PROVA TJ/SE - ADMINISTRATIVO Flashcards

1
Q

Qual é a natureza jurídica do patrocínio concedido pelo poder público a eventos artísticos?

A

O patrocínio possui natureza de fomento à atividade cultural/turística, não constituindo contratação administrativa típica. É um instrumento de promoção institucional do ente público que concede recursos para viabilizar determinado evento de interesse público.

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2
Q

Patrocínios concedidos pelo poder público para eventos artísticos estão sujeitos à obrigatoriedade de licitação?

A

Não. Os patrocínios não caracterizam contratação administrativa sujeita à licitação, pois não há fornecimento de bem ou prestação de serviço ao poder público, mas sim apoio financeiro a evento de interesse público.

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3
Q

Como se enquadram legalmente os patrocínios a eventos artísticos?

A

Geralmente são tratados como casos de contratação direta, por inexigibilidade de licitação (art. 25 da Lei 8.666/93 ou art. 74 da Lei 14.133/2021), devido à singularidade do objeto e, muitas vezes, à notória especialização dos artistas envolvidos.

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4
Q

Qual a diferença entre patrocínio e contratação direta de apresentação artística?

A

No patrocínio, o poder público apoia financeiramente um evento organizado por terceiros, associando sua imagem ao evento. Na contratação artística, o poder público contrata diretamente o artista para realizar determinada apresentação, geralmente por inexigibilidade de licitação.

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5
Q

Quais são os requisitos essenciais para a concessão de patrocínio pelo poder público?

A

1) Interesse público na realização do evento;
2) 2) Comprovação da capacidade técnica do organizador;
3) Detalhamento da contrapartida publicitária;
4) Prestação de contas dos recursos;
5) Compatibilidade com os princípios da administração pública (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência).

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6
Q

O que caracteriza a situação de hidrômetro único em condomínios?

A

É quando um condomínio possui diversas unidades autônomas (apartamentos ou casas), mas apenas um medidor de consumo de água para todo o prédio, impossibilitando a medição individual do consumo de cada unidade.

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7
Q

Qual é a metodologia de cobrança de água aceita pelo STJ para condomínios com hidrômetro único?

A

O STJ considera lícita a cobrança em duas parcelas:

  1. uma tarifa mínima multiplicada pelo número de unidades autônomas;
  2. o valor excedente, caso o consumo real medido ultrapasse o somatório das franquias de consumo de todas as unidades.
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8
Q

O que é a tarifa mínima (ou básica) de água e esgoto?

A

É um valor fixo cobrado por unidade consumidora que corresponde a uma franquia mínima de consumo, independentemente do volume efetivamente consumido, destinada a remunerar os custos fixos de disponibilização do serviço.

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9
Q

Qual o fundamento jurídico para a cobrança da tarifa mínima por economia (unidade) em condomínios?

A

O fundamento é que cada unidade autônoma representa uma economia distinta, com potencial de consumo próprio. A tarifa mínima visa garantir a disponibilidade do serviço a cada unidade e a manutenção do sistema como um todo.

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10
Q

Qual o principal precedente do STJ sobre a cobrança de água em condomínios com hidrômetro único?

A

O REsp 1.166.561/RJ, julgado sob o rito dos recursos repetitivos, que estabeleceu a legalidade da cobrança de tarifa mínima multiplicada pelo número de unidades autônomas mais o consumo excedente à soma das franquias.

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10
Q

Por que o método de cobrança pelo consumo real global não é considerado adequado pelo STJ?

A

Porque esse método considera apenas o valor total registrado no hidrômetro único, ignorando a existência de múltiplas unidades autônomas, o que resultaria em cobrança de tarifa mínima única para todo o condomínio, beneficiando indevidamente os condôminos.

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11
Q

Como é calculado o valor excedente na metodologia aprovada pelo STJ?

A

O valor excedente é calculado subtraindo-se do consumo total registrado no hidrômetro único a soma das franquias de consumo de todas as unidades. Se o consumo for menor que essa soma, não há cobrança excedente.

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12
Q

Qual a solução ideal para a questão de cobrança de água em condomínios segundo a legislação atual?

A

A solução ideal é a individualização da medição, com instalação de hidrômetros em cada unidade autônoma, conforme previsto na Lei nº 13.312/2016, que tornou obrigatória a medição individualizada em novas edificações condominiais.

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13
Q

Qual a natureza jurídica da cobrança pelos serviços de água e esgoto?

A

Trata-se de tarifa (preço público), não de taxa (tributo). O STF já pacificou esse entendimento no RE 607.056, com repercussão geral reconhecida, considerando que a remuneração desses serviços tem natureza jurídica de tarifa ou preço público.

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14
Q

Quando o Estado realiza obras de infraestrutura em área invadida por terceiros, ele pode ser responsabilizado automaticamente pela desapropriação indireta?

A

Não. De acordo com o STJ, não se imputa responsabilidade ao Estado quando este apenas realiza serviços públicos de infraestrutura em área cuja invasão já foi consolidada por terceiros, sem que o poder público tenha concorrido para o desapossamento inicial.

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15
Q

O que é necessário para caracterizar a desapropriação indireta que gera direito à indenização?

A

É necessário que o ente público pratique o ato ilícito denominado “apossamento administrativo”, tomando efetivamente a propriedade para si, não bastando a mera realização de obras públicas em área já invadida por particulares.

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16
Q

Qual o efeito da caducidade do decreto expropriatório quanto ao direito de indenização?

A

Não enseja indenização a desapropriação direta não implementada em razão da caducidade do decreto expropriatório quando o ente expropriante não houver ultimado ato que implique a perda do domínio do bem pelo particular.

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17
Q

A simples invasão de propriedade urbana por terceiros, não repelida pelo poder público, constitui desapropriação indireta?

A

Não. A simples omissão do poder público em não repelir invasões não caracteriza desapropriação indireta, sendo necessário ato comissivo de apossamento administrativo.

18
Q

Qual o entendimento do STJ sobre a responsabilidade do Estado em relação a esbulho possessório praticado exclusivamente por terceiros?

A

O STJ entende que não se pode imputar ao Estado a responsabilidade integral por alegada desapropriação indireta quando o esbulho foi ocasionado exclusivamente por particulares, sem participação estatal.

19
Q

A prestação de serviços públicos essenciais (água, luz, asfalto, esgoto) em área invadida é suficiente para caracterizar desapropriação indireta?

A

Não. Conforme jurisprudência do STJ, a mera prestação de serviços públicos essenciais em área já invadida não caracteriza desapropriação indireta quando o Estado não contribuiu para o esbulho inicial.

20
Q

Após o esgotamento dos recursos ordinários e o decurso do prazo recursal em processo no Tribunal de Contas, a decisão torna-se suscetível de revisão dentro do mesmo processo?

A

Não. Após o esgotamento dos recursos ordinários e o decurso do prazo recursal, a decisão não é mais suscetível de revisão no âmbito do mesmo processo administrativo no Tribunal de Contas.

21
Q

Quais são os principais recursos ordinários disponíveis nos processos dos Tribunais de Contas?

A

Os principais recursos ordinários são:
1. recurso de reconsideração;
2. embargos de declaração;
3. pedido de reexame; e
4. recurso de revisão, dependendo do regimento interno de cada Tribunal de Contas.

22
Q

Uma decisão definitiva do Tribunal de Contas pode ser revista pelo Poder Judiciário?

A

Sim. Mesmo após o trânsito em julgado na esfera administrativa, a decisão do Tribunal de Contas pode ser revista pelo Poder Judiciário, em razão do princípio da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV, CF).

23
Q

Qual é a natureza das decisões dos Tribunais de Contas que imputam débito ao gestor público?

A

As decisões dos Tribunais de Contas que imputam débito ao gestor público têm eficácia de título executivo extrajudicial, conforme art. 71, §3º da Constituição Federal.

24
O que ocorre quando o Tribunal de Contas identifica indícios de improbidade administrativa?
Quando o Tribunal de Contas identifica indícios de improbidade administrativa, deve **encaminhar os autos ao Ministério Público** para que este avalie a propositura de ação de improbidade, pois a competência para propor tal ação é do MP.
25
Um Tribunal de Contas pode modificar de ofício uma decisão já transitada em julgado para corrigir erro material?
**Sim**. Os Tribunais de Contas podem corrigir de ofício erros materiais (como erros de cálculo ou de digitação) mesmo após o trânsito em julgado, pois isso não configura revisão do mérito.
26
A Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011) se aplica às entidades privadas que recebem recursos públicos via termo de parceria?
**Sim**. A Lei de Acesso à Informação se aplica às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam recursos públicos mediante termos de parceria, contratos de gestão ou instrumentos congêneres, proporcionalmente aos recursos e bens públicos recebidos.
27
Quais recursos podem ser exigidos pelo poder público de uma organização social desqualificada?
A Administração Pública pode exigir o ressarcimento dos **recursos orçamentários não investidos, dos recursos malversados (utilizados irregularmente) e a reversão dos bens que foram permitidos à organização social**.
28
Os serviços sociais autônomos (Sistema S) seguem qual regime de contratação?
Os serviços sociais autônomos seguem **regulamentos próprios de licitação e contratação**, não se subordinando integralmente à Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei 14.133/2021), **independentemente da origem dos recursos**.
29
A desqualificação de uma organização social pode ocorrer de forma imotivada?
**Não**. A desqualificação de uma organização social deve ser motivada e respeitar o devido processo legal administrativo, não podendo ocorrer de forma arbitrária ou imotivada por parte do poder público.
30
Qual a diferença entre termos de parceria e contratos de gestão?
Os *termos de parceria* são firmados com **Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs)**, enquanto os *contratos de gestão* são celebrados com **Organizações Sociais (OS)**. Ambos são instrumentos que formalizam a relação entre o Estado e entidades do terceiro setor, mas com regimes jurídicos específicos.
31
Quais consequências podem ocorrer quando um Tribunal de Contas identifica irregularidades em parcerias com ONGs?
As consequências podem incluir: determinação de ressarcimento ao erário, instauração de tomada de contas especial, desqualificação da entidade, encaminhamento ao Ministério Público para apuração de improbidade administrativa e responsabilização dos gestores públicos envolvidos.
32
Qual o instrumento previsto na Lei nº 13.934/2019 que permite **ampliar a autonomia gerencial**, orçamentária e financeira de uma autarquia federal?
O **contrato de desempenho**, que é o instrumento firmado entre o órgão ou entidade supervisora e o órgão ou entidade supervisionada, com o objetivo de ampliar sua autonomia e aperfeiçoar seu desempenho.
33
O que caracteriza uma agência executiva?
**Agência executiva** é a qualificação dada a autarquias ou fundações que **celebram contrato de desempenho** com o órgão supervisor, obtendo maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira em troca do compromisso de cumprir metas de desempenho.
34
Qual a diferença entre agência executiva e agência reguladora?
A **agência reguladora** é criada para regular e fiscalizar determinado setor econômico, enquanto a **agência executiva** é uma qualificação atribuída a autarquias ou fundações já existentes que celebram contrato de desempenho para aumentar sua eficiência administrativa.
35
As autonomias concedidas via contrato de desempenho são incondicionais?
Não. As autonomias gerencial, orçamentária e financeira concedidas estão **condicionadas ao cumprimento das metas de desempenho estabelecidas no contrato**, podendo ser revistas em caso de descumprimento.
36
Qual a função do contrato de desempenho na Administração Pública?
O contrato de desempenho visa **implementar o princípio da eficiência na Administração Pública**, estabelecendo metas objetivas e mensuráveis para entidades públicas em troca de maior flexibilidade administrativa.
37
Como o contrato de desempenho afeta a relação entre o órgão supervisor e a entidade supervisionada?
O contrato de desempenho **cria uma autovinculação para ambas as partes**: o órgão supervisor compromete-se a conceder as autonomias especiais, enquanto a entidade supervisionada compromete-se a atingir as metas pactuadas.
38
Qual a base constitucional para os contratos de desempenho?
A base constitucional está no §8º do art. 37 da Constituição Federal, que prevê a ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta mediante contrato.
39
Quais são os principais aspectos regulamentados pela Lei nº 13.934/2019?
A Lei nº 13.934/2019 regulamenta os contratos de desempenho, estabelecendo seus requisitos, procedimentos para celebração, conteúdo mínimo, forma de avaliação e consequências do cumprimento ou descumprimento das metas.
40
Qual é o papel da CTNBio no processo de liberação comercial de OGMs?
A CTNBio é responsável pela emissão de parecer técnico conclusivo sobre a biossegurança de OGMs, **sendo este parecer necessário, mas não suficiente para autorizar a comercialização**.
41
Quais órgãos, além da CTNBio, têm competência no processo de liberação comercial de OGMs?
O **IBAMA** (questões ambientais) e a **ANVISA** (questões de saúde humana) também têm competência para se manifestar em matérias de suas respectivas áreas antes da liberação comercial.
42
Uma empresa pode iniciar a comercialização de OGMs imediatamente após aprovação da CTNBio?
Não. Além da aprovação da CTNBio, a empresa deve aguardar a manifestação de outros órgãos competentes, como Ibama e Anvisa, em suas respectivas áreas de atuação.
43
O que caracteriza a competência da CTNBio segundo a Lei nº 11.105/2005?
A CTNBio tem competência técnica para avaliar a biossegurança dos OGMs, mas esta competência não exclui a de outros órgãos em suas respectivas áreas de atuação.