Nefrologia Flashcards
Aparelho justaglomerular
Estrutura microscópica do nefrónio, localizado no pólo vascular do corpúsculo renal, formado por um componente vascular (arteríola aferente e eferente), um componente tubular (mácula densa) e pelo mesângio.
Função: secreção de reina e feedback túbulo-glomerular
Principais sinais, sintomas e alterações analíticas das síndromes nefrológicas
Redução da taxa de filtração glomerular
Alteração do volume urinário
Proteinúria
Alteração do sedimento urinário
Hipertensão e/ou edema
Alterações eletrolíticas
Febre/dor
Oligúria
<400mL de urina em 24h
Anúria
<100mL de urina em 24h
Poliúria
> 3L de urina em 24h
Difícil de distinguir para o doente entre o aumento do volume ou da frequência
Mecanismos causadores de poliúria
Excreção de solutos não reabsorvidos
Excreção de água livre
Osmolaridade urinária distingue entre os dois mecanismos
<250mosmol/L - urina diluída
>300mosmol/L diurese de soluto
Causas de osmolaridade urinária baixa
Polidipsia
Secreção inadequada de vasopressina (diabetes insipida central)
Ausência de resposta à vasopressina tubular (diabetes insípida nefrogénica)
Causas de osmolaridade urinária alta
Excreção de glicose (diabetes mellitus)
Excreção de sódio (necrose tubular em resolução, síndrome de Bartter, doença quistica)
Outros solutos: manitol, contraste, ureia (dieta proteica)
Proteinúria - Exame sumário da urina
Negativo
Vestígios/traços 15-30 mg/dL
1+ 30-100 mg/dL
2+ 100-300 mg/dL
3+ 300-1000 mg/dL
4+ >1000 mg/dL
Mecanismos causadores de proteinuria
Produção excessiva: imunoglobulina (MM, amiloidose, linfoma); mioglobina (rabdomiolise); hemoglobina livre (hemólise) -> em grande quantidade causam por si mesmas lesão renal
Disrupção da barreia glomerular: doenças glomerulares (seletivas, não seletivas, nefropatia, hta); benigna (proteinúria ortostática, proteinúria induzida pelo exercício)
Alteração da absorção tubular: doenças tubuointersticiais, mecanismo misto na proteinúria glomerular
Excreção no trato urinário (inflamação, infeção)
Proteinúria nefrótica
> 3.5g/24h
(+hipoalbuminemia, hiperlipidemia, edema, hipercoaguabilidade-perda de fatores antitrombina III, proteínas C e S)
Proteinuria - urina 24h
Moderadamente aumentada 30-300mg/d ou 30-300mg/g
Muito aumentada 300-3500mg/d ou 300-3500mg/g
Range nefrótica >3500mg/d ou >3500mg/g
Causas de hematúria macroscópica - análise sumária da urina
+ frequentemente de origem pós-renal (neoplasia urogenital, infeção do trato urinário), glomerular (nefropatia IgA nefrite hereditária)
Falsos + : mioglbinúria, menstruação
Causas de hematúria microscópica - análise do sedimento urinário
Doença glomerular: eritrócitos dismórficos, cilindros eritrocitários (eritrócitos ficam presos na uromodulina, também conhecida como proteína Tamm-Horsfall, e assumem uma forma cilíndrica)
Infeção do trato urinário
Causas de leucocitúria
ITU
Nefrite intersticial
Nefrolitíase
Tuberculose renal
Causas de piúria
ITU!!!
Nefrite intersticial
Nefrolitíase
Tuberculose renal
Causas de bacteriúria
ITU
Indicações de diálise
→ Indicada quando o rim perde de forma transitória ou permanente a sua capacidade de remover toxinas, metabolitos e água do corpo.
→ Também pode ser usada no caso de alguns envenenamentos e intoxicações quando o rim não consegue excretar a toxina a velocidade suficiente.
Técnicas de substituição renal
Hemodiálise, hemofiltração, hemodiafiltração, diálise peritoneal -> técnicas depurativas
Transplante - segue-se a 1 das anteriores, geralmente
Diferença entre hemodiálise, hemofiltração e hemodiafiltração
Na hemodiálise o transporte de H2O e solutos é feita por difusão -> preferida para moléculas de menor dimensão - ureia, fármacos ligados a proteínas, amónia.
Na hemofiltração o transporte de H2O e solutos é feita por convecção, mimetizando melhor o sistema glomerular -> permite remoção de moléculas de maior tamanho -> utilizada nas intoxicações medicamentosas.
Na hemodiafiltração o o transporte de H2O e solutos é feita por uma combinação dos 2 mecanismos
Acesso vascular: hemodiálise, hemofiltração e hemodiafiltração
Fístula arteriovenosa
Enxerto vascular
Cateter venoso central
(ordem de preferência e de biocompatibilidade e de menor nº de complicações)
Esquema habitual: hemodiálise, hemofiltração e hemodiafiltração
4 horas três vezes por semana em centros especializados
Existem doentes com IC grave que não toleram 4h de tx ou doentes que precisam de ser ultrafiltrados com frequência superior → esquema 4x/semana, 4h ou 3h, dependendo do tamanho do doente e o que tiver para dialisar.
Mínimo = 12h semanais
Considerações a ter: fístulas arteriovenosas na diálise
- Começa-se a fazer ligações de mais distal para mais proximal - A localização preferida para começar é uma ligação da artéria radial à veia cefálica.
- Começa-se no braço não dominante.
- Convém fazer ≥4 semanas antes da 1a utilização, para o vaso arterializar.
Considerações a ter: enxertos venosos na diálise
Usada quando doente não tem vasos capazes para fazer ligação entre artéria e veia - ex: DM com muitos anos de evolução e doença arterial grave.