram neg: gentamicina, tobramicina, ciprofloxacina, levofloxacina
+
- 1 ATB anti-MRSA + Gram +: linezolida ou vanco

172
Q

Legionella?

A

Diarreia
Azitromicina ou quinolonas 1a linha monoterapia.

173
Q

Clínica HIV - fases?

A

1º infeção aguda
2º assintomático
3º disfunção imune

Pessoa responde de forma subótima, exagerada, ou não dirigida.

174
Q

HIV - infeção aguda?

A

50% em 2-6 semanas.
- febre
- exantema - dx diferencial com febre escaro-nodular
- adenomegálias
- artralgias
- odinofagia
- cefaleias
Dura dias a 3 semanas.
Pode ter meningite assética aguda - autolimitada 10%.

Tem carga viral muito elevada - grande risco de transmissão.

Importante tratar nesta fase: menos transmissão + evitar estabelecimento de santuários/reservatórios.

Numa fase muito aguda os testes de anticorpos podem não ser positivos, podem ficar indeterminados, mesmo os de 4a geração → nesta fase a carga viral pode ajudar muito, mas não nos dá prova que a pessoa não estava já positiva antes.

175
Q

HIV fase assintomática/latente?

A

Pode ir de 8-12 anos. Começa a ter sintomas mais para o fim desta fase.
Progressão lenta e não linear para imunodef profunda, que varia consoante a pessoa.

Adenopatias aumentam de volume.
Trombocitopénia - provavelmente autoimune.
Muitos doentes assintomáticos até CD4 < 200.
Dx tardio.

Carga viral estabilizar (set point) 6-12 meses.

176
Q

ID precoce HIV - manifestações?

A

1as: trombocitopenia, adenoemgálias.

177
Q

ID moderada HIV?

A

CD4 200-500.

178
Q

ID avançada HIV?

A

CD4 < 200
Severa se < 50

179
Q

Complicações progressivas de HIV conforme níveis de CD4 - tabela cessil?

A
180
Q

SIDA - sintomas 2 pilares?

A
  • Inespecíficos: febre, anorexia, perda de peso, suores noturnos e diarreia
  • Doenças oportunistas

Chamamos SIDA quando CD4 < 200 ou doenças definidoras de SIDA.

181
Q

Infeções oportunistas no HIV CD4 < 200 e < 50?

A

CD4 < 200:
- Pneumonia a pneumocysitis jirovecii
- encefalite a toxoplasma gondii

CD4 < 50:
- retinite a CMV
- infeção disseminada por Mycobacterium avium-intracellulare

182
Q

Complicações respiratórias HIV?

A
183
Q

Pneumocistose HIV?

A

P. jiroveccii. - parasita.
CD4 < 200
Doença definidora de SIDA.

Tosse seca!!

Profilaxia:
- Primária: se CD4 < 200 até 6 meses após ter CD4 > 200 de forma consistente
- 2a
- TMP-SMX diário/3x semana - também protege contra T. gondii
- dapsona

Tratamento:
- TMP-SMZ PO ou IV 21 dias
- TMP-SMX + dapsona
- clindamicina + primaquina
- pentamidina IV
- atavaquone

184
Q

Manifestações GI HIV?

A
  • candidíase oral: CD4 < 500, assintomáica ou com odinofagia
  • leucoplasia pilosa oral: veludo, indolores, bordos lat da língua. EBV
  • herpes orolabial CD4 < 100
  • candidíase esofágica
  • diarreia - TARV, infecciosa
  • alt provas hepáticas - HIV, HVB, HVC, medicaçaõ, álcool, CMV, TB
185
Q

Toxoplasmose cerebral no HIV?

A
  • Cefaleias
  • Sinais focais
  • Febre
  • TC com contraste multiplas lesões regulares com captação em anel no córtex ou gg da base

CD4 < 200
Doença definidora de SIDA.

Tx:
- pirimetamina + sulfadiazina
- pirimetamina + clindamicina

186
Q

SNC - HIV?

A
187
Q

Meningite criptocóccica vs toxoplasmose cerebral vs linfoma primário SNC no HIV?

A
188
Q

Classificação HIV/AIDS?

A
189
Q

Dx de SIDA?

A
  • CD4 < 200
  • Infeção oportunista
  • Neoplasias associadas a imunodeficiência grave
    Ver imagem!
  • candidíase do esófago
  • cancro cervical invasivo
  • criptococcus extrapulmonar
  • retinite CMV
  • úlceras herpes > 1 mês (crónicas)
190
Q

Rastreio de HIV?

A

Rastreio DGS - 18-64 anos a todos.

  • Testes serológicos de 4ª geração
  • TÊM DE SER CONFIRMADOS
  • Alta sensibilidade e especificidade
  • Atenção período janela

Carga viral é usada para avaliar resposta ao tx e não para diagnóstico!

191
Q

Dx de HIV?

A

Perante 1º +, repete-se em duplicado!!!
Se < 18 meses criança - PCR

DPS DO DX:
- CARGA VIRAL +
- CD4 +
- genotipagem HIV

192
Q

Prevenção de doenças associadas ao HIV? Profilaxias?

A
  • otimizar TARV
  • profilaxia ABT conforme nº CD4
  • se CD4 < 200 não dar vacinas vivas atenuadas
  • vacinar: pneumococco, influenza, VHA, VHB, HPV até 26 anos
  • rastreio: TB, sífilis, hepatite A, B e C regularmente, toxoplasmose
193
Q

TARV HIV - classes?

A

Integrase - acabam em -gravir

Protease - -navir

Abacavir - toxicidade grave nos doentes com HLA5701 + → tem de se fazer teste genético e confirmar que pessoa não tem para dar.

194
Q

Monitorizar tx no HIV?

A
  • carga viral
  • contagem CD4
195
Q

HIV - profilaxia pré e pós exposição?

A
196
Q

Neutropénia - classificação?

A

Neutropénia = < 1500 cel/uL
Ligeira: 1000-1500
Moderada: 500-1000
Grave: < 500
Agranulocitose: < 100

Resposta inflamatória às infeções é ineficaz.
→ Os sinais infecciosos típicos estão ausentes, pelo que a febre ganha importância.

197
Q

Neutropénia febril?

A
  • > = 38.3 medição única OU
  • > = 38ºC >=1h
  • EMERGÊNCIA
198
Q

Malária - sinais e sitnomas?

A
199
Q

Malária - MCDT e achados?

A

Viajante que regressa de região endémica com trombocitopénia + hiperbilirrubinémia tem um VPP 95% de malária.

200
Q

Dx malária?

A
  • Gota espessa - não permite identificar relação entre os parasitas e os glóbulos. Mas permite quantificar.
  • Esfregaço de sangue periférico - permite identificar o tipo de Plasmodium pela sua relação com os glóbulos vermelhos, pelas formas assexuadas.
  • Se for negativo, deve ser repetido 3x a cada 12-24h. Só se aí também negativo pode ser excluído.
201
Q

Testes rápidos de antigénio na malária?

A

Testes rápidos de antigénio com 1 gota de sangue - quando não está disponível microscopia. Obrigam a alguns cuidados na sua interpretação:

  • PfHRP2 = proteína 2 rica em histidina do P. falciparum → só deteta o P. falciparum
    • problema: existem mutações do P. falciparum desta proteína, o que pode limitar a deteção do teste
  • PfHRP2 + PAM (aldolase pan-específica) - deteta as 4 espécies mas não consegue diferenciar entre as outras 3 espécies que não o falciparum, só identifica que é outra.
  • pLDH - LDH do parasita

Todos os testes, tendo a vantagem de ser rápidos, têm um problema em comum → mantém-se positivo durante bastante tempo, mesmo após o tratamento, não distinguindo entre malária recente tratada ou nova infeção.
Isto limita o uso destes testes em zonas endémicas, tem de se ter sempre isto em consideração.
Podem existir reações cruzadas entre as espécies e com auto-anticorpos.

202
Q

Critérios de malária grave?

A
  • anemia hemolítica
  • dano isquémico por obstrução de pequenos vasos
203
Q

Malária - recaída vs recrudescência vs reinfeção?

A
204
Q

Gametócitos na malária?

A

Podem permanecer no ESP durante 5-7 semanas após tx eficaz!
Não significam recrudescência, nem falência de tx!
Indicam reservatório humano - tx gametocida para reduzir focos de infeção para mosquitos.

Tx: primaquina 0,25mg/kg toma única - reduz risco de transmissão.

205
Q

Doenças hematológicas genéticas selecionadas pela malária?

A

Estas pessoas estão mais adaptadas, têm probabilidade de lidar melhor e ter casos menos graves de malária.

Existe pouco P. vivax em África porque houve muita seleção pelas pessoas Duffy negativas e o P.vivax precisa deste antigénio para se ligar aos eritrócitos.

206
Q

Tx malária não complicada - princípios gerais e objetivos?

A

Corticoterapia e heparina contraindicadas!!!

207
Q

Tx malária fármacos conforme parte do ciclo?

A
208
Q

TX farmacológico malária não complicada?

A

Derivados de artemisina - ACT: mais comum é artemeter + lumefantrina 3 dias.

  • Se vómitos e necessidade de IV: quinino + doxiciclina.

Prevenir recidiva P. vivax e P. ovale: primaquina 14d

209
Q

Monitorização tx na malária?

A
  • Medir parasitémia diária/bidiária nos casos. +graves - até negativação (pode ir até 6d)
  • Aumento da parasitémia até às 24h é normal, especialmente quando existem certos vasos sanguíneos com parasitas sequestrados.
  • Mas após 36-48h é sinal de falência terapêutica se aumentar parasitémia.
  • Aumento de gametócitos não é falência tx!

Reavaliar aos 7-28 dias com repetição de esfregaço após terapêutica na malária grave:
- 5-10% falência em P. falciparum com recorrência dentro 1 mês
- pessoa que fez derivados de artemisina pode ter anemia tardia grave, 7-21d após- reavaliar isso também!!!!!

210
Q

Tx outras espécies que não falciparium na malária não cpmplicada?

A

Primaquina pode ter riscos de toxicidade hematológica grave - é preciso testar a G6PD - anemia hemolítica grave.

-> Temos tempo para começar a terapêutica que atua nos eritrócitos, testar G6PD e depois começar a primaquina quando tivermos esse resultado.

211
Q

Tx malária não complicada na grávida?

A

1ºT gravidez - quinino + clindamicina (não se pode dar doxiciclina na grávida)

2º e 3ºT: ACT

212
Q

Tx malária complicada?

A

EMERGÊNCIA.
Internar.
O + precoce possível.
- Artesunato 2.4 mg/kg EV ou IM: 0, 12, 24 e 48h, pelo menos 24h
- Se tolerar via oral + parasitémia < 1% passar para ACT 3d PO
- Alternativa: quinino + doxiciclina

213
Q

Efeitos adversos antimaláricos?

A
  • Quinino: cardiotoxicidade com aumento QT, hipotensão fatal se em bólus, hipoglicémia grave, hematotoxicidade; acufenos, surdez, cefaleias, náuseas, alt visão, vómitos, dor abd, diarreia, vertigens
  • Ver outros
214
Q

Tx hiperparasitémia malária > 10%?

A
215
Q

Profilaxia da malária?

A

1 - medidas de proteção pessoal:
- evitar exposição
- repelentes
- roupa adequada
- mosquiteiras impregnadas com inseticida
- adesão à farmacoprofilaxia

2 - farmacoprofilaxia:
- antes, durante e após regresso
Imagem.

216
Q

Sépsis - definições?

A

Sépsis : SIRS + infeção + falência de órgão
Choque séptico: sépsis + hipoTA sem resposta a fluidos
Choque séptico refratário: choque séptico sem resposta a aminas

SIRS: 2 ou +:
- temperatura < 36 ou > 38ºC
- FC > 90bpm
- polipneia > 20 cpm
- leucócitos < 4 mil ou > 12 mil

qSOFA (falência de órgão): 2 ou +
- FR >= 22 cpm
- alt estado consciência
- PAS <= 100 mmhg

217
Q

Sinais de sépsis/disfunção orgânica?

A
  • alt estado consciência
  • hiperlactacidémia
  • hipotensão PAS < 90 ou PAD < 70
  • trombocitopenia
  • hipoxémia
  • IRA
  • CIVD
218
Q

Dx sépsis?

A

2 objetivos:

  • identificar presença e gravidade da disfunção de órgãos
  • identificar foco de infeção

MCDT:
- hemoculturas
- gasimetria arterial com lactatos
- hemograma completo com contagem diferencial
- PCR, procalcitonina
- ureia e creatinina
- AST, ALT, FA e GGT
- bilirrubina, TP, albumina
- glicémia
- eletrólitos
- d-dímeros - pesquisar coagulação intravascular disseminada
- painel de coagulação (aumento TP e APTT, diminuição antitrombina III) - pesquisar coagulação intravascular disseminada
- **mais culturas conforme suspeita de foco **- mas não se pede culturas a tudo a menos que a origem da infeção seja completamente obscura, por risco de sobretratamento
- urina II

Imagio:
- **raio x tórax **- se suspeita de pneumonia ou para ver presença de ARDS como complicação da sépsis
- **raio X abdominal **- se suspeita de perfuração ou obstrução
- ecografia abdominal
- ecografia tecidos moles - abcessos, celulite
- TC
- ecocardiograma - suspeita vegetação valvular

219
Q

Tx sépsis/choque?

A

ABT atempada (1a h) conforme suspeita de foco e cobertura adequada.

Choque se hipotensão persistente após fluidoterapia.
- 1a linha: norepinefrina
- 2a linha: adicionar vasopressina

Hidrocortisona: se TB miliar, corticoterapia de base, meningococcemia, HIV e suspeita de insuf suprarrenal aguda.

1º fluidos → 2º aminas → 3º hidrocortisona

  • Controlar glicemia para < 150
  • Profilaxia TVP/TEP
  • Profilaxia úlcera péptica - omeprazol
220
Q

Dx diferencial na sépsis?

A

Hipotensão:
- choque hipovolémico
- desidratação
- anemia aguda
- hemorragia

Cardiovascular:
- ICC
- trauma cardíaco
- EAM
- choque cardiogénico
- tamponamento cardíaco

Respiratório:
- ARDS
- pneumotórax de tensão
- TEP

Toxicologia

Misto:
- pancreatite
- coagulação intravascular disseminada
- vasculite
- anafilaxia
- hipertiroidismo
- cetoacidose diabética
- dano hipotalâmico
- disfunção suprarrenal

221
Q

Brucelose? Agente? Transmissão

A

Brucella - 4 espécies:
- B. melitensis: caprinos e ovinos - + comum em PT
- B. suis - suínos,
- B. abortus - bovinos,
- B. canis - cães
Cocobacilos Gram neg.

Transmissão:
- via digestiva - produtos lácteos não pasteurizados
- pastores, veterinários, matadouros, lavradores

Vive e replica-se nos macrófogos do sistema reticulo-endotelial → formam granulomas não-caseosos.

222
Q

Clínica da brucelose?

A

3 formas - imagem:
- aguda septicémica
- aguda focalizada: + comum é espondilodiscite da coluna lombar (ou cervical)
- brucelose crónica: 12 meses.

Febre, sudorese MALCHEIROSA (palha podre), mialgias e ARTRALGIAS.

A febre é ondulante - sobe e desce várias vezes em períodos mais longos que um dia.

223
Q

Dx de brucelose?

A

Imagem.
Meio de triptose para hemocultura!!

Serologia + se > 1:160

Dx definitivo só com cultura.

FAZER SEMPRE ECOCARDIOGRAMA - pesquisar forma cardíaca.

224
Q

TX brucelose?

A

Bacterías intracelulares que crescem muito lentamente.

  • Forma aguda não localizada: 6 semanas
  • Forma localizada: 3-12 meses

Com:
- Rifampicina + doxiciclina
ou
- Doxiciclina + gentamicina
- Adicionar aminoglicosídeos quando grave ou localizada - 7-10 dias

Se endocarditeCTX (cotrimoxazol) + gentamicina

Cirurgia adjuvante: trocar válvula na endocardite, drenar abcessos, substituição articular.

Prognóstico:
- acompanhar 2 anos para detetar recidiva: mal-estar geralm perda de peso, pouco valor da serologia
- morbilidade funcional. seformas localizadas osteo-articulares

225
Q

Febre - definição?

A
  • > 38,5ºC em 1 determinação
  • > 38,3ºC em 2x com 1h intervalo
226
Q

Síndrome febril indeterminado - definição?

A
  • febre >38,3 > 3 semanas
  • sem dx após: 1 semana internamento, 3 consultas com investigação bem orientada

Etiologia:
- doença infecciosa: 20-30%
- hemato-oncológica: 20-30%
- autoimune: 20-30%
- outra: 20-30%