Marcha Flashcards
Definições:
Evolução da marcha:
Ciclo da marcha: compreende o evento entre 2 contatos do mesmo membro.
Distância percorrida - “passada”: distância percorrida entre 2 impactos do mesmo pé.
Comprimento do passo: distância entre um calcâneo de um pé com o calcâneo do outro pé. Normalmente corresponde a metade da passada.
Cadência da marcha: passos por unidade de tempo - ex: passos por minuto
Velocidade da marcha: progressão de um movimento na mesma direção. Ex: centímetros por minuto
Centro de gravidade: muda a todo momento durante a marcha. É o ponto em que se concentra o peso do paciente.
Evolução da Marcha:
- Inicia entre 12-18 meses
- Marcha de base alargada, quadris e joelhos levemente fletidos
- Braços em extensão e abdução
- Rotação exagerada dos membros inferiores
- Cadência aumentada e passos curtos, pé apoiado de forma plantígrada
- Com o desenvolvimento:
- |Cadência vai diminuindo
- Apoio do pé vai progressivamente para o calcanhar
- Velocidade da caminhada aumenta
- Centro de gravidade mais alto quanto mais nova a criança, devido ao crescimento desproporcional do tronco. Gera maior instabilidade.
- Atinge padrão de marcha dos adultos aos 5 anos com estabilização aos 7 anos, mais precoce no meninos.
Quais são as fases da marcha?
Fases da marcha:
Fase de apoio ou fase de posição (60% do total): quando o pé está em contato com o solo e o membro inferior está apoiando todo ou parte do peso do corpo.
Dividida em:
- Apoio do calcanhar - 15%. Inicia com contato do calcanhar com o solo, apoio do calcanhar (pé em dorsiflexão, joelho em extensão total e quadril com 25° de flexão).
- Fase em que o centro de gravidade está mais baixo.
- Aplainamento do pé - 15%. Flexão do joelho em 15°, flexão do quadril em 25°
- Acomodação intermediária - 25%. membro contralateral gera força para frente. No início tornozelo com 0-5° de dorsiflexão e joelho e quadril com 0°. No final, tornozelo com 15° de dorsiflexão e joelho e quadril com 20° em extensão.
- Fase em que o centro de gravidade esta mais alto.
- Desprendimento do calcanhar - 25%. Fase de impulso com tornozelo 20° de flexão plantar e joelho até 40° de flexão.
- Desprendimento dos dedos - 5%
- Fase do duplo apoio ou fase do suporte duplo: 15-25%. Pode ser inexistente, dependendo da velocidade da marcha. Mais rápido (trote, corrida) essa fase não existe.
Fase do balanço (40% do total): quando o pé não está tocando o solo e o peso do corpo está no membro oposto.
Dividida em:
- Aceleração ou balanço inicial - 10%. Tornozelo em flexão plantar de 10°, flexão do quadril 15° e flexão máxima do joelho 60°.
- Oscilação intermediária ou balanço médio - 80%. Flexão do quadril de até 25° e flexão de joelho de até 25°
- Desaceleração ou balanço final - 10%. flexão do quadril em 25°, flexão do joelho e tornozelo: 0°.
Características gerais da cinemática da marcha:
Cinemática
Centro de gravidade
- Na posição anatômica, intersecção do plano frontal com o sagital a 55% de sua altura a partir do solo.
- Está 5cm adiante da 2ª vértebra sacral
- Oscila 4,5cm (2 polegadas) entre altura máxima e mínima.
- Possui deslocamento lateral no plano horizontal
- Combinados os movimentos, gera uma curva sinusoidal dupla.
A marcha ocorre de forma a conservar o máximo de energia.
- A base não deve exceder 5-10 cm. Caso ocorra, procurar por cerebelopatias ou diminuição da sensibilidade plantar.
- Ritmo de 90-120 passos por minuto com gasto calórico de 100 cal por 1,5km.
- O comprimento médio dos passos é de 40 cm.
Rotação pélvica:
- Roda no plano horizontal 4° para frente do membro de balanço e 4° para trás no membro de apoio.
- Como a pelve é rígida, a rotação ocorre na articulação do quadril.
- Rotação medial no lado da oscilação
- Rotação lateral no lado de apoio
Inclinação pélvica:
- Inclina para baixo no plano horizontal para o lado oposto ao membro de apoio.
- A articulação do quadril angula 5°
- Devido a essa inclinação o joelho flete para que o pé não se arraste no chão
- Isso gera diminuição do pêndulo do membro e do deslocamento vertical do centro de gravidade economizando energia.
Posição do Joelho:
- Choque do calcâneo: inicia em extensão completa e começa a fletir
- Acomodação intermediária: Inicia em flexão de 15° e estende até 0°, período curto.
- Elevação do calcâneo: inicia em 0° e flete.
- Fixação dupla ou duplo bloqueio: fase na qual o joelho é travado, destravado e depois travado novamente.
- A flexão do joelho diminui o deslocamento vertical do centro de gravidade, poupando energia.
Movimentos combinados joelho e tornozelo:
- Centro de rotação do tornozelo: ponto no eixo que conecta o maléolo lateral e medial.
- Centro de rotação do joelho: ponto no eixo que conecta os côndilos laterais e mediais.
Pelve:
- O centro de gravidade se desloca 2-2,5cm no plano horizontal para o membro que sustenta o peso.
Quais são as principais marchas patológicas:
- Deficiência do glúteo médio
- Deficiência do glúteo máximo:
- Deficiência do quadríceps femoral:
- Deficiência do gastrocnêmio - sóleo:
- Deficiência dos pré tibiais
- Musculatura posterior da coxa
- Marcha espástica
- Marcha ceifante
- Marcha atáxica ou Ebriosa:
Deficiência do glúteo médio:
- Principal abdutor do quadril, atua elevando a pelve do lado oposto
- Sinal de Trendelenburg positivo: pelve do lado oposto do apoio caído.
- Melhor visualizado na fase de apoio intermediário.
Deficiência do glúteo máximo:
- Principal extensor do quadril
- Devido a fraqueza o paciente deve hiperextender o tronco para o CG (centro de gravidade) ficar posterior ao eixo de articulação do quadril.
- Mais evidente na fase intermediária.
Deficiência do quadríceps femoral:
- Principal extensor do joelho
- Deambula com apoio da parte da frente da coxa afetada, com a mão.
- Melhor visualização nas fases intermediária e de apoio do calcanhar.
Deficiência do gastrocnêmio - sóleo:
- Responsável pela fase de propulsão final da marcha
- Apresenta marcha em calcâneo ou marcha do pé plano.
Deficiência dos pré tibiais (tibial anterior, extensor longo do hálux, extensor longo dos dedos):
Na fase de balanço não consegue manter o tornozelo dorso fletido - compensa rodando externo o MI, fletindo o quadril e o joelho.
Musculatura posterior da coxa:
Responsável por desacelerar a oscilação do MI na fase de balanço. Com isso ocorre apoio do calcanhar de forma abrupta.
Marcha espástica:
- Caracterizado por hipertonia, hiperreflexia e desequilíbrio muscular
- Pode ser do tipo: dedo a dedo, dedo calcâneo, plantígrada ou marcha em tesoura.
Marcha ceifante:
- Encontrada nas hemiplegias espásticas, secundárias a doenças neurovasculares (AVC)
- Membro estirado inicialmente para fora, depois, para frente, descrevendo um movimento de circundução ao redor da coxa.
Marcha atáxica ou ebriosa:
Ataxia medular sensorial: perda da propriocepção, uso da visão para auxiliar na marcha (casos leves) e pisada dupla e aumento da base (casos graves). Presente na neurossífilis (tabes dorsalis).
Ataxia cerebelar: alteração na coordenação do cerebelo ou suas vias. Marcha instável, irregular e de base alargada (ebriosa).
Ataxia vestibular: alterações vestibulares periféricas ou centrais. Presença do distúrbio do equilíbrio sentado ou em pé. Base de suporte alargado, pode inclinar para trás ou para o lado da lesão.
Marcha mista: medular e cerebelar. Mais grave, envolve colunas posteriores e trato espinocerebelar, colunas laterais e cerebelo. Ausência de reflexo patelar, nistagmo, sinal de Babinski positivo. Ex: esclerose múltipla e ataxia de Friedreich.
Marcha Parkinsoniana (festinante): Postura de flexão geral -> coluna para frente, cabeça, tórax, cotovelos, quadris e joelhos fletidos. Presença de rigidez muscular, imobilidade inicial e expressão facial fixa. Inicia a marcha com passos pequenos “Marche à petite pas” com andar cada vez mais rápido.
Marcha coreica: passos irregulares, movimentos involuntários do tipo dança, arrítmicos e aperiódicos. Ex Coreia de Sydenham.
Marcha medular sensorial:
Ataxia cerebelar:
Marcha vestibular:
Marcha Parkinsoniana: