Farmacologia: Diabetes Flashcards

1
Q

Hemoglobina glicada.

A
  • A hemoglobina pode reagir com a glicose, de maneira que ela reage formando um produto que é chamado de hemoglobina glicada (HbA1).
  • Todos os indivíduos possuem hemoglobina glicada. Entretanto, quando a glicemia é maior, há maior possibilidade da ligação entre hemoglobina e glicose, formando mais hemoglobina glicada.
  • A ligação entre a hemoglobina e a glicose é do tipo covalente, sendo, portanto, muito difícil desfazê-la no ambiente biológico. Então, enquanto a hemoglobina existir, ela vai permanecer glicada.
  • A hemoglobina glicada é um bom indicador de como a glicemia do indivíduo está nos últimos 3 ou 4 meses (já que as hemácias têm vida útil de cerca de 100-120 dias).
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2
Q

Problemas associados à DM.

A
  • Na falta de ação da insulina, o corpo pode usar lipídeos como forma de energia, gerando cetoacidose diabética: quadro de desidratação (perda de glicose na urina), respiração acidótica, cetonemia e cetonúria.
  • A longo prazo, o indivíduo pode ter nefropatia diabética, pé diabético, retinopatia diabética, problemas cardiovasculares e renais, neuropatia diabética.
  • Não se sabe direito os mecanismos pelos quais a hiperglicemia de longa duração provoca complicações nos órgãos-alvo: há evidências experimentais que sugerem um papel dos AGE (produtos finais de glicosilação avançadas [ou seja, são derivados da glicólise]) que, ao interagir com receptores para AGEs nas células, levam à ativação de cascatas de inflamação, estresse oxidativo, apoptose, etc.
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3
Q

Secreção da insulina.

A
  • Quando o indivíduo se alimenta, a glicose chega na célula b-pancreática e vai ser metabolizada, formando ATP.
  • Nessa célula, existem canais para K+ sensíveis ao ATP: quando o ATP é produzido, ele interage mais com esses canais de potássio sensíveis ao ATP. Isso faz com que os canais sejam bloqueados, causando a despolarização da membrana.
  • A membrana despolarizada vai ativar os canais para cálcio dependente de voltagem (VDCC), ocorrendo influxo de cálcio para a célula b-pancreática.
  • O cálcio é muito importante para o mecanismo de secreção e de fusão de vesículas com a membrana.
  • O cálcio, ao entrar na célula b-pancreática, facilita o processo de fusão das vesículas de insulina com a membrana, liberando a insulina.
  • Existem fármacos que atuam nessa via, podendo facilitar o processo de secreção de insulina
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4
Q

Regulação da secreção de insulina.

A
  • A glicose induz a secreção de insulina de forma bifásica.
  • Primeira fase: evita uma hiperglicemia exagerada pós predial (início rápido e duração curta).
  • Segunda fase: dura mais tempo, não há um pico de insulina (secreta menos e é de início tardio, mas é mais duradouro).
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5
Q

Sinalização da insulina.

A
  • A insulina atua em receptores de membrana e pode ter uma ação rápida ou lenta.
  • Ação rápida: a insulina se liga ao receptor,
    ativando uma via de sinalização, que vai fazer com que os transportadores de glicose (GLUT-4) sejam translocados para a membrana, facilitando a absorção da glicose.
  • Ação lenta: a insulina está associada a diversos efeitos fisiológicos, como controle da expressão de genes.
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6
Q

Efeitos da insulina.

A
  • Carboidratos: aumenta captação e uso.
  • Proteínas: efeito anabolizante.
  • Lipídeos: aumento da síntese de ácidos graxos e formação de triglicerídeos, com redução da lipólise.
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7
Q

Insulinoterapia.

A
  • Aplicações: diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 (também para outros tipos como diabetes gestacional).
  • No caso do tipo 2, além da resistência à insulina, o paciente pode começar a ter uma redução da insulina com o passar dos anos.
  • Existem diferentes preparações de insulina humana e de análogos de insulina. Isso é importante, porque é importante ter diferentes cinéticas de insulina: insulina que seja absorvida rapidamente e tenha efeito rápido e uma insulina com efeito mais lento.
  • Administração: IV, IM ou SC.
  • Preparações são classificadas de acordo com a duração de ação.
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8
Q

Análogos sintéticos de insulina.

A
  • Quando são feitas pequenas modificações na molécula de insulina: altera propriedades fármacocinéticas: faz a liberação ser rápida ou lenta.
  • O esquema ideal de insulinização: imitar o padrão normal de secreção de insulina.
  • Somente o monômero de insulina é capaz de ser absorvido.
  • Tratamento intensivo: aplicação de três ou mais doses de insulina de diversos tempos de ação ou sistema de infusão contínua em um dia.
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9
Q

Insulina de ação ultrarrápida: (Lispro, Aspart, Glulisina).

A
  • Capacidade de se decompor em monômeros rapidamente.
  • Alteração da posição dos aminoácidos torna a ação ultrarrápida.
  • Imediatamente antes das refeições.
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10
Q

Insulina de ação rápida: insulina humana.

A
  • Insulina regular (insulina zíncica cristalina regular).
  • Deve ser administrada próxima às refeições (30-45 minutos antes) para evitar uma hiperglicemia pós-prandial.
  • Absorção um pouco mais lenta que análogos de ação ultrarrápida.
  • Insulina aspart (análogo): substituição de prolina por ácido aspártico na posição B28). Faz com que a insulina seja liberada/absorvida rapidamente quando administrada pela via subcutânea.
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11
Q

Insulina de ação intermediária: insulina humana nph.

A
  • Dissolução mais gradual quando injetadas.
  • Insulina com protamina neutra de Hagedom (NPH - Suspensão de insulina Isofana): complexo com zinco e protamina em tampão fosfato.
  • A molécula de protamina estabiliza hexâmeros da insulina, de modo que sua liberação é feita aos poucos, gradualmente.
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12
Q

Insulina de ação longa.

A
  • Insulina glargina: substituição da aspargina.
  • Insulina Detemir: remoção da treonina da posição B30 e a adição de um ácido graxo (ácido mirístico) na posição B29.
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13
Q

Reações adversas da aplicação de insulina.

A
  • Hipoglicemia: primeiros sintomas (glicemia 60-80mg/dL).
  • Reações alérgicas mais comuns: cutâneas.
  • Lipoatrofia: associada à reação alérgica ou imune local. De alguma forma, há indução de uma resposta imune, e as células imunes liberam fatores que desencadeiam a atrofia das células adiposas.
  • Lipohipertrofia: exacerbação do mecanismo de captação de TAGs pelos adipócitos.
  • Edema: a insulina possui ação gênica.
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14
Q

Afrezza (insulina inalável).

A
  • É absorvida de forma muito rápida e tem efeito muito rápido e de curta duração.
  • O indivíduo inala e o pulmão é uma região de absorção muito rápida, gerando um pico de insulina.
  • Não é recomendada para pacientes com asma (a insulina atrapalha a produção dos surfactantes pulmonares).
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15
Q

Sulfonilureias.

A
  • Fármacos hipoglicemiantes.
  • Inibição do canal para potássio dependente de ATP, causando despolarização da membrana e ativação dos canais de cálcio dependentes de voltagem. O cálcio entra na célula, desencadeando liberação das vesiculas com insulina.
  • Uso é eficaz em fases tardias da DM2.
  • Curva secreção de insulina x tempo na DM2: elevação de produção de insulina em um primeiro momento, depois de um tempo há redução da secreção.
  • Estimulam a liberação de insulina das células B-pancreáticas.
  • Reduzem a depuração hepática de insulina.
  • Podem suprimir ligeiramente a secreção de glucagon.
  • Reações adversas: reações hipoglicêmicas, ganho de peso, náusea, vômito, reações de hipersensibilidade
    generalizada, reações dermatológicas.
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16
Q

Meglitinidas.

A
  • Fármacos hipoglicemiantes.
  • Semelhante às sulfonilureias, porém com ação rápida e meia vida curta quando em comparação (assemelha às insulinas de ação rápida).
  • Uso: Redução de glicemia pós-prandial no DM II.
  • Reação adversa: hipoglicemia e ganho de peso (mesma coisa da sulfonilureias).
17
Q

GLP1.

A
  • Tipo de incretina, produzido pelas células intestinais: levam ao aumento de insulina, redução de glucagon, redução do esvaziamento gástrico, redução do apetite.
  • Ao se alimentar, acontece o processo de secreção de peptídeos como o GLP-1
  • O GLP-1 pode atuar no pâncreas, estimulando a secreção de insulina. Ele também atua nas células alfa-pancreáticas, reduzindo a produção de glucagon.
  • Pode ser rapidamente degradado pela DPP-4 (se inibir a DPP-4, haverá maior disponibilidade de GLP-1).
18
Q

Sitagliptina, vildagliptina.

A
  • Inibidores de DPP-4.
  • Efeitos colaterais: náuseas, vômitos, pode induzir o emagrecimento.
  • Existem fármacos que atuam ao receptor do GLP-1, mas que não são desativados pela DPP-4 (agonistas de receptores de GLP-1: ozempic).
19
Q

Metformina.

A
  • Classe: biguanidas.
  • Não aumenta a liberação de insulina.
  • É a droga mais usada no DMII, porque é eficaz, segura e barata.
  • Não é aprovada para DM 1.
  • Também é aprovada para SOP.
  • Mecanismo de ação: aumenta a ativação de AMPPK, com aumento da translocação dos GLUTs para a membrana, aumentando a captação de glicose.
  • Reduz gliconeogênese e glicogenólise hepática, reduz lipogênese (provável explicação para o fato de que pessoas que fazem o uso desse medicamento emagrecem um pouco), melhorando a questão da sensibilidade à insulina.
  • Efeitos adversos: diarreia, desconforto abdominal, sabor metálico, anorexia, reduz absorção intestinal de vitaminas B12 e causa acidose lática (rara).
20
Q

Tiazolidinedionas: Pioglitazona.

A
  • Mecanismo de ação: diminui a resistência à insulina no tecido periférico e reduz a produção hepática de glicose por meio de sua ligação ao receptor nuclear PPARγ.
  • TDZ atua no receptor nuclear PPARγ (receptor ativado por proliferadores de peroxissomas do tipo γ): é um receptor que, quando ativado, vai para o núcleo e induz uma série de alterações gênicas.
  • Reações adversas: ganho de peso, edema, expansão do volume plasmático, eventos cardiovasculares (infarto do miocárdio,
    morte por eventos cardiovasculares).
21
Q

Alterações gênicas do TDZ.

A
  • Tecido adiposo: provoca aumento da captação de ácidos graxos livres e aumento da deposição de triglicerídeos.
  • Isso é um efeito que parece ser bom, porque os ácidos graxos livres, em princípio, estão associados à resistência à insulina. Então, o sequestro deles para o tecido adiposo, diminui a lipotoxicidade e aumenta a sinalização de insulina no músculo, aumentando a captação de glicose.
  • Fígado: pode aumentar a produção de adiponectina, que aumenta a beta oxidação de ácidos graxos e aumenta a sinalização de insulina no fígado (aumenta a sensibilidade, portanto).
  • Além disso, há receptores PPARγ no fígado também, induzindo maior sinalização de insulina.
  • Tecido muscular: aumento da captação de glicose pelo músculo
  • Também leva à secreção de fatores que contribuem para a redução de resistência à insulina.
22
Q

Acarbose.

A
  • Mecanismo de ação: inibição da alfa-glicosidase (análogos de carboidratos)
  • A alfa-glicosidase é importante para o processo de absorção de carboidratos: ela cliva os oligo e polissacarídeos em
    monossacarídeo, assim eles conseguem ser absorvidos.
  • A Acarbose inibe a enzima, de modo que diminui o processo de formação de monossacarídeos: redução/retardo da absorção dos monossacarídeos, o que diminui a hiperglicemia pós-prandial.
  • Reações adversas: se devem ao fato de os oligossacarídeo continuarem ali no intestino, já que a enzima que os cliva foi inibida. Flatulência, diarreia e distensão abdominal.
23
Q

Inibidores de SGLT2.

A
  • Mecanismo de ação: inibição do transportador SGTL2, proteína de transporte de glicose e sódio do tipo 2.
  • Ao inibir o transportador, ocorre redução do processo de reabsorção da glicose, de forma que ela é eliminada pela urina.
  • Tem-se uma pequena redução da PA quando se usa o fármaco, porque há excreção de sódio junto com a glicose. Essa classe de drogas é bem recente e é considerada interessante para o tratamento de quem tem diabetes e hipertensão arterial sistêmica.
  • Reações adversas: pode aumentar infecção do trato GU, cansaço, poliúria, perda de peso, desidratação.