Oncologia I (Pulmão, Urogenital e Tireóide) Flashcards

1
Q

Paciente com queixas de tosse, perda de peso de 10kg e expectoração sanguinolenta há 3 meses. Fumante de 60 maços/ano por 40 anos. Radiografia com massa espiculada e mal delimitada em pulmão direito. Qual o diagnóstico?

A

Câncer de pulmão.

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2
Q

Qual a importância do câncer de pulmão?

A

É o câncer que mais mata no mundo!

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3
Q

Qual o principal tipo de câncer de pulmão?

A

Carcinoma broncogênico.

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4
Q

Quais os tipos de carcinomas broncogênicos?

A
  • Não pequenas células (80%): adenocarcinoma, epidermóide e de grandes células.
  • Pequenas células (20%).
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5
Q

Quais as características do adenocarcinoma de pulmão?

A
  • Subtipo mais comum em fumantes e não fumantes (principalmente), e o que apresenta maior incidência nos últimos anos.
  • Comum em mulheres < 45 anos.
  • Localizam-se na periferia e cursam com derrame pleural.

OBS.: carcinoma bronquíolo-alveolar → subtipo de melhor prognóstico e mais diferenciada do adenocarcinoma (não se relaciona com o tabagismo).

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6
Q

Quais as características do carcinoma epidermóide de pulmão?

A
  • É o 2º mais comum.
  • Só ocorre em fumantes.
  • Possuem localização central (perihilar) e cursam com cavitações.
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7
Q

Quais as características do carcinoma de grandes células pulmonar?

A
  • É o mais raro.
  • Localização periférica e com formação de cavitações.
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8
Q

Quais s características do carcinoma broncogênico de pequenas células (oat cells)?

A
  • É o mais agressivo e de crescimento mais rápido.
  • É o que mais causa síndromes paraneoplásicas neuroendócricas.
  • É o que mais envia metástases.
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9
Q

Quais os fatores de risco do câncer de pulmão?

A
  • Tabagismo (principal).
  • Exposição a asbesto e hidrocarbonetos aromáticos.
  • DPOC.
  • Fibrose pumonar idiopática.

OBS.: o CA de pulmão que apresenta menor relação com o tabagismo é o bronquioloalveolar.

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10
Q

Qual o quadro clínico do câncer de pulmão?

A
  • Tosse (principal).
  • Hemoptise e sibilos (+ centrais).
  • Dor torácica (+ periféricos).
  • Derrame pleural.
  • Síndrome de Pancoast.
  • Síndrome da veia cava superior.
  • Síndromes paraneoplásicas: SIAD, Cushing , baqueteamento digital, Eaton-Lambert e hipercalcemia.

OBS.: todas as “síndromes” são mais comuns no oat cells, EXCETO hipercalcemia e Pancoast, que são mais frequentes no espinocelular!

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11
Q

Quais as características do derrame pleural neoplásico?

A
  • Líquido pleural sero-sanguinolento.
  • Citologia oncótica positiva.
  • Exudato.
  • pH < 7,30.
  • Glicose < 60.
  • Amilase elevada.

OBS.: a citologia oncótica é específica, mas não sensível (um resultado negativo NÃO exclui neoplasia).

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12
Q

Quais as características da síndrome de Pancoast?

A
  • Síndrome de Horner: ptose palpebral, miose, anidrose e enoftalmia unilateral.
  • Dor torácica.
  • Atrofia de mãos.
  • Dor no ombro com irradiação ulnar (compressão do plexo braquial).
  • Mais comum no carcinoma espinocelular!
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13
Q

Qual o tratamento da síndrome de Pancoast?

A

QT e RT neoadjuvantes + cirugia.

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14
Q

Quais as características da síndrome da veia cava superior?

A
  • Edema e eritema facial e de membros superiores.
  • Turgência jugular.
  • Varizes em tórax.
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15
Q

Qual o tratamento da síndrome da veia cava superior?

A
  • Stent endovascular (escolha).
  • QT ou RT.
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16
Q

Quis os principais sítios de metástase do câncer de pulmão?

A
  • Esqueleto.
  • Fígado.
  • Adrenal.
  • SNC.
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17
Q

Como é o diagnóstico do câncer de pulmão?

A
  • Core biópsia por USG (periféricos) ou broncoscopia (centrais) de lesões suspeitas.
  • Citologia de escarro.

OBS.: se derrame pleural concomitante com massa pulmonar, o diagnóstico pode ser feito preferencialmente pela toracocentese (e não biópsia).

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18
Q

Qual o rastreamento do câncer de pulmão?

A
  • TC de baixas dose dos 55 aos 80 anos.
  • Pacientes tabagistas 30 maços/ano ou que pararam há < 15 anos.
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19
Q

Quais os exames necessários pra o estadiamento do câncer de pulmão?

A
  • PET-CT (metástases linfonodais).
  • USG endobrônquico.

OBS.: ss PET-CT positivo, realizar mediastinoscopia com biópsia dos linfonodos!

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20
Q

Qual o estadiamento T do câncer de pulmão não pequenas células?

A
  • T1: até 3cm.
  • T2: 3 a 5cm OU com atelectasias.
  • T3: 5 a 7cm OU invasão de pleura parietal, pericárdio, parede torácica ou n. frênico.
  • T4: > 7cm OU lesões diferentes em lobos pulmonares, invasão da carina, diafragma, coração, grandes vasos ou esôfago.
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21
Q

Qual o estadiamento N do câncer de pulmão não pequenas células?

A
  • N1: linfonodos peribrôquicos ou hilares ipsilaterais.
  • N2: linfonodos mediastinais ipsilaterais.
  • N3: linfonodos contralaterais, supraclaviculares ou escalenos (lesão irressecável).

OBS.: derrame pleural neoplásico, reserva pulmonar inadequada envolvimento vascular e nervoso e metástase também caracterizam doença irressecável.

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22
Q

Qual o tratamento do câncer de pulmão não pequenas células?

A
  • Estágio I (T1/T2 e N0): cirurgia.
  • Estágio II (T1/T2 e N1): cirurgia + QT.
  • Estadio III: cirurgia + QT (T alto e N baixo) ou QT + RT (T baixo e N alto).
  • Estadio IV (T4, N3 ou M1): QT paliativa.

OBS.: antes da cirurgia, é necessário avaliar a capacidade funcional pulmonar do paciente (espirometria, gasometria arterial e difusão de monóxido de carbono).

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23
Q

Qual o estadiamento e tratamento do câncer de pulmão de pequenas células?

A
  • Doença limitada: limitado a um hemitórax (QT + RT).
  • Doença extensa: não limitado a um hemitórax (QT).
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24
Q

O que é um nódulo pulmonar solitário?

A

Lesão assintomática < 6cm (65% são benignos).

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25
Q

Quais as características de benignidade de um nódulo pulmonar solitário?

A

- Tamanho < 2cm (0,8 em algumas referências).

- Ausência de crescimento.

  • Formato regular.
  • Idade < 35 anos.
  • Sem história de tabagismo.
  • Calcificações em pipoca (harmartoma), central (olho de boi), difusa ou periférica (homogênea).
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26
Q

Quais as características de malignidade de um nódulo pulmonar solitário?

A

- Tamanho > 2cm (0,8cm).

- Crescimento do nódulo.

  • Formato irregular e espiculado.
  • Calcificações salpicadas, excêntricas (heterogênea) e assimétricas.
  • Idade > 35 anos.
  • História de tabagismo.
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27
Q

Qual a conduta nos nódulos pulmonares solitários?

A
  • Benignos: Rx a cada 6 meses por 2 anos.
  • Malignos: biópsia ou ressecção.

OBS.: pode-se, se dúvidas, solicitar TC inicialmente para melhorcaracterizar o nódulo.

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28
Q

Paciente vem ao PS com queixas de dor lombar e emagrecimento há 6 meses. Ao exame, presença de massa palpável em flanco direito e hematúria microscópica. Qual o diagnóstico?

A

Câncer de rim.

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29
Q

Qual o principal tipo de câncer de rim?

A

Carcinoma de células renais (hipernefroma).

OBS.: o principal subtipo é o de células claras.

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30
Q

Quais os fatores de risco para o carcinoma de células renais?

A
  • Tabagismo (principal).
  • Rim em ferradura.
  • Doença policística renal.
  • Doença de von Hippel-Lindau.
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31
Q

O que é a doença de von Hippel-Lindau?

A
  • Doença genética que cursa com hemangioblastomas retinianos e cerebelares.
  • Pode associar a neoplasias (hipernefromas, feocromocitomas) e cistos benignos.
  • Pode cursar com policitemia vera.
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32
Q

Qual o quadro clínico do carcinoma de células renais?

A
  • Massa palpável.
  • Hematúria.
  • Dor em flanco.
  • Varicocele esquerda (trombose de veia renal).
  • Síndromes paraneoplásicas: anemia (principal), hipertensão, disfunção hepática (síndrome de Stauffer) e hipercapcemia.
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33
Q

Como é o diagnóstico do carcinoma de células renais?

A

TC: lesão captante de contraste, paredes espessadas, conteúso sólido-cístico e septações intratumorais (Bosniak IV).

OBS.: não precisa de biópsia → nefrectomia parcial + histopatológico!

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34
Q

Qual o tratamento do carcinoma de células renais?

A
  • Até 4cm: nefrectonia parcial.
  • > 4cm (mas limitado a fáscia de Gerota): nefrectomia radical (mesmo invadindo grandes vasos).
  • Invasão da fáscia de Gerota ou adrenal: nefrectomia citorredutora, ressecção de metástases e terapia alvo-dirigida (IL-2, Interferon-alfa e sorafenibe).

OBS.: não responde a QT e RT.

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35
Q

Quais as características dos cistos renais?

A
  • Lesões arredondadas de predes finas, honogêneas e sem calcificações (Bosniak I e II).
  • Conteúdo anecóico.
  • Reforço acústico superior.
  • Ausência de septações OU finas se presentes.
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36
Q

Quais as características da doença renal polissística?

A
  • Dominante: mais comum em adultos, relacionado à mutação na PKD-1 e 2, causando insuficiência renal progressiva e lenta e aumento no risco de aneurismas/HSA.
  • Recessiva: mais comum na infância, relacionada à mutação no gene PKHD-1, causando insuficiência renal acelerada.
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37
Q

Paciente de 50 anos vem ao PS com queixas de urina vermelha indolor a 3 meses. Fuma 2 carteiras de cigarro por dia. Qual o diagnóstico?

A

Câncer de bexiga.

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38
Q

Qual o principal tipo de câncer de bexiga?

A

Carcinoma de células transicionais.

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39
Q

Quais os fatores de risco para carcinoma de células transicionais?

A
  • Tabagismo (principal).
  • Hidrocarbonetos aromáticos.
  • Schistossoma hematobium.
  • Ciclofosfamida.
  • Idade avançada.
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40
Q

Qual o quadro clínico do carcinoma de células transicionais?

A
  • Hematúria macroscópica (principal).
  • Sintomas irritativos.

OBS.: paciente > 40 anos com hematúria = investigar câncer de bexiga!

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41
Q

Como é o diagnóstico do carcinoma de células transicionais?

A
  • Cistoscopia com biópsia (padrão-ouro).
  • Citologia urinária.
  • TC de pelve.
42
Q

Qual o tratamento do carcinoma de células transicionais?

A
  • Tumor não invade a camada muscular (restrito à lâmina própria/córion): ressecção endoscópica + terapia imunológica ou quimioterapia intravesical (BCG ou mitomicina C) OU cistectomia radical.
  • Tumor invade camada muscular: QT neoadjuvante + cistectomia radical + linfadenectomia pélvica + QT adjuvante.
  • Doença metastática: QT + ressecção das lesões metastáticas.

OBS.: deve-se fazer cistiscipias frequentes devido a alta recorrência do tumor!

43
Q

Paciente masculino de 70 anos vem ao PS com queixas de dificuldade ao urinar. Ao exame, próstata com nódulos endurecidos e PSA de 30. Qual o diagnóstico?

A

Câncer de próstata.

44
Q

Qual o principal tipo de câncer de próstata?

A

Adenocarcinoma de próstata.

45
Q

Quis as características do adenocarcinoma de próstata?

A
  • É o câncer mais comum do Brasil (excluindo pele).
  • Geralmente multifocal.
  • Acomete a zona periférica da próstata.
46
Q

Quais os fatores de risco do adenocarcinoma de próstata?

A
  • Idade avançada.
  • História familiar.
  • Raça negra.
47
Q

Qual a classificação histopatológica do adenocarcinoma de próstata?

A

Escore de Gleason.

  • 1 (bem diferenciado).
  • 5 (indiferenciado).
  • Soma dos dois subtipos mais frequentes na biópsia.
48
Q

Qual o quadro clínico do adenocarcinoma de próstata?

A
  • Assintomático!
  • Sintomas obstrutivos e irritativos (avançado).
  • Dor óssea (metástases → lesões blásticas).
49
Q

Como é o rastreamento de adenocarcinoma de próstata pela sociedade brasileira de urologia?

A
  • Iniciar aos 50 anos (45 se negro ou história familiar).
  • Fazer com toque retal + PSA.
  • Se toque retal OU PSA positivo: biópsia.
50
Q

Quais os pontos de corte do PSA no rastreio do adenocarcinoma de próstata?

A
  • < 60 anos: 2,5.
  • > 60 anos: 4 (se entre 2,5 e 4 → refinamento do PSA).
  • Se uso de finasterida: multiplicar o PSA por 2.

OBS.: refinamento do PSA → biopsiar se velocidade de crescimento > 0,75/ano, densidade > 0,15 ou fração livre < 25%.

51
Q

Deve-se fazer rastreamento para adenocarcinoma de próstata segundo o ministério da saúde?

A

Não! Se o paciente quiser, deve-se expor os riscos e benefícios!

52
Q

Qual o risco do adenocarcinoma de próstata segundo o escore de Gleason?

A
  • Baixo: 2-6.
  • Intermediário: 7.
  • Alto: 8-10.

OBS.: doença avançada → extensão extracapsular e metástases.

53
Q

Qual o tratamento do adenocarcinoma de próstata de baixo risco?

A
  • Prostatectomia radical (padrão-ouro): risco de incontinência urinária e impotência.
  • Radioterapia: menos efeitos adversos, mas maior recidiva.
  • Vigilância ativa: apenas se Gleason 2-6, tumor não-palpável e densidade do PSA < 15.
54
Q

Qual o tratamento do adenocarcinoma de próstata de risco intermediário?

A
  • Prostatectomia radical.
  • Radioterapia.
55
Q

Qual o tratamento do adenocarcinoma de próstata de alto risco?

A
  • Radioterapia + privação androgênica (escolha).
  • Prostatectomia radical.
56
Q

Quis as indicações de contilografia e RNM de pelve no adenocarcinoma de próstata?

A
  • Gleason 8-10.
  • PSA > 10.
  • Extensão extracapsular.
  • Dor óssea.
57
Q

Quais as indicações de terapia de resgate no adenocarcinoma de próstata?

A
  • PSA postivo após prostatectomia radical.
  • Radioterapia (se cirurgia prévia) ou cirurgia (se radioterapia prévia).
58
Q

Qual o tratamento do adenocarcinoma de próstata avançado/metastático?

A

Radioterapia + privação androgênica (orquiectomia bilateral OU análogos de GnRH).

OBS.: FLARE→ piora transitória dos sintomas ao iniciar o análogo de GnRH.

59
Q

Paciente vem ao PS com queixas de jato urinário fraco e sensação de esvaziamento vesical incompleto. Ao exame, próstata aumentada de volume, sem nódulos e PSA de 1,2. Qual o diagnóstico?

A

Hiperplasia prostática benigna (HPB).

60
Q

Quais as características da HPB?

A
  • Ocorre na zona de transição (ao redor da uretra).
  • Geralmente ocorre em próstatas > 20-30g.
  • Até os 100 anos, ocorrerá em TODOS homens (começa aos 35).
61
Q

Quais os fatores de risco para HPB?

A
  • Idade (principal).
  • Presença de testículos (testosterona).
  • História familiar.
62
Q

Qual o quadro clínico da HPB?

A
  • Sintomas obstrutivos: esforço urinário, hesitação, jato urinário fraco e esvaziamento vesical incompleto.
  • Sintomas irritativos: polaciúria, nictúria e urgência urinária.
  • Aumento do tamanho prostático.

OBS.: os sintomas não são proporcionais ao tamanho da próstata, mas sim com a idade!

63
Q

Quais exames solicitar na HPB?

A
  • EAS.
  • Toque retal.
  • PSA < 2,5-4,0.
  • USG: avaliação de obstruções urinárias.
64
Q

Qual o tratamento farmacológico da HPB?

A
  • Sintomas obstrutivos: inibidores de 5-alfa-redutase (finasterida e dudadterida) → podem causar impotência.
  • Sintomas irritativos: alfabloqueadores (prazosin, tamsulosin e doxazosin) → podem causar hipotensão postural.

OBS.: inibidores de 5-alfa-redutase inibem a síntese de PSA, devendo sempre multiplicar o seu valor por 2 se uso.

65
Q

Qual as indicações de tratamento cirúrgico da HPB?

A
  • Obstruções urinárias (bexigoma, hidronefrose, cálculos) → colocar sonda de demora!
  • IRA pós-renal.
  • ITU de repetição.
  • Hematúria macroscópica persistente.
  • Falha terapêutica.

OBS.: resíduo urinário aumentado NÃO é indicação de cirurgia!

66
Q

Qual o tratamento cirúrgico da HPB?

A
  • Ressecção transuretral da próstata (se próstata < 80-100g).
  • Cirurgia aberta.

OBS.: não se retira a próstata toda, permanecendo assim risco de câncer.

67
Q

Paciente vem ao PS com queixas de aumento do tamanho do testículo direito a 3 meses. Ao exame, testículo endurecido. Qual o diagnóstico?

A

Câncer de testículo.

68
Q

Quais os tipos de câncer de testículo?

A
  • Seminomas.
  • Não seminomas (carcinoma embrionário, teratoma, coriocarcinoma e tumor de seio endodérmico/saco vitelínico).

OBS.: todos são tumores de células germinativas e possuem bom prognóstico!

69
Q

Quais os fatores de risco do câncer de testículo?

A
  • Criptorquidia (principal).
  • Síndrome de Klinefelter.
  • Raça branca.
  • Idade < 40 anos.
70
Q

Qual a clínica do câncer de testículo?

A
  • Massa testicular indolor de crescimento rápido (assimetria testicular).
  • Ginecomastia ou puberdade precoce (avançado).
  • Dispnéia e lombalgia (metástases).

OBS.: os principais sítios de metástase são linfonodos retroperitoniais, pulmonares e pineal (criânças).

71
Q

Como é o diagnóstico no câncer de testículo?

A
  • USG: massa testicular (já indica cirurgia).
  • Marcadores: alfafetoproteína (não seminomas), beta-hCG (seminomas e não seminomas) e LDH.

OBS.: as metástases linfonodais podem aparecer como massas retroperitoniais grandes na TC.

72
Q

Qual o tratamento de todos os câncer de testículo, independendente da presença ou não de metástases?

A
  • Todos: orquiectomia radical inguinal.
  • Seminomas: RT ou QT.
  • Não seminomas: dissecção linfonodal + QT.

OBS.: a QT pode ser curativa até com metástases.

73
Q

Qual a conduta frente a um nódulo palpável de tireóide?

A

Dosar TSH!

  • Baixo: solicitar cintilografia.
  • Normal/elevado: USG + PAAF.

OBS.: PAAF se > 1cm, vascularização exuberante, componente sólido, história de irradiação ou crescimento.

74
Q

Qual a classificação de Chammas dos nódulos de tireóide?

A
  • I: ausência de vascularização.
  • II: vascularização periférica.
  • III: vascularização periférica maior que a central.
  • IV: vascularização central maior que a periférica.
  • V: vascularização apenas central.
75
Q

Quais as características ultrassonográficas de benignidade dos nódulos da tireóide?

A
  • Lesão cística (anecóica).
  • Margens regulares.
  • Calcificações grosseiras.
  • Halo hipoecogênico presente.
  • Chammas I-III.
76
Q

Quais as características ultrassonográficas de malignidade dos nódulos da tireóide?

A
  • Lesão hipoecogênica.
  • Margens irregulares.
  • Microcalcificações.
  • Halo hipoecogênico ausente.
  • Chammas IV-V.
77
Q

Qual a conduta de acordo com a cintilografia nos nódulos palpáveis de tireóide?

A
  • Nódulo hiperfuncionante: adenoma tóxico (doença de Plummer).
  • Nódulo hipofuncionante: USG + PAAF.

OBS.: nódulos hipofuncionantes podem ser malignos, mas não os hiperfuncionantes!

78
Q

Qual a classificação de Bethesda dos nódulos tireoidianos e a conduta?

A
  • 1: insatisfatória (repetir).
  • 2: benigno (acompanhar).
  • 3: indeterminada (repetir).
  • 4: folicular (cirurgia).
  • 5: suspeito (cirurgia).
  • 6: maligno (cirurgia).
79
Q

Paciente vem ao PS com queixas de nódulo na tireóide de crescimento acelerado e rouquidão. Qual o diagnóstico?

A

Câncer de tireóide.

80
Q

Quais os tipos de câncer de tireóide?

A
  • Bem diferenciados (bom prognóstico): papilífero e folicular.
  • Pouco diferenciados (mal prognóstico): medular e anaplásico.
81
Q

Quais as características do carcinoma papilífero?

A
  • É o mais comum e de melhor prognóstico (Papílífero = Primeiro).
  • Relação com irradiação da tireóide.
  • Ocorre mutação do oncogene RAS.
  • Disseminação linfática.
  • Presença de calcificações na USG (corpos psamomatosos).
82
Q

Qual a clínica do carcinoma papilífero?

A
  • Nódulo tireoidiano indolor de crescimento rápido.
  • Linfonodos palpáveis (muito sugestivo).
83
Q

Como é o diagnóstico do carcinoma papilífero?

A

PAAF (células em “olhos da órfã Annie”).

84
Q

Qual o tratamento do carcinoma papilífero?

A
  • < 1-2cm: tireoidectomia parcial (lobectomia + istmectomia).
  • > 2cm, < 15 anos ou história de irradiação cervical: tireoidectomia total.
85
Q

Quais as complicações de uma tireoidectomia total?

A
  • Hipocalcemia transitória (principal).
  • Lesão do n. laríngeo recorrente: rouquidão, insuficiência respiratória.
  • Lesão do n. laríngeo superior: alteração no timbre vocal.
86
Q

Quais as características do carcinoma folicular?

A
  • Relacionado à deficiência de iodo.
  • Disseminação hematogênica.
87
Q

Qual o quadro clínico do carcinoma folicular?

A
  • Nódulo tireoidiano de crescimento rápido.
  • Pode ser doloroso.
88
Q

Como é o diagnóstico do carcinoma folicular?

A

Histopatológico.

OBS.: a PAAF não consegue diferenciar adenoma (principal tumor benigno da tireóide) de carcinoma folicular. Por isso, sempre que surgir células foliculares da PAAF, cirurgia + histopatológico!

89
Q

Qual o tratamento do carcinoma folicular?

A
  • < 2cm: tireoidectomia parcial.
  • > 2cm: tireoidectomia total.

OBS.: se tireoidectomia parcial e histologia revelar carcinoma folicular, proceder tireoidectomia total.

90
Q

Como é o segmento dos carcinomas papilífero e folicular?

A
  • Supressão com TSH.
  • USG de 6/6 meses.
  • Cintilografia e dosagem de tireoglobulina.

OBS.: se cintilografia positiva ou tireoglobulina > 1-2, fazer ablação com iodo radioativo (recidiva).

91
Q

O que é o carcinoma de células de Hurthle?

A

Variedade menos diferenciada e mais agressiva do carcinoma papilar → tireoidectomia + linfadenectomia.

92
Q

Quais as características do carcinoma medular?

A
  • Originado das células C produtoras de calcitonina (reduz a reabsorção óssea).
  • Pode estar associado a NEM 2A (CMT + feocromocitoma + hiperparatireoidismo) e 2B (CMT + feocromocitoma + neuromas), sendo mais agressivos.
93
Q

Qual a clínica do carcinoma medular?

A
  • Massa cervical palpável.
  • Rouquidão e disfagia (avançado).
  • Diarréia (calcitonina).
  • Líquen plano amilóide.
  • Hipertensão e hipercalcemia (NEM 2).
94
Q

Como é o diagnóstico do carcinoma medular?

A
  • PAAF.
  • Dosagem de calcitonina e CEA elevadas.
95
Q

Qual o tratamento do carcinoma medular?

A
  • Tireoidectomia + linfadenectomia.
  • Se NEM 2, iniciar a cirurgia pelo feocromocitoma (crise adrenérgica).
  • Acompanhar com a calcitonina.

OBS.: no caso de NEM 2, pesquisar na família mutação do gene RET e teste genético para NEM.

96
Q

Quais as características do carcinoma anaplásico?

A
  • É o tumor mais agressivo da tireóide.
  • Relacionado com a deficiência de iodo.
  • Crescimento muito acelerado.
97
Q

Qual o quadro clínico do carcinoma anaplásico?

A
  • Nódulo cervical de crescimento muito rápido.
  • Disfagia e rouquidão.
98
Q

Como é o diagnóstico do carcinoma anaplásico?

A

PAAF (90% de especificidade).

99
Q

Qual o tratamento do carcinoma anaplásico?

A

QT/RT + traqueostomia.

100
Q

Quais as características do linfoma de tireóide?

A
  • Mais comum em mulheres jovens com tireoidite de Hashimoto.
  • Massa cervical de rápido crescimento.
  • Presença de sintomas B (febre, emagrecimento e sudorese).

OBS.: é muito parecido com o anaplásico, mas acomete jovens e a PAAF é inconclusiva (Bethesda I).