Leucemias agudas Flashcards

1
Q

Blastos na linhagem mieloide - leucemia mieloblástica aguda

Blastos na linhagem linfoide - leucemia linfoblástica aguda

A

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2
Q

LEUCEMIAS AGUDAS
Etiologia

Anomalias congénitas - síndromes de instabilidade cromossómica - trissomia 21, Anemia Fanconi
Radiações: acidentais, RT
Químicos - qt citotóxica
D hematológica prévia

A

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3
Q

Leucemia aguda - mutações sucessivas em células estaminais

• gene NPM1 - associadas a bom prognóstico
• gene FLP3 - associadas a mau prognóstico. Quando associada à mutação no gene
NPM1, neutralizam-se em termos de efeito prognóstico
• gene MLL - associadas a mau prognóstico
• combinações CEBPA (na linha germinativa) - associadas a bom prognóstico

A

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4
Q

Consequências clínicas (sinais e sintomas):

• Acumulação de blastos na medula óssea (local da hematopoiese), o que leva a citopénias
• Infiltração dos órgãos hematopoiéticos (baço e fígado), o que resulta em hepatoesplenomegália
• Infiltração do tecido linfoide (gânglios, gengivas, amígdalas)
• Infiltração da pele
• Infiltração dos santuários (meninges e testículo) - na
LLA
• Em caso de hiperleucocitose, a acumulação dos
blastos dá obstrução das vasculaturas, nomeadamente do pulmão e cérebro devido à leucostase – obrigam a terapêutica imediata devido aos quadros de hemorragia intracraniana (a libertação das citocinas que estão dentro dos grânulos dos blastos dá origem a hemorragia) e insuficiência respiratória aguda.

A

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5
Q

Dx de leucemia:

A

> =20% blastos na medula ou SP
OU
Translocação 8;21; Inv 16 - Leucemia CBF
Translocação 15,17 - Leucemia promielocítica aguda

1 - análise morfológica e citoquímica do aspirado medular ou SP
2- citometria de fluxo (identifica linhagem, estadio de bloqueio maturativo)
3- citogenética e genética molecular (FISH, PCR, NGS) - 1/2 LMA têm cariótipo normal

Biópsia óssea- não faz o dx de LA, até pq não é uma boa técnica para ver a morfologia celular

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6
Q

Leucemia mielóide aguda

Mutações genéticas - bom ou mau prognóstico

A

Bom prognóstico:

  • leucemia promielocítica aguda - t15,17
  • mutações do gene NPM1
  • mutações bialélicas do CEBPA

Mau prognóstico:

  • mutações no gene FLT3
  • translocação 6,9
  • dejeções no cromossoma 7
  • cariótipos monossómicos
  • cariótipo complexo
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7
Q

Leucemia mielóide aguda

Associada a mielodisplasia

Neoplasia mieloide associada a tto e/ou Rt prévio

A

Associada a mielodisplasia

  • síndrome mielodisplásico prévio
  • displasia medulr
  • alterações genéticas del5 e del7

Neoplasia mieloide associada a tto e/ou Rt prévio
Radiação nuclear
Alguilantes
Inibidores da topoisomerase

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8
Q

Leucemia mielóide aguda

• Sem outra especificação: não tem nenhuma característica dos grupos anteriores, isto é, não está associada a alterações genéticas, a doença hematológica prévia ou à toma de fármacos. Engloba: LA com diferenciação mínima; LA que envolve linhagem mieloide granulócito neutrófilo e monócito; LA de linhagem monocítica; Leucemia eritroide (só à custa de glóbulos vermelhos); Leucemia megacarioblástica (só à custa de megacariócitos); Leucemia basofílica.

Subgrupos mais raros de LMA:
• Sarcoma mieloide: atualmente raro. Era frequente ver-se antes do aparecimento dos inibidores da tirosina-cinase, nas LMC que agudizavam. Correspondem a tumores de blastos em várias regiões do corpo, sem envolvimento medular.
• Associadas à síndrome de Down
• Leucemias de células dendríticas plasmocitóides: péssimo prognóstico; muito
associadas a tropismo cutâneo
• Leucemias mieloblásticas agudas de linhagem mista: linfoide e mieloide

A

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9
Q

Leucemia Mielóide Aguda

Manifestações clínicas

A

LA assintomática durante 1 a 2M;
Sintomatologia inespecífica: cansaço, astenia, adinâmica, palidez, discrasia cutânea ou mucosa

Discrasia cutânea - leucemia promielocítica aguda
Neutropénia febril - pulmão, intestino

Doença extra-medular

Leucemias monocíticas e LLA: adenomegálias e hepatoesplenomegália Leucemias monocíticas: hipertrofia gengival e amigdalina
Leucemias dendríticas: pele
LLA: Santuários - SNC, testículo, pulmão
Dor óssea: corresponde à invasão e expansão da medula óssea Sarcoma mieloide (raro)
Manifestações da leucostase nos vasos do pulmão e do SNC

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10
Q

Leucemia Mielóide Aguda

Alterações analíticcas

A

Anemia normocítica normocrómica - infiltrado do local onde se dá hematopoiese (medula óssea)

Leucopénia ou leucocitose -> qd há hiperleucocitose mau prognóstico - leucemias monolíticas e linfoblásticas

Morfologia - corpúsculos de Auer - indicam células mieloides

Trombocitopenia - abaixo de 100.000

Coagulopatia de consumo- alterações TP e APTT, diminuição do fibrinogénio, aumento D-dímeros

S. lise tumoral (se hiperleucocitose elevada): hiperuricemia, IRA, aumento fósforo e diminuição do potássio

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11
Q

Na avaliação preliminar de um doente com suspeita de LA, é obrigatório fazer o doseamento vitamínico. Por vezes, não há LA mas sim um défice de vitamina B12, que também dá citopénias.

A

.

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12
Q

Leucemias mielóides agudas - monolíticas -> hiperleucocitárias - fenómenos de leucoestase e simular ARDS

A

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13
Q

Leucemia promielocítica aguda

A

Grandes hemorragias intracranianas e alveolares - emergência hematológica

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14
Q

Leucemia linfoblástica aguda

A

LLA B

  • com alterações genéticas recorrentes - mais comuns nas crianças do que nos adultos
    • t(9,22) (BCR-ABL) - raro na criança
    • t(v11q23) - prognóstico desfavorável
    • t(12,21) - bom prognóstico
    • hiperdiploiida bom prog
  • sem especificação
  • LLA T
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15
Q

Leucemia linfoblástica aguda B

clínica

A

Citopénias não são tão marcadas
- anemia e trombocitopenia mais ligeiras

Localização extra-medular da doença: adenopatias, hepato-esplenomegalia, doença dos santuários e infiltração da pele

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16
Q

Leucemia linfoblástica aguda B

Dx

A

Medula ou SP (se hiperleucocitose)

  • citomorfologia - blastos sudão - MPO negativos
  • citometria de fluxo - população linfoide B imatura
  • citogenética:
    • bom prog - hiperdiploidia e t(12,21)
    • mau prog - hipodiploidia t(9,22)
  • genética molecular - MLL, refranjo KMT2A, BCR ABL, ETV-RUNX1
17
Q

Leucemia/Linfoma linfoblástico de células T

A
  • Quando o no de blastos é superior a 20%, é uma leucemia.
  • Quando há menos de 20% de blastos na medula, é um linfoma.

Leucemias linfoblásticas T - hiperleucocitoses enormes - apresentam uma massa mediastínica enorme, hepatoesplenomegália e adenopatias

18
Q

Apresentação clínica
LLA T

LLB T

A

LLA T - elevada leucocitose + massa mediastínica; MO envolvida 100% LLA T

LLB T - frequente massa mediastino anterior rápido crecimiento (emergência hematológica!!!!), derrame pleural comum

19
Q

Dx MO ou sangue periférico se hiperleucocitose

A

Citomorfologia: Blastos Sudão negativo, fosfatase ácida positiva
Citometria de fluxo: população linfóide T imatura - Tdt+, CD2 a 8
Citogenética: cariótipo anormal 50 a 70% casos
alteração do locas TCR alfa delta 14q11,2 e locas beta 7q35
Genética molecular - rearranjos clonais TCR

20
Q

PS:
Classificação ECOG - 0 a 5 - qt tempo o doente está deitado num dia normal
Índice de Charlson - observa cada órgão para identificar possíveis falências

A

.

21
Q

Avaliação pré-tto

Um doente em pré-tratamento com leucemia aguda deve fazer exames habituais. O ácido úrico e ionograma são muito importantes para excluir síndrome da lise tumoral (acontece mais frequentemente após quimioterapia). É também obrigatório fazer estudo da coagulação. O perfil lipídico e a amilasémia fazem-se após começar o tratamento da leucemia promielocítica porque a tretinoína pode dar pancreatites. O ecocardiograma, ECG e raio X tórax são, ou deviam ser, obrigatórios à entrada. O exame do liquor nem sempre é feito à entrada: faz-se quando há suspeita de infiltração meníngea. Se houver hiperleucocitose, não se faz à entrada porque se corre o risco de estar a pôr blastos no SNC em doentes que nem tinham blastos no SNC (contaminação). Na dúvida, pode fazer-se uma ressonância magnética crânio-encefálica, que deve ser feita antes da alteração de sinal provocada pela punção lombar.

A

.

22
Q

TTO de LMA
QT

  • Indução
  • Consolidação
A
  • Indução - 3+7 (3 dias de um fármaco e 7 dias de outro) -> faz-se 1 a 2 ciclos (obj remissão completa)
    • resolução dos sintomas e sinais de LA + normalização das contagens de SP (neutrófilos >1000 e plaquetas >100.000) + <5% blastos MO
  • Consolidação - faz-se 1 a 4 ciclos para se ter remissão completa - reduzir a taxa de recaídas da doenã
23
Q

TTO de LMA

Não candidatos a QT

A

Agentes hipometilantes - azacitidina, decitabina

Associação inibidor BCL2 - venetoclax

TTO suporte: TTO citorredutor (Qt baixa dose hidroxiureia) + Transfusões de concentrado eritrocitário e plaquetário

24
Q

TTO LPA - leucemia promielocítica aguda

EMERGÊNCIA HEMATOLOGICA

A

Iniciar tto na suspeita, sem aguardar confirmação diagnóstico

  • > LPA de alto risco (GB>=10000):
  • indução: tretinoina + idarrubicina
  • consolidação - total de 3 ciclos - idarrubicina + citarabina + mitoxantrona+ tretinoina
  • manutenção 2A com 6-MP dia, MTX semanal + Tretinoina
25
Q

Medidas obrigatórias para leucemia promielocítica aguda

A
1 - classificação de risco: 
Alto risco - GB> 10000
Risco intermédio (<=10000 e plaq <40000)
Baixo risco (<=10000 e Plaq>40000)

Manter sempre fibrinogénio > 100 e plaquetas >50000

26
Q

TTO LLA

A

Associações de drogas citotóxicas não mielotóxicos (corticoides, asparaginase, vincristina) e mielotóxicas (citarabina, antraciclinas, metotrexato)

3/4 fases TTO:

  • pré-indução - dexametasona oral
  • indução - avaliação da resposta

se remissão completa:

  • consolidação
  • manutenção - baixa dose contínua de citotóxicos 2 a 3a
27
Q

LLA Phi+

A

QT indução + TKI início precoce (durante a indução e contínuo)

  • se jovem e FIT com dador disponível -> Alo TMO 1a RC + TKI
  • se velho, não fit ou sem dador disponível - considerar consolidação QT menos intensiva, auto-TMO ou RIC + TKI
28
Q

TTO dirigido a alvos específicos

A

Imatinib - BCR ABL+
Imunoterapia: Ac anti-FLT3 (recetor das células CD34+), anti IDH1/ 2 ( produção aberrante do onco-metabolito 2-HG - promove a hipermetilação)

29
Q

Transplante de MO

- indicações

A

em 1a RC se genética desfavorável

em 2a RC (=após recaída) sempre

30
Q

Prognóstico

Na LLA, as taxas de cura na criança são ótimas por apresentarem translocações de bom prognóstico. No adulto, a taxa de cura é metade. A remissão é muito fácil, qualquer regime coloca o doente em remissão. Nos doentes mais jovens, estão-se a usar regimes de inspiração pediátrica, que são muito mais intensivos e podem aumentar as taxas de cura em 60% mas são altamente tóxicos.

A

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31
Q

Prognóstico LMA

Bom prognóstico - Translocações que não precisam de 5% de blastos (t(8;21), inv(16)); mutação no NPM1 (desde que seja FLT3 negativo); mutações CEBPA Mau prognóstico – Cariótipo complexo, que está associado a mielodisplasia

A

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