Neuro Flashcards
Nova cefaleia após cinquenta anos de idade, dor à palpação de artéria temporal; pode se acompanhar de polimialgia reumática
Arterite de células gigantes
Início súbito de cefaleia, hemianopsia bitemporal, estado mental alterado
Apoplexia pituitária
Geralmente ocorre quando há um tumor que sangra espontaneamente (apoplexia hemorrágica) ou, mais raramente, o tumor pode crescer mais do que sua vascularização (apoplexia isquêmica)
Síndrome parcial de Horner (miose, ptose, sem anidrose) pode indicar que quadro na emergência?
dissecção de carótida
encefalopatia de wernicke (quadro clínico e causa)
tríade: encefalopatia, disfunção oculomotora e ataxia de marcha
deficiência de tiamina
Demência (avaliação laboratorial inicial)?
B12, TSH, VDRL, antiHIV, tc crânio
algumas referências não incluem antiHIV
deficit mais comum em ave isquêmico de território carotídeo (circulação anterior)
hemiplegia /paresia (85% dos casos)
principal fator de risco de avei
has (incluindo has sistólica isolada do idoso)
principal causa de avei
aterotrombótico/ arterioembólico (fonte: cecil)
causas mais comuns de ave cardioembólico
fa, cardiopatia dilatada e IAM
Principal artéria culpada no ave aterotrombótico
carótida interna (principalmente próximo à bifurcação carotídea e depois no sifão carotídeo)
ddx de AVE
epilepsia (pósictal - paralisia de Todd), hipoglicemia, aura enxaqueca, hipotensão arterial em pcts com aterosclerose prévia das artérias intra ou extracranianas
- pensar em def. neuro focal de inst. súbita. Ainda assim, AVE é sempre o primeiro dx que pensamos
tempo que leva para o ave isquêmico para aparecer na TC
24-72hs
* exceção: grande ave no território carotídeo - pode aparecer desde o primeiro dia
3 coisas que devem ser rigorosamente controladas na fase aguda de AVEi
sódio (evitar hiponatremia = edema cerebral)
temperatura (hipertermia piora isquemia)
glicose (hipo/hiper pioram isquemia)
critérios de exclusão absolutos para rTpa (10)
- TCE ou AVE nos últimos 3 meses
- sinais de HSA
- punção arterial em sítio não compressível nos últimos 7 dias
- história prévia de hemorragia intracraniana (independente do tempo)
- neo intracraniana, MAV ou aneurisma
- cx intracraniana ou intraespinhal recente
- sangramento interno ativo
- diátese hemorrágica aguda, incluindo plaquetas < 100.000, heparina nas últimas 48hs com alteração de kttp, uso de atcg com INR > 1,7 ou TP > 15s, uso atual de inibidores da trombina ou do fator Xa, com alteração nos testes de coagulação específicos
- glicose < 50
- tc de crânio mostrando infarto multilobar (hipodensidade > 1/3 do hemisfério cerebral)
não se usa antihas nas primeiras 24hs de avei, exceto se
PA > 220/120 - visando reduzir 15-25% da PA com antihas venoso (nitroprussiato de PAd > 140. nos demais - labetalol)
ou
PA > 185/110 em candidatos a trombólise
em quanto deve ser mantida a PA após trombólise pós AVEi
< 180/105 nas primeiras 24hs
quais são os pacientes em maior risco de fazerem avei cardioembólico
< 50 anos sem fatores de risco para aterosclerose
- claro que aqueles pacientes com FA conhecida, IAM recente, prótese valvar (especialmente se anctg fora de alvo) são os de mais risco, mas considere a pergunta como em pacientes que não tem nenhum fator muito “óbvio” para ter tido o avc
ddx ave cardioembólico e aterotrombótico - exames
ECG, Ecocardio (TT, se alta suspeição e ecoTT normal, realizar ecoTE), ecodoppler carótidas e vertebrais a ainda doppler transcraniano (os últimos dois podem ser substituídos por angiotc/rnm)
- Doppler transcraniano funciona para avaliar aterosclerose de vasos intracranianos - se os outros exames forem negativos e esse positivo, indica um raro caso de ave aterotrombótico de vasos intracranianos (a maioria é de vasos extracranianos, visualizados no doppler de carótidas ou vertebrais)
profilaxia secundária de avei aterotrombótico/lacunar
AAS + sinvastatina + controle dos demais FR (HAS - IECA para manter pa < 140/90, controle dm, cessar tabagismo…)
pacientes alérgicos a AAS pode usar clopidogrel
profilaxia secundária no avei cardioembólico
warfarin (alvo 2-3)
- 3 meses se IAM
- indefinido se prótese/FA
+ controle dos FR (HAS, dm, tabagismo, dislipidemia…)
- adicionar AAS se novo evento tromboembólico em vigência de uso de cumarínico
endarterectomia no ave
todos os pacientes com AVE e estenose entre 70 e 99% na carótida relacionada ao déficit neuro. De preferência nas duas primeiras semanas após o déficit, em pacientes com expectativa de vida > 5 anos
algumas referências admitem en homens com estenose sintomática entre 50 e 69% e evento há < 2 semanas, mas não é consenso
- Pacientes com critério mas contraindicação cirúrgica existe angioplastia carotídea com stent
amaurose fugaz o que é
é um dos subtipos de AIT. Geralmente corresponde a uma aterosclerose do sifão carotídeo, que envia microêmbolos para artéria oftálmica, que logo se dissolvem.
a “lesão” é ipsilateral ao déficit
Pode repetir diversas vezes ao dia.
Px melhor que os outros tipos de ait
quando solicitar ecodoppler de vasos intracranianos no paciente com ave
quando os outros exames (ecg, ecocardio, ecodoppler de carótidas) forem inconclusivos e se acredite que tenha origem em vasos intracranianos
doppler pod
risco de ave no ait - como “prever”
escala de pontos:
Age: >= 60 anos
Blood Pressure (>= 140 ou 90)
Clínica: paresia ou paralisia 2 pts, distúrbios da fala 1 ponto e outros déficits 0
Duração > 60 min 2 pts entre 10-59 1 pt menos 10 0
Diabetes 1 pt
risco de ave nas próximas 48hs
- 6 ou 7 = 8.1%
- 4 ou 5 = 4,1
- 0 a 3 = 1
todos os pacientes com escore > 3 = internação e monitorização e controle de fr (buscar etiologia)/ início do tto
sem tratamento risco de ave 10% em 3 meses, sendo metade nas primeiras 48hs
o que significa síndrome piramidal?
é a mesma coisa que síndrome do primeiro neurônio motor, significa que a lesão está no primeiro neurônio (cortical ou ainda já periférico), mas que ainda não realizou a sinapse com o segundo neurônio - este feixe que está lesado (antes da primeira sinapse)
a clínicaé de uma paresia/plegia hiperreflexa, espástica com sinal de babinski. Porém, na fase aguda da lesão, há um déficit motor do tipo flácido arreflexo (ver depois em trauma isso tb)
déficit que faz pensar em acometimento de ACM no ave
déficit motor que pode poupar o pé contralateral. déficit sensitivo (hemianestesia) tb + afasia motora e sensitiva
quando acomete o pé tb, pode ser por edema
qual artéria mais acometida nos AVEs
cerebral média (ramo superior)
hemiplegia fasciobraquicrural sem acometimento de fala ou sensitivo, pensar em que?
ave lacunar
o que ajuda a identificar uma síndrome de ave de tronco?
hemiplegia e paralisia de par craniano são em lados opostos - síndrome cruzada
diferença em relação ao desvio do olhar conjugado em ave de acm e de ave pontino
no ave de acm, o desvio do olhar conjugado é para o lado da lesão, ou seja, para o lado oposto à hemiplegia.
no ave pontino, o desvio é para o mesmo lado da lesão
tamanho máximo de um ave lacunar
2cm
principal escala de determinação de prognóstico em pacientes com HSA
Hunt e Hess
- assintomático ou leve cefaleia
- cefaleia moderada a intensa, rigidez de nuca
- sonolência, confusão mental, leve déficit focal
- torpor, déficit focal significativo
- coma, postura de descerebração
causa mais comum de HSA
Rotura de aneurisma sacular de a. comunicante anterior (especialmente na faixa 30-65a)
o que é uma cefaleia sentinela num quadro de hsa por ruptura de aneurisma sacular?
é uma cefaleia que ocorre antes da cefaleia da rotura, pode preceder em semanas-meses o episódio de rotura. Ela se caracteriza como cefaleia intensa, com padrão diferente da habitual, mas com melhora. Geralmente é secundária a pequena ruptura com tamponamento
tríade da HSA
cefaleia intensa + síncope + rigidez de nuca (se inicia após cerca de 24 hs do episódio)
presença de hemorragia subhialoide é sugestiva de que?
hsa - sangue entre o vítreo e a retina visualizado na fundoscopia. é sinal de px desfavorável
clínica de hsa + síndrome do terceiro par (ptose, midríase paralítica, estrabismo divergente e diplopia) pode indicar o que?
aneurisma roto de artéria comunicante posterior - o oculomotor passa próximo a esse aneurisma - é ipsilateral
mutismo acinético, lembrar de que?
isquemia de território de artéria cerebral anterior BILATERALMENTE
padrão ouro de exame para identificar aneurisma - quadro de HSA
arteriografia, ainda que angiotc e angiornm sejam opções razoáveis
- após diagnóstico de hsa paciente deve ser submetido a algum desses exames, a fim de identificar local da lesão e programar intervenção
escalas de prognóstico na HSA
Hunt e Hess, considera sintomas, déficit focal (1-5)
WFNS: ECG + presença ou não de déficit focal (1-5)
Fisher: quantidade de sangue (varia de 1 - dx pela PL a 4 - hemoventrículo
hsa, em que momento intervir no aneurisma
preferencialmente nos três primeiros dias
PA na HSA, como proceder
é difícil e não tem valores de referência. Muito baixa pode causar isquemia por redução de PPC, mas muito alta pode contribuir para ressangramento.
Pacientes comatosos/torporosos permite-se uma PA mais elevada em função de a queda do nível de consciência poder ser secundária a uma queda na PPC
Pacientes com consciência preservada mantem-se a PA sistólica < 140-160 antes da clipagem do aneurisma.
complicações da HSA (4)
- ressangramento
- vasoespasmo
- hidrocefalia hiperbárica
- hiponatremia
prevenção de vasoespasmo na hsa
hiperhidratação
evitar hipotensão arterial - hipertensão permissiva (se o aneurisma já estiver clipado pode permitir 160/100)
Nimodipina 60mg 4/4hs * não evita vasoespasmo mas protege os neurônios da isquemia - iniciar de pref. nas 1as 4hs
tratamento do vasoespasmo na HSA
3 H’s - hipertensão, hipervolemia e hemodiluição
A hidratação objetiva chegar a valores de PA >= 160/100 - clipagem prévia da segurança para aumentar a PA assim. Se necessário, adicionar Nora
primeiro exame a ser solicitado após a tc em HSA
Angiografia de 4 vasos - localizar aneurisma e programar clipagem se possível precoce
angiotc e angiornm - opções plausíveis
tríade aveh intraparenquimatoso
cefaleia + déficit neuro focal + rebaixamento consciência subagudo
microaneurismas de charcot bouchard
degeneração da parede de pequenas artérias perfurantes levando pequenas roturas e formação dos microaneurismas - gênese do AVEh intraparenquimatoso hipertensivo
qual local mais comum de hemorragia em aveh intraparenquimatoso e qual quadro clínico
putaminal - hemiplegia fasciobraquiocrural contralateral, desvio do olhar conjugado contrário à hemiplegia e déficit sensitivo leve - semelhante a avei de acm superior
ordem de prevalência de local de acometimento de hemorragia intraparenquimatosa em AVEh
putamen, tálamo, cerebelo e ponte
PA em AVEh intraparenquimatoso
pacientes com PA entre 150 e 220 sem contraindicações para manejo de PA devem ter ela reduzida a 140mmHg. Em casos de PA > 220, reduzir ainda mais agressivamente
alvo de ppc em aveh
50-70
situação de aveh intraparenquimatoso que sempre se precisa avaliar prontamente necessidade cirúrgica
aveh de cerebelo - hematoma > 3cm sempre tem intervenção cirúrgica, de preferência antes que o pct fique comatoso
como neutralizar um trombolítico?
crioprecipitado - grande quantidade de fibrinogênio. Importante porque em qualquer caso de trombólise com sangramento intracerebral precisamos reverter o efeito trombolítico
tríade clássica da hidrocefalia normobárica
ataxia de marcha, incontinência urinária e demência
o que é a aura na enxaqueca?
sinal neurológico focal
como a enxaqueca é um fenômeno vascular, é como se houvesse uma pequena isquemia, responsável por sinal neuro focal, ainda que seja reversível
qual é a aura mais comum da enxaqueca?
visual - escotomas cintilantes
em crianças - fotopsia (flashes luminosos dispersos)
peculiaridade de enxaqueca em crianças
mais frequentemente bilateral do que nos adultos
tb relacionada a dor abdominal e vômitos, podendo ainda haver febre
características importantes da enxaqueca
unilateral (alguns casos são bi), pulsátil, intensidade moderada a severa, piora com atividade física, dura de 4-72hs, possui sintomas associados como náuseas, vômitos, fono e fotofobia (vômitos são o sint. mais comum). Pode ou não ter aura (a maioria não tem)
tem hf+
droga de escolha no tratamento abortivo de crise enxaquecosa
Triptanos (máximo de 200mg/dia VO - pode repetir a cada 1-2hs) - meia vida curta, pode ser necessário adicionar AINES como associação para potencializar a analgesia
- boa associação: naproxeno + sumatriptano
tratamento profilático da enxaqueca - escolha, indicação e tempo de tratamento
beta bloqueadores (propranolol)
indicação: > 3/4 episódios/mês ou ausência de resposta à tratamento abortivo ou ainda efeitos colaterais não controláveis ao tto abortivo
5-6 meses de uso, após com retirada gradual
características importantes da cefaleia tensional
dor leve a moderada, opressiva, quase sempre bilateral, normalmente sem sintomas associados, que varia de 30 min a 7 dias, hiperestesia e hipertonia da musculatura pericraniana, não costuma ser agravada por esforço físico
Tratamento abortivo na cefaleia tensional
aines/analgésicos comuns
paracetamol + cafeína é uma excelente opção
tratamento profilático da cefaleia tensional - escolha, indicação
amitriptilina 10-50mg
> 15 dias de dor/mês
se redução de > 80% das crises, a dose pode ser gradualmente reduzida
principal fator desencadeante em cefaleia em salvas
alcool
quadro clínico da cefaleia em salvas
dor periorbitária unilateral de muito forte intensidade, duração de 15-180 minutos, com sinais autonômicos (lacrimejamento, hiperemia conjuntival, congestão nasal, miose, ptose, edema palpebral)
tratamento abortivo da cefaleia em salvas
o2 10-12l/min + sumatriptano (SC)
Tratamento profilático da cefaleia em salvas
verapamil - desde a 1a crise!
Quando considerar dx de trombose dos seios durais?
pcts jovens/meia idade, com cefaleia não habitual de instalação recente, com ou sem déficit neuro focal e possivelmente com convulsões. Usualmente são encontrados sinais de HIC (vômitos, papiledema, alteração de consciência)
A mais comum é de seio sagital superior
clínica de encefalopatia hipertensiva
cefaleia, náusea, vômitos, confusão mental, rebaixamento de consciência
Principal agente etiológico de meningite bacteriana no brasil?
meningococo
segundo o harisson, em adultos > 20 anos o principal agente etiológico é o pneumococo. Talvez por isso a resistência maior dessa bactéria e o uso de vanco empiricamente
reflexo de cushing (HIC)
HAS, arritmia respiratória e bradicardia
pior prognóstico em pacientes com meningite meningocóccica
meningococcemia isolada
melhor prognóstico (etiológico) de meningite bacteriana
meningite meningocóccica sem meningococcemia
esquemas atb empíricos para meningite bacteriana:
- RN
- > 55 anos
- 3m-55 anos
- Alcóolatras debilitados, transplantados…
- Nosocomial, pós-TCE, pós neurocx
- Pós PL
- RN: Cefotaxima + Ampicilina*
- > 55 anos: Ceftriaxone + Vanco + Ampi
- 3m-55 anos: Ceftriaxone + Vanco
- Alcóolatras debilitados, transplantados…: Ceftriaxone + Vanco + Ampi (igual a idosos)
- Nosocomial, pós-TCE, pós neurocx: Ceftazidime ou Mero + Vanco + Ampi
# cobrir S. aureus e gram- (incluindo pseudomonas) - Pós PL: Ceftazidime + Oxa
# cobrir S. aureus e pseudomonas - Ampicilina: para Listeria
- Nas referências nacionais não se adiciona vanco empírico. Isso é descrito no Harisson (maior resistência de pneumococo nos EUA)
patógenos mais importantes na gênese da meningite bacteriana aguda em neonatos (até 28 dias)
SGB (agalactiae), E.coli e Listeria
principal agente etiológico em meningite bacteriana em pacientes de 2 anos a 20 anos
meningococo
quadros clínicos de meningite bacteriana de maior gravidade, são atribuídos a qual agente?
S. pneumoniae