Resumo Histórico Flashcards
Primeira fase:
Alta Idade Média (séculos V a X):
Este período foi marcado pela constituição do feudalismo, um sistema econômico, político, cultural e social, baseado nas relações servis de produção.
O Império Romano entrou em colapso,
e os grandes senhores romanos abandonaram as cidades para morar em suas propriedades no campo, dando origem aos feudos medievais. Os romanos menos ricos passaram a buscar proteção nas terras desses grandes senhores; em troca da proteção, eles ofereciam trabalho.
Os servos eram obrigados a entregar ao senhor feudal parte do que produziam, a trabalhar de graça alguns dias por semana, além de realizar outros pagamentos pelo uso de alguns bens como destilarias,fornos, moinhos, celeiros etc. A produção agrícola tinha caráter essencialmente subsistente.
A sociedade feudal da Idade Média era uma sociedade estamental (conceito desenvolvido muitos anos depois por Marx Weber), formada por três estamentos: os nobres (aqueles que lutam), o clero (aqueles que rezam) e os servos (aqueles que trabalham).
A estratificação da sociedade se baseava em critérios sociais como honras, status e prestígio.
Segunda fase:
Baixa Idade Média: (séculos XI ao XV):
A partir do século XI, com a diminuição das invasões bárbaras, os feudos começaram a perder, em parte, a razão de sua existência, pois haviam sido criados para garantir
segurança diante das invasões no período de desmembramento do Império Romano.
Nesta época, as técnicas de produção agrícola começaram a ser aprimoradas e as colheitas passaram a ser mais abundantes gerando um excedente agrícola que estimulou o crescimento do comércio, levando ao que os historiadores chamam de renascimento comercial.
O renascimento comercial levou ao renascimento urbano, as feiras tornaram-se permanentes e acabavam
dando origem aos burgos (cidades), que ofereciam trabalho assalariado e possibilidades de enriquecimento aos que os procuravam. Uma vez na cidade, algumas pessoas começaram a exercer atividades artesanais, e daí surgiram os artesãos, que produziam bens como calçados e roupas. Importante lembrar que o artesão era possuidor de todo o processo produtivo do bem, desde a aquisição da matéria prima até a venda.
Corporações de ofício:
Os artesãos de um mesmo ramo, como sapateiros, ferreiros e alfaiates, começaram a se reunir em corporações de ofício, associações fechadas que tinham o objetivo de defender os interesses de seus
membros. As corporações de ofício se organizavam internamente através de rígida hierarquia: aprendizes, oficiais ou companheiros e mestre de ofício.
Com a crescente procura por produtos artesanais alguns comerciantes passaram também a investir na produção, contratando artesãos que passavam a trabalhar para eles por uma jornada de trabalho (eram os jornaleiros, do inglês journeyman, aquele que é pago por jornada – a jornada era considerada um dia de trabalho).
Estes artesãos trabalhavam em suas casas, fora do controle das corporações. Os comerciantes forneciam a eles a matéria prima e recebiam o produto acabado, vendendo-o no mercado. Os lucros
proporcionavam aos comerciantes um crescente acúmulo de capital e, com o tempo, passaram a constituir uma nova classe: a burguesia. Era o início da terceirização, tão frequente hoje em dia…
volta do século XIII as corporações de ofício já não podiam competir com a produção em maior escala do trabalho em domicílio organizado pelos comerciantes. Por isto, muitos de seus oficiais, companheiros, aprendizes até mesmo mestres artesãos tornaram-se trabalhadores assalariados a serviço dos grandes comerciantes.
Entretanto, a expansão econômica iniciada no século XI sofreu uma brusca interrupção no século XIV causada por três flagelos ocorridos quase simultaneamente: guerra, peste e fome.
fato contribuiu para o empobrecimento dos senhores feudais, que se viam obrigados a contrair empréstimos ou a vender propriedades aos burgueses enriquecidos.
O peso social da burguesia aumentou, bem como o impasse entre esta e os senhores feudais.
Tal impasse foi resolvido pelo gradativo fortalecimento da autoridade real, dando início a uma nova época na história da Europa ocidental: a formação de monarquias nacionais sob o poder centralizado dos reis.
Renascimento ou Renascença:
A fim de buscar uma justificação teórica que desse legitimidade à centralização do poder nas mãos do rei, bem como à organização das cidades e certas operações comerciais e financeiras, alguns juristas de origem burguesa começaram a buscar manuscritos antigos do Direito Romano.
foi-se resgatando todo um conteúdo cultural que passou a servir como fonte de inspiração
aos mais diferentes letrados (professores, médicos, clérigos etc.) constituindo a semente do amplo movimento artístico, científico e literário que surgiria, chamado de Renascença ou Renascimento, e que, a partir da península itálica, se expandiria por quase toda a Europa nos séculos seguintes.
Com suas ideias renovadoras, o movimento renascentista contribuiu de modo marcante para a afirmação dos valores da burguesia. A Renascença identificou-se com a Antiguidade Clássica, em oposição à Idade Média. O próprio termo Renascimento foi utilizado para indicar uma ruptura em relação aos valores e concepções medievais. O renascimento traz a consciência do trabalho como um valor. No Renascimento, a vida ativa é mais importante que a vida contemplativa.
Reforma:
O processo de transformações econômicas, culturais, políticas e sociais ocorridas na Europa ocidental, a partir do século XI, também culminou, no século XVI, com uma grande revolução religiosa que contestava a autoridade e o poder da Igreja de Roma: a Reforma Protestante.
Um dos motivos que incentivaram tal reforma era a condenação, pela Igreja, da usura, o que dificultava o desenvolvimento do comércio e da economia. Entretanto, a própria Igreja praticava a simonia, ou seja, o comércio das coisas sagradas: venda de cargos eclesiásticos, de indulgências, cobrança para ministrar os sacramentos do batismo etc.
A prática reiterada da simonia provocou indignação no monge agostiniano Martinho Lutero (1483/1546), levando-o a elaborar, em 1517, um documento contendo 95 teses nas quais denunciava o que considerava práticas irregulares da igreja.
O Calvinismo:
As ideias de Lutero repercutiram também em outras regiões da Europa. Na França, João Calvino, um monge católico influenciado pelo humanismo renascentista, também aderiu ao movimento reformador. Calvino, porém, divergia de Lutero principalmente no que se referia à salvação pela fé.
A doutrina por ele elaborada partia da ideia da predestinação: os seres humanos seriam escolhidos por Deus, desde o nascimento, para a salvação ou para a condenação eterna. E alguns sinais poderiam indicar se um indivíduo estava predestinado ao céu ou ao inferno: um destes sinais era o êxito nas atividades econômicas e o outro era o trabalho árduo e sóbrio.
A doutrina de Calvino, conhecida por Calvinismo, estabeleceu as bases de uma ética do trabalho e do lucro favorável ao desenvolvimento do capitalismo. Esta relação entre a ética calvinista e o desenvolvimento do capitalismo foi estudada 300 anos depois, pelo sociólogo Max Weber. A partir desta época até o século XVIII, o mundo passou por várias e profundas mudanças, como a Contrarreforma da Igreja, as grandes navegações, o mercantilismo, a colonização da América e o absolutismo monárquico na Europa.
A Revolução Industrial:
Por volta de meados do século XVIII, como reivindicação por parte da burguesia de maior liberdade de mercado, a Inglaterra rompeu com a autoridade absoluta do rei, por meio do fortalecimento do Parlamento.
Os ingleses passaram a ter maior liberdade política com consequências importantes para o desenvolvimento econômico. Uma delas foi o crescimento do setor têxtil, já que a Inglaterra contava com matérias primas (lã e mais tarde algodão, proveniente das colônias), mão de obra abundante e barata, desenvolvimento técnico e grandes mercados.
Do ponto de vista econômico, a Revolução Industrial foi caracterizada pela passagem de um sistema de produção marcadamente agrário e artesanal, para outro de cunho industrial, dominado pelas fábricas e pelas máquinas.
Viu-se o aparecimento de máquinas que substituíram o trabalho de milhares de homens e mulheres, antes realizado a mão; a utilização do vapor como fonte de energia para acionar as máquinas e novas formas de utilização de matérias primas de origem mineral, que deram impulso à metalurgia e à indústria química.
Novas classes sociais/Controle do campo :
O novo sistema industrial transformou as relações sociais e criou duas novas classes sociais: os proprietários burgueses, detentores dos meios de produção e os operários, trabalhadores assalariados que vendiam sua força de trabalho para produzir mercadorias em troca de salários.
A burguesia passou a investir também no campo e criou os cercamentos, do inglês “enclosures” (grandes propriedades rurais). A terra passou a ser vista como um bem de produção, e os proprietários passaram a cercar as suas terras, arrendando-as como pastagens para a criação de ovelhas (a lã das ovelhas abastecia as manufaturas de tecidos, da incipiente indústria têxtil), e delas expulsando os camponeses, que começaram a ser obrigados a procurar trabalho nas cidades, em especial nas indústrias em expansão.
Tudo isto se refletiu numa grande miséria para os camponeses pois esta ocupação intensiva e
desorganizada do espaço urbano acentuou problemas como a precariedade e ausência de moradias, a falta de infraestrutura, como água, esgoto e aquecimento, problemas de contaminação da água, além do acúmulo de detritos humanos e industriais, o que contribuía para aumentar o aparecimento de doenças e epidemias.
Quais são as FASES HISTÓRICAS INICIAIS DA INDUSTRIALIZAÇÃO:
Artesanato,
manufatura,
maquinofatura e
mecanização da produção.
Artesanato:
No estágio do artesanato, como vimos, a produção era baseada no trabalho manual, com artesãos habilidosos criando produtos individualmente ou em pequenas oficinas.
Os artesãos geralmente possuíam o conhecimento e as habilidades necessárias para fabricar produtos específicos, e a produção era limitada pela capacidade e velocidade do trabalho manual.
Os produtos artesanais tendiam a ser de alta qualidade, mas o processo de fabricação era demorado e limitado em escala.
Manufatura:
Por volta do século XVIII começaram a surgir as grandes oficinas de trabalho manual (daí o nome manufatura, trabalho com as mãos), controladas por um único proprietário, e que empregavam diversos aprendizes e artesãos.
A manufatura representou uma transição da produção artesanal para uma forma mais “organizada” de produção. Os artesãos começaram a ser reunidos em oficinas maiores, onde poderiam dividir o trabalho em etapas específicas e especializadas.
Nas manufaturas iniciou-se a divisão do trabalho, cada um era responsável por uma parte do processo de produção, permitindo aumentar a eficiência e a produção em comparação com o artesanato, mas o trabalho continuava predominantemente manual.
Desta forma, a organização do trabalho na manufatura fez com que o trabalhador começasse a perder o entendimento da totalidade do processo de trabalho e também do seu controle. Se por um lado isso simplificava as atividades, por outro desvalorizava a força de trabalho.
Como sabemos, a fragmentação das tarefas e o trabalho monótono são fatores adoecedores, principalmente na esfera psicossocial, mas também ligados a movimentos repetitivos e lesões musculoesqueléticas. Aqui nascia um dos flagelos do trabalho…
Grande indústria - Maquinofatura:
A maquinofatura se caracteriza por ser a transição entre o processo de produção artesanal, ou manufatura, e a indústria moderna, que se iniciou com a Revolução Industrial.
Começava a mecanização da indústria têxtil, através da utilização dos teares e fiadoras
mecânicas. As máquinas começaram a dividir, com o trabalho humano, a força produtiva, e permitiram aumentar drasticamente a produtividade e reduzir os custos de produção, levando a uma rápida expansão das indústrias têxtil, de mineração e de manufatura em geral.
iniciou-se na Europa Ocidental, mais precisamente na Inglaterra, um processo de grandes transformações econômicas, tecnológicas e sociais, que iria revolucionar o modo como trabalhamos e vemos o mundo.
Mecanização da Produção:
A mecanização da produção foi o estágio em que a maioria dos processos de produção passou a ser realizado por máquinas, com intervenção humana reduzida ao monitoramento e manutenção das máquinas. Esse estágio marcou a transição completa da produção baseada em trabalho manual para a produção industrial moderna.
A mecanização da produção trouxe consigo aumento da produtividade, padronização dos produtos e uma mudança radical na estrutura econômica e social das sociedades.
Foi um período de transformação fundamental que moldou a economia e a sociedade modernas.
A este conjunto de transformações deu-se o nome de Revolução Industrial .
A Revolução Industrial e o capitalismo industrial:
A Revolução Industrial é o marco inicial da industrialização. Iniciou-se na Grã-Bretanha no final do século XVIII e rapidamente se espalhou por outras partes da Europa e do mundo. Caracterizou-se pela transição de uma economia agrária e artesanal para uma economia industrial baseada na produção em larga escala em fábricas.
Uma das principais características da Revolução Industrial foi a substituição do trabalho manual pelo trabalho mecanizado. O desenvolvimento de máquinas e tecnologias, como a máquina a vapor e a fiadora mecânica, permitiu aumentos significativos na produtividade e na eficiência da produção.
industrialização provocou mudanças radicais nas relações de trabalho, nas condições de vida e no padrão de consumo das pessoas. Surgiram novas classes sociais, como a classe trabalhadora industrial e a burguesia industrial, e novas formas de organização econômica, como o capitalismo industrial.
1 fase da revolução industrial :
Marca o início da Revolução Industrial propriamente dita (1ª Revolução Industrial), a partir de meados do século XVIII estendendo-se até meados do século XIX. As principais características desta fase são:
1 Inovações tecnológicas:
Esta fase foi marcada por sucessivas inovações tecnológicas notadamente nas áreas têxtil, de mineração
e transportes.
2 Conflitos:
Nesta época surgiram os primeiros movimentos operários contra as precárias condições de trabalho, com a destruição de máquinas e a depredação de instalações industriais. Um destes movimentos ficou conhecido como ludismo. Os adeptos deste movimento, os ludistas, responsabilizavam as máquinas pelas condições de miséria e desemprego em que viviam os operários. Entretanto, eram violentamente reprimidos pelo governo com julgamentos sumários que terminavam em enforcamentos e deportações.
3 Surgimento das fábricas:
O desenvolvimento da indústria têxtil foi um dos principais marcos da 1ª Revolução Industrial. A fim de agilizar o processo de produção e diminuir os custos, os empresários deste ramo começaram a concentrar as máquinas e as atividades especializadas, como o tingimento e a tecelagem, antes realizadas em oficinas ou domicílios rurais dispersos, em unidades fabris, impondo-lhes horas regulares (porém excessivas) de trabalho.