Oncologia I (Pulmão, Urogenital e Tireóide) Flashcards
Paciente com queixas de tosse, perda de peso de 10kg e expectoração sanguinolenta há 3 meses. Fumante de 60 maços/ano por 40 anos. Radiografia com massa espiculada e mal delimitada em pulmão direito. Qual o diagnóstico?
Câncer de pulmão.
Qual a importância do câncer de pulmão?
É o câncer que mais mata no mundo!
Qual o principal tipo de câncer de pulmão?
Carcinoma broncogênico.
Quais os tipos de carcinomas broncogênicos?
- Não pequenas células (80%): adenocarcinoma, epidermóide e de grandes células.
- Pequenas células (20%).
Quais as características do adenocarcinoma de pulmão?
- Subtipo mais comum em fumantes e não fumantes (principalmente), e o que apresenta maior incidência nos últimos anos.
- Comum em mulheres < 45 anos.
- Localizam-se na periferia e cursam com derrame pleural.
OBS.: carcinoma bronquíolo-alveolar → subtipo de melhor prognóstico e mais diferenciada do adenocarcinoma (não se relaciona com o tabagismo).
Quais as características do carcinoma epidermóide de pulmão?
- É o 2º mais comum.
- Só ocorre em fumantes.
- Possuem localização central (perihilar) e cursam com cavitações.
Quais as características do carcinoma de grandes células pulmonar?
- É o mais raro.
- Localização periférica e com formação de cavitações.
Quais s características do carcinoma broncogênico de pequenas células (oat cells)?
- É o mais agressivo e de crescimento mais rápido.
- É o que mais causa síndromes paraneoplásicas neuroendócricas.
- É o que mais envia metástases.
Quais os fatores de risco do câncer de pulmão?
- Tabagismo (principal).
- Exposição a asbesto e hidrocarbonetos aromáticos.
- DPOC.
- Fibrose pumonar idiopática.
OBS.: o CA de pulmão que apresenta menor relação com o tabagismo é o bronquioloalveolar.
Qual o quadro clínico do câncer de pulmão?
- Tosse (principal).
- Hemoptise e sibilos (+ centrais).
- Dor torácica (+ periféricos).
- Derrame pleural.
- Síndrome de Pancoast.
- Síndrome da veia cava superior.
- Síndromes paraneoplásicas: SIAD, Cushing , baqueteamento digital, Eaton-Lambert e hipercalcemia.
OBS.: todas as “síndromes” são mais comuns no oat cells, EXCETO hipercalcemia e Pancoast, que são mais frequentes no espinocelular!
Quais as características do derrame pleural neoplásico?
- Líquido pleural sero-sanguinolento.
- Citologia oncótica positiva.
- Exudato.
- pH < 7,30.
- Glicose < 60.
- Amilase elevada.
OBS.: a citologia oncótica é específica, mas não sensível (um resultado negativo NÃO exclui neoplasia).
Quais as características da síndrome de Pancoast?
- Síndrome de Horner: ptose palpebral, miose, anidrose e enoftalmia unilateral.
- Dor torácica.
- Atrofia de mãos.
- Dor no ombro com irradiação ulnar (compressão do plexo braquial).
- Mais comum no carcinoma espinocelular!
Qual o tratamento da síndrome de Pancoast?
QT e RT neoadjuvantes + cirugia.
Quais as características da síndrome da veia cava superior?
- Edema e eritema facial e de membros superiores.
- Turgência jugular.
- Varizes em tórax.
Qual o tratamento da síndrome da veia cava superior?
- Stent endovascular (escolha).
- QT ou RT.
Quis os principais sítios de metástase do câncer de pulmão?
- Esqueleto.
- Fígado.
- Adrenal.
- SNC.
Como é o diagnóstico do câncer de pulmão?
- Core biópsia por USG (periféricos) ou broncoscopia (centrais) de lesões suspeitas.
- Citologia de escarro.
OBS.: se derrame pleural concomitante com massa pulmonar, o diagnóstico pode ser feito preferencialmente pela toracocentese (e não biópsia).
Qual o rastreamento do câncer de pulmão?
- TC de baixas dose dos 55 aos 80 anos.
- Pacientes tabagistas 30 maços/ano ou que pararam há < 15 anos.
Quais os exames necessários pra o estadiamento do câncer de pulmão?
- PET-CT (metástases linfonodais).
- USG endobrônquico.
OBS.: ss PET-CT positivo, realizar mediastinoscopia com biópsia dos linfonodos!
Qual o estadiamento T do câncer de pulmão não pequenas células?
- T1: até 3cm.
- T2: 3 a 5cm OU com atelectasias.
- T3: 5 a 7cm OU invasão de pleura parietal, pericárdio, parede torácica ou n. frênico.
- T4: > 7cm OU lesões diferentes em lobos pulmonares, invasão da carina, diafragma, coração, grandes vasos ou esôfago.
Qual o estadiamento N do câncer de pulmão não pequenas células?
- N1: linfonodos peribrôquicos ou hilares ipsilaterais.
- N2: linfonodos mediastinais ipsilaterais.
- N3: linfonodos contralaterais, supraclaviculares ou escalenos (lesão irressecável).
OBS.: derrame pleural neoplásico, reserva pulmonar inadequada envolvimento vascular e nervoso e metástase também caracterizam doença irressecável.
Qual o tratamento do câncer de pulmão não pequenas células?
- Estágio I (T1/T2 e N0): cirurgia.
- Estágio II (T1/T2 e N1): cirurgia + QT.
- Estadio III: cirurgia + QT (T alto e N baixo) ou QT + RT (T baixo e N alto).
- Estadio IV (T4, N3 ou M1): QT paliativa.
OBS.: antes da cirurgia, é necessário avaliar a capacidade funcional pulmonar do paciente (espirometria, gasometria arterial e difusão de monóxido de carbono).
Qual o estadiamento e tratamento do câncer de pulmão de pequenas células?
- Doença limitada: limitado a um hemitórax (QT + RT).
- Doença extensa: não limitado a um hemitórax (QT).
O que é um nódulo pulmonar solitário?
Lesão assintomática < 6cm (65% são benignos).
Quais as características de benignidade de um nódulo pulmonar solitário?
- Tamanho < 2cm (0,8 em algumas referências).
- Ausência de crescimento.
- Formato regular.
- Idade < 35 anos.
- Sem história de tabagismo.
- Calcificações em pipoca (harmartoma), central (olho de boi), difusa ou periférica (homogênea).
Quais as características de malignidade de um nódulo pulmonar solitário?
- Tamanho > 2cm (0,8cm).
- Crescimento do nódulo.
- Formato irregular e espiculado.
- Calcificações salpicadas, excêntricas (heterogênea) e assimétricas.
- Idade > 35 anos.
- História de tabagismo.
Qual a conduta nos nódulos pulmonares solitários?
- Benignos: Rx a cada 6 meses por 2 anos.
- Malignos: biópsia ou ressecção.
OBS.: pode-se, se dúvidas, solicitar TC inicialmente para melhorcaracterizar o nódulo.
Paciente vem ao PS com queixas de dor lombar e emagrecimento há 6 meses. Ao exame, presença de massa palpável em flanco direito e hematúria microscópica. Qual o diagnóstico?
Câncer de rim.
Qual o principal tipo de câncer de rim?
Carcinoma de células renais (hipernefroma).
OBS.: o principal subtipo é o de células claras.
Quais os fatores de risco para o carcinoma de células renais?
- Tabagismo (principal).
- Rim em ferradura.
- Doença policística renal.
- Doença de von Hippel-Lindau.
O que é a doença de von Hippel-Lindau?
- Doença genética que cursa com hemangioblastomas retinianos e cerebelares.
- Pode associar a neoplasias (hipernefromas, feocromocitomas) e cistos benignos.
- Pode cursar com policitemia vera.
Qual o quadro clínico do carcinoma de células renais?
- Massa palpável.
- Hematúria.
- Dor em flanco.
- Varicocele esquerda (trombose de veia renal).
- Síndromes paraneoplásicas: anemia (principal), hipertensão, disfunção hepática (síndrome de Stauffer) e hipercapcemia.
Como é o diagnóstico do carcinoma de células renais?
TC: lesão captante de contraste, paredes espessadas, conteúso sólido-cístico e septações intratumorais (Bosniak IV).
OBS.: não precisa de biópsia → nefrectomia parcial + histopatológico!
Qual o tratamento do carcinoma de células renais?
- Até 4cm: nefrectonia parcial.
- > 4cm (mas limitado a fáscia de Gerota): nefrectomia radical (mesmo invadindo grandes vasos).
- Invasão da fáscia de Gerota ou adrenal: nefrectomia citorredutora, ressecção de metástases e terapia alvo-dirigida (IL-2, Interferon-alfa e sorafenibe).
OBS.: não responde a QT e RT.
Quais as características dos cistos renais?
- Lesões arredondadas de predes finas, honogêneas e sem calcificações (Bosniak I e II).
- Conteúdo anecóico.
- Reforço acústico superior.
- Ausência de septações OU finas se presentes.
Quais as características da doença renal polissística?
- Dominante: mais comum em adultos, relacionado à mutação na PKD-1 e 2, causando insuficiência renal progressiva e lenta e aumento no risco de aneurismas/HSA.
- Recessiva: mais comum na infância, relacionada à mutação no gene PKHD-1, causando insuficiência renal acelerada.
Paciente de 50 anos vem ao PS com queixas de urina vermelha indolor a 3 meses. Fuma 2 carteiras de cigarro por dia. Qual o diagnóstico?
Câncer de bexiga.
Qual o principal tipo de câncer de bexiga?
Carcinoma de células transicionais.
Quais os fatores de risco para carcinoma de células transicionais?
- Tabagismo (principal).
- Hidrocarbonetos aromáticos.
- Schistossoma hematobium.
- Ciclofosfamida.
- Idade avançada.
Qual o quadro clínico do carcinoma de células transicionais?
- Hematúria macroscópica (principal).
- Sintomas irritativos.
OBS.: paciente > 40 anos com hematúria = investigar câncer de bexiga!