Córtex Cerebral Flashcards

1
Q

Descreve a Configuração Externa Geral do Telencéfalo

A

O Telencéfalo apresenta uma forma ovóide com uma extremidade posterior larga, sendo o seu maior diâmetro ântero-posterior.
Repousa nos andares superior e médio da base do crânio (através das suas faces inferiores), estando a sua face súpero- lateral coberta pela abóbada craniana.

O Telencéfalo é constituído por dois Hemisférios Cerebrais, sendo unidos entre por duas Comissuras Interhemisféricas: o Corpo Caloso e o Fórnix (ou Trígono). Os 2 hemisférios cerebrais são unidos também através do Diencéfalo ( situado inferiormente às comissuras interhemisféricas).

São separados entre si pela Fenda Interhemisférica, a única verdadeira Fenda existente que permite separar o Telencéfalo em 2 hemisférios (estando no local dessa fenda a Foice do Cérebro) e os hemisférios cerebrais são separados do cerebelo através da Tenda do Cerebelo.

Cada hemisfério cerebral apresenta dentro de si uma cavidade, são os ventrículos laterais (iremos falar dos ventrículos mais à frente ao longo do semestre).

Na Configuração externa do Hemisfério Cerebral são descritas três faces: súpero-lateral, inferior e medial.

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2
Q

Distinga os Conceitos de Fenda, Rego e Sulco

A

Fenda – Separa os 2 hemisférios; apenas existe um única fenda (Fenda Inter-hemisférica)
Rego (terminologia francófona) /Sulco (terminologia anatómica; este termo inclui os Sulcos Principais) – São sulcos mais profundos que permitem separa Lobos entre si dentro de um Hemisfério
Sulco (terminologia francófona) / Sulco (terminologia anatómica; este termo inclui os Sulcos Secundários) – Separa circunvoluções/gyrus dentro de um mesmo Lobo

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3
Q

Descreva a Face Súpero-Lateral do Telencéfalo

A

É convexa, limitada superiormente pelo bordo superior do hemisfério, onde se encontra seio longitudinal superior e inferiormente por um bordo marcadamente chanfrado na união do ¼ anterior com os ¾ posteriores. A face súpero-lateral relaciona-se com a abóbada craniana.

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4
Q

Descreva a Face Inferior do Telecéfalo

A

A Face Inferior é delimitada lateralmente pelo bordo inferior da face Súpero-lateral do hemisfério; medialmente pelas extremidades anterior e posterior da fenda interhemisférica e entre estas estruturas pelo diencéfalo e pedúnculos cerebrais do mesencéfalo.

Esta face está dividida em duas porções pelo rego de Sylvius ou sulco lateral (do qual já irei falar de seguida):
Porção anterior ou orbitária – encontra-se repousada sobre a parede superior da órbita (daí o nome) e inclui estruturas do Rinencéfalo (o bulfo olfativo, os pedúnculos olfactivo, as fitas olfactivas e a substância perfurada anterior).

Porção Posterior ou Temporo-occipital – escavada na sua porção média por uma concavidade voltada para dentro. Repousa sobre o andar médio do crânio e sobre a tenda do cerebelo.

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5
Q

Descreva a Face Medial do Telencéfalo

A

A face medial é plana e vertical. É composta por duas porções:
Porção superior, livre (separada do hemisfério oposto pela fenda inter-hemisférica e pela foice do cérebro), que é limitada superiormente pelo bordo superior do hemisfério cerebral e inferiormente pelo corpo caloso.

Porção inferior encontra-se unida à porção inferior da face interna do hemisfério cerebral oposto pelas tais comissuras interhemisféricas que falámos (corpo caloso e fórnix) e pelo diencéfalo e apresenta também entre as duas comissuras o septo pellucidum.

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6
Q

Descreva a Fenda Inter-Hemisférica

A

contém a foice do cérebro  prolongamento sagital da dura-máter ântero-posterior, ao longo da linha média, situada na fissura longitudinal do cérebro. Tem uma forma triangular, com um bordo inferior em forma de foice, com base posterior e inclinada para baixo e para trás, continuando-se com a Tenda do Cerebelo. O seio recto localiza-se na união da foice do cérebro com a tenda do cerebelo e o Seio Longitudinal Superior acompanha o Bordo superior deste prolongamento de dura-máter, encontrando-se num próprio desdobramento da dura. O bordo inferior livre, côncavo, relacionado com o corpo caloso, contém também na sua espessura o seio longitudinal inferior.

Cada uma das suas faces relaciona-se com a face medial dos hemisférios cerebrais.

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7
Q

Descreva a Fenda de Bichat

A

Apesar de designada como fenda, não separa hemisférios cerebrais. Tem a forma de uma ferradura de cavalo de concavidade anterior, sendo penetrada pela pia-máter para formar a tela coroideia do 3º ventrículo e os plexos coroideus dos ventrículos laterais (no tecto dos cornos temporais). Devem percebê-la como se fosse uma cavidade virtual, apenas existente fruto do espaço ocupado pelos plexos coroideus.

Apresenta uma porção média e 2 porções laterais. Aqui temos representada a porção média, notem a tal concavidade, situada inferiormente ao corpo caloso e fórnix e superiormente ao tálamo e ao teto do 3º ventrículo, a causar saliência para o corpo dos ventrículo laterais.
Observamos agora tanto a porção média, superiormente ao 3º ventrículo, como as porções laterais, que vão formar uma curvatura de concavidade também anterior. Nesta imagem mais inferior dá para imaginar a localização da fenda, a passar de superior para posterior ao tálamo e entre este e os ventrículos laterais, a causar saliência para os seus cornos temporais.

Porções laterais: são compostas por uma depressão que separa (de cada lado) a circunvolução parahipocâmpica/ 5ª circunvolução temporal do pedúnculo cerebral e diencéfalo.

As porções laterais vão separar o gyrus parahipocâmpico (mais lateral) do mesencéfalo e diencéfalo (mais medial). Consegue-se ter uma melhor perceção quando se olha para uma vista inferior e afasta os 2 hemisférios, surgindo uma fissura a separá-los do mesencéfalo e diencéfalo.

Apesar de ser designada de “fenda” não separa hemisférios! Consiste numa depressão profunda, escavada posteriormente e nos lados; por um lado é limitada pelos hemisférios cerebrais e as grandes comissuras interhemisféricas e pelo outro temos o diencéfalo e o mesencéfalo. Nesta “fenda” penetra a pia-máter, para formar a tela coroideia do 3º ventrículo e os plexos coroideus dos ventrículos laterais.
Limites:
Porção média: situa-se entre o esplénio e o fórnix (em cima) e os colículos quadrigémeos e o teto do 3º ventrículo (em baixo)

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8
Q

Descreva o Rego de Sylvius

A

Tem início na face inferior do hemisfério, ao nível do angulo lateral da substancia perfurada anterior; desde esse ponto dirige-se para fora, descrevendo uma curva côncava para trás, cruza o bordo inferior da face supero-lateral e percorre esta face obliquamente para cima/trás atè à união do 1/3 médio com o 1/3 posterior do hemisfério
Ao nível da face supero-lateral, este sulco origina 2 prolongamentos:
prolongamento anterior ou horizontal – dirige-se para a frente ao longo do bordo inferior da face alteral
Prolongamento posterior ou ascendente – dirige-se para cima e ligeiramente para a frente.

Depois de emitir estes dois prolongamentos continua-se na face lateral.

Nota: há quem considere 3 prolongamentos (horizontal, ascedente e posterior, este último considerado por Rouvière a continuação do próprio sulco- ramo terminal).

Este sulco é muito profundo, sendo ocupado o seu fundo pela ínsula.

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9
Q

Descreva o Rego de Rolando

A
Tem início um pouco posterior à porção média da fenda inter-hemisférica; desce para a frente sobre a face supero-lateral do hemisfério cerebral, terminando um pouco acima do rego de Sylvius (é muito raro terminar mesmo ao nível do Rego de SYLVIUS -2%). . Ao longo do seu trajeCto descreve 3 curvas:
curva superior (convexa para a frente)
curva média (convexa para trás)
curva inferior (convexa para a frente)

O topo destas curvas é conhecido como Joelho.

A extremidade superior do Rego indenta-se ao longo do Bordo Superior do Hemisfério Cerebral para atingir a face medial terminando nesta face

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10
Q

Descreva o Rego Parieto-Occipital

A

O Rego Parieto-occipital é visível na face medial, dirigindo-se ântero-inferiormente até à extremidade posterior da circunvolução do corpo caloso, cruzando-se com o sulco calcarino. Na face lateral conseguimos observar a sua extremidade superior e a extremidade inferior (incisura pré-occipital).

Na face lateral denominamos Sulco perpendicular lateral e, na face medial, Sulco perpendicular medial.

Este rego separa o lobo parietal do occipital.

Nota Importante:
A separação do lobo occipital do lobo temporal nas faces medial e lateral é feita por linha imaginárias que se extendem desde estes Sulcos até à Incisura Pré-occipital, presente no bordo inferior do hemisfério cerebral tanto na face lateral como na medial (linhas a tracejado a laranja, sendo que na face lateral é designada de Linha Parieto-occipital lateral
A separação do lobo temporal do lobo parietal na face lateral é feita por uma linha imaginária que se extende desde o plano do rego de sylvius até à linha parieto-occipital lateral.

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11
Q

Descreva o Rego Caloso-Marginal

A

O Rego Caloso-Marginal encontra-se na face medial do hemisfério, iniciando-se inferiormente ao joelho do corpo caloso, infletindo-se para posterior e superiormente e terminando ao nível do bordo superior do hemisfério (ramo terminal ascendente), posteriormente ao Rego de Rolando. Este sulco vai separar o Lobo do corpo caloso do Lobo frontal.

Ao longo do seu trajecto emite sulcos secundários, sendo um dos mais frequentes o Sulco Paracentral , que permite delimitar anteriormente o Lobulo Paracentral, na Circunvolução Frontral Superior.

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12
Q

Descreva o Rego Sub-Parietal

A

Por fim temos o sulco sub-parietal que se encontra na face medial do hemisfério cerebral. Inicia-se a partir do ponto de inflexão do Rego Caloso-Marginal até ao Sulco Perpendicular Interno, seguindo segundo um plano perpendicular ao Sulco Marginal.

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13
Q

Descreva o Lobo Frontal e as suas Circunvoluções

A

Tem projeções nas 3 faces e forma de pirâmide triangular, sendo limitado pelo Rego de Sylvius, de Rolando e Caloso-Marginal. Apresenta 4 Circunvalações:
Frontal Ascendente /Pré-Central/Pré-Rolândica – nas faces interna e súpero-externa, entre o Rego de Rolando e o Pré-Rolândico, continua-se com o lóbulo paracentral na face interna e ínfero-lateralmente com a circunvalação parietal ascendente
Frontal Superior/ 1ª Circunvalação Frontal – nas 3 faces, com um segmento superior (limitado pelo sulco do cíngulo na face medial e pelo frontal na súpero-lateral, indo do sulco pré-central até à extremidade anterior do lobo frontal e a extremidade posterior forma o lóbulo paracentral) que no polo inferior se continua com o segmento inferior (orbitário) ou circunvalação reta (entre a fenda interhemisférica e o sulco olfativo).
Frontal Média/ 2ª Circunvalação Frontal – não aparece na face medial, apresentando um segmento superior limitado pelos sulcos frontais superior e inferior e um segmento inferior que está limitado pelo sulco olfativo (medialmente) e pelo orbitário (lateralmente) e é percorrido por anfractuosidades (sulco de H).
Frontal Inferior/ 3º Circunvalação Frontal – não aparece na face medial, ocupando toda a porção do lobo frontal ínfero-lateral à CFM (compreendida entre os sulcos frontal inferior e orbitário externo e o Rego de Sylvius). Dividida em 3 pelos 2 prolongamentos do Rego de Sylvius: Porção Orbitária (cabeça, também na face inferior, ínfero-medial ao ramo anterior do Rego de Sylvius), Porção Triangular (cabo, apenas na face súpero-externa, entre os ramos anterior e ascendente do ramo de Sylvius) e a Porção Opercular (pé, apenas na face súpero-lateral, posterior ao ramo ascendente do Rego de Sylvius, comunica superiormente com a Circunvalação Frontal Ascendente).

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14
Q

Descreva o Lobo Parietal e as suas Circunvoluções

A

Na porção média e superior da face súpero-externa e ocupando ainda uma escasse extensão da interna. Limitada pelo Rego de Rolando (anterior), de Sylvius (inferior), Parieto-Occipital (posterior) e Subparietal (na face interna). 3 circunvalações separadas pelo sulco intraparietal (na face súpero-externa, vai súpero-posteriormente, paralelo ao Rego de Rolando, onde se torna no Sulco Pós-Central e inflete-se posteriormente para correr paralelamente ao bordo superior do hemisfério cerebral até ao lobo occipital):
Parietal Ascendente/ Pós-Central (Rolândica) – em ambas as faces, entre o Rego de Rolando e o Pós-Central, une-se à circunvalação frontal ascendente por pregas anastomóticas entre cada uma das extremidades do Rego de Rolando (inferiormente ao nível da Porção Opercular da Frontal Inferior e superiormente ao nível do lóbulo paracentral)
Lóbulo Parietal Superior/ 1ª Circunvalação Parietal – em ambas as faces, entre o bordo superior do hemisfério e o sulco intraparietal, posterior à circunvalação pós-central. Na face interna forma o Lóbulo Quadrilátero (pré-cunea) limitado anteriormente pela extremidade posterior do rego caloso-marginal e posteriormente pelo rego parieto-occipital (e inferiormente pelo rego subparietal).
Lóbulo Parietal Inferior/ 2ª Circunvalação Parietal – face súpero-externa, inferiormente ao lóbulo parietal superior e posteriormente à circunvalação parietal ascendente. Segmento Anterior (circunvalação supramarginal ou lóbulo marginal com concavidade inferior onde está o ramo posterior do Ramo de Sylvius) e Posterior (circunvalação angular ou lóbulo angular com concavidade anterior onde está a extremidade posterior do sulco temporal superior)

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15
Q

Descreva o Lobo Occipital e as suas Circunvoluções

A

Porção Posterior do hemisfério em forma de pirâmide triangular cujo vértice +e o Polo Occipital (posterior), sendo limitado pelo Rego Parieto-Occipital (rego perpendicular interno) anteriormente (na face interna), Rego Parieto-Occipital (sulco occipital transverso) anteriormente (na face súpero-externa) e inferiormente não tem nenhum limite bem definido. Continuo com o lobo temporal nas faces súpero-externa e inferior e com o lobo parietal na face súpero-externa. Apresenta 6 circunvalações (numeradas de inferior para superior, separadas por 5 sulcos inominados, que nascem do polo occipital e vão até à base):
1ª Circunvalação Occipital – face súpero-externa, continua-se anteriormente com o lóbulo parietal superior
2ª Circunvalação Occipital – face súpero-externa, continua-se com a circunvalação angular
3ª Circunvalação Occipital – face súpero-externa, unida por pregas anastomóticas às circunvalações temporais média e inferior
4ª Circunvalação Occipital – face inferior, continua-se com a 4ª circunvalação temporal, formando o Lóbulo/Circunvalação Fusiforme
5ª Circunvalação Occipital – face inferior, continua-se com a 5ª circunvalação temporal, formando o Lóbulo/ Circunvalação Lingual
6ª Circunvalação Occipital – face interna (toda, em forma de cunha), limitada ântero-superiormente pelo rego parieto-occipital e inferiormente pelo sulco calcarino (que separa a circunvalação lingual do lóbulo cuneiforme e estende-se horizontalmente do polo occipital até à extremidade posterior da circunvalação do corpo caloso, para se unir ao rego parieto-occipital).

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16
Q

Descreva o Lobo Temporal e as suas Circunvoluções

A

Porção média e inferior do hemisfério, apresentando 3 faces (sendo que a inferior repousa sobre a fossa temporo-esfenoidal) e é limitado, na face súpero-externa, pelo Rego de Sylvius e Parieto-Occipital, na face interna pela fenda de Bichat e na face inferior pelo Rego de Sylvius (anteriormente). Apresenta 5 circunvalações, numeradas de súpero-lateral para ínfero-medial, sendo todas elas limitadas anteriormente pelo Rego de Sylvius:
Circunvalação Temporal Superior (1ª CT) – face súpero-externa, entre o rego de Sylvius e o sulco temporal superior, continua-se posteriormente com o lóbulo marginal e o lóbulo angular (do parietal inferior), sendo que a sua porção mais superior e transversa (que se orienta até ao lobo da ínsula) se denomina circunvalação temporal transversa.
Circunvalação Temporal Média (2ª CT) – face súpero-externa, inferior à 1ª e ao sulco temporal superior e superior ao sulco temporal inferior. Unida posteriormente com o lóbulo angular e a 2ª e 3ª circunvalações occipitais.
Circunvalação Temporal Inferior (3ª CT) – face súpero-externa e inferior, entre o sulco temporal inferior e o bordo inferior do hemisfério cerebral para invadir a face inferior do lobo temporal. Está unida à 3ª circunvalação occipital por uma prega anastomótica.
Circunvalação Temporo-Occipital Externa (4ª CT) – face inferior, na sua parte média, continuando-se com a 4ª circunvalação occipital para formar o lóbulo fusiforme.
Circunvalação Temporo-Occipital Interna (5ª CT) – face inferior e interna, separada da 4ª CT pelo sulco colateral (desde o polo occipital vai anteriormente, podendo ser continuo com o sulco rinal que separa a parte anterior da circunvalação parahipocâmpica do resto do lobo temporal). Continua-se posteriormente com a 5ª CO para formar o lóbulo lingual e anteriormente dobra-se súpero-posteriormente para formar o Uncus (polo temporal). Percorrida pelo sulco do hipocampo (que vai do esplénio do corpo caloso até ao polo temporal para separar a circunvalação parahipocâmpica do uncus).

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17
Q

Descreva o Lobo da Insúla

A

Coberto pelo Lobo Temporal, no fundo do Rego de Sylvius e de forma triangular, sendo o vértice o polo da ínsula (ântero-inferior), separada da substância perfurada anterior pela prega falciforme e a base horizontal, virada superiormente, separada dos lobos adjacentes pelo sulco circular da ínsula. Do seu polo partem 4 sulcos em direção à base (5 circunvalações), sendo que o 3º sulco é o mais profundo e constante, dividindo a ínsula na porção anterior (3 primeiras circunvalações) e posterior (2 últimas circunvalações).

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18
Q

Descreva o Lobo do Corpo Caloso

A

Uma única circunvalação, na face interna, limitado superiormente pelo rego caloso marginal (anterior) e pelo subparietal (posterior) e inferiormente pelo sulco do corpo caloso. Ao nível do esplénio há continuação com a circunvalação hipocâmpica, descrevendo um anel completo, fechado anteriormente pelas raízed do pedúnculo olfativo – Circunvalação Límbica.

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19
Q

Liste as Áreas Corticais de cada Lobo Cortical

A

Lobo Frontal:
Área Pré-Central (contém a Área Pré-Motora e a Área Motora Primária), para além disto apresenta ainda a Área Motora Suplementar, o Campo Ocular Frontal, a Área de Broca e a Área Pré-Frontal.
Lobo Parietal:
Área Somatoestésica Primária, Área Somatoestésica Secundária e Área Somatoestésica de Associação.
Lobo Occipital:
Área Visual Primária, Área Visual Secundária, Campo Ocular Occipital
Lobo Temporal:
Área Auditiva Primária, Secundária e de Wernicke.
Para além disto temos ainda a Área Gustativa, a Área Vestibular, o Córtex Insular, a Área Olfativa Primária, a Área Entorrinal (Olfativa Secundária)

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20
Q

Descreva a Área Pré-Central

A

Na porção mais posterior do lobo (parede anterior do Rego de Rolando, circunvalação frontal ascendente e porções posteriores das circunvalações frontais superior, média e inferior, do bordo superior e até ao lóbulo paracentral, inclusive). Nesta área não observamos muitas células granulares (córtex agranular), predominando as piramidais que estão mais concentradas no lóbulo paracentral e na porção superior da circunvalação pré-central (vai diminuindo ântero-inferiormente). A maioria das fibras cortico-espinhais e cortico-bulbares tem origem nas pequenas células piramidais. Está dividida em 2 regiões: a anterior que contém a área pré-motora (B6 e porções de B8, 44 e 45) e a posterior que contém a área motora primária (B4).

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21
Q

Descreva a Área Motora Primária

A

Circunvalação frontal ascendente e lóbulo paracentral. Quando eletricamente estimulada produz movimentos isolados no hemicorpo contralateral e contração de grupos musculares responsáveis por movimentos específicos, bem como movimentos bilaterais de músculos extraoculares, faciais superiores, língua, faringe e laringe, sendo que há uma distribuição invertida das estruturas: na face súpero-externa, de baixo para cima, temos as estruturas da deglutição, pálpebra e sobrancelha, depois os dedos das mãos – 1º - mão, punho cotovelo e on«mbro, de seguida o ombro e por fim anca, joelho e tornozelo, já na face interna temos os esfíncteres anais e vesicais e depois os dedos dos pés. Representada por um homúnculo motor. Permite movimentos individuais de diferentes partes do corpo, mas não decide que movimentos efetuar, sendo o local final da conversão das decisões motoras, Recebe aferências da área pré-motora, córtex, somatoestésico, tálamo, cerebelo e núcleos basais

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22
Q

Descreva a Área Pré-Motora

A

restante área pré-central, estreitada inferiormente e sem células piramidais. Movimentos musculares semelhantes aos de B4, mas é necessária uma estimulação mais forte para o mesmo grau de movimento e recebe aferências do córtex somatoestésico, tálamo e núcleos basais. Armazena esquemas de atividade motora aprendidos previamente e aplica estes programas quando adequados a novas situações, programa a atividade de B4 e está envolvida nos movimentos posturais pela conexão com os núcleos basais.

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23
Q

Descreva a Área Motora Suplementar

A

Na Circunvalação frontal superior, na face interna, anteriormente ao lóbulo paracentral. Movimentos dos membros contralaterais, mas requer estímulos mais fortes que a área motora primária e a remoção desta não causa perda de movimento.

24
Q

Descreva o Campo Ocular Frontal

A

Da área motora facial (circunvalação pré-central) até à circunvalação frontal média, dando o movimento conjugado dos olhos, especialmente para o lado contralateral. Pensa-se que as fibras passem pelos colículos superiores (ligados aos núcleos dos músculos extraoculares pelo feixe longitudinal interno). Controlam os movimentos voluntários de pesquisa dos olhos e são independentes de estímulos visuais. Relações com a área visual occipital

25
Q

Descreva a Área de Broca

A

Circunvalação frontal inferior, na porção triangular/cabo, sendo relevante no hemisfério dominante (a sua ablação no mesmo leva a uma paralisia da fala, enquanto que no não dominante não surte efeitos significativos no discurso). Está relacionada com a formação das palavras faladas, ativa as regiões da área motora primária adjacente, correspondentes aos músculos da laringe, boca, língua, palato mole e respiratórios que devem ser apropriadamente estimuladas

26
Q

Descreva a Área Pré-Frontal

A

Anterior à pré-central (maior parte das circunvalações frontais superior, média e inferior, os segmentos orbitários da superior e média na face inferior, bem como a maior parte da superior na face media e a metade anterior da circunvalação do corpo caloso). Conexões recíprocas com outras áreas do córtex cerebral, tálamo, hipotálamo e corpo estriado. A Parte Mediana está relacionada com a iniciativa, a Parte Órbito-Frontal/Ventral está relacionada com o comportamento social e a Parte Lateral com o planeamento e execução de ações. Ligada ao cereblo por fibras fronto-ponto-cerebelosas (através dos núcleos pônticos) e à contralateral pelas fibras comissurais do fórceps minor e joelho do corpo caloso. Assim esta área é responsável pela construção da personalidade, profundidade dos sentimentos e perceção de emoções e determina a iniciativa e capacidade de julgamento

27
Q

Descreva a Área Somatoestésica Primária

A

Circunvalação Parietal Ascendente e porção posterior do lóbulo paracentral. Esta circunvalação anteriormente (B3) é heterotípica granular (apenas algumas células piramidais, sendo a banda de Baillarger espessa e evidente), já na porção posterior (B1 e 2) há menos células granulares. Recebe fibras de projeção dos núcleos centrais póstero-externo e póstero-interno do tálamo. Temos aqui também um Homúnculo, mas desta vez sensitivo (> face, lábios e 1º e 2ºs dedos), representado do forma invertida (lateralmente, de inferior para superior, temos a região faríngea, língua e mandíbula, depois a face, dedos das mãos, mão e braço e por fim o tronco e a coxa; medialmente temos mais inferiormente a região anal e genital e superiormente a perna e área do pé). A maioria das sensações chegam aqui pelo lado contralateral, no entanto algumas sensações da região da boca atingem o córtex homolateral e as da faringe, laringe e períneo atingem ambos os córtices. Os estímulos são recebidos por neurónios da camada granular interna e é da camada VI que os axónios deixam o córtex em relação ao tálamo, bulbo e medula espinhal (feedback negativo). Esta área recebe impulsos nervosos periféricos e converte-os em informação que será analisada pela área somatoestésica de associação. De realçar que a área B3 recebe várias fibras aferentes de fusos neuromusculares, órgãos tendinosos e recetores articulares, cuja informação será analisada nas colunas verticais do córtex somatoestésico para passar depois para a área motora primária – atividade muscular esquelética.

28
Q

Descreva a Área Somatoestésica Secundária

A

Pequena área no lábio superior do rego de Sylvius ao nível do ramo posterior que representa a face anteriormente, as pernas posteriormente e o corpo será representado bilateralmente, com domínio do lado contralateral. As suas conexões são ainda um pouco desconhecidas, sendo que estes neurónios respondem a estímulos cutâneos de curta duração

29
Q

Descreva a Área Somatoestésica de Associação

A

Lóbulo Parietal Superior (até à sua porção na face interna) tendo várias conexões com outras regiões sensoriais do córtex. Esta recebe e integra diferentes modalidades sensitivas, permite reconhecer objetos apenas através do tato e recebe e interpreta informações sobre a forma e tamanho do objeto, relacionando-as com experiências sensoriais e sensitivas passadas

30
Q

Descreva a Área Visual Primária

A

Nos lábios da porção posterior do sulco calcarino, podendo ir até ao polo occipital e face súpero-externa do hemisfério, apresenta um córtex fino (heterotípico granular, com poucas células piramidais) e a estria de Gennari. Recebe aferências do corpo geniculado externo, com origem na retina. Recebem fibras da porção temporal da retina homolateral e nasal da retina contralateral. Os quadrantes superiores da retina (recebem imagem do campo visual inferior) são representados no lábio superior do sulco calcarino – inversão cortical dupla do campo de visão. A mácula lútea (área central da retina) é representada pelo polo occipital e as porções periféricas terminam anteriormente a este

31
Q

Descreva a Área Visual Secundária

A

Em redor da primária, recebe aferências da área visual primária e de outras áreas corticais e do tálamo, tendo como função relacionar a informação visual recebida pela área visual primária com experiências passadas permitindo o reconhecimento e apreciação do que está a ver

32
Q

Descreva o Campo Ocular Occipital

A

Na Área Visual Secundária, provoca desvio conjugado dos olhos, especialmente para o lado contralateral, estando associado aos reflexos visuais e movimentos dos olhos na perseguição involuntária dos objetos em movimento. Está unido ao seu contralateral, aos colículos superiores e ao campo ocular frontal

33
Q

Descreva a Área Auditiva Primária

A

Lábio Inferior do Rego de Sylvius, sendo a área 42 heterotípica granular e a 42 homotípica (associação auditiva), recebe fibras de projeção do corpo geniculado interno (radiação auditiva da cápsula interna). A sua porção anterior é responsável pela receção dos sons de baixa frequência, já a posterior é pelos de alta frequência

34
Q

Descreva a Área Auditiva Secundária

A

Posterior à primária, da qual recebe impulsos, bem como do tálamo para interpretar os sons e associar as aferências auditivas com outra informação sensorial/sensitiva

35
Q

Descreva a Área de Wernicke

A

No hemisfério dominante, estende-se para o ramo posterior do Rego de Sylvius até ao lóbulo marginal, ligada à área de Broca pelo feixe arqueado/longitudinal superior (feixe de associação). Recebe fibras do córtex visual e auditivo. Permite a compreensão da linguagem escrita e falada, através da sua associação com a área da broca permite a leitura em voz alta de uma frase, sendo uma área de associação da informação visual e auditiva

36
Q

Descreva a Área Vestibular

A

Perto da Região da Circunvalação Parietal Ascendente relacionada com as sensações da face, opõe-se à área auditiva e tem como função a apreciação da posição e movimentos da cabeça no espaço e, pelas suas conexões nervosas, influencia os movimentos dos olhos e a contração dos músculos do tronco e membros, para manter a postura corporal

37
Q

Descreva o Córtex Insular

A

Coberta pelos dois lábios do Rego de Sylvius, sendo a porção posterior do córtex heterotípico granular e a anterior heterotípico agranular (somatoestésico primária e motora primária, respetivamente). Tem como funções o planeamento e coordenação dos movimentos articulares necessários ao discurso e está associada às emoções e ao seu processamento

38
Q

Descreva a Área Olfativa Primária

A

Constitui a área pré-piriforme, o córtex periamigdalino e a metade córtico-interna do corpo amigdalino, localizando-se no úncus, na circunvolução parahipocâmpica. Recebe fibras da fita olfativa externa que transmitem sensações relacionadas com cheiros e odores, servindo assim para a receção de informação olfativa da mesma e para a enviar para o córtex olfativo secundário

39
Q

Descreva a Área Entorrinal

A

Constitui a área piriforme, localizada imediatamente atrás da área olfactiva primária, na face interna da circunvolução parahipocâmpica, sendo um intermediário entre o córtex e o hipocampo, de onde partem um conjunto de fibras que constituem a principal aferência do hipocampo (via/trato perfurante). É responsável pela interpretação de sensações olfativas do córtex olfativo primário e funciona como centro de integração de diversas informações (visuais, auditivas, olfativas e sensitivas) relacionando-as entre si. A sua lesão pode provocar alucinações olfativas

40
Q

Descreva o Córtex de Associação

A

Enquanto que as áreas sensitivas/sensoriais primárias têm um córtex heterotípico granular e as motoras primárias têm um córtex heterotípico agaranular, as restantes são homotípicas e são designadas por áreas de associação, sendo então áreas com múltiplas aferências e eferências que estão relacionadas com o comportamento, discriminação de objetos e interpretação de experiências sensoriais:
Área Pré-Frontal – associa experiências para a produção de ideias abstratas, juízos, sentimentos e personalidade
Área Temporal Anterior – armazena experiências sensoriais passadas, permitindo a recordação de sons ou objetos vistos anteriormente
Área Parietal Posterior – integra a informação visual e somatoestésica, permitindo a noção de forma, tamanho e textura, pelo que está relacionada com a capacidade de estereognosia, bem como construção consciente da nossa própria imagem corporal e noção da posição do corpo em relação ao meio que nos rodeia

41
Q

Descreva o Conceito de Dominância Cerebral

A

Anatomicamente não há exatamente uma definição de hemisfério dominante pois estes são praticamente idênticos e há comunicação entre ambos. No entanto, o hemisfério esquerdo está associado ao estabelecimento de uma pessoa como dextra ou canhota e à capacidade de compreensão e produção de linguagem, lógica e raciocínio matemático, enquanto que o direito se relaciona com capacidades visuoespaciais (memória topográfica, estímulos visuais complexos e atenção hemiespacial seletiva), a apreciação das artes, os aspetos emocionais do discurso, a intuição e imaginação. Assim este termo refere-se à dominância em certas funções, que é mais bem percebida na linguagem e nas habilidades manuais. Cerca de 96% da população adulta tem dominância da fala no hemisfério esquerdo – a área da fala é maior no esquerdo que no direito e pensa-se que nos recém-nascidos estes tenham as mesmas capacidades. Segundo Yakolec e Rakic há mais fibras cortico-espinhais a partirem da pirâmide esquerda, ou seja, mais fibras no corno anterior direito da medula espinhal, o que pode explicar a dominância da mão direita nos dextros, O hemisfério dominante vai ser definido até aos 10 anos – uma criança canhota consegue tornar-se destra

42
Q

Descreva a Síndrome do Hemisfério Direito Não Dominante (Neglet Syndrome)

A

Inatenção Hemiespacial Seletiva (IHS) caracteriza-se pela incapacidade em atender, explorar e responder a estímulos no hemiespaço ou hemicorpo contralateral, sendo que as lesões do hemisfério esquerdo raramente provocam neglet, pois o direito (dominante para essa função) consegue compensar o defeito de atenção seletiva, mas uma lesão do hemisfério direito pode provocar total indiferença aos estímulos à esquerda e explorar apenas os do hemiespaço direito (detetados pelo hemisfério esquerdo). As manifestações podem ser muito heterogéneas podendo chegar a um desvio dos olhos e da cabeça para a direita e negar qualquer defeito motor à esquerda (anosognosia) ou negar que a metade esquerda do corpo lhe pertença (hemiassomatognosia), sendo que no dia a dia podemos verificar manifestações de neglet pessoal, peripessoal ou no espaço distante. Para evidenciar a IHS pode-se utilizar a prova de barragem (bissetar linhas numa folha de papel, serão ignoradas algumas da esquerda) ou o desenho espontâneo (num desenho simétrico o lado esquerdo será negligenciado).

43
Q

Descreva os Sintomas de uma Lesão na Área Motora Primária

A

hemiplegia no hemicorpo contralateral, com distúrbio mais evidente dos movimentos finos e específicos, hemiparesia do hemicorpo contralateral, paralisia do hemicorpo contralateral espasticidade ligeira ou Ataque Epilético Jacksoniano (lesão irritativa em B4, convulsão com início na parte do hemicorpo contralateral que podem ser restritos a uma parte do corpo ou envolver mais regiões, dependendo da disseminação da irritação na AMP)

44
Q

Descreva os Sintomas de uma Lesão na Área Motora Secundária

A

dificuldade na execução de movimentos específicos, especialmente sequências de movimentos, alguma hemiplegia (menos severa que da AMP) e espasticidade marcada. [Quanto à espasticidade: a AMP origina os tratos cortico-espinhais e cortico-nucleares – aumentam o tónus muscular - e a AMS origina os tratos extrapiramidais que passam pelos núcleos basais e formação reticular – impulsos inibitórios sobre o tónus muscular - (e contribui para o trato cortico-espinhal, mas em menor grau). Isto explica que ambas as áreas, quando lesadas provoquem espasticidade, mas apenas a secundária provoque uma espasticidade marcada]

45
Q

Descreva a Sintomatologia das Áreas Motoras Primária e Secundária

A

hemiplegia marcada do hemicorpo contralateral, paralisia grave do hemicorpo contralateral, apraxia grave e espasmos musculares

46
Q

Descreva a Sintomatologia de uma Lesão do Campo Ocular Frontal

A

lesão destrutiva num hemisfério provoca desvio dos olhos para este lado (e incapacidade de os virar para o outro lado), já uma lesão irritativa num hemisfério provoca desvio periódico dos 2 olhos para o lado oposto. Os movimentos de perseguição involuntários não são afetados.

47
Q

Descreva a Sintomatologia de uma Lesão da Área Pré-Frontal

A

Perda das capacidades de julgamento e iniciativa, alterações emocionais (euforia), perda da espontaneidade com diminuição da fluência do discurso e inatividade motora, negligência das atividades diárias essenciais, mudança de personalidade (desinibição social, inconsequência, impulsividade, incapacidade de depressão), mas sem perda marcada da inteligência. Esquizofrenia (este tem uma inevação dopaminérgica rica pelo que uma lesão nesta área pode ser responsável pelos sintomas de esquizofrenia – negativos).

48
Q

Descreva a Sintomatologia de uma Lesão da Área Somatoestésica Primária

A

distúrbio sensitivos contralaterais, mais severos nas porções distais dos membros, hemianestesia contralateral (normalmente não se perdem as sensações térmicas, dor e tato grosseiras/difusas graças à função do tálamo), incapacidade de avaliar graus de calor, perda de discriminação tátil, incapacidade de julgar o peso dos objetos e pode levar a alguma perda de tónus muscular

49
Q

Descreva a Sintomatologia de uma Lesão da Área Somatoestésica Secundária

A

não causam defeitos sensitivos reconhecíveis ou visíveis

50
Q

Descreva a Sintomatologia de uma Lesão da Área Somatoestésica de Associação

A

astereognosia (incapacidade de reconhecer objetos pelo toque pois não consegue integrar os estímulos táteis, de pressão e proprioceção), interferência na apreciação do hemicorpo contralateral e atopognosia (não reconhece a área do corpo que está a ser estimulada)

51
Q

Descreva a Sintomatologia de uma Lesão da Área Visual Primária

A

se todo o córtex de um hemisfério for lesado temos uma hemianopsia homónima contralateral, se a metade superior ao sulco calcarino for lesada temos uma quadrantanópsia inferior contralateral, se for uma lesão no polo occipital temos um escotoma central hemianóptico. Tipicamente ocorrem por problemas vasculares, tumores ou ferimentos de armas

52
Q

Descreva a Sintomatologia de uma Lesão da Área Visual Secundária

A

incapacidade de reconhecer objetos vistos no campo visual contralateral e ilusões e alucinações visuais

53
Q

Descreva a Sintomatologia de uma Lesão da Área Auditiva Primária

A

surdez parcial bilateral (mais marcada no contralateral porque cada corpo geniculado interno recebe fibras de ambos os ouvidos, mas mais do contralateral), perda de capacidade de localizar a fonte/origem do som, ou, no caso de uma lesão bilateral, surdez total

54
Q

Descreva a Sintomatologia de uma Lesão da Área Auditiva Secundária

A

incapacidade de interpretar e reconhecer os sons ou música, agnosia verbal acústica

55
Q

Descreva uma Afasia e uma Disartria

A

Afasia – perturbação da produção e/ou compreensão da linguagem, secundária a uma lesão cerebral, podendo variar no tipo e intensidade (desde dificuldades em evocar as palavras a ver o discurso reduzido a sons, com incapacidade completa para comunicar). Podem ser classificadas de acordo com a Localização Anatómica da Lesão, Apresentação Clínica e Gravidade da Incapacidade da Fala. Dificuldades na Fala e na Escrita (bem como leitura)
Disartria – perturbação motora do discurso, da articulação verbal, caracterizando-se pela dificuldade em produzir determinados sons, graças a uma alteração de força, alteração do tónus ou coordenação dos músculos da fala, que torna o discurso pouco inteligível . Escrevem sem dificuldade, não tendo dificuldade em evocar os nomes, compreender ou contruir frases, sendo que nos casos mais extremos pode haver alguma incapacidade em articular os sons verbais – anartria – em lesões do tronco cerebral e doenças neuromusculares avançadas, estando tipicamente associada a disfagia e disfonia.

56
Q

Descreva as Funções da Fala Associadas às Diversas Áreas

A
  • Região de Wernicke – necessária à compreensão da fala
  • Região da Broca – necessária à produção da fala (programação dos movimentos da fala)
  • Fascículo Arqueado - tracto profundo da substância branca que descreve um arco entre as anteriores.
  • Circunvalação Angular – entre o córtex visual e a área de Wernicke, importante para a leitura e funções não verbais da linguagem (coordenação dos córtices visual, auditivo e somatoestésico + influências da região de wernicke)
  • Circunvalação Supramarginal – funções visuais da linguagem
  • Centro de Exner – área cortical relacionada com a escrita (na CFM, imediatamente anterior ao córtex motor primário para a mão)
57
Q

Quais os Parâmetros de Avaliação da Linguagem?

A

Fluência do Discurso – facilidade em produzir discurso instantâneo, analisada enquanto se conversa com o doente sobre a vida quotidiana. Mesmo nas afasias podemos distinguir um discurso fluente (com débito normal ou elevado, produzido sem esforço, com ritmo e melodia normais, mas com conteúdo pobre em ideias pela falta de substantivos, uso incorreto de palavras e circunlóquios – jargon) ou então um discurso não fluente (baixo débito, produzido com esforço, frases curtas ou palavras isoladas, com pausas frequentes e longas e perda da linha melódica habitual). A divisão do hemisfério dominante segundo um plano coronal que passa no Rego de Roland permite associar as lesões cerebrais pré-rolândicas como provocadoras de Afasias Não Fluentes (como a da Broca) e as lesões cerebrais pós-rolândicas como provocadoras de Afasias Fluentes (como a de Wernicke). [A gaguez, embora seja um defeito da fluência do discurso não é considerada uma afasia.
Compreensão – o método mais simples é dar ordens verbais, no entanto a incapacidade de obedecer às mesmas não significa necessariamente que haja um impedimento na mesma (apraxia) pelo que devem ser feitas de resposta sim/não. A divisão do hemisfério dominante segundo um plano transversal que passa pelo Rego de Sylvius distingue as lesões infrassílvicas (alteração da capacidade de compreensão verbal) das suprassílvicas (não afetam a capacidade de compreensão). A compreensão de palavras depende maioritariamente do lobo temporal, enquanto que frases mais complexas requerem ainda a participação do lobo frontal, pelo que os doentes afásicos com lesões frontais esquerdas (ex: afasia de Broca) podem ter dificuldade na compreensão do discurso, em tempo real, mesmo tendo um bom desempenho na prova de compreensão de ordens simples.
Nomeação – sempre perturbada nos afásicos: anomia. Esta requer a ativação de uma extensa rede neuronal na região perissílvica do hemisfério esquerdo (anomia associada tanto a supra como infrassílvicas) e a Afasia Anómica é o défice preponderante (manutenção da fluência, compreensão e repetição). A nomeação requer a análise visual do estímulo com o seu reconhecimento e categorização, acesso à informação léxico-semântica e tradução da mesma em sons de discurso e representação da sequência correta de sons). Esta é avaliada ao mostrar ao doente objetos de uso corrente e pedindo que ele os identifique, sendo que o doente afásico pode: fazer pausas (tentado procurar, sem conseguir evocar, a palavra), produzir estereótipos de forma automática e involuntária, perseveração (repetir palavras ditas anteriormente), usar termos genéricos ou produzir circunlóquios. Podemos ainda esperar parafasias (literais, verbais ou neologísticas).
Repetição – dependente do feixe arqueado e estruturas vizinhas do Rego de Sylvius (área de Wernicke, ínsula, região parietal inferior – envolvida na memória fonológica – e área de Broca). Testada pedindo ao doente para repetir palavras curtas e familiares, depois palavras mais longas e por fim frases e adicionalmente pede-se para repetir pseudopalavras, testanto assim a memória semântica e fonológica (por vezes apenas uma destas está comprometida. A Afasia de Condução apresenta como maior dificuldade a repetição (restantes capacidades relativamente preservadas) em que o doente, embora tendo ideia da palavra que deve repetir, apenas consegue uma produção aproximada, sendo que, noutras síndromes afásicas – Afasias Transcorticais (lesões na periferia das áreas da linguagem ou lesões subcorticais) o doente pode ter grande dificuldade de linguagem, mas repetir bem palavras, por vezes até compulsivamente. Quanto às afasias transcorticais podemos distinguir: Afasia Transcortical Motora – resultante de uma lesão anterior/frontal; Afasia Transcortical Sensitiva – lesão nas áreas posteriores, tipicamente há ecolália; Afasia Transcortical Mista – combinação de ambas