Farmacologia: Quimioterapia do Câncer Flashcards
(20 cards)
Características das células cancerígenas.
- Proliferação descontrolada: alteração nos fatores de crescimento e transdutores do ciclo celular, resistência à apoptose, expressão da telomerase e angiogênese, alterações de proteínas envolvidas no ciclo celular.
- Desdiferenciação e perda de função: quanto maior a heterogeneidade maior a gravidade/pior o prognóstico do câncer.
- Invasividade: proliferação e perda de sinais de restrição tecidual.
- Metastáticos: proliferação no organismo, quando ocorre mudança de órgão.
- Reprogramação do metabolismo energético.
- Evasão da destruição imunológica.
Patogênese do câncer.
- Mutações do DNA, herdadas geneticamente ou adquiridas por exposição.
- Ativação de proto-oncogenes ou oncogenes.
- Inativação de genes de supressão tumoral.
Tipos de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
- Terapia exclusiva: terapia só com fármacos.
- Terapia adjuvante: fármacos primeiro e depois outra técnica (como uma cirurgia, radioterapia).
- Terapia neoadjuvante: alguma técnica primeiro e depois entra com os fármacos.
Dificuldade de tratamento farmacológico do câncer.
- Semelhanças entre células cancerosas e normais (mesma origem) diminui muito a presença de alvos farmacológicos específicos (baixa toxicidade seletiva).
- Os atuais fármacos contra câncer são extremamente tóxicos, então a pessoa não usa eles continuamente: são feito ciclos.
- Os fármacos atuam de acordo com as fases do ciclo celular (interfase, mitose).
Efeitos adversos comuns aos anti-cancerígenos.
- Supressão da medula óssea, por causa do efeito de redução da divisão celular (rápida proliferação).
- Alopecia.
- Incômodos no trato GI.
- Uso prolongado causa depressão da gametogênese e neoplasias secundárias: ou seja, o próprio fármaco pode desencadear neoplasias.
Agentes alquilantes.
- São ciclo inespecíficos: podem atuar em qualquer etapa do ciclo celular (preferência pela fase S).
- Composto primordial é a MECLORETAMINA, conhecidas como mostardas nitrogenadas.
- Estrutura: são moléculas com um N no meio e duas cadeias laterais de carbono-carbono-Cl (CCCl).
- Mecanismo de ação: ambos os grupos CCCl passam por reação de alquilação e se acoplam nas bases nitrogenadas da fitas de DNA. Uma vez ligada de forma estável, ela fica lá e impede leitura e transcrição adequada do genoma.
- Também pode se ligar a proteínas, enzimas e proteínas da membrana celular.
Ciclofosfamida.
- Agente alquilante.
- Pró-fármaco: metabolizada pela fosfamidase, ativando-o (expressa pelas células cancerígenas em maior quantidade que pelas células normais).
- Farmacocinética: elevada disponibilidade por via oral, metabolismo hepático.
- Efeitos adversos: libera acroleína, que pode gerar Cistite Hemorrágica.
- Cistite Hemorrágica pode ser tratada, com uso da MESNA (interage com acroleína e origina metabólito não tóxico, que é excretado de forma normal).
Nitrosureias.
- Agentes alquilantes.
- Fármacos que sofrem bioativação, altamente lipossolúveis (atravessam a barreira hematoencefálica): muito usados para tumores no cérebro e nas meninges.
- Possuem efeitos adversos graves.
- Efeitos adversos pioram a longo prazo (cumulativos).
- Depressor grave da medula óssea (3-6 semanas do início).
- Altamente carcinogênicas e mutagênicas.
Cisplatina.
- Não é um agente alquilantes, e sim um composto relacionado.
- Composição: átomo de Pt ligado a dois Cl- (característica bifuncional) e dois grupos amônia.
- Mecanismo de ação: entra na célula pelo transportador ativo de Cu2+ (CTR1). A baixa quantidade de Cl- na célula favorece a perda de cloreto pelo fármaco e interação com a água, levando à formação de um composto que se liga às bases do DNA, formando complexos de metais covalentes com o DNA e atuando de modo semelhante (impede separação da fita dupla e desestabiliza estrutura do DNA).
- Pode se ligar a proteínas celulares.
- Efeitos adversos: nefrotoxicidade (limita o uso).
- Tratar com hidratado e promoção da diurese para diminuir a concentração sérica do fármaco.
Antimetabólitos.
São cicloespecíficos: preferência pela fase S.
Análogos do Ácido Fólico: METOTREXATO.
- Antimetabólitos.
- São antagonistas do folato (possui estrutura muito parecida com a do ácido fólico).
- Alterações do ácido fólico reduzem a proliferação de células cancerígenas.
- Mecanismo de ação: inibe a dihidrofolato redutase, que transforma ácido fólico em ácido tetra hidrofóbico. Se não tem cofator, não faz DNA/RNA.
- Captado ativamente pelas células (pelo transporte de Folato), mas nas células tumorais há uma enzima que agrega poliglutamato, fazendo com que o fármaco seja mais tóxico para a célula tumoral.
- Uso: neoplasias e como agente imunossupressor (artrite reumatoide, psoríase, outras condições autoimunes).
- Efeitos adversos: nefrotóxico (precipitação do fármaco seus metabólitos nos túbulos renais).
Análogos das pirimidinas: Fluoracila (5-FU).
- Antimetabólitos.
- Muito semelhante à Uracila, mas possui um átomo de flúor na posição 5’.
- Entra na célula por transportador de Uracila.
- O fármaco dá origem a precursores fraudulentos, como o 5-F-UTP, o que impede a continuação da cadeia de RNA: sem o RNA, não tem como fazer síntese de DNA.
- Pode ser que, ao invés de virar 5-F-UTP, seja transformado em 5- FdUMP, o qual inibe a timidilato sintase (leva à morte por falta de timina).
- Efeitos adversos: toxicidade GI, mielossupressão (clássicos).
- Importante: Podem ser potencializado em pacientes com câncer que tem deficiência na DPD (enzima que metaboliza o 5-FU).
Análogos das pirimidinas: Citarabina.
- Antimetabólitos.
- Análogo da 2’-desoxicitidina: evita alongamento da cadeia.
- Mecanismo de ação: inibe a DNApol a partir do momento que recebe o terceiro fosfato ao ser incorporado ao DNA, bloqueando o alongamento posterior da cadeira crescente.
- Efeitos adversos: supressão da medula óssea, dano TGI, náuseas e vômitos (clássicos).
- Gencitabina: análogo da citarabina, só que menos tóxico.
Análogos das purinas.
- Antimetabólitos.
- Enganam a DNA polimerase: inibem a síntese de DNA/RNA.
- TIOGUANINA: parece com a Guanina.
- Nucleosídeo e nucleotídeos: PENTOSTATINA, CLADRIBINA nucleosídeos) e FOSFATO DE FLUDARABINA (nucleotídeo).
- Mercaptopurina e Tioguanina: inibem à IMP desidrogenase (precursor de nucleotídeos).
- Hidroxiureia: inibe a ribonucleotídeo redutase, enzima que transformar ribonucleotídeos em desoxirribonucleotídeos.
Antraciclinas: DOXORRUBICINA.
- Específicas para a fase S.
- Antibióticos, apresentam amplo espectro de ação contra os cânceres (variedade), com maior utilidade clínica.
- Mecanismo de ação: o fármaco se liga a topoisomerase II, impedindo que ela reconheça a dupla fita. Com isso, ela não consegue desenovelar o DNA, impedindo a duplicação do material genético.
- Efeitos adversos: cardiotoxicidade (insuficiência cardíaca), formando ROS.
- Para impedir a gênese de ROS, administrar dexrazoxana, a qual impede a formação de ROS.
Alcalóides da vinca: VINCRISTINA.
- Derivados de plantas.
- São ciclo específicas: fase S ou mitose.
- Se ligam à beta-tubulina, impedindo a formação do fuso mitótico e, consequentemente, a mitose.
Taxanos.
- Derivados de plantas.
- São ciclo específicas: fase S ou mitose.
- Não são muito viáveis, uma vez que é necessário matar milhares de plantas para tratar um número comparativamente baixo de pacientes.
- Interagem com microtúbulo, mas mantém a formação do microtúbulo de forma exacerbada (ele cresce além do ideal), formando microtúbulo aberrantes, que impede anáfase e mitose.
Camptotecinas.
- Derivados de plantas.
- Inibem a topoisomerase I (responsável por retirar a torção das fitas): impede síntese do DNA.
- Cicloespecificas porque atuam preferencialmente na etapa S (síntese de DNA).
Etoposídeo.
- Derivados de plantas.
- Inibe a topoisomerase II: cicloespecífica para a fase S.
Terapia de checkpoint ou imunoterapia com inibidores de checkpoint.
Ativa o sistema imunitário do paciente para reconhecer e combater as células tumorais, utilizando medicamentos que bloqueiam proteínas de “ponto de verificação” que normalmente inibem a resposta imunitária.