Patologia: Pigmentações, Calcificações e Alterações no Interstício Flashcards

1
Q

Pigmentações patológicas.

A
  • Correspondem aos processos de formação ou acúmulo de pigmentos no organismo, podendo ocorrer em animais e em vegetais.
  • São substâncias que possuem coloração própria e sua distribuição no organismo pode ser indícios de alterações metabólicas encontradas em várias doenças.
  • Alterações na formação do pigmento (hiper ou hipo produção).
  • Alterações na distribuição (localização anormal).
  • Esses pigmentos podem ter origem endógena ou exógena (via sistema digestório, sistema respiratório ou via parenteral).
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2
Q

Pigmentos endógenos: derivados da hemoglobina.

A
  • A hemoglobina é formada por 4 cadeias polipeptídicas: cada uma das subunidade possuis uma parte não proteica denominada fração HEME.
  • Pigmentos não ferruginosos: pigmentos biliares, hematoidina.
  • Pigmentos ferruginosos: hematina, hemossiderina, pigmento malárico e esquistossomótico.
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3
Q

Pigmentos biliares.

A
  • Bilirrubina: produto final do catabolismo da fração heme da hemoglobina e de outras hemoproteínas.
  • O acúmulo de bilirrubina causa uma alteração característica por ser um pigmento amarelado.
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4
Q

Kernicterus no recém nascido.

A
  • Acúmulo acentuado de Bb pode causar lesão cerebral irreversível, morte e, nos casos de sobrevida, sequelas neurológicas permanentes.
  • Bb pode atravessar a barreira hematoencefálica (já que ela não está completamente formada) e causar lesão neuronal.
  • Tratamento: luminoterapia.
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5
Q

Icterícia.

A
  • Principal sinal da elevação da bilirrubina no sangue e deposição dos tecidos (pele, esclera, mucosas e alguns órgãos como o fígado e rins).
  • Aumento na produção de Bb, como em anemias hemolíticas.
  • Redução na captação e no transporte da Bb por hepatócitos, devido algumas doenças genéticas.
  • Diminuição na conjugação ou excreção da Bb, devido algumas doenças genéticas.
  • Obstrução à eliminação canalicular intra e extra-hepática da Bb, por tumores e cálculos.
  • Aspectos macroscópicos: tecidos ficam com aspecto amarelado.
  • Aspectos microscópicos: presença de grânulos castanho-esverdeados intra e extra citoplasmáticos.
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6
Q

Icterícia fisiológica do recém-nascido.

A
  • Ocorre no período neonatal imediato, de caráter transitório.
  • Ocorre devido à ausência da enzima responsável pela conjugação da bilirrubina.
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7
Q

Icterícia do recém nascido induzida por
eritroblastose fetal.

A
  • A eritroblastose fetal é causada pela transferência ao feto de anticorpos da mãe contra antígenos das hemácias fetais, resultando em hemólise, produção aumentada e liberação prematura de eritroblastos, que são precursores imaturos das hemácias.
  • Com essa hemólise, haverá maior aporte de hemoglobina, a qual, por sua vez, será metabolizada a bilirrubina.
  • O fígado do recém-nascido é incapaz de conjugar o excesso de bilirrubina, de modo que haverá depósito.
  • No caso da eritroblastose fetal, a hemólise excessiva pode causar Kernicterus, que é um dano cerebral provocado pelo aumento de bilirrubina não conjugada no sangue, além de provocar o acúmulo de bilirrubina na pele, na esclera e nas mucosas, causando o quadro característico da icterícia.
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8
Q

Icterícia hepatocítica.

A
  • Icterícia pré-hepática: tem causas hemolíticas ou por excesso de Bb não conjugada.
  • Icterícia hepatocítica: causada por lesão direta aos hepatócitos, impedindo o metabolismo da Bb. Pode vir de hepatites e neoplasias, com acúmulo de Bb conjugada e não conjugada.
  • Icterícia pós-hepática: causada por defeitos no transporte derivados de obstrução ao fluxo normal da bile, cirrose, cálculos, neoplasias, parasitas e acúmulo de Bb conjugada.
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9
Q

Hematoidina.

A
  • Pigmento semelhante a Bb e lipídeos, desprovido de ferro, que se forma em focos hemorrágicos.
  • Não tem repercussões para o organismo.
  • Presente em foco hemorrágico.
  • Depositado na forma de cristais.
  • Microscopia: deposição de cristais variando de amarelo-ouro, amarelo-alaranjado e vermelho-alaranjado.
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10
Q

Hemossiderina.

A
  • Pigmento resultante da degradação da hemoglobina.
  • Contém ferro.
  • Indicativo de hemorragias.
  • A forma de armazenamento do ferro intracelular é a ferritina. Quando há excesso de ferro, micelas de ferritina se agregam e formam a hemossiderina.
  • Localizada (ex: hemorragias): forma hematomas.
  • Sistêmica (ex: anemias hemolíticas ou após transfusões de sangue repetidas).
  • Microscopia: grânulos intracitoplasmáticos grosseiros castanho-escuros ou amarelo-dourados.
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11
Q

Formação de hemossiderina.

A
  • Incorporação da ferritina no citosol sob a forma de agregados pelo retículo endoplasmático liso.
  • Fusão dos vacúolos autofágicos com lisossomos, formando lisossomos secundários.
  • Degradação enzimática da apoferritina.
  • Persistência de agregados maciços e insolúveis de ferro, constituindo a hemossiderina.
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12
Q

Hemocromatose.

A
  • Por maior absorção intestinal de ferro, ocorre deposição de ferro em vários órgãos.
  • Devido à limitada capacidade de excreção, o aumento da absorção de ferro resulta no acúmulo do metal em vários órgãos.
  • Decorrente de um defeito genético.
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13
Q

Hematina.

A
  • Também é derivado do Heme, contendo ferro.
  • Resultante da ação de um ácido forte sobre a hemoglobina: por isso, geralmente ocorre em hemorragias digestiva altas (já que o estômago tem pH ácido). Úlceras pepticas onde o sangue tem contato com HCl.
  • Ao MO aparece com coloração negra ou negro-azulada (no interstício ou macrofagos).
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14
Q

Hemozoína (pigmento malárico e esquistossomótico).

A
  • Produzidos a partir da degradação da hemoglobina pelos parasitas Plasmodium falciparum (malária) e Schistosoma mansoni (esquistossomose).
  • Os aminoácidos gerados da globina são utilizados para o crescimento e a maturação do parasito. O heme liberado é potencialmente tóxico.
  • Assim, ele é sequestrado sob a forma de matriz cristalina insolúvel (hemozoína).
  • Com a formação de merozoítas, rompem-se as hemácias e os parasitos são liberados, enquanto o pigmento, sob a forma de grânulos castanho-escuros, acumula-se nos macrófagos do fígado, baço, medula óssea, linfonodos e de outros locais.
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15
Q

Pigmentos endógenos: melanina.

A
  • Pigmento que varia do castanho ao negro.
  • Sintetizado pelos melanócitos.
  • O acúmulo de melanócitos em uma determinada região faz com que a produção de melanina aumente nessa região, ocorrendo um acúmulo do pigmento (ex: sardas).
  • Durante o envelhecimento, há perda progressiva da pigmentação melânica dos cabelos, resultando na formação de cabelos grisalhos e brancos (cabelos brancos decorrem de apoptose de melanócitos).
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16
Q

Hipopigmentação melânica: leucodermias (ex: albinismo e vitiligo).

A
  • Migração e diferenciação anormal de melanoblastos.
  • Redução da atividade da tirosinase (enzima importante na produção de melanina), proteína P e TRP-1: albinismo.
  • Estrutura anormal dos melanossomos.
  • Redução da transferência dos melanossomos para os queratinócitos: Vitiligo.
  • Aumento da degradação dos melanossomos e melanócitos.
17
Q

Hiperpigmentação melânica: melanodermias (ex: melanoma e nevo)

A
  • Aumento do número de melanócitos normais e neoplásicos, com incremento da melanogênese.
  • Produção de melanossomos gigantes.
  • Defeito na eliminação de melanina.
  • Melanose: aumento de produção de melanina, podendo ocorrer na pleura, meninges, coração, músculos e fígado (não interfere na função do órgão).
  • Melasma: estimulação dos melanócitos por grande quantidade de estrogênio. Ocorre muito em grávidas (manchas amarronzadas nos cantos da boca).
  • Nevo: tumores benignos de melanócitos: se essa hiperpigmentação for sempre exposta a luz solar, essas células podem “malignizar”.
  • Melanoma: tumor maligno dos melanócitos. Na microscopia, vemos as hiperpigmentações, porém, só as hiperpigmentações não são o suficiente para afirmar que é um melanoma maligno.
18
Q

Pigmentos endógenos: Lipofuscina.

A
  • Restos de lipídeos e de proteínas originados da autofagocitose, que não conseguem ser degradados pelas enzimas lisossomais.
  • Formam polímeros não degradáveis originados da degradação oxidativa de várias macromoléculas celulares.
  • Conhecido como lipocromo, pigmento de desgaste e pigmento do envelhecimento e ceroide.
  • Presente em células perenes (que se multiplicam menos), como neurônios, células musculares cardíacas e esqueléticas e epitélio pigmentar da retina.
  • Pigmento pardo-amarelado intracitoplasmático.
19
Q

Antracose.

A
  • É o acúmulo de carvão no organismo, que ocorre em pulmões, fora e dentro de macrófagos.
  • Esses macrófagos podem ir para os linfonodos, ocorrendo um acúmulo nessa região também.
  • Em acúmulos muito grandes pode haver acompanhamento de fibrose e diminuição da capacidade respiratória.
  • Comum em fumantes, pessoas que trabalham em minas de carvão e indivíduos idosos moradores de cidades grandes.
  • Coloração: vermelho.
  • Complicações: fibrose pulmonar, DPOC.
20
Q

Tatuagem.

A
  • Pigmentação exógena injetada na derme.
  • Introdução de pigmentos insolúveis.
  • Pigmentos de tatuagem vermelhos (mercúrio), amarelos (cádmio), verdes (cromo) e azuis (cobalto).
21
Q

Acúmulo de metais no corpo.

A
  • Argiria: deposição de sais de prata nos tecidos. A pele fica com coloração cinza-azulada.
  • Crisíase: deposição de ouro nos tecidos.
22
Q

Calcificações.

A
  • Consiste na deposição de sais de cálcio em locais normalmente não calcificados.
  • O cálcio chega ao organismo através da alimentação.
  • O depósito de cálcio em tecidos não-osteoides é chamado de calcificação patológica.
  • A precipitação de sais de cálcio inicia-se com a formação de cristais de hidroxiapatita, os quais favorecem a contínua formação e precipitação de novos cristais, o fenômeno chamado de nucleação secundária.
  • Microscopia: em tecidos não mineralizados, a calcificação é reconhecida por sua basofilia, que resulta em forte coloração pela hematoxilina.
23
Q

Classificação das calcificações.

A
  • Distrófica: requer lesão prévia.
  • Metastática: é necessária a condição de hipercalcemia, sem necessitar lesão prévia (distúrbio no metabolismo do cálcio (hipercalcemia).
  • Idiopática: nenhum dos fatores mencionados anteriormente. Não há lesão prévia e os níveis séricos de cálcio e fosfato estão normais.
24
Q

Calcificação distrófica.

A
  • Mais frequente e mais localizada, associada a lesões teciduais (não depende dos níveis séricos de cálcio).
  • Macroscopia: área calcificada possui consistência firme, pétrea ou arenosa, é resistente ao corte, com coloração brancacenta ou acinzentada. À tentativa de secção, a faca “range” ao corte.
  • É radiopaca o raio X.
  • Microscopia: grumos basófilos (forte coloração por hematoxilina) que confluem ou crescem formando grânulos maiores, às vezes fragmentados.
  • Pode ocorrer também a formação de lamelas de deposição concêntricas caracterizando os chamados “corpos psamatosos”.
25
Mecanismo de formação da calcificação distrófica.
- Fase de enucleação intracelular: ocorre nas mitocôndrias de células mortas ou que estão morrendo e que tenham perdido sua habilidade de regular o cálcio intracelular (fosfato de cálcio elevado promove calcificação nas cristas das mitocôndrias, gerando tumefação). - Fase de enucleação extracelular: formação de “vesículas de matriz” pela células lesionadas, que são organelas extracelulares na vizinhança da área de calcificação, em que fosfolipídios ácidos de seu interior promovem captação e precipitação de cálcio (fosfatases presentes nessas vesículas passam a reprimir mecanismos inibitórios de precipitação dos sais (pirofosfatos e proteoglicanos), facilitando a formação da hidroxiapatita). - Fase de crescimento: progressão da deposição dos sais. À medida que mais cálcio se deposita, esses grânulos coalescem e formam faixas que se estendem gradativamente ao centro da lesão.
26
Calcificação metastática.
- O cálcio reabsorvido do tecido ósseo em condições patológicas e sem excreção adequada pelos rins se deposita em outros locais. Ocorre de forma disseminada no organismo, devido à hipercalcemia. - Locais que secretam ácido, como mucosa gástrica e pulmões, são predispostos ao depósito por possuírem um compartimento alcalino. - Macroscopia: material firme e esbranquiçado. - Microscopia: depósito de materiais basofílico.
27
Etiologias da calcificação metastática.
- Hipersecreção de paratormônio: estimulação excessiva da atividade osteoclástica e reabsorção óssea. - Destruição de tecido ósseo devido a tumores na medula. - Distúrbios relacionados a vitamina D: absorção aumentada de cálcio no TGI por excesso de vitamina D. - Em calcificações metastáticas, a precipitação de cálcio inicia-se nas mitocôndrias.
28
Calculoses.
- Massas esferoidais, ovoides ou facetadas, sólidas, concretas e compactas, de consistência argilosa a pétrea, que se formam no interior de órgãos ocos, cavidades naturais do organismo, condutos naturais ou no interior de vasos. - Etiopatogenia: precipitados de sais orgânicos ao redor de um núcleo orgânico. - Local de ocorrência: Local + sufixo “litíase”. - Nome do cálculo: local + sufixo “lito”.
29
Anticoncepcional e colelitíase.
- Os contraceptivos orais mais comuns são compostos pela associação dos hormônios estrogênio e progesterona. - O estrogênio aumenta a captação e síntese de colesterol, além de diminuir a síntese de sais biliares, levando a instabilidade micelar e predispondo a precipitação e a colecistite. - A progesterona diminui a descarga de bile pela vesícula biliar, aumentando a concentração biliar, o que também predispõe a precipitação.
30
Hialinose.
- Acúmulo de material com aspecto hialino. - A hialinização do interstício é uma alteração na qual as fibras colágenas e a substância fundamental tornam-se intensamente acidófilas (caracteriza-se por depósitos acidófilos no interstício formados por proteínas do plasma que exsudam e se depositam na MEC). - É o que ocorre na íntima de pequenas artérias e arteríolas de indivíduos com hipertensão arterial ou diabetes melito. - As fibras colágenas ficam tumefeitas e mais espessas, porém homogêneas, perdendo o aspecto fibrilar normal. - Tal hialinização é encontrada no queloide, em cicatrizes hipertróficas, na esclerose sistêmica progressiva e em muitos tipos de fibrose.
31
Amiloidose.
- Representa um grupo de doenças que têm em comum a deposição no interstício de material proteico fibrilar, a substância amilóide. - Microscopia: depósitos intersticiais de material eosinófilo, amorfo, de formas e dimensões variadas, por vezes formando massas.