Patologia: Degenarações célula II Flashcards

1
Q

Conceito esteatose.

A
  • Acúmulo de gorduras neutras (mono, di ou triglicerídeos) no citoplasma de células que, normalmente, não as armazenam.
  • É reversível.
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2
Q

Etiologia esteatose.

A
  • A lesão aparece todas as vezes que um agente interfere no metabolismo de ácidos graxos da célula, aumentando sua captação ou síntese ou dificultando sua utilização, seu transporte ou sua excreção.
  • Causas tóxicas e infecciosas: etanol, benzol, Bi, Au, produtos de microorganismos, Ag, Hg, Puromicina, tetraciclinas, CCl4.
  • Causas hipóxicas: anemia e insuficiência cardíaca congestiva (ICC).
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3
Q

Metabolismo de lipídeos.

A
  • Nos enterócitos, o triglicerídeo é transformado em monoglicerídeos, diglicerídeos e AG.
  • Vão para os vasos linfáticos na forma de quilomícrons, para depois desembocar no ducto torácico e entrar na circulação.
  • A lipase lipoproteica quebra os ácidos graxos para que os hepatócitos interiorizem os AGs, processando-os rapidamente para se transformar em uma lipoproteína (VLDL), processo que requer as apoproteínas.
  • O VLDL se transforma em LDL que pode ficar circulando ou ser captado para o fígado.
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4
Q

Patogenia da esteatose por dieta hipercalórica/ obesidade.

A
  • Em casos de obesidade, há aumento do aporte lipídico, que produz aumento da síntese de triglicérides.
  • A saída dos triglicérides do fígado requer proteínas (para formar as lipoproteínas), porém, não há proteínas suficientes para formar a lipoproteína, logo a gordura não consegue ser exportada, correndo a formação de vacúolo de gordura nos hepatócitos.
  • Além disso, a obesidade promove aumento da oferta de AGs, que vai levar à oxidação desses ácidos graxos pelos REL e peroxissomos.
  • Com a oxidação, há produção de radicais livres, que causa danos ao citoesqueleto e redução do transporte de VLDL, levando ao acúmulo de triglicérides.
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5
Q

Patogenia da esteatose por desnutrição.

A
  • A desnutrição causa aumento da lipólise periférica, que aumenta a concentração de ácidos graxos no sangue. Entretanto, o fígado não consegue metabolizar tudo, aumentando o aporte lipídico, gerando acumulação.
  • A desnutrição também vai causar a redução da disponibilidade de proteínas, que reduz a produção de apoproteínas, reduzindo o VLDL e sua exportação, causando acúmulo.
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6
Q

Patogenia da esteatose pelo álcool.

A
  • O etanol é metabolizado principalmente pela álcool-desidrogenase no hepatócito, formando superóxidos (radicais livres), aldeído acético e acetil-CoA.
  • Os superóxidos causam lesão mitocondrial, com redução da beta oxidação e aumento da concentração de AGs, gerando acúmulo de triglicérides.
  • O álcool utiliza NAD para virar acetil-CoA, reduzindo a disponibilidade desse substrato para via de oxidação de lipídeos, com acúmulo no fígado.
  • O aldeído acético causa lesão do citoesqueleto (microtúbulos e miofilamentos) e, consequentemente, redução do transporte de lipoproteínas, com acúmulo no fígado.
  • O acetil-CoA acumulado estimula a síntese de AGs, com acúmulo de triglicérides.
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7
Q

Patogenia da esteatose por anemia, IR e ICC.

A
  • Em caso de anemia, tem-se redução da hemoglobina no organismo. Na ICC, há uma redução da capacidade do coração agir como bomba. Esses fatores provocam hipóxia.
  • Na hipóxia, há menor disponibilidade de O2 na fosforilação oxidativa e, portanto, redução na síntese de ATP. Nesses casos, a esteatose resulta, em boa parte, do aumento na síntese de ácidos graxos a partir do excesso de acetil-CoA, que se acumula nas células, porque sua oxidação no ciclo de Krebs está diminuída.
  • Ao lado disso, os AGs encontram grande quantidade de α-glicerofosfato (originado de glicólise acelerada por redução na síntese de ATP) e formam triglicerídeos que se acumulam no citoplasma.
  • A redução de ATP também dificulta a síntese de lipídeos complexos e diminui a utilização de ácidos graxos e triglicerídeos, favorecendo o acúmulo desses últimos.
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8
Q

Patogenia da esteatose por Tetraciclinas, puromicina, CCl4 e Fósforo (agentes tóxicos).

A
  • Essas substâncias lesam o RER, sendo capazes de desacoplar polirribosomas, de modo que não há como o RNAm se acoplar e contribuir para a síntese proteica.
  • Ocorre queda da síntese proteica e, consequentemente, queda de apoproteína (se não produz de maneira adequada, cai a síntese de VLDL).
  • Sem a produção de VLDL, há acúmulo de triglicérides no fígado, pois ele não vai conseguir os TAGs , gerando esteatose.
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9
Q

Consequências da esteatose.

A
  • Fígado: esteato-hepatite, fibrose, cirrose, insuficiência hepática, cistos gordurosos, embolia.
  • Músculo esquelético: fraqueza muscular.
  • Coração: insuficiência cardíaca (atrapalha a contração das fibras cardíacas).
  • Pâncreas Céls.β: apoptose/diabetes tipo II.
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10
Q

Aspecto morfológico macroscópico da esteatose.

A
  • Aumento do peso e volume.
  • Reduz a elasticidade.
  • Cor amarelada (constrição dos vasos).
  • Untuoso (amanteigado) ao corte.
  • A borda do órgão fica com aspecto rugoso.
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11
Q

Aspecto morfológico microscópico da esteatose.

A
  • Vacúolos citoplasmáticos únicos (macrovesicular) ou múltiplos (microvesicular) contendo lipídios em seu interior.
  • Lipídeos em imagem negativa: para diferenciar da degeneração hidrópica, utiliza corantes lipossolúveis, como o Oil-red e Sudan.
  • Núcleos rechaçados para periferia, em formato de anel de sinete.
  • Célula aumentada de tamanho e deformada.
  • Capilares sinusóides comprimidos.
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12
Q

Conceito Lipidose.

A
  • Acúmulos intracelulares de outros lipídeos que não triglicerídeos.
  • Depósitos de colesterol e seus ésteres.
  • Ocorre nos macrófagos: fagocitam o colesterol em excesso nos vasos sanguíneos ou pele.
  • Artérias de grande e médio calibres: a Lipidose se manifesta em ateromas.
  • Pele: a Lipidose se manifesta em xantomas (nódulos ou placas de gordura na pele, conferindo aspecto amarelado.
  • Microscopicamente, são formados por aglomerados de macrófagos carregados de colesterol, com aspecto espumoso.
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13
Q

Etiologia Lipidose.

A
  • Dietas ricas em colesterol.
  • Desvios metabólicos congênitos.
  • Processos inflamatórios crônicos.
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14
Q

Como surge a aterosclerose.

A
  • Doença de progressão lenta e início precoce.
  • Há formação de ”Ateroma”: depósito circunscrito de lípides na túnica íntima, formando uma placa fibrogordurosa focal e elevada, afetando artérias grandes e médias (principalmente as coronárias, cerebrais, aorta, tronco braquiocefálico e ilíacas).
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15
Q

Patogênese da aterosclerose.

A
  • Lesão no endotélio causada por algum fator de risco (como estresse oxidativo, hipertensão, etc), possibilita passagem de LDL para o espaço endotelial das artérias.
  • Ativação do endotélio levará à produção de moléculas de adesão, que estimulará a migração de monócitos para a íntima das artérias.
  • Acúmulo de proteínas como LDL e suas formas oxidadas na parede do vaso provoca aumento da produção de ROS locais.
  • Interação leva a uma maior liberação de radicais livres pelos macrófagos, a fim de oxidar ainda mais moléculas de LDL para que elas sejam retiradas da íntima arterial.
  • Quanto mais LDL é fagocitada pelos macrófagos, geram-se as células espumosas (células semelhantes a adipócitos), que estão totalmente preenchidas por LDL.
  • Os macrófagos ativados também liberarão citocinas que irão estimular mais ativação do endotélio e migração de outras células envolvidas no processo inflamatório, gerando uma ampla resposta inflamatória no tecido.
  • Se esse processo persiste ao longo do tempo, um grande número de células espumosas vai se acumulando na túnica íntima, gerando sérias consequências, sendo a principal o surgimento de um centro lipídico necrótico em função da baixa oxigenação da região (debris celulares).
  • Células espumosas motivam migração de células musculares lisas para a região necrótica lipídica, que, juntamente com fatores constituintes do próprio tecido (elastina e colágeno) associados a uma deposição de cálcio, irão recobrir o centro de necrose e formar uma camada fibrosa ao seu redor (ateroma).
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16
Q

Conteúdo da placa de ateroma.

A
  • Células espumosas (macrófagos e células musculares lisas).
  • Fibroblastos.
  • Miofibroblastos.
  • Debris celulares: são restos celulares e colesterol (“necrose”).
  • Colágeno.
17
Q

Aspecto morfológico de ateroma.

A
  • Macroscopia: vasos proeminentes, espessos e com áreas amareladas irregulares distribuídas pelas paredes arteriais.
  • Microscopia: espessamento da túnica íntima, com presença de macrófagos repletos de vacúolos contendo gordura, tecido fibroso denso, presença de cristais de colesterol.
18
Q

Evolução e consequências de ateroma.

A
  • Calcificações distróficas.
  • Hemorragias internas, dentro do próprio ateroma.
  • Trombose, devido à modificação do fluxo e à descamação de células endoteliais com exposição do colágeno subendotelial, o que permite adesão e agregação plaquetária. Como evolução poderá advir isquemia, hipotrofia ou mesmo infarto.
  • Embolização do trombo ou mesmo da placa ateromatosa.
  • Aneurisma.
19
Q

Arteriolosclerose.

A
  • Colesterol e seus ésteres, além de outros lipídeos e proteínas plasmáticas, podem depositar-se também na íntima de pequenas artérias e arteríolas, especialmente no rim e no encéfalo de indivíduos com hipertensão arterial.
  • O processo é diferente da aterosclerose, pois os lipídeos depositados, originados do plasma, associam-se a proteínas, formando o que se denomina lipo-hialinose da íntima.
  • Os depósitos lipo-hialinos associam-se a outras alterações da íntima (elastose, fibrose).
20
Q

Esfingolipidose.

A
  • Deposição de lípides complexos (esfingomielina, cerebrosídeos, gangliosídeos) decorrentes da falta ou deficiencia de enzimas encarregados pela metabolização dos mesmos (doenças genéticas).
  • Esse acúmulo ocorre nos lisossomos.
  • Lesões irreversíveis e raras.
21
Q

Glicogenose e sua etiologia.

A
  • Acúmulo anormal intralisossomal ou citosólico de glicogênio, consequência de desequilíbrios na síntese ou catabolismo do mesmo.
  • Pode ser uma forma anormal de glicogênio sintetizada que, por isso, não consegue ser metabolizada.
  • Pode ser também porque falta uma ou mais enzimas que metabolizam o glicogênio.
  • A maioria é irreversível: doenças genéticas.
22
Q

Doença de Von Gierke.

A
  • Indivíduo tem deficiência da glicose-6-fosfatase, enzima que metaboliza o glicogênio. Com isso, o glicogênio começa a se acumular nos hepatócitos, células tubulares renais e epitélio intestinal.
  • Causa: nefromegalia, hepatomegalia, hipoglicemia, deficiência calórica e retardo do crescimento.
  • Ocorre em hepatócitos, fibras cardíacas e esqueléticas, leucócitos, células tubulares renais.
23
Q

Diabetes mellitus e Glicogenose.

A
  • Células tubulares renais de pessoas com DM reabsorvem a glicose presente em excesso no filtrado glomerular
  • A diminuição de insulina causa hiperglicemia, glicosúria , maior reabsorção tubular de glicose, aporte excessivo de glicose na célula e acúmulo de glicogênio.
24
Q

Aspectos morfológicos microscópicos da Glicogenose.

A
  • O glicogênio é o único carboidrato que pode ser evidenciado histologicamente, por meio da identificação com PAS com prova de amilase.
  • Permite diferenciar o diagnóstico entre degeneração mucóide intracelular, uma vez que o muco e o glicogênio são positivos para PAS, porém a saliva só consegue degradar o glicogênio.
25
Mucopolissacaridose.
- Depósitos anormais de poliglicanos e/ou proteoglicanos. - Resultam de deficiências enzimáticas e se caracterizam por acúmulo intralisossômico dessas moléculas e/ou de seus catabólitos. - Doença genética: irreversível e rara. - Embora tenham alguns aspectos em comum, as mucopolissacaridoses apresentam manifestações diferentes, de acordo com a enzima lisossômica deficiente; no entanto, anormalidades no esqueleto, em artérias e em valvas cardíacas, retardo mental e opacificação da córnea existem em todas elas.