Miocardite e miocardiopatia Flashcards
Quais achados levam a suspeitar de miocardite?
- Sintomas de IC com AP de síndrome virótica
- Marcadores (CK-MB e Troponina) alterados
- ECG: Taquicardia sinusal; alteração ST-T; arritmias atriais ou ventriculares
- Bloqueio de ramo
- ECO: Aumento de câmaras, discinesias, déficit sistólico (FE < 40) ou diastólico
- Bx endomiocárdica = indicação restrita (Padrão ouro, mas tem indicação restrita).
Quais as causas de miocardite?
- Infecção viral (coxsackie, virus B e outros CMV, Epstein-Barr, HIV, hepatite)
- Infecção bacteriana (sífilis, TB)
- Cocaína
- Álcool
- Antibióticos
- Quimioterápicos
Quais as possíveis fisiopatologias das miocardites?
- Processo inflamatório do miocárdio
- Dano direto pelo patógeno
- Localizado ou generalizado
- Por isso a biópsia não é indicada para todos, devido em alguns casos o processo estar localizado e biópsia pode ser negativa.
- Toxina
- Reação imune

Qual é quadro clínica das miocardites?
- Grande maioria dos casos é oligossintomática e não diagnosticada
- Alguns casos, sintomas de IC surgem dias ou semanas após quadros influenza-like
Exames complementares que podem estar alterados em miocardites:
- ECG (qualquer alteração)
- Rx Tórax (aumento da area cardíaca)
- ECO = reforça o diagnóstico se houver déficit / pode haver trombos
- Cintilografia com gálio 67: altamente sensível, mas pouco específico
- Bx endomiocárdica: padrão ouro mas POUCO INDICADO pelo caráter migratório e focal das lesões
Quando está indicado a realização de biópsia endomiocárdica?
- Insuficiência cardíaca (IC) de início recente (< 2 semanas), sem causa definida, não responsiva ao tratamento usual e com deterioração hemodinâmica;
- IC de início recente (2 semanas a 3 meses), sem causa definida e associada a arritmias ventriculares ou bloqueios atrioventriculares de 2º ou 3º graus;
- IC com início (> 3m e < 12m), sem causa definida e sem resposta à terapia-padrão otimizada. (IC classe 3)
- IC decorrente de cardiomiopatia dilatada de qualquer duração, com suspeita de reação alérgica e/ou eosinofilia
- Arritmias ventriculares sem causa definida
Qual é o tratamento clínico em pacientes com miocardites?
- Internação e monitorização cardíaca
- Diuréticos / vasodilatadores
- Betabloqueadores / Espironolactona
- Não há benefício comprovado de uso de antivirais
- Casos com inflamação (+) e pesquisa viral (+) = Imunoglobulina com INTERFERON BETA
A miocardite pode evoluir para uma miocardite fulminante e necessitar de:
- Ionotrópicos
- Balão Intra-aórtico
- Transplante cardíaco (entra na fila com prioridade)
Como é feito o diagnóstico de miocardite?
Casos com inflamação (+) e pesquisa viral (+)
Qual é a causa da miocardiopatia hipertrófica?
É a doença cardíaca de causa genética mais comum - causada por mutações em genes que codificam proteínas pertencentes ao sarcômero
VERDADEIRO ou FALSO:
A miocardiopatia hipertrófica é a causa de morte súbita mais comum em jovens.
VERDADEIRO
Quando suspeitar de miocardiopatia hipertrófica?
Quando identificada hipertrofia ventricular esquerda sem sobrecarga de pressão ou volume.
OU
quando há septo interventricular acometido de modo desproporcional (hipertrofia septal assimétrica) - mas não é obrigat´roio o acomentimento do septo

Na miocardiopatia hipertrófica há um estreitamento na via de saída do VE durante a sístole. Isso ocorre devido a:
- Septo hipertrofiado
- Movimento anterior da valva mitral (Sistolic Anterior Moviment - SAM)
E os fatores abaixo podem piorar a obstrução:
- Estímulo simpático
- Digoxina
- Manobra de Valsalva
- Vasodilatadores periféricos
A mutação genética resposável pela miocardiopatia hipertrófica é autossômica _________ (Recessiva / dominante).
DOMINANTE, mas com penetração variável:
Transmissão genética é mendeliana
Diferenças anatômicas e fisiológicas entre a IC e a miocardiopatia hipertrófica:
- Via de saída de VE estenosada
- Movimento anterior da valva mitral

Qual é o quadro clínico da miocardiopatia hipertrófica?
- Sintomas relacionados com disfunção diastólica apesar da presença de gradiente de do VE
- Há uma heterogeneidade genética
- Desde quadro assintomáticos até casos de morte súbita
- Mais comum: dispneia, precordialgia e síncope
Quais achados de ausculta é possível identificar na miocardiopatia hipertrófica?
4º bulha (devido complacencia reduzida);
Sopro sistólico rude crescendo-decrescendo logo após B1 melhor audível entre o foco mitral e a borda esternal esquerda baixa:
- Diminui de intensidade: posição agachado ou handgrip (esforço isométrico)
- Aumenta intensidade: levantar ou valsalva
Quais são os achados da miocardiopatia hipertrófica no ecocardiograma?
- Hipertrofia septal em geral assimétrica
- Aumento da contratilidade
- Obstrução da via de saída de VE (gradiente > 30mmHg) visto com a movimentação sistólica anterior da folha anterior da válvula mitral
Fatores prognósticos que conferem maior risco de morte súbita:
- HVE importante (septo > 30mm)
- História familiar de Morte súbita
- Arritimias ventriculares complexas
- Taquicardia ventricular não sustentada
- Extrassistole alta densidade (>1000/dia)
- Síncope inexplicada
- Queda da PA ao esforço
- Variante genética (há algumas mutações de pior prognóstico)
Embora o ECG possa ser normal em 25% dos pacientes com miocardiopatia hipertrófica, o achado clássico é:
Aumento da amplitude da onda R (V1) com ondas Q (septo hipertrofiado) - (diferente da onda Q de infarto antigo que é largo, nessa caso ela é estreita)
Tanto o coração de atleta como na miocardiopatia hipertrófica, há aumento da massa cardíaca sem, no entanto, sobrecarga do coração. Dessa forma, como diferenciar as duas situações?

Tratamento da miocardiopatia hipertrófica:
- Betabloqueadores (para diminuir o consumo de O2 pelo coração e ter maio tempo de diástole)
- Verapamil (se CI ao betabloqueador)
- Diuréticos se houver congestão pulmonar
- Antiarritmicos - tratar agressivamente FA
- Miomectomia septal: quado refratário ao tratamento clínico
- Alcoolização septal: injeção de álcool pela artéria septal com necrose do miocárdio hipertrofiado
Indicações de Cardioversor Desfibrilador implantável (CDI) em pacientes com miocardiopatia hipertrófica:
- Arritmia Ventricular complexa
- Síncope inexplicada
- AF (+) de morte súbita
- Queda PA com esforço
- Septo > 30mm