Lesões Fisárias Flashcards
1
Q
Anatomia Fisária:
A
Anatomia Fisária:
- Fise ou Placa de Crescimento é composta por condrócitos (que passam por um processo de proliferação e diferenciação) + matriz extracelular (composta principalmente por COLÁGENO TIPO II)
- Histologicamente divida em 4 zonas:
- Germinativa
- Proliferiativa
- Hipertrófica
- Calcificada
- A zona mais susceptível a lesão é a hipertrófica e de calcificação provisória.
- Zona ou sulco de Ranvier: estrutura microscópica triangular na periferia da fise.
- Contém fibroblastos, condroblastos e osteoblastos
- Responsável pelo crescimento periférico da fise
- Anel pericondral de LaCroix: estrutura fibrosa ao redor da Zona de Ranvier.
- Conecta periósteo metafísico com epífise 🡪 importante função mecânica na estabilização da epífise na metáfise.
- Aporte sanguíneo – fises são classificada por DALE e HARRIS em 2 tipos de acordo com seu aporte sanguíneo:
- Tipo A: Epífise é quase completamente coberta por cartilagem (úmero e fêmur proximal), portanto irrigação tem que entrar através do pericôndrio – esse tipo de vascularização é susceptível a interrupções pela separação da fise.
- Tipo B: Epífise é parcialmente coberta por cartilagem articular, sendo mais resistente a perda de aporte sanguíneo pela separação da epífise
2
Q
Regulação do crescimento fisário:
Etiologia das lesões fisárias:
Parada do crescimento fisário
Classificação da parada de crescimento fisário:
Tratamento:
A
Crescimento fisário:
- Hormonal: hormônios tireoidianos, androgênio, estrogênio, vitamina D, glicocorticoides.
- Local: PTH
- Fatores mecânicos: Lei de Hueter-Volkmann 🡪 compressão anormal da fise inibe crescimento, e distração estimula crescimento.
Etiologia das lesões fisárias:
- Traumática:
- A fise pode ser lesada através de um insulto direto (fratura envolvendo a fise) ou como resultado de isquemia ou força de compressão resultante da fratura em outro lugar o membro.
- Infecção:
- Artrite séptica e osteomielite são seguidas com frequência de interrupção do crescimento.
- Tumor
- Alteração vascular
- Estresse repetitivo
- Locais mais comuns são:
- Radio e ulna distal (ginastas)
- Tíbia proximal (corredores, jogadores de futebol)
- Úmero proximal (basquete)
- Radiação
- Problemas metabólicos
- Lesão pelo frio (geladura)
- Ocorre em decorrência da lesão direta aos condrócitos e devido a alterações isquêmicas
- Crianças de 5 a 10 anos são mais susceptíveis
- Local mais comum: dedos indicador e mínimo são os mais afetados, seguidos por anular e médio
- Alterações do RX (6-12 meses após lesão)
- Fise some (levando a dedo curto)
- A fise e a epífise assumem forma de V
- Não existe correlação entre o dano ao tecido mole e lesão da fise
- Lesão por calor
- A zona de ranvier, está mais sujeita a ação do calor
- Eletricidade
- Leva a aumento acentuado da temperatura e lesão da fise
- Anomalias do desenvolvimento da fise:
- Blont (tíbia proximal), Madelung (radio distal)
- Lesões iatrogênicas
- Agressões cirúrgicas: É mais fácil ocorrer interrupção fisária por lesão periférica do que por agressão ao seu centro (evitar anel pericondral)
Parada do Crescimento Fisário:
- Complicação incomum, porem importante – relaciona a fraturas fisárias ou outras lesões a fise previamente citadas.
- Consequências dessa parada de crescimento incluem:
- Desenvolvimento de deformidade angulares
- Discrepância de membros
- Distorções fisarias ou uma combinação de todos.
- Avaliação radiográfica:
- O marco radiográfico de distúrbios do crescimento fisário são perda do contorno normal da fise e da zona de radioluscencia entre epífise e metáfise.
- Quando ocorre parada do crescimento observa-se um linha esclerótica na região que parou de cresce 🡪 Linha de parada de crescimento de Harris – confirmação da presença de verdadeira parada do crescimento.
*CT e RNM: útil para identificar e caracterizar barras osseas.
**Distúrbio do crescimento sem barras ósseas 🡪 Pode ocorrer uma desaceleração ou aceleração.
Classificação da parada de Crescimento fisário: 3 padrões básicos de acordo com local acometido.
- Central: lesão central cercada por tecido normal
- Periférico: localizado perifericamente da fise
- Linear: Atravessa toda fise
Tratamento:
- Prevenção da formação de barras 🡪 evitar danos maiores a fise durante tratamento das lesões
- Ressecção da barra óssea (fisiolise ou epifisiolise) 🡪 ideia é restaurar crescimento normal da fise adjacente não lesada
- Deve-se realizar TC e RNM para identificar com exatidão localização da barra óssea
- Minimizar trauma – ressecção deve ser feita de tal forma que minimize ao máximo o trauma a fise residual
- Osteotomias repetidas durante crescimento
- Completar a epifisiodese
- Pode prevenir deformidades angulares
- Distração fisária: aplicar tração com uso de fixador externo
- Pode ocorrer Interrupção completa do crescimento – raramente utilizado.
3
Q
Fraturas Fisárias:
- Epidemiologia:
- Classificações
- Poland
- Aitken
- Salter Harris
- Peterson
A
Epidemiologia:
- 20-30% de todas as fraturas da infância
- Fratura fisária mais comum: falanges > radio distal
- Tipo mais comum segundo SH: SH2
- 2H: 1M
- Pico ocorre em:
- Meninos: 14a
- Meninas:11 e 12a
- Membro direito = Esquerdo
- Distal > Proximal
- 70% MMSS, 29% MMII, 1% AXIAL
Classificações:
-
Poland: (primeira classificação desenvolvida)
- I – SH I
- II – SH II
- III – SH III
- IV – SH I + III 🡪 T de POLAND
-
Aitken:
- I, II e III
- É como se tirasse as extremidades da classificação de SH.
-
Salter Harris: Baseada nas classificações de Poland e de Aitken
- I – Lesão através da fise, sem fratura do osso metafisario ou epifisário
- Radiografia pode estar normal
- Lesão ocorre ao longo da zona hipertrófica (zonas proliferativa e germinativa não são lesadas) 🡪 alterações do crescimento são incomuns.
- II – Linha de fratura se inicia através da fise (camada hipertrófica) e sai para metáfise do lado oposto
- Fragmento epifisário contem toda a epífise + fragmento periférico da metástase (Thurston-Holland)
- Como também não ocorre dano as camadas germinativa e proliferativa o risco de distúrbio do crescimento fisário é baixo.
- III – Fratura começa na epífise e se estende verticalmente até a fise, e segue através da fise para periferia do osso
- Essas fraturas violam as camadas germinativa e proliferativa 🡪 maior risco de distúrbio do crescimento fisário
- IV – Fraturas em cisalhamento vertical, que se estendem da superfície articular até a metáfise
- Viola todas as camadas da fise 🡪 comumente leva a algum distúrbio de crescimento
- V – Lesões por compressão irreconhecíveis nas radiografias iniciais, mas que levam ao fechamento prematuro da fise.
- I – Lesão através da fise, sem fratura do osso metafisario ou epifisário
-
Peterson: Modificou a classificação de SH – adicionou 2 tipos novos e exclui o SH5 da classificação pois questionou sua existência.
- I – Fratura transversa da metáfise com extensão longitudinal para fise
- II – SH II / Poland II
- III – SH I / Poland I
- IV – SH III / Poland III e IV
- V – SH IV
- VI – Perda parcial da fise – lesão aberta com perda de partes moles, lesão neurovascular e perda parcial da fise e epífise
4
Q
Fraturas fisárias:
- Tratamento:
- Principios gerais:
- Por tipos de fratura:
- Prognóstico
- Complicações
A
Princípios gerais:
- Fraturas em crianças, incluindo as fisárias, cicatrizam mais rapidamente do que em adultos
- Todas as reduções (abertas ou fechadas, devem ser suaves, para evitar dano a cartilagem fisária).
Tratamento por tipos:
- Tipo I e II:
- Redução fechada com manobra gentil (90% tração 10% translação) para evitar danos iatrogênicos a fise
- Imobilização gessada
- Tipo II:
- A maior parte pode ser tratada com redução fechada e gesso
- Periósteo intacto no lado do fragmento metafisário ajuda a conferir maior estabilidade
- Se os fragmentos reduzidos estiverem instáveis, é necessário a fixação interna
- Fios finos ou parafusos
- Dá preferência a fixação metáfise-metáfise, evitando a fise
- Quando o fragmento metafisário é muito pequeno o único jeito é fixar a fise
- Fios evitam anel pericondral (CENTRAIS)
- Aplicação longitudinal
- Duração curta (3 semanas no máximo)
- Tipo III:
- Como é uma fratura articular 🡪 requer redução anatômica (geralmente aberta)
- Tipo IV:
- Em geral ocorre em crianças mais velhas, quando a fise está fechando, por isso a interrupção do crescimento não é um problema
- RAFI é o melhor tto, e a FI epífise-epífise deve ser feita se possível, pp em crianças pequenas
- Tipo V:
- Quando há algum deslocamento, geralmente é necessária RAFI.
- Interrupção do crescimento pode ser observada e as crianças devem ser acompanhadas por pelo menos 1 ano.
- TIPO VI de Peterson (Perda epifisária – fisária)
- São expostas
- Todas exigem desbridamento e tto de exposta
- Todas as crianças devem ser acompanhadas até a maturidade esquelética, pois desenvolverão deformidades
Prognóstico depende de:
- Gravidade da lesão
- Idade
- Fise lesada
- Fêmur distal e tíbia proximal tem pior prognóstico, pois a fise é irregular com muitas curvaturas, e tem maior chance de lesar outras camadas.
- Classificação
Complicações:
- As complicações mais graves são lesões neurovasculares e SCA
- As complicações únicas dessas fraturas são os distúrbios de crescimento:
- Mais comum é a formação de barras ou parada do crescimento, que pode resultar em deformidades angulares ou encurtamento do membro.
- Pode ocorrer também alterações sem presença de uma lesão obvia ou barras ósseas – pode ocorrer disfunção do crescimento fisário ou ainda uma aceleração do crescimento