Provinha 4 Flashcards
Cetoacidose diabética
Definição de cetoacidose diabética (CAD)
CAD é um distúrbio metabólico caracterizado por:
Hiperglicemia
Cetonemia e/ou cetonúria
Acidose metabólica
Representa uma das complicações agudas do DM1
Ocorre em 30% dos adultos
Ocorre em 15 a 70% das crianças e adolescentes no momento do diagnóstico
É a principal causa de óbito em diabéticos com menos de 24 anos
Fisiopatologia da CAD
CAD é uma alteração complexa do metabolismo da glicose e dos ácidos graxos
Manifestações clínicas e laboratoriais na CAD decorrem da deficiência absoluta ou relativa de insulina associada a aumento dos hormônios contra-reguladores (ex. glucagon, catecolaminas, cortisol e hormônio do crescimento)
Esses hormônios costumam estar aumentados em situações de:
1) Estresse (ex. infecção), sendo um dos principais precipitantes da CAD em DM
2) Hiperglicemia, desidratação, distúrbios hidroeletrolíticos e ácidos básicos mantém elevada a liberação destes hormônios contrarreguladores, piorando a hiperglicemia
A manutenção deste estado hiperglicêmico leva a desvio de água do meio intracelular para o extracelular, glicosúria e marcadas perdas urinárias de eletrólitos, provocando hipovolemia
Ademais, a superprodução e não utilização de acetoácidos causam perda de bicarbonato, levando à acidose metabólica
Fatores clínicos e sintomas da CAD
CAD possui evolução rápida, cerca de 24 horas
Costuma estar presente no diagnóstico de DM1
Primeiros sintomas: o Poliúria o Polidipsia o Perda de peso o Náuseas o Êmese o Dor abdominal o Hiperventilação (respiração de Kussmaul, respirações profunda, ofegante)
Com a piora da hiperglicemia surgem sintomas neurológicos, que podem progredir para: o Letargia o Déficits focais o Obnubilação o Coma
Primeiros passos na emergência da CAD
1) Levar pcte para o box de emergência
2) Estabilizar via aérea, respiração e circulação do pcte
3) Obter acesso venoso com o maior calibre que o pcte suportar (> 16)
4) Monitorização cardíaca
5) Capnografia
6) Oximetria de pulso
7) Monitorar glicose sérica de 1/1h
8) Monitorar eletrólitos, osmolaridade plasmática, pH venoso 2/2h ou 4/4h até que o pcte fique estável
9) Determinar e tratar algum fator precipitante da CAD, por ex.:
o Pneumonia
o Infecção urinária
o Isquemia miocárdica
10) Solicitar vaga em UTI
Critérios diagnósticos da CAD
Glicemia: > 250
pH: < 7,3
Bicarbonato: < 15
Cetonemia ou cetonúria
Critérios diagnósticos do EHH
Glicemia: > 600
pH: > 7,3
Osmoloridade sérica: > 320
Avaliação inicial completa da CAD e o que checar?
1) Anamnese
2) Exame físico
3) Exames complementares
o HMC
o Na, K, Cl, Mg
o Ur, Cr
o Glicemia
o Gasometria
o EAS
o Cultura
o ECG
o RX tórax PA e perfil
4) Checar: o Eletrólitos o Ur, Cr o Gasometria venosa o Glicemia
Controle na CAD
1) HGT (teste de glicose) 1/1h
2) Gasometria venosa de 2/2h a 4/4h
3) Eletrólitos (Na e K) de 2/2h a 4/4h
4) Balanço hídrico
Valores de referência de Na, K e pH
Na: 135 a 145 mEq/L
K: 3,5 a 5,5 mEq/L
pH: 7,35 a 7,45
Pilares do tratamento da CAD
1) Hidratação inicial
2) Fluídos EV
3) Potássio
4) Insulina
5) Reposição de bicarbonato
6) Critérios para suspender insulina em BIC na CAD
7) Prescrição após suspender BIC
Hidratação na CAD
Reposição volêmica inicial:
SF 0,9% 1 a 1,5L (20ml/kg) na 1ª hora
Fluídos EV na CAD
1) Choque cardiogênico:
Avaliar possibilidade de cateter de Swan-Ganz
2) Choque hipovolêmico:
SF 0,9% 1L/h até estabilização
3) Hipotensão leve/normotensão:
Se Na > 135
NaCl 0,45% 250 a 500ml/h
Se Na < 135
SF 0,9% 250 a 500ml/h
Potássio na CAD
1) K < 3,3
o Não fazer insulina
o Fazer KCl 19,1% 1 AMP EV em 500 ml de SF em 1h
o Medir potássio após infusão
2) K > 5,2
o Fazer insulina
o Não fazer K
o Checar K de 2/2h
3) K entre 3,3 e 5,2: o Fazer insulina o KCl 19,1% 1 AMP em cada litro de soro infundido o Manter K entre 4,0 e 5,0 o Checar K de 4/4h
Insulina na CAD
1) Só iniciar após checar K > 3,3
2) Insulina R em bolus EV 0,1UI/kg em seguida iniciar Insulina R em BIC EV 0,1UI/kg/h
3) Observar queda da glicemia
Redução da glicemia < 50 mg/dl/h:
o Dobrar a dose de infusão
Redução da glicemia entre 50 e 70 mg/dl/h:
o Manter a infusão
Redução da glicemia > 70 mg/dl/h:
o Reduzir a infusão em 50%
3) Monitorizar HGT de 1/1h visando queda de glicemia de 50 a 70 mg/dl/h
4) Continuar com infusão de insulina até que a cetoacidose esteja resolvida para somente depois iniciar insulina subcutânea
Reposição de HCO3 na CAD
1) pH > 6,9
o Não administrar bicarbonato
2) pH < 6,9
o 100 ml (100 mEq) de HCO3 em 400 ml AD
o Infusão de 2 horas
o Repetir de 2/2h até pH > 7