PROVA TJ/SE - DIREITO CIVIL Flashcards
Qual é o princípio básico da presunção de paternidade no Código Civil brasileiro?
O Código Civil estabelece que se presumem concebidos na constância do casamento os filhos nascidos na constância do matrimônio ou até 300 dias após sua dissolução.
A presunção de paternidade se aplica também às uniões estáveis?
Sim, o ordenamento jurídico brasileiro equipara a união estável ao casamento para efeitos de presunção de paternidade, especialmente quando há estabilidade e durabilidade da relação.
O adultério da mãe afasta automaticamente a presunção de paternidade?
Não. De acordo com o entendimento jurídico, o adultério da mãe, ainda que confessado, não ilide (afasta) por si só a presunção de paternidade.
Quais são os prazos relevantes para a presunção de paternidade no Código Civil?
180 dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal; ou 300 dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal.
O que é necessário para afastar a presunção legal de paternidade?
A presunção legal de paternidade só pode ser afastada por prova robusta em contrário, como exame de DNA ou impossibilidade física de coabitação no período da concepção, não bastando meras alegações.
O uso de métodos contraceptivos pela mãe afasta a presunção de paternidade?
Não. A mera alegação ou confissão do uso de métodos contraceptivos não é suficiente para afastar a presunção legal de paternidade, pois nenhum método é 100% eficaz.
O que é a cessão de posição contratual no Direito Civil brasileiro?
É o negócio jurídico pelo qual uma das partes transfere a um terceiro sua posição integral no contrato, com todos os direitos e obrigações dela decorrentes, mantendo-se a relação contratual com o mesmo conteúdo.
Quais são os requisitos para a validade da cessão de posição contratual?
1) Existência de um contrato bilateral;
2) Consentimento da parte contrária (cedido);
3) Forma exigida para o contrato original;
4) Inexistência de impedimento legal ou contratual.
O consentimento da parte contrária (cedido) pode ser dispensado na cessão de posição contratual?
Em regra, não. O consentimento do cedido é essencial para a validade da cessão. Porém, em situações excepcionais, quando há recusa injustificada e o cessionário demonstra plena capacidade de cumprir a obrigação, a jurisprudência tem reconhecido a validade da cessão.
Qual a diferença entre cessão de posição contratual e assunção de dívida?
Na cessão de posição contratual, transfere-se a integralidade da posição jurídica (direitos e obrigações).
Na assunção de dívida, apenas a obrigação de pagar é transferida, mantendo-se os demais aspectos da relação jurídica com o credor original.
Quando a recusa do cedido pode ser considerada injustificada na cessão de posição contratual?
A recusa é considerada injustificada quando baseada em motivos não relacionados à capacidade do cessionário de cumprir o contrato, como preconceito ou discriminação, ou quando o cessionário oferece garantias iguais ou superiores às do cedente.
Quem pode ser considerado terceiro interessado para fins de consignação em pagamento?
É aquele que tem interesse jurídico na extinção da dívida, como o fiador, o garantidor real, o adquirente do bem hipotecado ou qualquer pessoa que possa sofrer prejuízo com a mora ou inadimplemento do devedor.
O que é a sub-rogação legal e quando ocorre no pagamento feito por terceiro?
É a transferência legal dos direitos do credor para quem paga a dívida. Ocorre quando o pagamento é feito por terceiro interessado (com interesse jurídico na extinção da dívida), independentemente do consentimento do credor.
Quais são as características específicas da cessão de posição contratual em contratos de arrendamento mercantil (leasing)?
No leasing, a cessão envolve tanto as obrigações de pagamento quanto o direito de uso do bem e a opção de compra ao final do contrato. O consentimento da arrendadora é geralmente necessário, mas a recusa injustificada pode ser superada judicialmente.
O que é o prazo moral no Direito Civil brasileiro?
É o período concedido por lei ou equidade ao devedor para que possa cumprir a obrigação sem estar em mora, em situações onde não há prazo determinado expressamente no contrato. Durante este período, mesmo que o credor exija o cumprimento, o devedor não estará em mora.
Como o prazo moral se relaciona com a mora ex persona?
O prazo moral implica mora ex persona, pois após seu término, o devedor só entrará em mora se for interpelado pelo credor. A interpelação (notificação) é necessária para caracterizar a mora nas obrigações sem prazo determinado, mesmo após transcorrido o prazo moral.
O que é mora ex persona no Direito Civil?
Mora ex persona (ou mora ex interpellatione) é aquela que só se configura após a interpelação do devedor pelo credor. Ocorre nas obrigações sem prazo determinado, nas quais o devedor só entra em mora depois de ser notificado para cumprir a obrigação
Qual o fundamento legal da mora ex persona no Código Civil brasileiro?
O fundamento legal encontra-se no artigo 397, parágrafo único, do Código Civil: “Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial.”
Qual o prazo moral aplicável ao mútuo de dinheiro sem vencimento pactuado?
Conforme o artigo 592, II, do Código Civil, no mútuo de dinheiro sem prazo convencionado, o prazo moral é de, no mínimo, 30 dias.
Quais são os prazos morais em outros tipos de mútuo conforme o Código Civil?
De acordo com o artigo 592 do Código Civil:
- para produtos agrícolas, até a próxima colheita (inciso I);
- para outras coisas fungíveis, o espaço de tempo que declarar o mutuante (inciso III).
Qual a diferença entre mora ex re e mora ex persona?
Na mora ex re, o devedor entra em mora automaticamente no vencimento da obrigação (dies interpellat pro homine), sem necessidade de notificação. Na mora ex persona, é necessária a interpelação do credor para configurar a mora, aplicando-se às obrigações sem prazo determinado.
Quais são os principais efeitos da mora do devedor?
1) responsabilidade pelos prejuízos causados ao credor;
2) obrigação de arcar com juros, correção monetária e honorários advocatícios;
3) responsabilidade pela impossibilidade da prestação, ainda que resultante de caso fortuito ou força maior;
4) possibilidade de resolução contratual.
O que é e quando é possível a purgação da mora?
Purgação da mora é o ato pelo qual o devedor corrige o inadimplemento, cumprindo a obrigação com os acréscimos legais. É possível quando o credor ainda tem interesse no recebimento da prestação e nos casos expressamente previstos em lei, como em alguns contratos de locação e alienação fiduciária.
O que é a cláusula de irresponsabilidade ou de não indenizar?
É a estipulação contratual pela qual uma das partes declara, com a concordância da outra, que não será responsável pelo ressarcimento de eventuais danos ocorridos durante a execução do contrato, mesmo que em situações normais fosse responsável.