Olfato Flashcards
Nervo Olfativo
O nervo olfativo é um nervo sensorial, que tem origem em células nervosas situadas fora do neuro-eixo. As fibras são aferentes viscerais especiais.
O nervo olfativo tem origem em células da mucosa olfativa que cobrem a porção superior das paredes lateral e medial das fossas nasais, desde a lâmina crivosa até ao nível do bordo inferior da concha nasal superior (mácula lútea). As células olfativas são neurónios bipolares, cuja porção periférica se encontra entre 2 células de suporte e termina através de cílios que se projetam no muco das fossas nasais (secretado pelas glândulas de Bowman) e que reagem aos odores e estimulam as células olfativas. A cada odorante corresponde um recetor próprio existem 400 recetores diferentes. A porção central forma uma fibra do nervo olfativo. Os neurónios da mucosa olfativa são renovados a cada 6-8 semanas. Na membrana do cílio existe um recetor da substância odorante acoplado a uma proteína G que ativa a adenilato ciclase formação de cAMP abre canais de Na+ influxo deste ião para dentro da célula despolarização. Uma pequena substância odorante inicia um efeito cascata que leva à abertura de muitos canais de Na+ amplificação do sinal grande sensibilidade dos neurónios olfativos.
Trajeto e Relações do Nervo Olfativo
Os filetes do nervo olfativo estendem-se sobre a parede óssea das fossas nasais (escavam sulcos), desde a mucosa até à lâmina crivosa. Neste trajeto, os filetes unem-se formando ramos cada vez maiores, que por sua vez se unem entre si por inúmeras anastomoses (disposição plexiforme). As fibras são amielínicas. Existem 2 tipos de ramos do nervo olfativo: ramos mediais (provêm do septo nasal) e ramos laterais (provêm da parede lateral das fossas nasais). Todos estes ramos atravessam os orifícios da lâmina crivosa e atingem a face inferior do bulbo olfativo. A pia-máter envolve os filetes em toda a sua extensão, formando o seu neurilema; a aracnóide fixa-se no contorno dos orifícios da lâmina crivosa; a dura-máter, ao nível dos mesmo orifícios, divide-se em 2 folhetos: um confunde-se com o periósteo, o outro envolve os ramos nervosos, formando uma bainha separada da pia-máter por tecido sub-aracnóide.
Bulbo
Fitas
Córtex
Bulbo Olfativo
Bulbo Olfativo (extensão do telencéfalo): estrutura ovóide com vários tipos de células (células mitrais + numerosas). As fibras do nervo olfativo sinapsam com as células mitrais (2º neurónio) e formam áreas arredondadas (glomérulos sinápticos unidades funcionais de processamento de informação específica de determinado odor onde terminam as dendrites das células mitrais e tufadas). O bulbo possui ainda células tufadas (também 2º neurónio) e células granulares (modulam a excitabilidade das células mitrais e tufadas, exercendo ação inibitória). Recebe também axónios do bulbo olfativo contra-lateral através da fita olfativa. A atividade das células glomerulares e periglomerulares é modulada por fibras serotoninérgicas (núcleos da rafe) e noradrenérgicas (locus ceruleus).
Estrias Olfativas
Fita Olfativa/Trato Olfativa: banda constituída pelos axónios das células mitrais e tufadas e algumas fibras centrífugas do bulbo olfativo contralateral. Tem origem na extremidade posterior do bulbo, sob a superfície inferior do lobo frontal. Junto ao espaço perfurado anterior origina 2 raízes:
Medial transporta fibras para o bulbo contralateral através da comissura branca anterior; Dirige-se ainda aos núcleos septais e ao tubérculo olfativo (elevação na substância perfurada anterior) da área olfativa medial;
Lateral Transporta os axónios para os centros olfativos corticais na área olfativa lateral;
Raiz média inconstante;
Alguns axónios terminam no núcleo olfativo anterior (localizado no trígono olfativo, entre as 2 estrias, anteriormente à substância perfurada anterior).
Áreas Olfativas Corticais
As áreas corticais olfativas são estruturas filogeneticamente muito antigas, pelo que as estruturas mais recentes se desenvolveram em torno destas. As áreas olfativas primárias (áreas peri-amigdalina e pré-piriforme, situadas na parte anterior do úncus e da circunvolução parahipocâmpica) estão relacionadas com a avaliação e apreciação das sensações olfativas. Estas áreas estabelecem conexões com o sistema límbico e com a área olfativa secundária (área entorrinal da circunvolução parahipocâmpica - integra o circuito de Papez) responsáveis por dar respostas emocionais e autónomas às sensações olfativas. A existência de projeções olfativas para o Sistema Límbico explica situações em que os odores estão associados a emoções como aversão (amígdala) ou prazer (núcleo accumbens). Ao contrário de todas as outras vias sensoriais, a via olfativa aferente tem apenas 2 neurónios e chega ao córtex sem sinapsar no tálamo. O córtex olfativo primário recebe informação predominantemente homolateral.
Área Olfativa Lateral
Área Olfativa Medial
Área Olfativa Lateral
é formada pelo córtex pré-piriforme e peri-amigdalino (áreas olfativas primárias). Daqui, a informação alcança o sistema límbico, especialmente o hipocampo (aprender a gostar ou não de certos alimentos dependendo do odor e de experiências passadas). Alguns sinais alcançam, também, o paleocórtex da porção ântero-medial do lobo temporal (única área cortical que recebe impulsos aferentes que não passam no tálamo!).
VIA OLFATIVA RECENTE já passa pelo tálamo; Núcleo dorsomedial do tálamo quadrante súpero-lateral do córtex órbito-frontal auxilia na perceção e análise consciente do odor;
Área Olfativa Medial
ÁREA OLFATIVA MEDIAL filogeneticamente mais antiga, grupo de núcleos localizadas nas regiãos medio-basais do encéfalo, imediatamente à frente do hipotálamo. Núcleos septais que se projetam para o hipotálamo e áreas primitivas do sistema límbico = associada a comportamentos básicos, como salivar ou lamber os lábios face a estimulação do cheiro da comida.
Como se faz a distinção precisa entre vários odores?
A partir das áreas olfativas do córtex cerebral surgem fibras centrífugas que se dirigem aos bulbos olfativos, onde sinapsam com células granulares, as quais enviam sinais inibitórios para as células tufadas e mitrais este feedback inibitório leva à distinção precisa entre vários odores.