Politrauma (Pré e Pós Hosp) Flashcards

1
Q

O que é trauma?

A

Consiste em lesão de extensão , intensidade e gravidade variáveis, que pode ser produzida por agentes diversos ( físicos , químicos, elétricos), de forma acidental ou intencional, capaz de produzir perturbações locais ou sistêmicas

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2
Q

O que é politrauma?

A

Pacientes com um ou mais traumas significativos de cabeça, tórax, abdome, trato urinário, pelve ou coluna e extremidades.

Politraumatizados : Fraturas pélvicas
- Duas ou mais fraturas de ossos longos
- Amputação proximal de punho ou tornozelo
- Combinação de trauma com queimaduras de 10% ou inalação de fumaça
- Todas lesões penetrantes de cabeça, dorso, e extremidades proximais de cotovelo e joelho / Tórax instável

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3
Q

Quando devo dar maior atenção ao politrauma?

A

Ejeção do automóvel
- Morte no mesmo compartimento do passageiro
- Atropelamento
- Impacto de alta velocidade
- Velocidade inicial > 64 Km/h
- Mudança de velocidade > 32 Km/h
- Maior deformidade > 50 cm
- Intrusão no compartimento do passageiro > 30cm
- Tempo resgate > 20min
- Queda > 20 pés (r 6 metros)
- Capotagem
- Lesão do pedestre com impacto significante > 8Km/h
- Impacto de motocicleta > 32Km/h com separação da roda do guidão

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4
Q

O protocolo de atendimento muda conforme a idade do paciente?

A

Não! Qualquer idade segue o mesmo protocolo.
Politraumatizados : Priorizar –> Idade < 5 ou > 55 anos
- Presença de doença cardíaca, respiratória ou uso de medicações psiquiátricas / Diabéticos em uso de insulina, cirrose, malignidade, obesidade ou coagulopatia

**QUANDO EM DÚVIDA, CONSIDERE TODO O ACIDENTADO UM POLITRAUMATIZADO **

Politrauma = avaliação rápida das lesões / Tempo é essencial

Tempo = vida!

Abordagem sistematizada e organizada

Fácil de aplicar

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5
Q

Conceito de hora de ouro no trauma:

A

Enfatiza a urgência necessária para que o tratamento do traumatizado seja bem-sucedido e não represente necessariamente um período fixo de 60 minutos.

É durante esse período que medidas adequadamente conduzidas aumentam a probabilidade da vítima sobreviver;

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6
Q

Distribuição trimodal das mortes:

A

1º pico: segundos a minutos após o trauma, poucos doentes podem ser salvos devido às gravidades das lesões, somente a prevenção é capaz de reduzir significativamente.
2º pico: minutos a várias horas, é aqui que o ATLS faz mais diferença.
3º pico: vários dias a semanas após a lesão inicial

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7
Q

Distribuição trimodal das mortes:

Causas de mortes no 1º pico:

A

(1) Dentro de segundos a minutos do evento (50% dos óbitos), sendo as causas mais comuns as lacerações da aorta, o traumatismo cardíaco e as lesões à medula espinhal e ao tronco cerebral, determinando apneia.

Na maior parte dos casos os pacientes não conseguem ser salvos devido à gravidade do trauma; a única forma de reduzir a mortalida de dessas vítimas é através de realização e
divulgação de medidas preventivas (sinalização das estradas, campanhas para uso de cintos de segurança etc.);

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8
Q

Distribuição trimodal das mortes:

Causas de morte no 2º pico:

A

(2) Dentro de minutos a horas do acidente (30% dos óbitos), com a hemorragia – ocasionada por diversas condições como ruptura esplênica, lacerações hepáticas, fraturas pélvicas –, o hemopneumotórax e os hematomas epidural e subdural sendo as principais lesões encontradas.

Nesse momento, um atendimento adequado, com rápida avaliação e medidas de ressuscitação podem reduzir a mortalidade. Esta é considerada a “hora de ouro” (golden hour). É durante esse período que medidas adequadamente conduzidas aumentam a probabilidade da vítima sobreviver;

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9
Q

Distribuição trimodal das mortes:

Causas de morte no 3º pico:

A

(3) O terceiro pico de mortalidade ocorre várias horas a semanas do acidente, com a sepse e a disfunção sistêmica de múltiplos órgãos constituindo as principais causas.

Os cuidados tomados durante as fases anteriores do atendimento podem influenciar o prognóstico desses pacientes.

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10
Q

Avaliação inicial:

A
  1. Preparação
  2. Triagem
  3. Exame primário ( ABCDEs)
  4. Reanimação
  5. Medidas auxiliares ao exame primário e á reanimação
  6. Exame secundário ( da cabeça aos pés!) e história
  7. Medidas auxiliares ao exame secundário
  8. Reavaliação e monitoração contínuas após a reanimação
  9. Cuidados definitivos
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11
Q

Quais os cenários que compoem a preparação?

A

Fase pré-hospitalar = importante a interação total da equipe de ”pista”com a equipe médica que irá receber o paciente

Fase intra-hospitalar = preparativos para uma rápida reanimação do doente traumatizado

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12
Q

Fase Pré-Hospitalar:

A

O hospital que irá receber o doente deve ser avisado ANTES que o doente seja removido pela equipe de resgaste da cena do acidente

Ênfase : manutenção das vias aéreas , ao controle dos sangramentos externos e do choque , imobilização do doente e ao transporte imediato ao hospital apropriado mais próximo ( centro de trauma)

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13
Q

Fase Intra-Hospitalar:

A

Planejamento antecipado!

Preparação = equipamento apropriados para abordagem das vias aéreas ; soluções de cristalóides aquecidas ; equipamentos de monitoração ; resposta rápida do pessoal de laboratório e radiologia

Proteção de toda a equipe contra doenças transmissíveis ( máscara, proteção dos olhos, avental impermeável, perneiras, luvas)

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14
Q

Triagem:

A

É a classificação dos doentes de acordo com o tipo de tratamento necessário e os recursos disponíveis.

Prioridades : A – vias aéreas e controle da coluna cervical / B – respiração / C – circulacao com controle da hemorragia)

Responsabilidade do pessoal pré-hospitalar e do seu diretor médico

Doente ”grave”= hospital de maior complexidade ( Trauma)

Vítimas múltiplas: o número de doentes e a gravidade das lesões NÃO excedem a capacidade de atendimento do hospital ; os doentes com risco de vida iminente e os com traumatismos multissistemicos serão atendidos primeiro.

Situações de desastres : o número de doentes e a gravidade das lesões EXCEDEM a capacidade de atendimento do hospital e da equipe; os doentes com maiores possibilidades de sobrevida, cujo atendimento implica em menor gasto de tempo, de equipamentos, de recursos e de pessoal, serão atendidos primeiro.

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15
Q

Politrauma - ATLS

Exame Primário:

A

O exame primário (avaliação primária) tem como objetivo a identificação e o tratamento prioritário das lesões que implicam em risco de vida.

Devemos conduzir esta etapa com base numa sistematização do atendimento, universalmente conhecida pelo mnemônico:

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16
Q

Politrauma - ATLS

Manutenção de vias aéreas com proteção coluna cervical:

A

Primeiro lugar = assegurar a permeabilidade das vias aéreas
Corpos estranhos , fraturas faciais , mandibulares , etc

Todas as manobras devem ser feitas com proteção da coluna cervical

Primeira medida = levantamento do queixo (chin lift) ou anteriorização da mandíbula (jaw thrust)

17
Q

Politrauma - ATLS

A: via aérea com proteção da coluna cervical

A

. inspeção e retirada de corpos estranhos
. Sonda de aspiração com ponta rígida
. manobras:
. elevação do mento
. tração da mandíbula
. Glasgow < 8: necessidade de via áerea definitiva

Proteção da coluna cervical: caso se faça necessária a retirada temporária do dispositivo de proteção, um dos membros da equipe de trauma deve encarregar-se de imobilizar manualmente a cabeça e o pescoço, mantendo-os alinhados.

Obs: Rx coluna cervical em perfil -> identifica somente 85% das lesões

A proteção da coluna cervical e da medula constitui o cerne desta etapa do tratamento

Considere a existência de uma lesão de coluna cervical em todo doente com traumatismos multissistêmicos

18
Q

O que é via aérea definitiva?

A

Uma via aérea definitiva implica em uma cânula endotraqueal (com balão insuflado) adequadamente fixada e conectada a um sistema de ventilação assistida com mistura enriquecida em O2.

19
Q

Politrauma - ATLS

B: Ventilação e respiração

A

Permeabilidade não significa ventilação adequada
Boa ventilação = funcionamento adequado dos pulmões, da parede torácica e do diafragma
Cada componente deve ser avaliado e examinado rapidamente
Exposição do tórax / Ausculta / Percussão / Palpação / Inspeção visual

Lesões que podem prejudicar de imediato a ventilação: pneumotórax hipertensivo , tórax instável com contusão pulmonar , hemotórax maciço e o pneumotórax aberto

20
Q

C: Circulação com controle da hemorragia

A

Hipotensão em doentes traumatizados = causa HIPOVOLEMICA!

Observar : nível de consciência , cor da pele e o pulso

Sangramento = hemorragias externas são identificadas e controladas no exame primário ( pressão manual / tala inflável / torniquetes = não usar ; somente em casos raros de amputação traumática de extremidades)

21
Q

Quais são os 8 Critérios de Choque hipovolêmico ATLS 10:

A

Nível consciência
Frequência cardíaca
Frequência respiratória
Pressão arterial
Pressão de pulso
Pulsos periféricos
Enchimento capilar
Diurese

22
Q

D: Disfunção neurológica

A

Avaliar com a Escala de Coma de Glasgow

Causas de rebaixamento do nível de consciência:
. TCE
. ABC
. Intoxicação

Reflexos pupilares também são avaliados.

23
Q

E: Exposição e Controle do ambiente

A

cortar as roupas
cobertores aquecidos
administração de fluidos aquecidos
ambiente aquecidos

A prioridade é garantir a temperatura corporal do doente (previnir hipotermia) e não da equipe de atendimento

24
Q

Em um subgrupo de pacientes existe a necessidade de acesso definitivo às vias aéreas. As indicações no quadro abaixo já podem estar presentes no atendimento pré-hospitalar ou surgirem no momento da realização do exame primário ou do exame secundário, ambos em ambiente hospitalar. As principais indicações
são:

A