Perioperatório Flashcards

1
Q

Quais exames pré-operatórios solicitar de acordo com a idade do paciente?

A
  • < 45 anos: nenhum.
  • 45 a 54 anos: ECG (apenas homens).
  • 55 a 70 anos: ECG + hemograma.
  • > 70 anos: ECG + hemograma + uréia e creatinina + eletrólitos + glicemia.
  • Mulheres em idade fértil: beta-HCG.

OBS.: pela USP, começa a pedir exames 5 anos mais cedo, além de Rx de tórax para pacientes > 65 anos.

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2
Q

Quais as cirurgias que deve-se pedir quase todos os exames (os mesmo de pacientes > 70 anos), independente da idade?

A
  • Vascular.
  • Abdominal de grande porte.
  • Intracraniana.
  • Torácica.
  • Cardiovascular.

OBS.: nas cirurgias de catarata, NÃO é preciso solicitar nenhum exame.

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3
Q

Quais os exames solicitar de acordo com a comorbidade?

A
  • Coagulograma: cirurgias intracraninas, cardíacas, torácicas e com estimativa de perda > 2l de sangue.
  • Rx de tórax: cirurgias cardíacas e torácicas.
  • EAS: cirurgias urológicas.

OBS.: tabagismo NÃO é indicação de Rx de tórax!

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4
Q

Como é a classificação do ASA?

A
  • ASA I: paciente saudável.
  • ASA II: paciente com doença sistêmica controlada (HAS e DM controladas, tabagismo, obesidade grau I e II, etc).
  • ASA III: paciente com doença sistêmica e limitação funcional (DM com vasculopatia, história de AVC e IAM, obesidade grau III e IV, etc).
  • ASA IV: doença sistêmica grave (doença coronariana com stent, IAM < 3 meses, etc).
  • ASA V: paciente moribundo.
  • ASA VI: morte encefálica (doação de órgãos).

OBS.: se cirurgia de emergência, adicionar um E (ex.: ASA IIIE).

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5
Q

Quais os fatores que mais pontuam na classificação de Goldman?

A
  • IAM < 6 meses.
  • B3 ou turgência jugular.
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6
Q

Quais os componentes do índice de risco cardíaco revisado?

A
  • História de doença cardíaca isquêmica.
  • História de doença cerebrovascular.
  • História de insuficiência cardíaca prévia ou compensada.
  • DM com insulina.
  • DRC com Cr > 2.
  • Cirurgia de alto risco (vasculares suprainguinais, torácica ou abdominal).
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7
Q

Qual a conduta de acordo com o índice de risco cardíaco revisado?

A
  • 0-1 critério: operar o paciente.
  • 2 ou mais critérios: avaliar a capacidade funcional.
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8
Q

Como é avaliada a capacidade funcional?

A
  • < 4 METS: cuidados próprios (comer, vestir-se, etc).
  • 4 a 10 METS: subir lances de escada, fazer faxina em casa.
  • > 10 METS: esportes.
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9
Q

Qual a conduta de acordo com a capacidade funcional?

A
  • < 4 METS: teste cardíaco não invasivo.
  • > 4 METS: operar.

OBS.: pacientes com angioplastia < 6 semanas também necessitam de avaliação cardiológica.

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10
Q

Quais as contraindicações absolutas de operar um paciente?

A
  • Síndrome coronariana instável.
  • Insuficiência cardíaca descompensada.
  • Arritmias graves.
  • Doença valvar cardíaca grave.

OBS.: operar paciente pós-IAM após 4-6 semanas (1 ano se stent).

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11
Q

Quais são as cirurgias de baixo risco?

A
  • Ambulatoriais.
  • Oftálmicas.
  • Mama.
  • Procedimentos superficiais.
  • Procedimentos endoscópicos.
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12
Q

Como deve ser o manejo pré-operatório de pacientes com comorbidades específicas?

A
  • Pneumopatas: utilizar broncodilatadores e tratar pneumonia.
  • Nefropatas: dialisar na véspera do procedimento.
  • Diabéticos: manter glicemia entre 100 e 200.
  • Insuficiência adrenal: hidrocortisona na cirurgia e nas primeiras 24h de pós-operatório.
  • Anêmicos: transfundir se Hb < 6 (< 10 se cirurgia de grande porte ou grandes perdas volêmicas).
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13
Q

Quais as indicações de suporte nutricional perioperatório?

A
  • Perda involuntária de peso > 10% em 6 meses OU > 5% em 1 mês.
  • IMC < 18,5.
  • Albumina sérica < 3,0 ou transferrina < 200.
  • História prévia de desnutrição.
  • Expectativa de perda sanguínea > 500ml.
  • Doenças hipercatabólicas (sepse, pancreatite aguda, queimaduras, etc).

OBS.: deve ser feito por 10-14 dias se doença malígina e até 21 dias se doença benigna.

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14
Q

Qual a melhor via para suporte nutricional?

A

Via enteral (previne atrofia dos enterócitos e translocação bacteriana).

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15
Q

Quais os valores dos nutrientes no suporte nutricional?

A
  • Calorias: 30kcal/kg/dia.
  • Proteínas: 1g/kg/dia (relação caloria/nitrogênio de 30:1).
  • Sódio: 1-2mEqL/kg.
  • Potássio: 1mEqL/kg.

OBS.: para o cálculo do gasto calórico basal, utiliza-se a fórmula de Harris-Benedict (sexo, idade, peso e altura).

OBS.2: inicialmente, deve-se iniciar a alimentação com 30% do gasto basal para evitar síndrome de realimentação.

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16
Q

Quais as contraindicações da nutrição enteral?

A
  • Instabilidade hemodinâmica.
  • Obstrução intestinal mecânica ou funcional (ex.: íleo paralítico).
  • Fístula intestinal de alto débito.
  • Vômitos persistentes.
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17
Q

Quais as características da nutrição parenteral total?

A
  • Indicada na impossibilidade de nutrição enteral.
  • Feita tanto por acesso venoso periférico ou central (preferir → aceita mais osmolaridade).
  • Pode ser monomérica, oligomérica ou polimérica.
  • Aumenta a susceptibilidade à sepse (não protege a barreira gastrointestinal).
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18
Q

Quanto tempo deve ser feita a nutrição parenteral total?

A

5 a 7 dias antes do procedimento.

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19
Q

Quais as complicações da nutrição parenteral total?

A
  • Hiperglicemia.
  • Distúrbios hidroeletrolíticos.
  • Infecção de cateter.
  • Trombose.
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20
Q

Qual o tempo mínimo de jejum antes de uma cirurgia?

A
  • 2 horas: água, líquidos claros e gelatina.
  • 4 horas: leite materno.
  • 6 horas: leite não-humano, fórmulas infantis e alimentos sólidos leves.
  • 8 horas: alimentos sólidos pesados.
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21
Q

Quais medicamentos devem ser mantidos no dia da cirurgia?

A
  • Antihipertensivos.
  • Anticonvulsivantes.
  • Corticóides.
  • Broncodilatadores.
  • Insulina (reduzir 1/2 da dose de NPH).

OBS.: em pacientes com risco de hipovolemia, deve-se suspender diuréticos.

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22
Q

Quais os medicamentos devem ser suspensos antes da cirurgia?

A
  • Antiagregantes: 7 a 10 dias.
  • Warfarim: 4 a 5 dias (até INR < 1,5 e iniciar heparina).
  • Novos anticoagulantes: 2 a 3 dias.
  • HNF: 6h.
  • HBPM: 24h.
  • Antidiabéticos orais: 24h (se clorpropamida, 48h antes).

OBS.: em pacientes de alto risco trombótico (ex.: stent, coronariopatas) NÃO suspender AAS.

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23
Q

Como é avaliado o risco de tromboembolismo venoso no pós-operatório?

A

Escore de Caprini.

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24
Q

Como é calculado o escore de Caprini?

A
  • 1 ponto: idade entre 41 e 60 anos, IMC > 25, ICC, uso de ACO e IAM recente.
  • 2 pontos: idade entre 60 e 74 anos, cirurgias > 45 minutos e neoplasia.
  • 3 pontos: idade > 75 anos e história de tromboembolismo/trombofilias.
  • 4 pontos: cirurgias ortopédicas (principalmente artroplastias) e trauma raquimedular.
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25
Q

Qual a conduta de acordo com o escore de Caprini?

A
  • 0 pontos: deambulação precoce.
  • 1 a 2 pontos: profilaxia mecânica (meias ou pneumática).
  • 3 a 4 pontos: heparina profilática.
  • 5 ou mais pontos: heparina profilática + profilaxia mecânica.
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26
Q

Quais as doses profiláticas das heparinas?

A
  • HBPM (escolha): 40mg/dia SC.
  • HNF: 5000U/dia IV.
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27
Q

Qual o objetivo da antibioticoprofilaxia durante a cirurgia?

A

Reduzir as chances de infecção da ferida operatória.

OBS.: má técnica NÃO é indicação de antibioticoprofilaxia.

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28
Q

Quais os antibióticos utilizados na profilaxia de infecçãod e feridas operatórias?

A
  • Cefazolina.
  • Metronidazol (se cólon).
  • Ciprofloxacino (se geniturinária).
  • Clindamicina + gentamicina (opção em cirurgias ginecológicas)

OBS.: deve ser feito 30 a 60 minutos antes da cirurgia, durante a indução anestésica.

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29
Q

Quais as características das feridas limpas?

A
  • Feridas NÃO traumáticas, SEM inflamação ou supuração.
  • NÃO adentram nos tratos respiratório, alimentar e urinário.
  • Ex.: neurocirurgias, cirurgia plástica, herniorrafia inguinal com ou sem tela, etc.
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30
Q

Quais as características das feridas limpa-contaminadas (potencialmente contaminadas)?

A
  • Penetração controlada (sem estravasamento significativo) nos tratos respiratório, alimentar ou urinário.
  • Ex.: colecistectomia eletiva, cesareana.
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31
Q

Quais as características das feridas contaminadas?

A
  • Estruturas inflamadas.
  • Extravasamento maior de substâncias (ex.: secreção gástrica, fezes SEM peritonite).
  • Trauma < 4-6h.
  • Ex.: apendicite em estágios iniciais, colecistectomia na colecistite aguda.
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32
Q

Quais as características das feridas infectadas?

A
  • Infecção clínica com supuração.
  • Contaminação fecal COM peritonite.
  • Trauma > 4-6h ou com tecidos desvitalizados.
  • Ex.: apendicite supurada, empoe,a.
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33
Q

Qual a conduta de acordo com a contaminação da ferida operatória?

A
  • Limpa: sem antibiótico (exceto se prótese ou incisão em osso → neurocirurgia, cirurgia cardíaca).
  • Limpa-contaminada: antibioticoprofilaxia.
  • Contaminada: antibioticoprofilaxia.
  • Infectada: antibioticoterapia (e não profilaxia) prolongada.

OBS.: repetir a dose do antibióticoe após 3-4h ou perda sanguínea > 1500ml.

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34
Q

Quais as excessões na antibioticoprofilaxia (sem necessidade de antibiótico)?

A
  • Heriorrafia inguinal com tela.
  • Colecistectomia eletiva videolaparoscópica (sem colecistite).
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35
Q

Quais os procedimentos que não precisam de antibioticoprofilaxia?

A
  • Traqueostomias.
  • Acesso venoso central.
  • Cateterismo urinário.
  • Toracocentese.
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36
Q

Como é a classificação de Mallampati?

A
  • Classe I: palato mole, fauce, úvula e pilares palatinos visíveis.
  • Classe II: palato mole, fauce, úvula visíveis.
  • Classe III: palato mole e base da úvula visíveis.
  • Classe IV: palato duro visível.

OBS.: avalaia a desproporção entre a língua e a cavidade oral.

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37
Q

Quais os preditores de intubação orotraqueal difícil?

A
  • Mallampati III e IV.
  • Abertura da boca < 3 polpas digitais.
  • Retrognatismo.
  • Pescoço curto.
  • Obesidade.
  • Distância tireomentoniana < 6cm.
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38
Q

Quais os tipos de lâminas laringoscópicas na intubação orotraqueal?

A
  • Curva (principal): deve ser colocada na valécula (entre a epiglote e a base da língua).
  • Reta: mais utilizada em crianças, deve ser posicionada sobre a epiglote.
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39
Q

Quais as características dos anestésicos locais?

A
  • Bloqueiam os canais de sódio dos neurônios, impedindo a transmissão do impulso nervoso.
  • Possuem elevado pKa, ionizando em ambientes ácidos (só funcionam na forma não-ionizada).
  • Ordem da perda de sensibilidade: dor → temperatura → tato → motricidade.
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40
Q

Quais os sinais de intoxicação por anestésicos locais?

A
  • Zumbidos.
  • Dormência perioral.
  • Agitação.
  • Depressão do SNC.
  • Bradicardia.
  • Convulsões.

OBS.: são drogas que inibem os sistemas inibitórios do SNC.

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41
Q

Qual o tratamento da intoxicação pelos anestésicos locais?

A
  • Suspender anestesia.
  • Ofertar oxigênio.
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42
Q

Quais as características da lidocaína?

A
  • Anestésico de potência intermediária.
  • Dose máxima SEM vasoconstrictor: 4,5-5mg/kg OU 300mg.
  • Dose máxima COM vasoconstrictor: 7mg/kg OU 500mg.
  • Mais adequada para anestesiar áreas extensas.
  • Possui curta duração.

OBS.: lidocaína 2% = 2g em 100ml.

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43
Q

Quais as características da bupuvacaína?

A
  • Anestésico de alta potência.
  • Dose máxima: 3mg/kg.
  • Possui longa duração.
  • Mais cardiotóxica que a lidocaína.
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44
Q

Quais as características das anestesias do neuroeixo?

A
  • Bloqueiam a transmissão de impulsos somáticos, sensitivos e neurovegetativos com anestésicos locais.
  • Causam hipotensão devido ao bloqueio do sistema nervoso simpático.
  • NÃO UTILIZAR SE INSTABILIDADE HEMODINÂMICA!
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45
Q

Quais as características da raquianestesia?

A
  • Injeção de anestésico local no espaço subaracnóide.
  • Bloqueia os estímulos do local da punção para baixo.
  • Promove ação rápida e previsível.
  • Indicada para cirurgias abdominais baixas e perineais.
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46
Q

Quais as complicações da raquianestesia?

A
  • Hipotensão (principal).
  • Cefaleia pós-punção (dor que piora ao se levantar e melhora ao deitar).
47
Q

Qual o tratamento da cefaléia pós-punção?

A
  • Analgesia com opióide ou dipirona + cafeína.
  • Hidratação venosa.
  • Blood patch (casos refratários).
48
Q

Quais as características da anestesia peridural?

A
  • Injeção de anestésico no espaço peridural.
  • Causam um bloqueio segmentar.
  • Necessita de uma maior quantidade de anestésico.
  • Pode colocar um cateter para repetir a dose e prolongar a anestesia.
  • Utilizadas em cirurgias torácicas e vasculares periféricas.
49
Q

Quais as características da anestesia geral?

A
  • Inconciência.
  • Analgesia.
  • Relaxamento muscular.
  • Bloqueio neurovegetativo.
50
Q

Quais as características dos agentes inalatórios (halotanos)?

A
  • Causam inconsciência, analgesia e relaxamento muscular (mas não neurovegetativo).
  • Podem ser utilizados para indução anestésica (principalmente em pacientes pediátricos).
51
Q

Quais os agentes inalatórios na anestesia geral?

A
  • Halotano: gás mais potente, mas o que apresenta mais efeitos colaterais (depressão cardiovascular).
  • Isoflurano: alta potência, poucos efeitos colaterais e mínima metabolização, mas possui odor desagradável.
  • Sevoflurano: rápido início de ação e sem odor desagradável.
52
Q

Quais as características dos agentes hipnóticos venosos?

A

Produzem inconsciência, sedação e amnésia.

53
Q

Quais os principais agentes hipnóticos venosos?

A
  • Tiopental: é o de indução mais rápida, mas tem meia vida longa.
  • Propofol: rápida indução e meia vida curta, sendo o melhor agente pra manutenção (mas causa hipotensão).
  • Etomidato: rápida indução e não causa alterações cardiovasculares.
  • Quetamina: único que produz analgesia, sendo a melhor droga para pacientes em choque hipovolêmico.
  • Midazolam: rápido início de ação e duração, mas cursa com hipotensão e bradicaradia.
54
Q

Como avaliar a profundidade da hipnose da anestesia?

A

Índice Biespectral (BIS) entre 40 e 60.

55
Q

Quais as características dos opióides?

A

São as drogas de escolha para causar analgesia e bloqueio neurovegetativo?

56
Q

Quais os sinais que a analgesia está insuficiente no paciente sedado?

A
  • Aumento da PA > 15mmHg.
  • Taquicardia.
57
Q

Quais as características dos bloqueadores neuromusculares despolarizantes?

A
  • Causam despolarização das fibras musculares e fasciculações.
  • O único utilizado é a succinilcolina.
  • Possui rápido início de ação e curta duração.
  • Pode causar dor muscular.
58
Q

Quais as características dos bloqueadores neuromusculares adespolarizantes?

A
  • Competem com os receptores de acetilcolina sem ativá-los.
  • O mais utilizado é o rocurônio.
59
Q

Como reverter o relaxamento dos bloqueadores neuromusculares?

A
  • Anticolinesterásicos (neostigmina).
  • Sugammadex (inativa o rocurônio).
60
Q

Como avalir a eficiência do bloqueio neuromuscular?

A

Teste Train of Four (TOF) menor ou igual a 3 (de 4 possíveis).

61
Q

Quais as principais fases da anestesia geral?

A
  • Indução.
  • Manutenção.
  • Emergência.
62
Q

Qual a sequência de indução anestésica?

A

Pré-oxigenação → hipnóticos ou halotanos → ventilação com máscara → bloqueio neuronuscular + opióides → intubação orotraqueal.

63
Q

Qual a diferença da sequência rápida de indução anestésica?

A
  • Não fazer a ventilação.
  • Recomendado para pacientes com estômago cheio.
64
Q

Quais as peincipais complicações pós-anestésicas?

A
  • Bloqueio neuromuscular residual.
  • Hipo ou hipertensão.
  • Náuseas e vômitos.
65
Q

Quais as características do bloqueio neuromuscular residual?

A

HIPOVENTILAÇÃO!

  • Hipoxemia.
  • Hipercapnia.
  • Frequência respiratória superficial.
66
Q

O que é hipertermia maligna?

A

Crise hipermetabólica genética após exposição à anestésicos.

67
Q

Quais as características da hipertermia maligna?

A
  • Ocorre aumento da concentração de cálcio nas fibras musculares, causando espasmos intenso e aumento brusco da temperatura corporal.
  • Causado pela succinilcolina e halogenados (principalemente o halotano).
68
Q

Qual o quadro clínico da hipertermia maligna?

A
  • Rigidez muscular.
  • Trismos.
  • Hipertermia acelerada.
  • Arritmias.
  • Rabdomiólise.
69
Q

Qual o tratamento da hipertermia maligna?

A
  • Suspender drogas.
  • Resfriamento ativo do corpo.
  • Dantrolene.
70
Q

Quais os fios de sutura absorvíveis monofilamentares?

A
  • Poliglecaprona (monocryl): ideal para suturas intradérmicas e subdérmicas.
  • Polidioxanona (PDS): mantém a força tênsil por longos períodos, sendo utilizado em aponeurose, cápsulas articulares e tendões.
71
Q

Quais os fios de sutura absorvíveis multifilamentares?

A
  • Categut: é o de menor força tênsil e com mais reação inflamatória.
  • Poliglactina (vicryl): moderada força tensil e mínima reação tecidual.

OBS.: são mais suceptíveis à infecções.

72
Q

Quais os fios de sutura inabsorvíveis monofilamentares?

A
  • Poliamida (nylon): utilizado em suturas de pele e fixação de drenos.
  • Polipropileno (prolene): pode ser utilizado em áreas infectadas, além de colocação de telas e cirurgias vasculares.
  • Aço: é o de maior força tênsil, sendo utilizado em cirurgias ortopédicas.
73
Q

Quais os fios de sutura inabsorvíveis multifilamentares?

A
  • Algodão.
  • Linho.
  • Seda.
  • Poliester.
74
Q

Quais as indicações de fios de sutura de acordo com o procedimento?

A
  • Pele: poliamida (nylon).
  • Drenos: poliamida (nylon) ou polipropileno (prolene).
  • Aponeurose: poliglactina (vicryl), polidioxanona (PDS) e polipropileno (prolene).
  • Anastomoses gastroinstestinais: gatecut.
75
Q

Qual o principal hormônio que atua no anabolismo?

A

Insulina.

76
Q

Quais os hormônios que atuam no catabolismo?

A
  • Glucagon: gliconeogênese e glicogenólise.
  • Cortisol: glicogenólise.
  • Catecolaminas: glicogenólise.

OBS.: os estoques de glicogênio duram entre 12 e 24h.

77
Q

Quais os processos metabólicos da gliconeogênese no catabolismo?

A
  • Ciclo de Felig: converte alanina em glicose.
  • Ciclo de Cori: converte lactato em glicose.
78
Q

Como impedir o catabolismo?

A

Oferecer 100g de glicose (400kcal) por dia.

OBS.: 100g de glicose = 2000ml de SG5%.

79
Q

O que é a resposta endócrina, metabólica e imune sistêmica ao trauma (REMIST)?

A

Adaptação do organismo a um trauma ou jejum prolongado, objetivando disponibilizar água e glicose.

80
Q

Quais os hormônios estão elevados na REMIST?

A
  • Cortisol.
  • Glucagon.
  • Catecolaminas.
  • GH.
  • ADH (retenção de água).
  • Aldosterona (retenção de sódio e água).
81
Q

Quais as consequências da REMIST?

A
  • Hiperglicemia.
  • Balanço nitrogenado negativo.
  • Retenção de sódio e água.
  • Oligúria funcional.
  • Alcalose (aldosterona).
  • Íleo adinâmico (catecolaminas).
  • Hipertermia (IL-1).
  • Anorexia (TNF-alfa).
82
Q

Como amenisar os efeitos da REMIST?

A
  • Bloqueio do neuroeixo (raquianestesia e peridural).
  • Cirurgia videolaparoscópica.
83
Q

Qual a conduta no pré-operatório imediato e mediato fisiológico?

A
  • Analgesia adequada (evitando uso excesivo de opióides).
  • Hidratação e reposição volêmica controlada.
  • Realimentação e deambulação precoces.
  • Glicemia < 180.
84
Q

Como é a classificação da cicatrização?

A
  • Primária: fechamento imediato por suturas, enxertos ou retalhos.
  • Secundária: fechamento por reepitelização.
  • Terciária: debridamento inicial da ferida com posterior fechamento por suturas, enxertos ou retalhos.
85
Q

Quais as fases da cicatrização de feridas?

A
  • Inflamação.
  • Proliferativa (fibroplasia).
  • Maturação.
86
Q

Quais as características da fase inflamatória da cicatrização de feridas?

A
  • Ocorre a hemostasia e inflamação do ferimento.
  • Inicialmente chegam neutrófilos (até 48h), e por fim, os linfócitos.
  • As principais células dessa fase são os macrófagos (secreção de interleucinas → epitelização, angiogênese e proliferação de fibroblastos).
  • Duração de 1 a 4 dias.
87
Q

Quais as características da fase proliferativa da cicatrização de feridas?

A
  • Ocorre a angiogênse, fibroplasia e epitelização da ferida.
  • Formação do tecido de granulação.
  • As principais células dessa fase são os fibroblastos (secreção de colágeno III).
  • Dura de 5 a 10 dias.
88
Q

Quais as características da fase de maturação da cicatrização de feridas?

A
  • Ocorre a contração da ferida e aumento da força tênsil da cicatriz.
  • Substituição do colágeno tipo III pelo tipo I.
  • As principais células dessa fase são os miofibroblastos.
89
Q

Quais os principais fatores que prejudicam a cicatrização?

A
  • Infecção (principal): se > 105 UFC ou presença de estreptococo beta-hemolítico.
  • Isquemia.
  • Diabetes melitus.
  • Idade avançada.
  • Desnutrição (vitaminas C e A, zinco e ferro).
  • Uso de corticóides.

OBS.: o uso de vitamina A pode reverter a inibição da cicatrização pelos corticóides.

90
Q

Quais as características das queloides?

A
  • Mais comum em mulheres negras jovens e na presença de infecção.
  • Crescem além dos bordos da ferida.
  • Surgem mais tardiamente (3 meses).
  • Ocorrem mais frequentemente acima das clavículas, tórax e face.
  • Não apresentam regressão expontânea (tratar com injeção de corticóides).
91
Q

Quais as características das cicatrizes hipertróficas?

A
  • São limitadas aos bordos da ferida original.
  • Mais comum em áreas de flexão e tensão.
  • Podem regridir expontâneamente.
92
Q

Quais as fases do pós-operatório?

A
  • Imediato: primeiras 24h pós-operatórias.
  • Mediato: entre 24h e a alta hospitalar.
  • Tardio: após a alta hospitalar.
93
Q

Quais as características dos seromas?

A
  • Coleção líquida no tecido subcutâneo.
  • Surge da secção de vasos linfáticos e da liquefação da gordura.
  • Tratar com punção ou curativos compressivos.
94
Q

Quais as características dos hematomas?

A
  • Coleções sanguíneas no subcutâneo, causando um abaulamento arroxeado na pele.
  • Pode servir de cultura para bactérias.
  • Tratar conservadoramente (se pequenos) ou reoperar (se volumosos).
95
Q

Quais as características da deiscência de aponeurose (eventração)?

A
  • Separação pós-operatórias das camadas musculosponeuróticas.
  • Ocorre saída de secreção sero-hemática rósea da ferida.
  • Mais comum até 30 dias após a cirurgia.
  • Pode causar evisceração.
96
Q

Quais os fatores de risco para deiscência de aponeurose?

A
  • Infecções intra-abdominais.
  • Erro técnico.
  • Cirurgias de emergência.
  • Diabetes.
  • Uso de corticóides.
  • Aumento da pressão intra-abdominal (ex.: obesidade).
97
Q

Qual o tratamento da deiscência de aponeurose?

A
  • Ressururar a ferida.
  • Colocar telas.
98
Q

Quais as características da deiscência de anastomose?

A
  • Decorre da isquemia ou falha da sutura de uma anastomose.
  • Ocorre TAQUICARDIA SEM FEBRE nos primeiros dias pós-operatórios.
  • Pode causar desde peritonite até fístulas cutâneas (solicitar TC).
  • Tratar com dieta zero, hidratação e antibiótico (se fistula) ou laparotomia (se peritonite).

OBS.: fístulas biliares devem SEMPRE serem abordadas!

99
Q

Quais os fatores favoráveis de uma fístula?

A
  • Trajeto longo e retilínio.
  • Débito < 200ml em 24h.
  • Ausência de obstrução ou de epitelização.
  • Ausência de sepse e desnutrição.

OBS.: tratamento de fístula → suporte nutricional, antibioticoterapia e uso de octeotrídeo.

100
Q

O que é infecções de sítio cirúrgico?

A

Infecção da ferida operatória até 30 dias da cirurgia (ou 1 ano se prótese).

101
Q

Qual o principal agente nas infecções de sítio cirúrgico?

A

Staphylococcus aureus.

OBS.: se infecção necrosante de ferida operatória → Streptococcus e Clostridium.

102
Q

Qual a classificação das infecções de sítio cirúrgico?

A
  • Superficiais: pele e subcutâneo.
  • Profundas: fáscia e músculo.
  • De cavidade: abcessos intra-abdominais, empiema, etc.
103
Q

Quais os principais fatores de risco para infecções de sítio cirúrgico?

A
  • Tempo do procedimento > 75% do previsto.
  • Cirurgia contaminada ou suja.
  • Alto risco cirúrgico (ASA III, IV e V).
  • Internação hospitalar a < 3 meses.
  • Neoplasias.

OBS.: hematomas, tricotomia e diabetes também aumento as chances de infecção de sítio cirúrgico.

104
Q

Qual o quadro clínico da ms infecções de sítio cirúrgico?

A
  • Sinais flogísticos na ferida operatória.
  • Drenagem de secreção purulenta.
  • Febre.
105
Q

Qual o tratamento das infecções de sítio cirúrgico?

A
  • Limpeza e debridamento da ferida.
  • Drenagem das secreções.

OBS.: só utilizar antibiótico se celulite ou comprometimento sistêmico!

106
Q

Quais as principais causas de febre pós-operatória?

A
  • Intraoperatório: infecção prévia, reação a drogas ou transfusão.
  • Até o 3 dias: atelectasia (principal) e REMIT
  • 3 a 5 dias: infecção de ferida, ITU e TVP.
  • > 5 dias: deiscência de anastomose, abcessos intracavitários e pneumonias.
107
Q

Qual o objetivo da lista de verificação de segurança da OMS?

A

Aumentar a segurança dos procedimentos cirúrgicos e reduzir as mortes e complicações durante a cirurgia.

108
Q

Quais os procedimentos avaliados antes da indução anestésica (sign in)?

A
  • Identidade do paciente.
  • Tipo e lado da cirurgia.
  • Estimativa de perda sanguínea.
  • Presença de alergias.
109
Q

Quais os procedimentos avaliados antes da incisão da pele (time out)?

A
  • Apresentação dos membros da equipe.
  • Profilaxia antibiótica.
  • Revisar os tempos cirúrgicos.
110
Q

Quais os procedimentos avaliados antes do doente sair da sala cirúrgica (sign out)?

A
  • Contagem dos instrumentos e compressas.
  • Rotulagem dos produtos biológicos.
111
Q

O que é o projeto ACERTO?

A

Programa que visa a recuperação acelerada de pacientes cirúrgicos.

112
Q

Quais as intervenções que devem ser feitas no pré e peri-operatório no projeto ACERTO?

A
  • Triagem e terapia nutricional para pacientes de risco.
  • Abreviação do jejum pré-operatório.
  • Ingestão de líquidos ricos em carbohidratos até 2h antes da cirurgia.
  • Redução da fluidoterapia endovenosa no prerioperatório.
  • Não realizar preparo do cólon de rotina.
  • Uso racional de antimicrobianos.
113
Q

Quais as intervenções que devem ser feitas no pós-operatório no projeto ACERTO?

A
  • Analgesia otimizada, mas evitando-se os opiácios.
  • Mobilização ultraprecoce.
  • Realimentação precoce, mesmo se fístulas ou anastomoses gastrointestinais.
  • Uso restritos de sondas e drenos.
  • Profilaxia de náuseas e vômitos.