Português Flashcards

1
Q

O que significa a palavra: “engodar”?

A

Engodar = enganar

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2
Q

O que significa a palavra: “frugal”?

A

Frugal = simples

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3
Q

O que significa a palavra: “ignóbil”?

A

Ignóbil = sem caráter

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4
Q

O que significa a palavra: “recôndito”?

A

Recôndito = oculto

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5
Q

O que significa a palavra: “suasório”?

A

Suasório = persuasivo

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6
Q

Assinale a alternativa em que o termo “melhor” é um substantivo.

a. O melhor presente foi o da professora.
b. Fizemos o melhor tempo na corrida.
c.Trabalhamos melhor quando estamos juntos.
d. O melhor deve vencer a disputa.
e. Vamos escolher o melhor trabalho.

A

Letra D.
O = artigo
Deve vencer = verbo
Quem deve vencer? O melhor

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7
Q

“Onça-pintada” é um substantivo composto ligado por hífen. A partir do Novo Acordo Ortográfico, algumas palavras, porém, sofreram alteração na grafia. Dentre as palavras abaixo, assinale a alternativa que não sofreu alteração após esse acordo.

a. Ultrassonografia.
b. Contrarregra.
c. Minissaia.
d. Suprassumo.

A

Letra C.

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8
Q

Ao atualizar a definição de “Super-herói” no texto, a autora faz uso da ironia e afirma ser esse “Um cara sem tantos poderes, mas com alguns.” (l.37). No contexto em que está inserido, o vocábulo destacado deve ser classificado, morfologicamente, como:

a. Pronome.
b. Adjetivo.
c. Advérbio.
d. Numeral.

A

Letra A. Pronome indefinido.
Pronome = palavra que acompanha ou substitui o substantivo. Pode substituir também advérbios e orações para evitar repetições de palavras nas frases

Advérbio = intensidade (nunca no plural)
Numeral = quantidade palpável e não abstrata

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9
Q

Qual a diferença entre as vezes e às vezes?

A

As vezes = artigo definido e substantivo que significa “as ocasiões”.
Ex: todas as vezes que como frituras passo mal = todas as ocasiões que como frituras passo mal.

Às vezes = locução adverbial de tempo que significa “de vez em quando”.
Ex: às vezes, Deus tira o seu sono para você tirar um tempo para Ele = de vez em quando, Deus tira o seu sono para você tirar um tempo para Ele.

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10
Q

Com relação a regência verbal, analise as afirmativas abaixo.
I. Somos todos muito devotos por Deus.
II. Chegamos para o local indicado no mapa.
III. O novo orçamento implicará um outro recibo.
Estão corretas as afirmativas:

a. I e II apenas.
b. II e III apenas.
c. I e III apenas.
d. II apenas.
e. III apenas.

A

Letra E.

I = Somos todos muito devotos a Deus. (Quem é devoto, é devoto à alguma coisa)
II = Chegamos ao local indicado no mapa

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11
Q

Sobre o texto 1, encontre a estrutura oracional que condiz com a regência verbal indicada pela norma culta da Língua Portuguesa:
I. Depois do que ocorreu, todos os dias eu assistia outras brigas a longa distância, no alto da escada. II. Devo confessar: sempre aspirei à mudança dos vizinhos.
III. Todas as noites, quando chego ao prédio, já espero por escândalos.
Estão corretas as afirmativas:

a. I apenas.
b. II apenas.
c. III apenas.
d. II e III apenas.

A

Letra D.

I = Depois do que ocorreu, todos os dias eu assistia à outras brigas a longa distância, no alto da escada.

II = aspirei a + a mudança = aspirei à mudança.

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12
Q

“Explicar, a mim, como é Alejandra, Bruno ponderou, como é seu rosto, como são as dobras de sua boca.” E pensou que eram justamente essas dobras desdenhosas e um certo brilho tenebroso nos olhos que diferenciavam mais que tudo o rosto de Alejandra do rosto de Georgina, a quem ele amara de verdade. Pois, agora compreendia, a ela é que amara realmente, e quando imaginou estar apaixonado por Alejandra era a mãe de Alejandra que buscava, como esses monges medievais que tentavam decifrar o texto primitivo debaixo das restaurações, debaixo das palavras apagadas e substituídas. E essa insensatez fora a razão de tristes mal- entendidos com Alejandra, tendo às vezes a mesma sensação de quem, após muitíssimos anos de ausência, chega à casa da infância e, ao tentar de noite abrir uma porta, depara com uma parede. Claro que seu rosto era quase o mesmo de Georgina: o mesmo cabelo preto com reflexos avermelhados, os olhos cinza-esverdeados, a boca idêntica e grande, as mesmas faces mongólicas, a mesma pele morena e pálida. Mas o “quase” era atroz, e mais ainda por ser tão sutil e imperceptível, pois assim o equívoco era mais profundo e doloroso. Os ossos e a carne – pensava – não bastam para formar um rosto, e é por isso que ele é infinitamente menos físico do que o corpo: é determinado pelo olhar, pelo ríctus da boca, pelas rugas, por todo esse conjunto de atributos sutis com que a alma se revela por meio da carne. Razão pela qual, no momento exato em que alguém morre, seu corpo se transforma abruptamente numa coisa diferente, tão diferente a ponto de se poder dizer “não parece a mesma pessoa”, apesar de ter os mesmos ossos e a mesma matéria de um segundo antes, um segundo antes desse misterioso instante em que a alma se retira do corpo e este fica tão morto como uma casa da qual se retiram para sempre os seres que moram nela, e, sobretudo, que sofreram e se amaram nela.
Na oração “a quem ele amara de verdade”, justifica-se a presença da preposição destacada em função:

a. Da exigência normativa da regência do verbo “amar”.
b. Da necessidade de desfazer a ambiguidade acerca do objeto.
c. Da introdução de um objeto direto preposicionado de valor afetivo.
d. De uma estrutura em paralelismo com a oração anterior.
e. Da indicação de gênero do referente do pronome relativo.

A

Letra C.

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13
Q

O acento grave presente em “trazer alguma paz àquela série de solavancos” justifica-se em função da ocorrência de crase entre o “a” que inicia o pronome demonstrativo e a preposição “a”:

a. solicitada pela regência do nome “paz”.
b. exigida pela regência do verbo trazer.
c. que introduz a locução adverbial.
d. que introduz a locução conjuntiva.

A

Letra B.
Quem traz, traz algo a alguém
Trazer a + a aquela = àquela

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14
Q

Ao comparar a estrutura sintática dos períodos “A assistência foi chamada.” e “A assistência voltou vazia.”, é correto afirmar que:

a. No primeiro, o agente da ação corresponde ao sujeito simples.
b No segundo, o predicado classifica-se como nominal.
c. No primeiro, o vocábulo “chamada” cumpre papel adverbial.
d. No segundo, “vazia” classifica-se como predicativo do sujeito.

A

Letra D.

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15
Q

Qual frase está correta?
a. “Danielle estava explicando o conteúdo, e os alunos anotando tudo”;
b. “Danielle, estava explicando o conteúdo e os alunos anotando tudo”.

A

Letra A.
Quando os sujeitos são diferentes, usa-se a vírgula antes do “E”.

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16
Q

Qual a diferença entre: à vista, a vista e avista?

A

À vista = diante dos olhos e pagamento feito na hora
Ex: anunciaram terra à vista;
Pagarei à vista

A vista = órgão ou sentido da visão e paisagem
Ex: não estou com a vista boa;
Adorei a vista

Avista = verbo ver, olhar ou enxergar
Ex: ele avista a praia de casa

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17
Q

Corrija as seguintes palavras:
Mini-saia
Vídeo-aula
Re-editar
Vídeo-game
Anti-rugas

A

Minissaia
Videoaula
Reeditar
Videogame
Antirruga

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18
Q

Qual a diferença entre portanto, porquanto e conquanto?

A

Portanto = desse modo
Porquanto = porque
Conquanto = embora

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19
Q

Dá ou dar, quando usar?

A

Substitua pela palavra “oferecer”, se a frase manter o sentido usa-se “dar”, se o sentido mudar usa-se “dá”.

Ex: quero oferecer algo ao Pedro = quero dar algo ao Pedro

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20
Q

Qual a diferença entre extático e estático?

A

Extático = admirado
Estático = parado

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21
Q

Qual a diferença entre deslisar e deslizar?

A

Deslisar = tornar liso
Deslizar = escorregar

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22
Q

“Danielle estava explicando o conteúdo e os alunos anotando tudo” ou “Danielle estava explicando o conteúdo, e os alunos anotando tudo”

A

Quando os sujeitos são diferentes, usa-se a vírgula antes do “E”.

Danielle estava explicando o conteúdo, e os alunos anotando tudo

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23
Q

Namorar com alguém, ou namorar alguém?

A

Namorar alguém

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24
Q

Chegar ao cinema, ou chegar no cinema?

A

Chegar ao cinema

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25
Q

Repetir de ano, ou repetir o ano?

A

Repetir o ano

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26
Q

Obedecer ao pai, ou obedecer o pai?

A

Obedecer ao pai

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27
Q

Agradeceu o professor, agradeceu ao professor?

A

Agradeceu ao professor

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28
Q

Assistimos o filme, ou assistimos ao filme?

A

Assistimos ao filme

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29
Q

Prefiro este a outro, ou prefiro este mais do que o outro?

A

Prefiro este a outro

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30
Q

Os ônibus estão em greve, ou os ônibus estão de greve?

A

Os ônibus estão em greve

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31
Q

Há poucas coisas que acredito, ou há poucas coisas em que acredito?

A

Há poucas coisas em que acredito

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32
Q

Qual o significado de “inferir”?

A

Inferir = deduzir

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33
Q

Qual o significado de “epíteto”?

A

Epíteto = apelido

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34
Q

Qual o significado de “ósculo”?

A

Ósculo = beijo

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35
Q

Qual o significado de “famélico”?

A

Famélico = faminto

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36
Q

Qual o significado de “plácido”?

A

Plácido = tranquilo

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37
Q

Qual o significado de “mitigar”?

A

Mitigar = aliviar

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38
Q

Qual o significado de “amplexo”?

A

Amplexo = abraço

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39
Q

Qual o significado de “crestar”?

A

Crestar = queimar

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40
Q

Qual o significado de “deletério”?

A

Deletério = danoso

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41
Q

Qual o significado de “dilapidar”?

A

Dilapidar = destruir

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42
Q

Qual o significado de “pândego”?

A

Pândego = alegre

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43
Q

Qual a diferença entre destratar e distratar?

A

Destratar = insultar, ofender

Distratar = desfazer, anular
Ex: o acordo foi distratado pelas partes

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44
Q

Qual a diferença de impresso e imprimido?

A

Usa-se impresso com os verbos ser e estar
Ex: a folha foi impressa

Usa-se imprimido com os verbos ter e haver
Ex: eu já havia imprimido
Ele tinha imprimido

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45
Q

Tinha escrito ou escrevido?

A

Tinha escrito

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46
Q

Tinha trazido ou trago

A

Tinha trazido

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47
Q

Tinha chego ou chegado?

A

Tinha chegado

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48
Q

“Não sei onde fica a sala de aula”, ou “não sei aonde fica a sala de aula”

A

Não sei onde fica a sala de aula

Onde = em que lugar
Aonde = a que lugar

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49
Q

“O lucro caiu em 10%”, ou “o lucro caiu 10%”?

A

O lucro caiu 10%

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50
Q

“Ele é bicampeão”, ou “ele é bi-campeão”?

A

Ele é bicampeão

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51
Q

“Se ele dispor de tempo”, ou “se ele dispuser de tempo”?

A

Se ele dispuser de tempo

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52
Q

“Eles são maus caratérs”, ou “eles são maus-caracteres”?

A

Eles são maus-caracteres

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53
Q

Qual a diferença entre demais e de mais?

A

Demais = excessivamente
Acompanha o verbo
Ex: estudamos demais para a prova

De mais ≠ de menos
Acompanha o substantivo ou pronome e tem sentido de quantidade
Ex: tenho serviço de mais para fazer hoje

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54
Q

“Ele me ajudou muitas vezes, e hoje tive a oportunidade de agradecê-lo pessoalmente”.
Qual o erro?

A

O correto é “Ele me ajudou muitas vezes, e hoje tive a oportunidade de agradecer-lhe pessoalmente.”.

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55
Q

“Vou à escola”, ou “vou a escola”?
“Vou à São Paulo”, ou “vou a São Paulo”?

A

Vou à escola;
Vou a São Paulo.

Se vou A e volto Da, crase há! Mas se vou A e volto De, crase pra quê?

Vou à escola / volto da escola
Vou a São Paulo / volto de São Paulo

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56
Q

Qual a diferença entre para que e para quê?

A

Para que = pronome, advérbio ou conjunção

Para quê = substantivo que significa “alguma coisa”

!!! Quando o “que” está no final de frase, antes de ponto-final, exclamação ou interrogação, ele deve ser acentuado

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57
Q

Sendo a clareza um requisito básico da escrita, a seguinte frase NÃO apresenta
ambiguidade, estando apta a figurar em um texto oficial:

(A) A empresa que investe em seus funcionários cuida de seu equilíbrio financeiro.
(B) O economista discutiu com o presidente da empresa, em sua sala, a melhor forma de
gerir os negócios.
(C) O nível de educação financeira da população, que cresceu muito nos últimos anos, é
o tema da próxima palestra.
(D) O diretor da escola comunicou ao professor que ele ofereceria um curso de educação
financeira para a comunidade escolar.
(E) Depois de ler o edital e seu anexo, o gestor solicitou a alteração deste.

A

Letra E.
Pois todas as outras alternativas apresentam ambiguidade.

a. “seu”, refere-se à empresa ou aos funcionários?
b. “sua”. refere-se ao economista ou ao presidente?
c. “que”, refere-se ao nível de educação financeira ou à população?
d. “ele”, refere-se ao diretor ou ao professor?

Na letra E, a palavra “deste” refere-se ao anexo, pois no português quando há mais de um elemento no texto que você deseja retomar, deve-se usar a seguinte regra:
Elemento a, b, c (no texto)
a = aquele, aquela, aquilo
b = não pode usar esse, usar outro recurso gramatical
c = este, está, isto
Ou seja, “deste = este” refere-se ao último elemento do texto

58
Q

Lixo nos mares

1 Os oceanos sofrem os efeitos das atividades humanas há milênios. Dejetos e resíduos orgânicos e inorgânicos gerados por essas atividades são levados para o mar por ventos, chuvas e rios, ou despejados diretamente ali. Os oceanos suportam toda essa sobrecarga? A resposta vem de análises que constatam sérios danos aos ecossistemas oceânicos: o lixo marinho, portanto, já é um grave problema ambiental.

2 O lixo de origem humana que entra no mar está presente nas imagens, hoje comuns, de animais emaranhados em materiais de todo tipo ou que ingeriram ou sufocaram com diferentes itens. Também é conhecida a imensa mancha de lixo que se acumula no chamado “giro” do oceano Pacífico Norte – os giros, existentes em todos os oceanos, são áreas em torno das quais se deslocam as correntes marinhas. Nas zonas centrais desses giros, as correntes têm baixa intensidade e quase não há ventos. Os resíduos que chegam ali ficam retidos e se acumulam, gerando enormes “lixões” oceânicos.

3 Detritos orgânicos (vegetais, animais, fezes e restos de alimento) não são considerados lixo marinho, porque em geral se decompõem rapidamente e se tornam nutrientes e alimentos para outros organismos. As fontes do lixo oceânico são comumente classificadas como “marinhas” (descartes por embarcações e plataformas de petróleo e gás) e “terrestres” (depósitos e descartes incorretos feitos em terra e levados para os rios pelas chuvas e daí para o mar, onde também chegam carregados pelo vento e até pelo gelo).

4 Apesar do sensacionalismo em torno desse tema, o estudo do lixo marinho tem bases científicas e envolve, em todo o mundo, cada vez mais pesquisadores e tomadores de decisão. Todos engajados na luta pela diminuição desse problema social e ambiental.

5 Os impactos ligados à presença do lixo no mar começaram a ser observados a partir da década de 1950, mas somente em 1975 foi definido o termo “lixo marinho”, hoje consagrado. Essa definição, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, diz que é lixo marinho todo material sólido de origem humana descartado nos oceanos ou que os atinge por rios, córregos, esgotos e descargas domésticas e industriais.

6 O número de publicações mundiais, científicas e não científicas, sobre lixo marinho começou a aumentar a partir da década de 1980. Esse aumento se deve a três processos: 1) a contínua e crescente substituição, em vários tipos de utensílios, de materiais naturais pelos sintéticos – estes, como o plástico, resistem por mais tempo à degradação no ambiente marinho e tendem a se acumular; 2) o baixo custo dos materiais sintéticos, que não incentiva sua reciclagem e favorece o descarte no ambiente e 3) o aumento, na zona costeira, do número de habitantes e embarcações, que podem contribuir para o descarte de lixo no ambiente marinho.

7 Mas como evitar que o “lixo nosso de cada dia” chegue ao mar? E como retirar o que já está lá? É nesse ponto que a conservação marinha e a gestão de resíduos sólidos se encontram e se complementam.

8 Em 2013, realizou-se no Brasil a IV Conferência Nacional de Meio Ambiente, que formalizou 60 propostas sobre o meio ambiente. Duas enfocam o lixo marinho: a primeira está ligada à redução de impactos ambientais e a segunda é ligada à educação ambiental, com campanhas educativas de sensibilização sobre as consequências da disposição incorreta do lixo, com ênfase no ambiente marinho e nos danos causados à população humana.

No texto, o referente da palavra ou expressão em destaque está corretamente explicitado, entre colchetes, no trecho do

a. Parágrafo 1– “Dejetos e resíduos orgânicos e inorgânicos gerados por essas atividades são levados para o mar por ventos, chuvas e rios, ou despejados diretamente ali.” [mar]
b. Parágrafo 1 – “Os oceanos suportam toda essa sobrecarga?” [atividades humanas]
c. Parágrafo 3 – “depósitos e descartes incorretos feitos em terra e levados para os rios pelas chuvas e daí para o mar” [chuvas]
d. Parágrafo 6 – “Esse aumento se deve a três processos.” [lixo marinho]
e. Parágrafo 6 – “a contínua e crescente substituição, em vários tipos de utensílios, de materiais naturais pelos sintéticos – estes, como o plástico, resistem por mais tempo” [utensílios]

A

e. O item E não está de acordo com o gabarito da banca. A palavra ‘estes’ se refere aos ‘materiais sintéticos’, que são mencionados como substitutos dos materiais naturais, e não aos ‘utensílios’

59
Q

Quando deve-se usar o “que” e o “quê”?

A

Que = pronome, advérbio ou conjunção

Quê = substantivo, com sentido de “alguma coisa”
No final de frase, antes de ponto final, ponto de exclamação ou interrogação o “que” deve ser acentuado

60
Q

O correto é degrais ou degraus?

A

Degraus

61
Q

O correto é escrito ou escrevido?

A

Escrito

62
Q

Temos que acreditar

Será que podemos entender o mundo sem algum tipo de crença? Esta é uma pergunta central na dicotomia entre ciência e fé. De fato, o modo como um indivíduo escolhe responder a ela determina, em grande parte, como se relaciona com o mundo e a vida em geral. Contrastando as explicações míticas e cientificas da realidade, podemos dizer que muitos religiosos buscam explicar o desconhecido com o desconhecível, enquanto a ciência busca explicar o desconhecido com o conhecível.

Muito da tensão entre ciência e fé vem da suposição de que existem duas realidades mutuamente incompatíveis, uma dentro deste mundo (e, portanto, “conhecível” através da aplicação diligente do método científico) e outro fora dele (e, portanto, “desconhecível’, relacionada tradicionalmente à crença religiosa).

Mitos religiosos permitem que os que neles creem transcendam sua “situação histórica”, a perplexidade que sentimos ao compreendermos que somos criaturas delimitadas pelo tempo, cada um com uma história que tem um começo e um fim. Em um nível mais pragmático, explicações míticas de fenômenos naturais são tentativas pré-científicas de dar sentido áquilo que existe além do controle humano. A motivação por trás dessas explicações não é tão diferente daquela da ciência, já que ambas tentam de alguma forma revelar mecanismos por trás dos fenômenos naturais: afinal, tanto deuses quanto forças físicas fazem coisas acontecer, mesmo que de formas radicalmente distintas.

Tanto o cientista quanto o crente acreditam em causas não compreendidas. ou seja, em coisas que ocorrem por razões desconhecidas, mesmo que a natureza da causa seja completamente diferente para cada um.

Conforme o terceiro parágrafo, entende-se por “situação histórica”

a. A revelação de mecanismos incógnitos do mundo.
b. A perplexidade motivada por nosso pragmatismo.
c. A transcendência impulsionada pelo mundo natural.
d. A narrativa vivida de modo determinado por um indivíduo.
e. As tentativas pré-científicas de dar sentido às coisas.

A

Letra D.

63
Q

Ideal do filósofo Jean-Jacques Rousseau

A crítica às sociedades civilizadas e a idealização do homem primitivo, manifestadas a todo passo nas obras do filósofo Rousseau (1713-1784), foram vistas por muitos intérpretes como a expressão de um desejo de retorno à animalidade. Mas o que o filósofo sempre pretendeu não foi exaltar a animalidade do selvagem, mas sua mais profunda humanidade em relação ao homem civilizado.

O homem, para Rousseau, não se regenera pela destruição da sociedade e com o retorno à vida no meio das florestas. Embora privado, no estado social, de muitas vantagens da natureza, ele soube adquirir outras: capacidade de desenvolver-se mais rapidamente, ampliação dos horizontes intelectuais, enobrecimento dos sentimentos e elevação total da alma. Se os abusos do estado social civilizado não o colocassem abaixo da vida primitiva, o homem deveria bendizer sem cessar o instante feliz que o arrancou para sempre da animalidade e fez de um ser estúpido e limitado uma criatura inteligente. O propósito visado por Rousseau é combater os abusos e não repudiar os mais altos valores humanos.

Os abusos centralizam-se, para ele, na perda da consciência a que é conduzido o homem pelo culto dos refinamentos, das mentiras convencionais, da ostentação da inteligência e da cultura, nas quais se busca mais a admiração do próximo do que a satisfação da própria consciência. Rousseau, em uma palavra, não pretende queimar bibliotecas ou destruir universidades e academias; reconhece a função útil das ciências e das artes, mas não quer ver os artistas e intelectuais submetidos aos caprichos frívolos das modas passageiras. Pelo contrário, glorifica os esforços laboriosos da conquista intelectual verdadeira, que se realiza na luta contra os obstáculos da violência e na atividade do espírito crítico, livre de pressões.

Considerando-se o contexto, estabelece-se uma oposição de sentido entre estes segmentos:

a. Perda da consciência a que é conduzido / ostentação da inteligência (3º parágrafo)
b. Culto dos refinamentos / atividade do espírito crítico, livre de pressões (3º parágrafo)
c. Idealização do homem primitivo / sua mais profunda humanidade (1º parágrafo)
d. Não se regenera pela destruição da sociedade / retorno à vida no meio das florestas (2º parágrafo)
e. Ampliação dos horizontes intelectuais / arrancou para sempre da animalidade (2º parágrafo)

A

Letra B.

64
Q

O que é dicotomia?

A

Dicotomia = oposição entre duas coisas
Ex: o bem e o mal

65
Q

Nas correspondências oficiais, conforme o Manual de Redação da Presidência da República, um dos requisitos básicos é a clareza. Para atender a essa exigência, é permitido o emprego de:

a. Impressões individuais do redator do documento, de modo que sua opinião seja explicitada.
b. Palavras ou expressões marcadas pela ambiguidade, conferindo ao texto o rebuscamento necessário.
c. Palavras ou expressões de outro idioma, sem necessidade do uso de itálico.
d. Regionalismos e neologismos que sejam essenciais à compreensão do conteúdo do documento.
e. Sigla, desde que seja explicitada por extenso na primeira referência a ela.

A

Letra E. Você pode citar na redação a Organização Mundial Saúde por exemplo, em sigla (ONU) durante o texto, desde que na primeira referência tenha sido explicitada o significado em extenso.

A = faz parte da objetividade, e não da clareza
B = clareza é uma linguagem formal e simples
C = palavras e expressões de outros idiomas são permitidas, desde que tenha o uso do itálico
D = regionalismos tiram a clareza do texto, e neologismos são palavras inventadas

66
Q

A ambiguidade é considerada um problema grave na redação oficial, que tem como traço necessário a clareza.
A frase que suscita duas leituras possíveis é:

a. Os palpites dos familiares jamais a desanimaram.
b. Um sonho que ela acalentava era uma sombra na varanda.
c. A jabuticabeira é uma árvore frutífera nativa da Mata Atlântica.
d. Poucas pessoas conseguem ficar contentes com a vitória do outro.
e. O vizinho falou com a mulher que acorda muito cedo todos os dias.

A

Letra E.
Duas interpretações possíveis:
1. O vizinho falou com a mulher que ele acorda cedo todos os dias;
2. O vizinho falou com uma mulher que acorda cedo todos os dias.

67
Q

De acordo com as normas explicitadas no Manual de Redação da Presidência
da República, as comunicações oficiais devem:

a. Empregar o cabeçalho em todas as páginas do documento.
b. Escrever os pronomes de tratamento sempre por extenso.
c. Explicitar o significado de uma sigla todas as vezes em que ela for empregada.
d. Utilizar linguagem informal para transmitir informações relevantes.
e. Usar o título do cargo no gênero feminino para a identificação de signatárias do
sexo feminino.

A

Letra E. Se você quiser falar de uma secretária por exemplo, você não irá escrever “secretário”.

B = não precisa ser sempre, você pode abreviar, como por exemplo: “V.Exa = Vossa excelência”;

68
Q

A redação oficial tem como atributo a clareza, não se admitindo, para os textos, mais de um entendimento possível.
A frase que teria de ser reescrita para se adequar a essa regra da escrita oficial é:

a. O porteiro ajudou a velha senhora a se sentar sob as árvores.
b. Todas as manhãs, aquela senhora observava os pássaros cantando.
c. A população da cidade do Rio precisa cuidar melhor dos espaços públicos.
d. O pedido da população por mais segurança será discutido pelos vereadores.
e. Observando o sol e o mar, o poeta escolheu o tema para um novo poema.

A

Letra B. Pois essa frase é ambígua e traz consigo dois sentidos possíveis:
1. Todas as manhãs, aquela senhora observava os pássaros que cantavam
2. Todas as manhãs, aquela senhora observava os pássaros, enquanto ela cantava

69
Q

O Manual de Redação Oficial da Presidência da República estabelece que só se podem usar os seguintes fechos para todas as modalidades de comunicação oficial:

a. Atenciosamente e Respeitosamente
b. Atenciosamente e Sinceramente
c. Cordialmente e Sinceramente
d. Atenciosamente, Cordialmente e Respeitosamente
e. Cordialmente, Respeitosamente e Sinceramente

A

Letra A.

70
Q

A frase abaixo que NÃO mostra uma ambiguidade é:

a. Pagar a matrícula já custa mais caro;
b. Mais vale um cachorro amigo que um amigo cachorro;
c. A organização da empresa trouxe benefícios;
d. Vasco e Flamengo jogam na próxima semana;
e. João encontrou Maria andando pela areia da praia.

A

Letra B.

C = a organização da empresa trouxe benefícios, ou a empresa ser organizada por alguém trouxe beneficios?
D = Vasco e Flamengo jogam juntos ou separados na próxima semana?
E = João encontrou Maria enquanto ele estava andando pela areia da praia, ou João encontrou Maria e ela estava andando pela areia da praia?

71
Q

Para uma persuasão eficaz, o desenvolvimento de uma argumentação consistente é
imprescindível. Uma premissa que não serve de base para a persuasão é:

a. Manipular as informações a serem transmitidas de forma a convencer o público-alvo.
b. Ouvir os desejos do público-alvo.
c. Estabelecer uma linguagem comum, que seja compreensível pelo público-alvo e
permita a transmissão de informações com clareza.
d. Agir ética, honesta e transparente.
e. Definir a tese a ser utilizada, bem como a problemática para a qual a tese será a
resposta.

A

Letra A.

72
Q

VOCÊ VALE MAIS DO QUE PENSA! É NOTA 10!

Você é uma pessoa de muito valor, nunca meça sua vida, seu caráter, seus sentimentos e seus objetivos pela régua dos outros. Seu futuro não pode ser previsto, depende do processo aplicado em sua construção. Por isso, o sucesso do seu futuro está em suas mãos: construa ele pelo que você é ou viverá com ele disponível nas prateleiras do
mundo, para que os outros o tomem para si e façam dele o que quiserem. Pare de se anular e de se limitar permitindo que seu destino seja apenas o que o dia propõe; valorize-se, motive-se e dê você as cartas, decidindo o que é melhor para si e mostrando às pessoas seu valor. Qualquer pessoa tem dentro de si habilidades importantes, e é pela soma delas a uma conduta ética que inserimos nosso ritmo
individual ao mundo.
A linguagem persuasiva usada no texto está bem evidente pelo:

a. Uso excessivo de elementos coesivos conjuntivos.
b. Uso de verbos de terceira conjugação no modo subjuntivo.
c. Uso dos verbos no modo imperativo.
d. Uso de termos variáveis e invariáveis.

A

Letra C. Verbos no imperativo = motive-se, valorize-se…

A = elementos coesivos e conjuntivos não é uma técnica de persuasão;
B = não está na terceira pessoa, está na segunda (você);
D = termos variáveis são: “substantivos, adjetivos, pronomes”, e os invariáveis são: “preposições, conjunções, advérbios”.

73
Q

Há de tomar o pregador uma só matéria; há de defini-la, para que se conheça; há de dividi-la, para que se distinga; há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências, que se hão de seguir; com os inconvenientes, que se devem evitar; há de responder às dúvidas, há de satisfazer às dificuldades, há de impugnar e refutar com toda a força de eloquência os argumentos contrários, e depois disto há de colher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar. Isto é o sermão, isto é pregar; e o que não é isto é falar demais alto. Não nego, nem quero dizer que o sermão não haja de ter variedade de discursos, mas esses hão de nascer todos da mesma matéria, e continuar, e acabar nela. Quereis ver tudo isto com os olhos? Ora vede. Uma árvore tem raízes, tem troncos, tem ramos, tem folhas, tem varas, tem flores, tem frutos. Assim há de ser o sermão: há de ter raízes fortes e sólidas, porque há de ser fundado no Evangelho; há de ter um tronco, porque há de ter um só assunto e tratar uma só matéria. Deste tronco hão de nascer diversos ramos, que são diversos discursos, mas nascidos da mesma matéria e continuados nela. Estes ramos não hão de ser secos, senão cobertos de folhas, porque os discursos hão de ser vestidos e ornados de palavras.
(VIEIRA, António. Sermão da Sexagésima. In: Sermões I. São Paulo: Edições Loyola, 2009, p. 24)
As prescrições presentes no trecho do sermão indicam a elaboração de um discurso:

a. Dialogal, porque todos os passos de um discurso preveem interlocutores em oposição.
b. Científico, porque necessita estar fundamentado em provas oriundas da natureza.
c. Narrativo, identificado principalmente na metáfora botânica com que é comparado.
d. Argumentativo, organizando o discurso, da tomada do tema até a sua conclusão.
e. Poético, uma vez que o discurso ao final deve resultar em uma metáfora botânica.

A

Letra D.

A = no texto dialogal há pelo menos dois interlocutores trocando informações, mas nem sempre eles estão em oposição, eles podem estar dialogando sobre um assunto que ambos os interlocutores concordam.
B = A elaboração de um discurso científico aborda uma teoria que se baseia no conhecimento científico com uma linguagem específica, a linguagem científica, deve ser objetiva sem gerar ambiguidade.
E = O texto em análise não é poético; é um texto escrito em prosa ou verso

74
Q

O que significa insólita?

A

Insólita = que não se apresenta de maneira habitual; raro, incomum; anormal: problema insólito. Que se opõe à utilização das normas; que não se adequa às regras ou à tradição: modo de vida insólito.

75
Q

Sobre a presença daquele que é possivelmente seu mais famoso e lido livro, Pedagogia do oprimido, Paulo Freire critica aquilo que chama de uma visão “bancária” da educação, em que os educadores mantêm com os alunos uma relação que detém informações que são “depositadas” numa sala de aula, que está ali para memorizar, e não aprender. “Em lugar de comunicar-se, o educador faz ‘comunicados’ e depósitos que os educandos, meras incidências, recebem pacientemente, memorizam e repetem. Eis aí a concepção ‘bancária’ da educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los.”
(ALMEIDA, Carol. Disponível em: Suplemento Pernambuco, p. 12, janeiro de 2019)
Quanto ao gênero a que pertence, é correto afirmar que o texto

a. É laudatório, de maneira que o uso da citação constitui procedimento característico.
b. Explora enunciados em que predomina a conotação, evidenciando seu caráter literário.
c. É argumentativo e crítico, uma vez que apresenta e desenvolve ideias.
d. É informativo, pois faz referências aos fatos relevantes acerca do cotidiano da autora.
e. Mescla objetividade e subjetividade sobre o tema da educação brasileira.

A

Letra C.

76
Q

No romance regionalista O Quinze, de Rachel de Queiroz, há o seguinte texto de uma carta do proprietário para o administrador de uma fazenda, em época de grande seca:
“Minha tia resolveu que não chovendo até o dia de São José, você abra as porteiras e solte o gado. É melhor sofrer logo o prejuízo do que andar gastando dinheiro à toa em rama e caroço, pra não ter resultado. Você pode tomar um rumo ou, se quiser, ficar nas Aroeiras, mas sem serviço da fazenda.”
Este segmento textual mistura dois modos de organização discursiva, que são:

a. Injuntivo e argumentativo.
b. Argumentativo e narrativo.
c. Narrativo e descritivo.
d. Descritivo e injuntivo.
e. Argumentativo e descritivo.

A

Letra A. O trecho apresenta um modo injuntivo, pois o proprietário está dando instruções ao administrador da fazenda sobre o que fazer em caso de seca. Além disso, também apresenta um modo argumentativo, pois o proprietário justifica suas instruções com o argumento de que é melhor sofrer o prejuízo logo do que gastar dinheiro à toa.

B = Embora o trecho esteja inserido em um contexto narrativo, pois faz parte de um romance, o trecho em si não apresenta características de um texto narrativo, como a presença de personagens em ação, um enredo, etc.

77
Q

O tom era mais que o de uma queixa.
De acusação:
− Você não se lembra mais de mim!
Eu não me lembrava daquele homem, no todo. Não lhe recordava o nome, nem tinha a menor ideia de quando o vi pela primeira ou pela última vez. Seus olhos eram, porém, meus conhecidos. Seu olhar e sua voz, ambos amargos.
Continuava a acusar-me de tê-lo esquecido. A ele, que relembrava dos nomes dos meus irmãos, da rua e da casa onde morávamos.
Eu gostaria de saber explicar-lhe que, na vida, basta haver duas pessoas para que uma esqueça a outra. E, na vida, há tanta gente. Uma explicação tão difícil que só um bêbado seria capaz de entendê-la. Aquele homem, porém, estava lúcido. E sua lucidez era, convencionalmente, a certa. Contra mim, a razão de alguém que pretendia saber por que eu o esqueci, se ele não me esqueceu? Quando eu é que devia perguntar-lhe, se possível segurando-o pelas lapelas, por que não me esqueceu, se eu o esqueci? Se ele fosse um bêbado, compreenderia. A humanidade apegou-se tanto aos convencionalismos que, hoje em dia, é muito difícil falar aos homens que não estão bêbados.
No entanto, o homem é livre e pode optar por ser autêntico. Mas não. Prefere aprisionar-se, acomodar-se cada vez mais, à significação exata e formal das palavras e dos gestos.
Afinal, deu-se a conhecer. Chamava-se Francisco e era um amigo de infância. Pedi-lhe desculpas. Abracei-o. Fui-me embora. Mas, se fosse possível convencê-lo, teria ficado para dizer-lhe que a falha não é, jamais, de quem esquece o amigo de infância. E, sim, de quem dele ainda se lembra. O natural é que o gato seja manhoso; a águia, nobre; e o homem, esquecido. Não me entenderia. Para ele, tanto quanto a águia devesse ser nobre, o homem teria obrigação de ser perfeito. Então, de nada adiantaria eu lhe ensinar que os amigos de infância, desde que se separam, serão irreconciliáveis depois quando, da infância, outra coisa não existir além do homem envelhecido. Seria possível, sim, preservar o amigo de infância se possível fosse preservar e manter a infância. O ar e a luz de suas manhãs. As cores do casario. Os cânticos e o incenso das novenas. A beleza, a coragem e as esperanças do menino.
(Adaptado de: Antônio Maria. Vento vadio. Todavia, 2001, edição digital)
Está correta e coerente a redação do seguinte comentário:

a. Seria inútil argumentar com ele que não se resgata aquilo que restam das amizades da infância, a partir do momento que se envelhece.
b. À medida que a águia seja obrigada a ser nobre, o homem teria também, a obrigação de ser perfeito.
c. Embora possa optar por ser autêntico, o homem acomoda-se à significação exata e formal das palavras e dos gestos.
d. Do mesmo modo que não se pode preservar a infância, não se preserva também os amigos de infância.
e. Os olhos e a voz, amarga, foram as únicas memórias cujas se preservaram do homem que lhe abordara.

A

Letra C. Está de acordo com o que foi expresso pelo autor na crônica, que menciona que o homem, apesar de ter a liberdade de ser autêntico, prefere se acomodar à significação exata e formal das palavras e dos gestos.

A = Embora o texto mencione a dificuldade de resgatar as amizades da infância à medida que se envelhece, o autor não argumenta que seria inútil tentar fazer isso.
B = Embora o texto faça uma comparação entre a nobreza da águia e a perfeição do homem, o autor não afirma que o homem tem a obrigação de ser perfeito.
D = Embora o texto mencione a impossibilidade de preservar a infância e os amigos de infância, o autor não afirma que essas duas coisas são igualmente impossíveis de preservar.
E = Embora o texto mencione que o autor se lembra dos olhos e da voz amarga do homem, ele não afirma que essas foram as únicas memórias que se preservaram.

78
Q

Aspectos da imigração contemporânea
À medida que cada vez mais pessoas cruzam as mais variadas fronteiras em busca de emprego, segurança e um futuro melhor, a necessidade de confrontar, assimilar ou expulsar estrangeiros cria tensão entre sistemas políticos e identidades coletivas formadas em tempos menos fluidos. Em nenhum lugar o problema é mais agudo que na Europa. A União Europeia foi construída sobre a promessa de transcender as diferenças culturais entre franceses, alemães, espanhóis e gregos. E pode desmoronar devido a sua incapacidade de incluir as diferenças culturais entre europeus e imigrantes da África e do Oriente Médio. Ironicamente, foi, em primeiro lugar, o próprio sucesso da Europa em construir um sistema próspero e multicultural que atraiu tantos imigrantes.
A crescente onda de refugiados e imigrantes provoca reações mistas entre os europeus e desencadeia discussões amargas sobre a identidade e o futuro da Europa. Alguns europeus exigem que a Europa feche seus portões: estarão traindo os ideais multiculturais e de tolerância já aceitos ou só adotando medidas para evitar um desastre de grandes proporções? Outros clamam por uma abertura maior dos portões: estarão sendo fiéis ao cerne dos valores europeus ou serão culpados de sobrecarregar o projeto do continente com expectativas inviáveis?
Discussões desse tipo sobre a imigração degeneram numa gritaria na qual nenhum dos lados ouve o outro. Mas por baixo de todos esses debates espreita uma questão mais fundamental, relativa a como entendemos a cultura humana. Será que entramos no debate sobre imigração com a suposição de que todas as culturas são inerentemente iguais, ou achamos que algumas culturas talvez sejam superiores a outras? Quando os alemães discutem a absorção de um milhão de refugiados sírios, imagina-se que possa haver resistência por quem considere que a cultura alemã é de algum modo melhor que a cultura síria? O fenômeno mundial da imigração põe à prova não apenas a diversidade de valores, mas os preconceitos que podem estar arraigados em cada cultura nacional.
(Adaptado de: HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21. Trad. Paulo Geiger. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, p. 178-179)
É plenamente correta, coesa e coerente a redação da seguinte frase:

a. Tome-se esta ou aquela decisão diante do fenômeno da imigração, não importa, consequentemente ambas podem ser injustas.
b. Conquanto hajam divergências de opiniões, não será fácil algum consenso entre os críticos da imigração.
c. Espera-se que se conciliem os interesses divergentes de imigrantes e europeus, a menos que venham se a confrontar uns aos outros.
d. Vem de longa data o debate sobre as consequências da imigração em massa, o que não se espera possam superar tão cedo como está previsto.
e. Em razão de haver preconceitos culturais, há povos que se eximem completamente de considerar os valores próprios de outros povos.

A

Letra E.

79
Q

Qual o significado de eximir?

A

Eximir = tornar(-se) isento; dispensar(-se), desobrigar(-se).

80
Q

Assinale a frase que não apresenta problemas de coesão.

a. É característica do chato que ele é a última pessoa a saber disso.
b. Geralmente aqueles que não têm nada a dizer conseguem levar o máximo de tempo para fazê-lo.
c. São raros os homens que sabem tolerar nos outros os defeitos que eles próprios têm.
d. A infelicidade é não saber o que se quer e fazer um esforço enorme para consegui-lo.
e. Após preparar o jantar da família saí apressado de lá por ter compromissos à noite.

A

Letra C.

81
Q

Considere o seguinte texto:
“No ápice da montanha, contemplando a vastidão do vale, o aventureiro sentiu-se pequeno diante da grandiosidade da natureza, refletindo sobre a efemeridade da vida e a insignificância dos problemas cotidianos.”
Com base nos princípios da textualidade, coesão e coerência, assinale a alternativa correta que melhor explica a relação entre os elementos do texto.
a. A palavra “vale” cria coesão textual ao retomar o termo “montanha”, estabelecendo uma conexão lógica entre os dois elementos do cenário descrito.
b. A expressão “no ápice da montanha” introduz uma contradição, pois o termo “ápice” sugere o ponto mais alto, enquanto “montanha” refere-se a uma elevação de terreno.
c. A preposição “e”, utilizada na frase, reforça a ideia de associação e contrariedade entre a grandiosidade da natureza e a efemeridade da vida, contribuindo para a coesão e a coerência do texto.
d. A palavra “aventureiro” está inadequadamente empregada, pois, ao contemplar a natureza, a pessoa deveria ser caracterizada como “observador” ou “espectador”.
e. A utilização do termo “cotidianos” evidencia uma ruptura na coesão textual, pois a forma correta seria “problemas cotidianas”, para concordar com o gênero feminino da palavra “vida”.

A

Letra A.

82
Q

Coesão e coerência são atributos indispensáveis, porque eles favorecem a conexão, a ligação, a harmonia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência quando se lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, dando continuidade uns aos outros. (…).
(MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (planalto.gov.br)) − (P.19/20).
Entre os elementos que estabelecem a “Coesão e coerência” não se pode incluir o que se apresenta na alternativa:

a. Pontuação.
b. Substituição.
c. Uso de conjunção.
d. Elipse.
e. Referência.

A

Letra A.
A pontuação é um elemento que não contribui para a coesão e coerência textual. Embora a pontuação possa ajudar a esclarecer o significado de uma frase e melhorar a legibilidade de um texto, ela não estabelece uma conexão direta entre as palavras, frases e parágrafos de um texto.

D = A elipse é um recurso estilístico que contribui para a coesão textual. Ela ocorre quando um elemento é omitido porque pode ser inferido a partir do contexto. Isso ajuda a evitar a repetição desnecessária e a tornar o texto mais conciso.

83
Q

Assinale a opção que mostra a frase em que o vocábulo sublinhado tem seu significado esclarecido pela situação comunicativa.

a. Neste seminário, a religião está no coração; aqui a religião não está nos joelhos.
b. Quantas pessoas aqui tem poderes de telecinesia? Levantem minha mão.
c. Eu tenho muito respeito por Deus para considerá-lo responsável por tudo que aqui está, neste mundo absurdo.
d. Estamos numa igreja, mas muitos que aqui estão não creem em Deus.
e. Deus vive no céu, mas aqui na Terra as dificuldades são muitas.

A

Letra B.

84
Q

Vamos se ver ou vamos nos ver?

A

Vamos nos ver.

85
Q

Daqui à pouco, daqui a pouco ou daqui há pouco?

A

Daqui a pouco.

86
Q

Qual o erro na frase: “há três anos atrás”?

A

Redundância, escreva:
Há três anos, ou três anos atrás

87
Q

Quando eu ver ou quando eu vir?

A

Quando eu vir.

88
Q

Houveram problemas ou houve problemas?

A

Houve problemas.

89
Q

(Floresta amazônica vai virar savana)
Pesquisadores afirmam que mudança no ecossistema da Amazônia é iminente
1 Se a Amazônia perder mais de 20% de sua área para o desmatamento, ela pode se descaracterizar de tal forma que deixaria de ser uma floresta e se transformaria em área de savana, alertam dois conceituados pesquisadores da área, em um artigo publicado recentemente. Hoje, o desmatamento acumulado está em 17%.
2 Os cientistas acreditam que as sinergias negativas entre desmatamento, mudanças climáticas e uso indiscriminado de incêndios florestais indicam um tipping point (ponto crítico), um ponto sem volta, para transformar as partes Sul, Leste e central da Amazônia em um ecossistema não florestal se o desmatamento chegar a entre 20% e 25%.
3 Os pesquisadores partiram do conceito da “savanização” da Amazônia, que surgiu após a descoberta de que as florestas interferem no regime de chuvas. Na Amazônia, por exemplo, estima-se que metade das chuvas na região é resultado da umidade produzida pela evapotranspiração (a transpiração das árvores), que “recicla” as correntes de ar úmido provenientes do Oceano Atlântico.
4 Caso perca uma quantidade grande de árvores, a floresta recicla menos chuva, ficando mais suscetível a incêndios. O fogo altera a vegetação, favorecendo o avanço de gramíneas onde antes havia espécies florestais. O resultado desse processo ecológico é que grandes fragmentos de florestas se transformam em savanas ou cerrados, descaracterizando a Amazônia como a conhecemos hoje.
5 A primeira estimativa de qual seria o tipping point para a Amazônia virar savana foi feita em um estudo em 2007, e chegou à conclusão de que esse valor era de 40% de florestas derrubadas. Só que esse estudo avaliou apenas uma variável, o desmatamento. Segundo um dos autores, quando se consideram outros fatores, como os incêndios florestais e o aquecimento global, essa margem diminui consideravelmente. Os focos de incêndio têm aumentado. O aquecimento global já está acontecendo, com um aumento de 1 grau Celsius na temperatura média da Amazônia.
6 De acordo com uma especialista em ciência e Amazônia, a hipótese de savanização precisa ser encarada com seriedade, porque a floresta amazônica tem resiliência, ela consegue resistir a algum desmatamento. Mas essa possibilidade não é infinita, chega a um ponto que não tem retorno. Além disso, é preciso considerar a população da região, investindo na produção com sustentabilidade.
7 Uma das propostas para que se possa evitar o tipping point é o reflorestamento. Com esse objetivo, o Brasil se comprometeu, na Conferência da ONU sobre Clima em Paris, em 2015, a reflorestar 12 milhões de hectares até 2030.
CALIXTO, B. O Globo. Sociedade. Rio de Janeiro, 22 fev. 2018.
Adaptado.
O trecho em que se apresenta a explicação para o título é:

a. “Na Amazônia, por exemplo, estima-se que metade das chuvas na região é resultado da umidade produzida pela evapotranspiração (a transpiração das árvores), que ‘recicla’ as correntes de ar úmido” (parágrafo 3)
b. “O fogo altera a vegetação, favorecendo o avanço de gramíneas onde antes havia espécies florestais. O resultado desse processo ecológico é que grandes fragmentos de florestas se transformam em savanas ou cerrados” (parágrafo 4)
c. “Os focos de incêndio têm aumentado. O aquecimento global já está acontecendo, com um aumento de 1 grau Celsius na temperatura média da Amazônia.” (parágrafo 5)
d. “a floresta amazônica tem resiliência, ela consegue resistir a algum desmatamento. Mas essa possibilidade não é infinita, chega a um ponto que não tem retorno.” (parágrafo 6)
e. “Uma das propostas para que se possa evitar o tipping point é o reflorestamento. Com esse objetivo, o Brasil se comprometeu, na Conferência da ONU sobre Clima em Paris, em 2015, a reflorestar 12 milhões de hectares até 2030.” (parágrafo 7)

A

Letra B.
A alternativa A explica como a floresta amazônica “funciona”. E na opção B há uma explicação de como ela viraria uma savana, ou seja, explica o título do texto.

90
Q

Eu sei, mas não devia
1 ____ Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
2 ____ A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
3 ____ A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
4 ____ A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
5 ____ A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
6____ A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez paga mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
7 ____ A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
8____ A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar-condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
9 ____ A gente se acostuma a coisas de mais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se, no fim de semana, não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
10 ____ A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco Editora, 1996. p. 9. Adaptado.
Embora aborde vários problemas do ser humano contemporâneo, o texto discute de forma mais ampla uma questão relativa ao cotidiano das grandes cidades.
Essa questão é o(a)

a. Consumismo
b. Desamparo
c. Vaidade
d. Resignação
e. Inquietude

A

Letra D.
Resignação = submissão à vontade de alguém ou ao destino.

91
Q

Uma cena
1——–É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. O ar é fino, quase frio, as pedras por tuguesas da calçada estão úmidas. No alto, o céu já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, por cima das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase madrugada.
2——–Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.
3——–É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco movimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha. Nem carros, nem pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, conversando sobre o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora das gaiolas.
4——–Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sentada muito ereta, com seu vestido estampado, de corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso pronto a cumprimentar quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece pronta a erguer-se num aceno, quando alguém passar.
5——–É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias. Parece coisa de antigamente.
6——–Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placidamente em sua cadeira na calçada, observando as manhãs, está atrás das grades.
7——–Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez comentários vagos sobre as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por que todas essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber o que dizer.
8——-Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora. Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela se sente, junto ao jardim, em frente à portaria, por trás da proteção do gradil pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola assim, por trás de barras de ferro, que mesmo sendo de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, que prende, constrange, restringe.
9——-Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvores.
SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001.
O texto apresenta-se dividido em dois momentos: o primeiro, em que o narrador descreve minuciosamente a cena observada; e o segundo, em que o narrador se aproxima mais do leitor, estabelecendo, com ele, uma quase conversa e colocando-se explicitamente no texto.
O início do segundo momento se dá com o trecho:

a. “Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.” (parágrafo 2)
b. “No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece pronta a erguer-se num aceno, quando alguém passar.” (parágrafo 4)
c. “É uma cena bonita, eu acho.” (parágrafo 5)
d. “Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades.” (parágrafo 7)
e. “Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora.” (parágrafo 8)

A

Letra C.
O trecho citado marca o início do segundo momento do texto, onde o narrador se aproxima mais do leitor, estabelecendo uma quase conversa e colocando-se explicitamente no texto. A frase ‘É uma cena bonita, eu acho.’ é a primeira vez que o narrador expressa uma opinião pessoal, marcando uma mudança na perspectiva do texto.

92
Q

Maria José
Paulo Mendes Campos
1 ___ Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre, violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um companheiro maior, quando ela me gritou da sacada se eu não via a pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com a briga por milagre.
2 ___ Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devotava-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre o mais difícil de si mesma, comungava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco. Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido, menina-e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal noturno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.
3 ___ Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com quem tentasse ofendê-la, mas conservava o revólver para a defesa dos filhos e dos netos.
4 ___ Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia e o verdor da minha meninice. Ensinou-me a ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois Franciscos, o de Sales e o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que havia decorado quando menina; discutia comigo as ideias finais de Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes, Maria José, com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo, sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”.
5 ___ Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.
6 ___ Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a encarar o sofrimento de olhos lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a flecha e o alvo das criaturas.
7 ___ Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se fazia difícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que doía um pouco, por delicadeza.
8 ___ Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber dois cafés ou três uísques em santa serenidade e aceitar com alegria o prato exótico.
9 ___ Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer violência para entrar no reino celeste.
10 ___ Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, o Pai, a piedade, o fogo do espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de revólver na mão.
Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria-jose. Acesso em: 05 fev. 2022.
No trecho do parágrafo 3 “Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu que tinha chegado à humildade da velhice”, percebe-se que o processo de envelhecimento provocou mudanças em Maria José.
De acordo com o texto, o que nela NÃO mudou durante a velhice foi o(a)

a. Hábito de praticar atos de caridade em prol dos necessitados.
b. Gosto por iniciar as crianças da família na literatura.
c. Instinto de sempre proteger os filhos e os netos.
d. Capacidade de se submeter a longos jejuns e a abstinências.
e. Tendência de responder às ofensas sofridas com violência.

A

Letra C.
O texto indica que, mesmo na velhice, a personagem mantinha o instinto de proteger os filhos e os netos.

A = “Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devotava-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo […]”. Os verbos no pretérito imperfeito do modo indicativo mostram que as ações acostumavam acontecer, mas que não acontecem mais.

93
Q

O que significa o conectivo “consoante”?

A

Consoante = concorde; de acordo com

94
Q

Qual a diferença entre deste e desse?

A

Desse = um tempo futuro ou passado próximo; elemento já mencionado na frase.

Deste = um tempo presente ou o lugar onde está o enunciador; elemento que será mencionado na frase.

95
Q

Qual a diferença entre este, esse e aquele?

A

Este = tempo presente
ex: esta semana, este mês, este ano.

Esse = passado próximo

Aquele = passado mais distante.

96
Q

Qual a diferença entre sessão, seção e cessão?

A

Sessão = tem sentido de reunião ou algo que você faz sentado
Ex: Sessão de estudos;
Sessão de cinema.

Seção = parte, divisão, departamento.
Ex: A seção de trocas fica no final do corredor;
A seção onde trabalho é muito requisitada;
As roupas femininas ficam naquela seção.

Cessão = tem sentido de ceder, doar, transferir algo a alguém, encerrar.
Ex: O juiz determinou a cessão da herança.

97
Q

O que é deserção?

A

Deserção = extinção dos habitantes; despovoação, ou abandono de lugar que se frequentava.

98
Q

Qual a diferença entre acender e ascender?

A

Acender = sentido de iluminar, atear fogo, fazer arder por em funcionamento.
Ex: você deve sempre acender a lareira durante o inverno.

Ascender = subir.
Ex: Mariana ascendeu ao cargo de coordenadora do seu setor.

99
Q

Automóvel: Sociedade Anônima
(Paulo Mendes Campos)
Se você quiser, compre um carro; é um conforto admirável. Mas não o faça sem conhecimento de causa, a fim de evitar desilusões futuras. Saiba que está praticando um gesto essencialmente econômico; não para a sua economia, mas para a economia coletiva. Isso quer dizer que, do ponto de vista comunitário, o automóvel que você adquire não é um ponto de chegada, uma conquista final em sua vida, mas, pelo contrário, um ponto de partida para os outros. Desde que o compre, o carro passa a interessar aos outros, muito mais que a você mesmo.
Com o carro, você está ampliando seriamente a economia de milhares de pessoas. É uma espécie de indústria às avessas, na qual você monta um engenho não para obter lucros, mas para distribuir seu dinheiro para toda classe de pessoas: industriais europeus, biliardários do Texas, empresários brasileiros, comerciantes, operários especializados, proletários, vagabundos, etc.
Já na compra do carro, você contribui para uma infinidade de setores produtivos, que podemos encolher ao máximo nos seguintes itens: a indústria automobilística propriamente dita, localizada no Brasil, mas sem qualquer inibição no que toca à remessa de lucros para o exterior; os vendedores de automóveis; a siderurgia; a petroquímica; as fábricas de pneus e as de artefatos de borracha; as fábricas de plásticos, couros, tintas, etc.; as fábricas de rolamentos e outras autopeças; as fábricas de relógios, rádios, etc.; as indústrias de petróleo […]
Você já pode ir vendo a gravidade do seu gesto: ao comprar um carro, você entrou na órbita de toda essa gente, até ontem, você estava fora do alcance deles; hoje, seu transporte passou a ser, do ponto de vista econômico, simplesmente transcendental. Você é um homem economicamente importante – para os outros. Seu automóvel é de fato uma sociedade anônima, da qual todos lucram, menos você.
Mas não fica só nisso; você estará ainda girando numa constelação menor, miúda mas nada desprezível: a dos recauchutadores, eletricistas, garagistas, lavadores, olheiros, guardas de trânsito, mecânicos de esquina. Você pode ainda querer um motorista ou participar de alguma das várias modalidades de seguros para automóveis. Em outros termos, você continua entrando pelo cano. No fim deste, há ainda uma outra classe: a dos ladrões, seja organizada em sindicatos, seja a espécie de francopuxadores. […]
O pronome “você” que ocorre, implícita ou explicitamente, ao longo do texto, faz referência:

a. A um leitor específico que tenha comprado um carro recentemente.
b. Aos leitores em geral que pretendam comprar um carro ou não.
c. A um interlocutor conhecido do autor, indicando intimidade.
d. Aos leitores que compraram ou pretendem comprar um carro.
e. Apenas às pessoas jovens que compraram carros porque gostam.

A

Letra D.

100
Q

Automóvel: Sociedade Anônima
(Paulo Mendes Campos)
Se você quiser, compre um carro; é um conforto admirável. Mas não o faça sem conhecimento de causa, a fim de evitar desilusões futuras. Saiba que está praticando um gesto essencialmente econômico; não para a sua economia, mas para a economia coletiva. Isso quer dizer que, do ponto de vista comunitário, o automóvel que você adquire não é um ponto de chegada, uma conquista final em sua vida, mas, pelo contrário, um ponto de partida para os outros. Desde que o compre, o carro passa a interessar aos outros, muito mais que a você mesmo.
Com o carro, você está ampliando seriamente a economia de milhares de pessoas. É uma espécie de indústria às avessas, na qual você monta um engenho não para obter lucros, mas para distribuir seu dinheiro para toda classe de pessoas: industriais europeus, biliardários do Texas, empresários brasileiros, comerciantes, operários especializados, proletários, vagabundos, etc.
Já na compra do carro, você contribui para uma infinidade de setores produtivos, que podemos encolher ao máximo nos seguintes itens: a indústria automobilística propriamente dita, localizada no Brasil, mas sem qualquer inibição no que toca à remessa de lucros para o exterior; os vendedores de automóveis; a siderurgia; a petroquímica; as fábricas de pneus e as de artefatos de borracha; as fábricas de plásticos, couros, tintas, etc.; as fábricas de rolamentos e outras autopeças; as fábricas de relógios, rádios, etc.; as indústrias de petróleo […]
Você já pode ir vendo a gravidade do seu gesto: ao comprar um carro, você entrou na órbita de toda essa gente, até ontem, você estava fora do alcance deles; hoje, seu transporte passou a ser, do ponto de vista econômico, simplesmente transcendental. Você é um homem economicamente importante – para os outros. Seu automóvel é de fato uma sociedade anônima, da qual todos lucram, menos você.
Mas não fica só nisso; você estará ainda girando numa constelação menor, miúda mas nada desprezível: a dos recauchutadores, eletricistas, garagistas, lavadores, olheiros, guardas de trânsito, mecânicos de esquina. Você pode ainda querer um motorista ou participar de alguma das várias modalidades de seguros para automóveis. Em outros termos, você continua entrando pelo cano. No fim deste, há ainda uma outra classe: a dos ladrões, seja organizada em sindicatos, seja a espécie de francopuxadores. […]
No terceiro parágrafo do texto, o vocábulo “fábricas” é repetido algumas vezes. No entanto, essas ocorrências são diferenciadas por meio da seguinte função sintática:

a. Predicativo do sujeito.
b. Complemento nominal.
c. Predicativo do objeto.
d. Adjunto adverbial.
e. Adjunto adnominal.

A

Letra E.

101
Q

Automóvel: Sociedade Anônima
(Paulo Mendes Campos)
Se você quiser, compre um carro; é um conforto admirável. Mas não o faça sem conhecimento de causa, a fim de evitar desilusões futuras. Saiba que está praticando um gesto essencialmente econômico; não para a sua economia, mas para a economia coletiva. Isso quer dizer que, do ponto de vista comunitário, o automóvel que você adquire não é um ponto de chegada, uma conquista final em sua vida, mas, pelo contrário, um ponto de partida para os outros. Desde que o compre, o carro passa a interessar aos outros, muito mais que a você mesmo.
Com o carro, você está ampliando seriamente a economia de milhares de pessoas. É uma espécie de indústria às avessas, na qual você monta um engenho não para obter lucros, mas para distribuir seu dinheiro para toda classe de pessoas: industriais europeus, biliardários do Texas, empresários brasileiros, comerciantes, operários especializados, proletários, vagabundos, etc.
Já na compra do carro, você contribui para uma infinidade de setores produtivos, que podemos encolher ao máximo nos seguintes itens: a indústria automobilística propriamente dita, localizada no Brasil, mas sem qualquer inibição no que toca à remessa de lucros para o exterior; os vendedores de automóveis; a siderurgia; a petroquímica; as fábricas de pneus e as de artefatos de borracha; as fábricas de plásticos, couros, tintas, etc.; as fábricas de rolamentos e outras autopeças; as fábricas de relógios, rádios, etc.; as indústrias de petróleo […]
Você já pode ir vendo a gravidade do seu gesto: ao comprar um carro, você entrou na órbita de toda essa gente, até ontem, você estava fora do alcance deles; hoje, seu transporte passou a ser, do ponto de vista econômico, simplesmente transcendental. Você é um homem economicamente importante – para os outros. Seu automóvel é de fato uma sociedade anônima, da qual todos lucram, menos você.
Mas não fica só nisso; você estará ainda girando numa constelação menor, miúda mas nada desprezível: a dos recauchutadores, eletricistas, garagistas, lavadores, olheiros, guardas de trânsito, mecânicos de esquina. Você pode ainda querer um motorista ou participar de alguma das várias modalidades de seguros para automóveis. Em outros termos, você continua entrando pelo cano. No fim deste, há ainda uma outra classe: a dos ladrões, seja organizada em sindicatos, seja a espécie de francopuxadores. […]
Em “Você já pode ir vendo a gravidade do seu gesto” (4º§), o substantivo destacado possui o seguinte significado:

a. Perversidade.
b. Decadência.
c. Consequência.
d. Seriedade.
e. Variedade.

A

Letra D.

102
Q

Automóvel: Sociedade Anônima
(Paulo Mendes Campos)
Se você quiser, compre um carro; é um conforto admirável. Mas não o faça sem conhecimento de causa, a fim de evitar desilusões futuras. Saiba que está praticando um gesto essencialmente econômico; não para a sua economia, mas para a economia coletiva. Isso quer dizer que, do ponto de vista comunitário, o automóvel que você adquire não é um ponto de chegada, uma conquista final em sua vida, mas, pelo contrário, um ponto de partida para os outros. Desde que o compre, o carro passa a interessar aos outros, muito mais que a você mesmo.
Com o carro, você está ampliando seriamente a economia de milhares de pessoas. É uma espécie de indústria às avessas, na qual você monta um engenho não para obter lucros, mas para distribuir seu dinheiro para toda classe de pessoas: industriais europeus, biliardários do Texas, empresários brasileiros, comerciantes, operários especializados, proletários, vagabundos, etc.
Já na compra do carro, você contribui para uma infinidade de setores produtivos, que podemos encolher ao máximo nos seguintes itens: a indústria automobilística propriamente dita, localizada no Brasil, mas sem qualquer inibição no que toca à remessa de lucros para o exterior; os vendedores de automóveis; a siderurgia; a petroquímica; as fábricas de pneus e as de artefatos de borracha; as fábricas de plásticos, couros, tintas, etc.; as fábricas de rolamentos e outras autopeças; as fábricas de relógios, rádios, etc.; as indústrias de petróleo […]
Você já pode ir vendo a gravidade do seu gesto: ao comprar um carro, você entrou na órbita de toda essa gente, até ontem, você estava fora do alcance deles; hoje, seu transporte passou a ser, do ponto de vista econômico, simplesmente transcendental. Você é um homem economicamente importante – para os outros. Seu automóvel é de fato uma sociedade anônima, da qual todos lucram, menos você.
Mas não fica só nisso; você estará ainda girando numa constelação menor, miúda mas nada desprezível: a dos recauchutadores, eletricistas, garagistas, lavadores, olheiros, guardas de trânsito, mecânicos de esquina. Você pode ainda querer um motorista ou participar de alguma das várias modalidades de seguros para automóveis. Em outros termos, você continua entrando pelo cano. No fim deste, há ainda uma outra classe: a dos ladrões, seja organizada em sindicatos, seja a espécie de francopuxadores. […]
Considere a classificação morfológica do vocábulo “que” em “uma infinidade de setores produtivos, que podemos encolher ao máximo” (3º§). Indique a alternativa em que se destaca um “que” com essa mesma classificação.

a. “Saiba que está praticando um gesto essencialmente econômico” (1º§).
b. “Isso quer dizer que, do ponto de vista comunitário” (1º§).
c. “O automóvel que você adquire não é um ponto de chegada” (1º§).
d. “Desde que o compre, o carro passa a interessar aos outros” (1º§).
e. “Muito mais que a você mesmo” (1º§).

A

Letra C.

103
Q

O que significa a palavra litígio?

A

Litígio é substantivo masculino
1. No direito = ação ou controvérsia judicial que tem início com a contestação da demanda.
2. No sentido figurado = conflito de interesses; contenda, pendência.

104
Q

Qual o significado de obsoleto?

A

Obsoleto = que já não se usa; arcaico, antigo; fora de moda; ultrapassado, antiquado.

105
Q

Qual o significado de embevecido?

A

Embevecido = provocar ou demonstrar excesso de admiração por estar extasiado.

106
Q

Com base no conteúdo desenvolvido e na sua forma de apresentação, conclui-se que
o texto tem o objetivo de:

a. Analisar de forma crítica as soluções dos governantes para reduzir a acumulação de
resíduos tóxicos.
b. Apresentar ao leitor propostas para reduzir os efeitos do entulho eletrônico sobre a
humanidade.
c. Descrever características dos produtos eletroeletrônicos considerados obsoletos
pelo mercado.
d. Conscientizar o leitor dos perigos relacionados ao excesso de produtos
eletroeletrônicos no meio ambiente.
e. Relatar episódios que sirvam como exemplificação dos conceitos científicos
discutidos.

A

Letra D.

107
Q

O que significa intransigente?

A

Intransigente = um adjetivo que qualifica alguém como intolerante, que é inflexível em suas ideias e valores, agindo de modo ríspido, implacável e rigoroso, sem dar hipóteses para que ocorra a concessão sobre algo que tem como convicto.

108
Q

Qual o significado de mercado emergente?

A

Mercado emergente = os países que apresentam maior potencial de crescimento do que os países desenvolvidos, devido ao rápido desenvolvimento económico e demográfico.

109
Q

A regência do verbo destacado exige a presença de uma preposição, devido às convenções da norma-padrão da língua portuguesa, em:

a. As redes sociais que os jovens mais GOSTAM são as que apresentam fotografias e vídeos, além de troca de mensagens instantâneas.
b; O público que os influenciadores ATINGEM é composto, majoritariamente, por
mulheres e jovens, devido ao seu carisma e à sua modernidade.
c. As opiniões que as redes sociais DISSEMINAM podem prejudicar pessoas públicas
devido à divulgação de notícias falsas e crendices infundadas.
d. Pesquisadores avaliam que as postagens que UTILIZAM saberes tradicionais (chás de erva-doce, gengibre, mel, alho e cebola) induziram pessoas a comportamentos de risco na pandemia de Covid-19.
e. Estudiosos propõem que as consequências da dependência digital que mais AFETAM os jovens sejam abordadas de forma transdisciplinar, envolvendo profissionais de comunicação e da saúde

A

Letra A.
Quem gosta, gosta DE algo.

110
Q

Qual a forma correta de responder a pergunta: Oi, tudo bem?

a. Sim e você?
b. Sim, e você?

A

Letra B.

111
Q

O último Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa aboliu o uso do trema, mas o manteve em alguns casos. A palavra que exemplifica uma exceção à abolição do uso desse sinal e, portanto, deve ser escrita com trema, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, é:

a. Liquidificador
b. Saudoso
c. Anhanguera
d. Adequação
e. Mulleriano

A

Letra E.

112
Q

A preposição “a”, presente em “E A Harold Lloyd, um dos grandes da comédia no cinema mudo americano, FALTAVAM DOIS NA DIREITA”, seria obrigatoriamente permutada por outra, caso o trecho em caixa alta fosse reescrito da seguinte forma:

a. …contracenaram os melhores atores.
b. …curvaram-se os mais exigentes críticos.
c. …artistas novatos renderam homenagens.
d. …foram dedicados os melhores papéis.
e. …referiam-se sempre os estudiosos.

A

Letra A.
Quem contracena, contracena COM alguém.

113
Q

Qual a diferença entre: a cerca, acerca e há cerca?

A

A cerca = por volta de
Ex: o mercado está localizado a cerca de 2km

Acerca = a respeito de
Ex: todos comentavam acerca disso

Há cerca = faz aproximadamente
Ex: os clientes aguardavam há cerca de duas horas

114
Q

A vírgula está empregada de acordo com as exigências da norma-padrão da língua
portuguesa em:

a. Nos últimos dez anos as temperaturas da Terra, ficaram mais altas do que no século passado.
b. As atividades humanas que emitem gases de efeito estufa, foram as causadoras do aquecimento global.
c. Devemos nos perguntar, o que podemos fazer para reduzir o impacto da mudança climática.
d. Ao provocar acúmulo de mais vapor de água na atmosfera, as temperaturas mais altas e os mares mais quentes provocam furacões e chuvas torrenciais.
e. O aumento das temperaturas da Terra, provoca a ocorrência de secas e incêndios florestais.

A

Letra D.

115
Q

A Bela e a Fera
1 Um dos desejos de minha infância foi habitar um palácio como o da Bela e da Fera, evidente que sem a Fera. Tinha tudo do bom e do melhor naquele palácio. As luzes se acendiam à passagem da moça, a mesa estava posta, havia solidão e silêncio, ninguém enchia o saco dela, a Fera providenciava tudo e ainda fazia o favor de não aparecer, não queria assustá-la.
2 Eu imaginava um palácio mais modesto, seria a minha própria casa, apenas com um acréscimo: em todas as paredes haveria umas torneirinhas que despejariam guaraná no meu copo. Eu era louco por guaraná, ficava triste quando tomava um, confinado numa garrafa banal, que mal dava para encher um copo.
3 Queria mais, e muito, daí que sonhava com torneiras em todas as paredes, bastava abri-las e o guaraná geladinho jorraria para matar a minha sede e me tontear de prazer.
4 A injúria do tempo, somada ao desgaste dos anos, sepultou o delírio, mas fui fiel a ele, não tive outros pela vida afora. Esqueci a Bela e a Fera, o Palácio Encantado, as torneirinhas jorrando guaraná.
5 Eis que, deixando de ler historinhas infantis, de repente descobri um sucedâneo, bem verdade que às avessas: a internet. Ela não me deslumbra como os contos de Grimm e Perrault; pelo contrário, me aterroriza, mas tem alguma coisa de encantado. Toda vez que abro a caixa postal, é como se abrisse a torneirinha daquele palácio que a memória não esqueceu, mas a vida demoliu.
6 Não recebo o guaraná mágico para matar minha sede e me tontear de prazer. Recebo mensagens propondo regimes de emagrecimento, oferecem-me terrenos que não quero comprar e viagens que não pretendo fazer. Vez ou outra, pinga uma gota de afeto mal dá para encher o copo e embromar a sede.
7 Ouvi dizer que a internet está na Idade da Pedra, mais um pouco ela poderá me dar mais e melhor. Um dia abrirei o computador e terei o guaraná que não mereço.

O termo “delírio”, empregado no parágrafo 4, retoma a ideia de:

a. Adorar histórias infantis.
b. Ter tudo do bom e do melhor.
c. Gostar muito de refrigerante.
d. Jorrar guaraná de torneiras.
e. Haver solidão e silêncio no palácio.

A

Letra D.
O autor usou o termo delírio num sentido metafórico pra se referir à sua vontade de ter um lugar onde tivesse paredes malucas com torneiras que jorrassem guaraná.

116
Q
A
117
Q

Qual a diferença entre Há e A?

A

Há = verbo que indica passado
Ex: perdeu o prazo há dois dias

A = preposição que indica futuro
Ex: o prazo está a dois dias do fim

118
Q

Qual a diferença entre Há e A?

A

Há = verbo que indica passado
Ex: perdeu o prazo há dois dias

A = preposição que indica futuro
Ex: o prazo está a dois dias do fim

119
Q

Qual a diferença entre:
Acerca de;
A cerca de;
Há cerca de;
A cerca.

A

Acerca de = sobre
Ex: Gostaria de saber mais acerca disso.

A cerca de = perto de
Ex: Eu estou a cerca de 20km daí.

Há cerca de = tempo decorrido
Ex: Isso aconteceu há cerca de 800 anos.

A cerca = o cercado

120
Q

Quando utiliza-se a virgula antes do “e”?

A

Para separar sujeitos diferentes.
Ex: Eu vou ao cinema, e eles vão ao teatro;
Nós gostamos muito de passear, e eles não gostam.

Quando o “e” substitui o “mas”.
Ex: Estudei muito, e não passei na prova = Estudei muito, mas não passei na prova.

121
Q

É correto falar “chiquérrimo” ou “chiquíssimo”?

A

Chiquíssimo

122
Q

Tinha pago ou tinha pagado?

A

Tinha pagado.

123
Q

Assinalar a alternativa na qual todas as palavras estão CORRETAMENTE acentuadas.

A. Café | açúcar | médicos | carater | ônibus.
B. Câmera | bíceps | camaráda | fé | vocês.
C. Sofá | maré | cômodo | gratuíto | júri.
D. Gramática | chapeuzinho | rúcula | chalé | tórax.

A

Letra D.

124
Q

Aludindo-se à versificação, leia os itens, veja os tipos de rima e assinale a alternativa correspondente.

I- Aguda: entre palavras oxítonas, ou monossílabas tônicas.
II- Grave: entre palavras paroxítonas.
III- Esdrúxula: entre palavras proparoxítonas.
IV- Perfeita: igualdade total entre sons vocálicos e consonantais.

A. Apenas I e IV estão corretos.
B. Apenas II e IV estão corretos.
C. Apenas I, II e III estão corretos.
D. Todos os itens estão corretos.
E. Apenas II e III estão corretos.

A

Letra D.

125
Q

O painel de palavras, acima, é referente aos sabores de uma sorveteria. Com base nessas palavras, pode-se afirmar que:

A. a palavra “PITAIA” é paroxítona terminada em “a”, portanto deveria estar com um acento agudo.
B. a palavra “CAGAITA”, que é uma fruta nativa brasileira, deveria estar devidamente acentuada.
C. a palavra “CUPUAÇU” é oxítona terminada em “u”, logo o acento agudo é obrigatório.
D. as palavras “UMBÚ” e “PEQUÍ” apresentam desvios no que diz respeito às regras de acentuação gráfica.
E. as palavras “CAJÁ” e “AÇAÍ” são acentuadas pelo mesmo motivo.

A

Letra D.
Umbu e pequi não são acentuadas.

126
Q

1,8 milhões ou 1,8 milhão?

A

1,8 milhão.

127
Q

Quando eu ver ou quando eu vir?

A

Quando eu vir.

128
Q

Ele vive à custa do pai ou ele vive às custas do pai?

A

Ele vive à custa do pai.

129
Q

Ela medeia a discussão ou ela media a discussão?

A

Ela medeia a discussão.

130
Q

Ele interviu na discussão ou ele interveio na discussão?

A

Ele interveio na discussão.

131
Q

Tive muito dó dele ou tive muita dó dele?

A

Tive muito dó dele.

132
Q

Namorar alguém ou namorar com alguém?

A

Namorar alguém.

133
Q

Repetir de ano ou repetir o ano?

A

Repetir o ano.

Ex: Eu repeti o ano em 2022.

134
Q

Obedecer ao pai ou obedecer o pai?

A

Obedecer ao pai.

135
Q

Agradeceu o professor ou agradeceu ao professor?

A

Agradeceu ao professor.

136
Q

Agradeceu o professor ou agradeceu ao professor?

A

Agradeceu ao professor.

137
Q

Assistimos ao filme ou assistimos o filme?

A

Assistimos ao filme.

138
Q

Prefiro este a outro ou prefiro este mais do que o outro?

A

Prefiro este a outro.

139
Q

Prefiro este a outro ou prefiro este mais do que o outro?

A

Prefiro este a outro.

140
Q

Os ônibus estão em greve ou os ônibus estão de greve?

A

Os ônibus estão em greve.

141
Q

Há poucas coisas que acredito ou há poucas coisas em que acredito?

A

Há poucas coisas em que acredito.

142
Q

Qual a diferença entre o rádio e a rádio?

A

O rádio = aparelho
A rádio = emissora