Cirurgia Pediátrica Flashcards
Quais as características do cisto branquial?
- Decorrem da malformação dos arcos branquaias.
- Mais comum na lateral do pescoço, próximo ao esternocleidomastóideo.
- Podem se tornar evidentes após infecções.
- Presença de cristais de colesterol na PAAF.

Quais as características dos higromas císticos (linfagiomas)?
- Tumoração multiloculada e de paredes finas devido a malformação linfática.
- Mais comum no trígono posterior do pescoço.

Qual o tratamento do higroma cístico?
Ressecção cirúrgica entre 2 e 6 meses.
Qual é a massa mediana cervical mais comum?
Cisto de ducto tireoglosso.
O que é o cisto de ducto tireoglosso?
Massa cervical que surge devido a persistência do ducto tireoglosso.
Qual a clínica do cisto de ducto tireoglosso?
- Massa indolor na região mediana do pescoço.
- MÓVEL a deglutição e a protusão da língua.
- Próximo ao osso hioide.

Como é feito o diagnóstico do cisto de ducto tireoglosso?
TC e USG cervical.
Qual o tratamento do cisto de ducto tireoglosso?
Ressecção do cisto até a base da língua e do terço médio do osso hióide (cirurgia de Sirstrank).
O que é onfalocele?
Herniação das visceras abdominais envoltas por peritônio e membranas amnióticas, na base do cordão umbilical.

Qual a conduta na onfalocele?
Antibióticos, cobrir as vísceras com compressa úmida e fechamento primário da parede abdominal.
O que é gastrosquise?
Herniação das vísceras abdominais sem estarem recobertas por membranas e à direita do cordão.

Qual o tratamento da gastrosquise?
Antibióticos, recobrir as vísceras com compressas úmidas e fechamento primário da parede abdominal.
O que é atresia de esófago?
Estreitamento da luz do esôfago.
OBS.: a maioria dos casos possuem fístula traqueoesofágica distal.

A atresia de esófago está relacionada a outras malformações?
Sim (cardíacas, VACTERL, etc).
Qual o quadro clínico da atresia de esófago?
Regurgitação, tosse, cianose e sialorréia precoces com a alimentação.
Cono diagnosticar a atresia de esófago?
Falta de progressão da sonda nasogástrica.

Qual o tratamento da atresia de esófago?
- Gastrostomia (imediata).
- Fechamento da fístula e anastomose após 48-72h.
O que é a estenose hipertófica de piloro?
Hipertonia tardia (2ª-8ª semana) do esfincter piloro.
Qual a clínica da estenose hipertófica de piloro?
- Vômitos NÃO biliosos.
- Perda de peso.
- Tumoração em epigastro.
- Onda peristáltica visível após 2-8 semanas de vida.
- Alcalose metabólica hipoclorêmica e hipocalêmica.
Qual o melhor exame para diagnosticar estenose hipertrófica de piloro?
USG (sinal do alvo e do duplo trilho).
OBS.: no raio x, aparece uma bulha gástrica aumentada.

Qual o tratamento de estenose hipertófica de piloro?
Piloromiotomia extramucosa (cirurgia de Fredet-Ramsted-Weber).
Quais os tipos de atresia duodenal?
- Completa.
- Cordão fibroso.
- Windsock (mais comum).
A atresia duodenal está relacionada a outras malformações?
Sim (principalmente síndrome de Down).
Qual a clínica da obstrução duodenal?
Vômitos biliosos precoces sem distensão abdominal.
Qual o achado radiográfico da obstrução duodenal?
Sinal da dupla bolha.

Qual o tratamento da obstrução duodenal?
- Descompressão gástrica (imediata).
- Cirurgia (duodeno-duodeno anstomose em diamond shape).
Qual a causa mais comum de obstrução abdominal congênita?
Obstrução jejunal.
Qual o quadro clínico da obstrução jejunal?
Vômitos, distensão abdominal e polidrâmnio.
Qual o achado radiográfico da obstrução jejunal?
Níveis hidroaéreos proximais, com poucos gases distais.
O que é íleo meconial?
Obstrução intestinal baixa nas primeiras 48h de vida devido à mecônio espesso.
Qual a principal causa de íleo meconial?
Fibrose cística!
Qual a clínica do íleo meconial?
- Não eliminação de mecônio.
- Distensão abdominal.
- Alças palpáveis e de consistência aumentada.
- Vômitos biliosos precoces.
Quais os achados radiográficos do íleo meconial?
- Alças em vidro fosco (QID).
- Sinal da Bolha de Sabão (Neuhauser)
- Pérolas meconiais (no clíster opaco).

Qual o tratamento do íleo meconial?
- Enema com soluções mucolíticas.
- Se falha, laparotomia.
O que é a Doença de Hirshsprung/mecacólon congênito?
Espasticidade do cólon devido a ausência de células nervosas (anganglionia).
Qual o tratamento da Doença de Hirshsprung/mecacólon congênito?
Cirurgia (Duhamel, Swenson ou Soave).
Qual a clínica da Doença de Hirshsprung/mecacólon congênito?
- Retardo na liberação de mecônio.
- Sintomas obstrutivos.
- Ampola retal vazia ao toque, com liberação explosiva de mecônio e gases após o mesmo.
OBS.: não apresenta vômitos (obstrução de cólon distal)!
Qual o achado do enema opaco da Doença de Hirshsprung/mecacólon congênito?
Cone de transição entre o segmento afetado (estreitado) e normal (dilatado).

O que é o volvo do intestino médio?
Não rotação da alça duodenojejunal no período embrionário, que fica fixa na parede abdominal por faixas (bandas de Ladd).

Qual a complicação do volvo do intestino médio?
Isquemia e necrose intestinal.
Qual a clínica da volvo do intestino médio?
Vômitos biliosos, sangramento anal e distensão abdominal em uma criança que não apresentava nenhum sinal de problemas.
O que podemos encontrar na radiografia do volvo do intestino médio?
Sinal do saca rolhas.

Qual o tratamento do volvo do intestino médio?
Cirurgia de Ladd.
O que é intussuscepção intestinal?
Invaginação de uma alça intestinal sobre ela mesma.
OBS.: é a principal causa de obstrução intestinal no lactente.
Existe algum fator predisponente para a intussuscepção intestinal?
- Idade entre 3 meses e 3 anos.
- Vacina de rotavírus.
Qual a clínica da intussuscepção intestinal?
- Obstrução intestinal aguda (cólicas, vômitos)
- Fezes em geléia de framboesa.
- Massa abdominal palpável em salsisha.
OBS.: a USG apresenta o sinal do alvo.

Qual o tratamento inicial da intussuscepção intestinal?
- Redução hidrostática, pneumática ou enema baritado.
- Cirurgia (se falha, > 24h de evolução, sinais de sofrimento de alça ou instabilidade clínica).
Qual o tratamento da intussuscepção intestinal em pacientes instáveis?
Cirurgia.
O que é enterocolite necrotizante?
Translocação bacteriana devida a imaturidade da mucosa intestinal.
Quais os principais fatores de risco para a enterocolite necrotizante?
Prematuridade e baixo peso.
Quando se inicia o quadro clínico da enterocolite necrotizante?
A partir da 2ª semana de vida.
Qual a clínica da enterocolite necrotizande?
- Distensão abdominal.
- Hipoatividade
- Aumento progressivo de resíduos gástricos
- Sangramento (teste da catalase positivo).
Quais os achados radiográficos da enterocolite necrotizante?
- Pneumatose intestinal.
- Portograma aéreo.
- Pneumoperitônio.
- Distensão de alças.

Qual o tratamento da enterocolite necrotizante?
Antibiótico, dieta zero, cirurgia (se pneumoperitônio, perfuração ou instabilidade).
Qual a anomalia congênita mais comum do TGI?
Divertículo de Meckel.
O que é o divertículo de Meckel?
- Deccore do defeito do fechamento do ducto onfalomesentérico.
- Presença de tecido ectópico gástrico secretante de ácido. (divertículo verdadeiro).
- Localizado à 45cm da válvula ileocecal, na borda antimesentérica.
Qual a clínica do divertículo de Meckel?
- Hemorragia digestiva (principal).
- Obstrução intestinal.
Como é feito o diagnóstico do divertículo de Meckel?
Cintilografia com tecnécio.
Qual o tratamento do divertículo de Meckel?
Ressecção do segmento com o divertículo.
Qual a principal causa de transplante hepático na pediatria?
Atresia de vias biliares.
Na atresia de vias biliares, a fibrose é das vias intra ou extra-hepáticas?
Extra-hepáticas.
Qual a clínica da atresia de vias biliares?
- Icterícia por bilirrubina direta na 2ª-3ª semana de vida.
- Acolia fecal e colúria.
- Fígado duro e nodoso.
Quais as complicações da atresia de vias biliares?
- Cirrose biliar.
- Insuficiência hepática.
- Hipertensão portal.
Como é feito o diagnóstico de atresia de vias biliares?
- USG.
- Biópsia (padrão-ouro): proliferação ductal com fibrose.
Quais os achados ultrassonográficos da atresia de vias biliares?
Ausência de vesícula biliar e sinal do cordão triangular.

Qual o tratamento da atresia de vias biliares?
Cirurgia de Kasai (8ª-10ª semana), depois transplante hepático aos 10 anos.
O que são cístos do coledoco?
Dilatações císticas das vias biliares.
Qual a clínica dos cístos do coledoco?
Massa no HD, icterícia e dor abdominal.
Como é feito o diagnóstico dos cístos do coledoco?
USG e CPRE.
Qual o tratamento dos cístos do coledoco?
Cirurgia.
O que é a Doença de Caroli?
Presença de dilatações segmentares e multifocais da árvore biliar.
Qual a consequência da Doença de Caroli?
Cálculos intrahepáticos e colangite bacteriana (por colestase).
Como é feito o diagnostico da Doença de Caroli?
USG, TC, CPRE ou biópsia.
Quais os achados da biópsia da Doença de Caroli?
Dilatações saculares + ductos estenosados.
Qual o tratamento da Doença de Caroli?
ATB, ressecção lobar e transplante.
O que é a hérnia diafragmática?
Herniação das vísceras abdominais para o tórax, causando hipoplasia pulmonar e desvio do mediastino.
Onde é mais comum aparecer a hérnia diafragmática?
No lado esquerdo.
Quais os tipos de hérnia diafragmática?
- Bochdalek: posterolateral (Bochdalek = Back).
- Morgani: anteromedial (Morgani = anteroMedial).
Qual a clínica da hérnia diafragmática?
Taquidispnéia, cianose, hipoperfusão e insuficiência respiratória nas primeiras 24h de vida.
Quais alos achados do exame físico da hérnia diafragmática?
Abdome escavado e ausculta de borborígmos no tórax.
Como é feito o diagnóstico por imagem de hérnia diafragmática?
- USG pré-natal.
- Rx.: alças intestinais no tórax.

Qual a primeira conduta na hérnia diafragmática?
Intubação (não fazer VPP!!!).
Qual o tratamento definitivo de hérnia diafragmática?
Cirurgia após 24-72h.
Quais as características da hidrocele?
- Acúmulo de líquido na túnica vaginal da bolsa escrotal.
- Decorre da patência do conduto peritoneovaginal (hidrocele comunicante).
- Diagnosticada pelo teste da transiluminação do escroto.
- Conduta expectante até 12 meses.
OBS.: operar se > 1 ano ou hérnia inguinal indireta concomitante.

O que é a criptorquidia?
Não decida do testículo para o escroto.

Qual o principal fator de risco de criptorquidia?
Parto pré-termo.
Quais as localizações dos testículos palpáveis na criptorquidia?
Retratil (na região inguinal), ectópicos (coxa) ou inguinal.
Quais as complicações da criptorquidia?
- Infertilidade.
- Degeneração neoplásica.
Como é feito o diagnóstico de criptorquidia?
- Exame físico.
- USG inguinal (se palpável).
- Laparoscopia (se NÃO palpável).
Até quando o testículo pode descer expontanemente na criptorquidia?
6 a 9 meses.
Qual o tratamento de criptorquidia?
- HCG ou GnRH (se retráteis ou inguinais).
- Cirurgia (orquidopexia) entre 6-24 meses.
OBS.: não operar se < 6 meses.
Quais as causas de escroto agudo?
- Torção testicular.
- Orquiepididimite.
- Torção de apêndice testicular.
Qual a causa de torção testicular?
Alteração na fixação da túnica vaginal.
Quais as consequências da torção testicular?
Edema, isquemia e necrose do testículo.
Qual a clínica da torção testicular?
Dor testicular súbita SEM febre ou sintomas urinários.
Quais os achados do exame físico sugestivos de torção testicular?
- Brunzel: testículo mais elevado que o contralateral.
- Angell: testículo horizontalizado.
- Prehn: negativo.
- Reflexo cremastérico ausente.

Como é feito o diagnóstico da torção testicular?
USG com AUSÊNCIA de fluxo no doppler.
Qual o tratamento da torção testicular?
- Tentativa de redução manual.
- Cirurgia de emergência.
Em quanto tempo deve ser feita a cirurgia da torção testicular?
Até 6h.
Qual a clínica da orquiepididimite?
Dor testicular progressiva, FEBRE e sintomas urinários.
Quaisos dados do exame físico sugestivos de orquiepididimite?
- Sinal de Prehn: melhora da dor ao elevar o testículo.
- Reflexo cremastérico positivo: elevação do testiculo à estimulação da face interna da coxa.
Qual o tratamento da orquiepididimite?
Ceftriaxona + doxiciclia ou cirpofloxacino.
Qual a causa da torção de apêndice testicular?
Torção de remanecentes dos ductos paramesonéfricos (Müller).
Qual a clínica da torção de apêndice testicular?
Dor progressiva, sem febre ou sintomas urinários.
Quais os achados físicos da torção de apêndice testicular?
Nódulo firme na proção superiror do testículo e ponto azulado (patognomônico) no subcutâneo.

Qual o tratamento da torção de apêndice testicular?
Repouso, gelo, elevação testicular e AINES.
O que é a fimose?
Impossibilidade de retração do prepúcio.
Pode haver resolução expontânea da fimose?
Sim, 90% em 3 anos.
Qual o tratamento da fimose?
Cremes com corticóide, postectomia.
O que é parafimose?
Deslocamento do anel fibroso da fimose para a base da glande.

Qual a causa da paradimose?
Tentativa intempestiva de reduzir a fimose.
Qual o tratamento da parafimose?
Redução manual, incisão do anel parafimótico.
Quais as características do priapismo?
- Ereção peniana prolongada e persistente, freqüentemente dolorosa, desencadeada ou não por estímulo sexual.
- O tipo mais comum é o de baixo fluxo (veno-oclusivo).
Qual o tratamento do priapismo?
- Esvaziamento com lavagem dos corpos cavernosos.
- Injeção intracavernosa com adrenalina, efedrina ou fenilefrina.
- Cirurgia (falha terapêutica).