Incontinência Urinária Flashcards
Uma mulher de 52 anos de idade procurou seu ginecologista porque vem apresentando perdas urinárias involuntárias. Refere que, de forma frequente, sente vontade imperiosa de urinar, mas não consegue chegar ao banheiro e acaba tendo grandes escapes de urina. Realizou exames de glicemia, urina 1 e urocultura, todos normais. Foi então solicitado um teste urodinâmico, que mostrou aumentos repentinos da pressão intravesical, compatíveis com contrações involuntárias do detrusor. Com base nesse caso hipotético, assinale a alternativa CORRETA:
A) O tratamento ideal é a correção com sling.
B) O tartarato de tolterodina é uma opção terapêutica medicamentosa.
C) O tratamento deve ser feito com um agonista colinérgico, como, por exemplo, a oxibutinina.
D) Há a necessidade de se realizar uma ressecção vesical e uma confecção de neobexiga.
E) A fixação paravaginal no ligamento de Cooper é o tratamento de escolha.
B)
A questão deseja saber qual é a alternativa CORRETA considerando uma mulher de 52 anos, com queixa de perdas urinárias involuntárias que, de forma frequente, sente vontade
Imperiosa de urinar, mas não consegue chegar ao banheiro e acaba tendo grandes escapes de urina, ou seja, com um quadro típico de urgência urinária. Os exames de glicemia, urina tipo 1 e urinocultura foram normais. O teste urodinâmico mostrou aumentos repentinos da pressão intravesical, compatíveis com contrações involuntárias do detrusor. Perceba, portanto, que estamos diante de um quadro de incontinência urinária por hiperatividade detrusora. Neste contexto, vamos avaliar cada uma das alternativas para chegarmos à resposta. Letra A: incorreta, pois a cirurgia de sling é atualmente o procedimento cirúrgico de escolha no manejo terapêutico da Incontinência Urinária de Esforço (UE não responsiva ao tratamento conservador, seja ela uma IUE por hipermobilidade do colo vesical ou por deficiência esfincteriana intrínseca. Letra B: correta, pois, de fato, o tartarato de tolterodina é uma opção terapêutica de escolha, pois se trata de um anticolinérgico antagonista não seletivo dos receptores muscarínicos, pois atua igualmente em todos os receptores muscarínicos (M1 a M5). Tem propriedade anticolinérgica e antiespasmódica (ação mista). Logo, é empregado no tratamento farmacológico da bexiga hiperativa e obviamente da sua condição rodinâmica, a hiperatividade detrusora. Letra C: incorreta, pois o tratamento deve ser realizado com um anticolinérgico (antagonista colinérgico), e não com agonista colinérgico. Letra D: incorreta, pois a ressecção vesical e uma confecção de neobexiga são abordagens cirúrgicas que podem ser cogitadas no câncer de bexiga, por exemplo, mas não na incontinência urinária por hiperatividade detrusora. Letra E: incorreta, pois a fixação paravaginal no ligamento de Cooper, também conhecida como cirurgia de Burch, é uma das estratégias terapêuticas cirúrgicas indicadas nos casos de incontinência urinária de esforço por hipermobilidade uretral, mas não para incontinência urinária por hiperatividade detrusora. Resposta: letra B
Ana Maria, de 56 anos de idade, G2P2A0, queixa-se de urgência miccional, noctúria e perda urinária aos grandes esforços. Refere cirurgia anterior (Burch) para correção da incontinência urinária, com recidiva dos sintomas há dois anos. Exame físico: distopia de parede vaginal anterior estádio 1 e teste de esforço positivo. Com base nesse caso hipotético é CORRETO afirmar que a conduta será:
A) Fisioterapia e prescrição de drogas antimuscarínicas.
B) Ultrassom de vias urinárias, com avaliação do resíduo p6s-miccional.
C) Avaliação pré-operatória e encaminhamento para cirurgia de sling.
D) Avaliação do trato urinário inferior com cistoscopia.
E) Estudo urodinâmico, fisioterapia e drogas antimuscarínicas.
E)
A questão descreve uma paciente de 56 anos, com história de cirurgia prévia para tratamento da incontinência urinária (Burch), apresenta, após dois anos dessa abordagem, sintomas de urgência miccional, noctúria e perda urinária aos grandes esforços, caracterizando clinicamente uma Incontinência Urinária Mista (IUM). Considerando o caso, vamos avaliar as alternativas para identificar qual delas apresenta a conduta CORRETA.
Letra A: incorreta, pois, em virtude da recidiva dos sintomas pós-abordagem cirúrgica, há indicação de estudo urodinâmico.
Letra B: incorreta, pois não há indicação de ultrassonografia de vias urinárias, já que não se suspeita de malformações anatômicas, refluxos, presença de cálculos ou tumores ou doença policística renal.
Letra C. incorreta, pois, como há sintomas típicos de bexiga hiperativa, é prudente confirmar a presença de Hiperatividade Detrusora (HD), pois este é o componente a ser primeiramente tratado em uma IUM. O tratamento da HD no pós-operatório da IUE pode levar a dificuldade miccional às vezes com resíduo, o que justifica o seu tratamento antes da cirurgia. É importante definir com a paciente qual o sintoma que mais produz desconforto e evitar a sua insatisfação quanto aos resultados pós-operatórios.
Letra D: incorreta, pois não há indicação de cistoscopia
- não há suspeita diagnóstica de tumores da bexiga ou da uretra, história de infecções recorrentes da bexiga ou
necessidade de biópsia endoscópica da bexiga ou da uretra, entre outras.
Letra E: correta e é a resposta da questão. O diagnóstico de incontinência urinária mista é confirmado pela demonstração urodinâmica da perda sincrônica aos esforços e da presença de contrações não inibidas do detrusor. Nesses casos, o componente da hiperatividade deve ser primeiramente tratado. Os anticolinérgicos atuam bloqueando os receptores muscarínicos da bexiga e, dessa forma, inibem a contração do músculo detrusor. Já a fisioterapia pélvica possui benefício comprovado no tratamento da urgeincontinência e incontinência aos esforços. Portanto, a conduta ideal consiste em realizar estudo urodinâmico, encaminhar para a fisioterapia e iniciar drogas antimuscarínicas.
Os sintomas clássicos da síndrome da bexiga dolorosa/intersticial são:
Dor ou desconforto pélvico, aumento da frequência miccional, noctúria e urgência miccional.
VERDADEIRO
A questão deseja saber quais são os sintomas clássicos da Síndrome da Bexiga Dolorosa/Cistite Intersticial (SBD/CI).
A SBD/CI é uma condição tratável, porém raramente curável, que provoca sintoras do trato urinário inferior, caracterizados tipicamente por dor (suprapúbica, pélvica, uretral, vaginal, perineal) e sintomas de armazenamento urinário (como urgência e frequência), que aliviam após esvaziamento vesical (melhoram com a micção). O quadro clínico se assemelha ao da bexiga hiperativa, mas se diferencia dela pela presença de dor intensa.
Mulher com 70 anos apresenta queixa de urgência urinária, súbita, intempestiva, e a urina sai sem conseguir controlar. Diagnóstico provável e tratamento são, respectivamente:
Bexiga hiperativa / terapia comportamental, fisioterapia +|- anticolinérgico (ex. Oxibutinina)
Estamos diante de uma paciente de 70 anos com incontinência urinária associada a sintomas de urgência. A bexiga hiperativa é uma síndrome que se caracteriza pela urgência miccional, podendo estar associada à urgeincontinência, na ausência de fatores infecciosos, metabólicos ou locais. O diagnóstico é clínico e estabelecido através dos sintomas apresentados pela paciente.
O tratamento comportamental e fisioterapêutico é a primeira linha de tratamento da bexiga hiperativa. Os anticolinérgicos, como a oxibutinina, devem ser indicados como adjuvantes ao tratamento conservador.
Qual o tratamento para incontinência urinária de esforço?
1: perda de peso + fisioterapia
2: cirurgia de SLING
MEDICAÇÃO NÃO ENTRA AQUI. SENDO ESTUDADO: duloxetina (inibidor da decapitação de serotonina e noradrenalina) e agonista alfa adrenergico
O tratamento da IUE se inicia de maneira conservadora com as seguintes medidas: perda de peso; treinamento dos músculos do assoalho pélvico;
eletroestimulação; cones vaginais e pessários. O treinamento dos músculos do assoalho pélvico, eletroestimulação e cones vaginais são categorias de fisioterapia pélvica. Portanto, o manejo inicial da IUE envolve a fisioterapia pélvica. A conduta cirúrgica é indicada nas pacientes que não apresentam resposta adequada à conduta conservadora, fisioterápica.
O tratamento da bexiga hiperativa na mulher pode ser realizado com:
A) Anticolinérgicos, por estímulo dos receptores nicotínicos da bexiga.
B) Beta-3 adrenérgicos, por estímulo dos receptores adrenérgicos do detrusor.
B)
correta, pois os agonistas beta-3 adrenérgicos apresentam ação direta no músculo detrusor da bexiga, por meio da ativação dos receptores beca-3 adrenérgicos e também ação indireta nos nervos parassimpáticos, inibindo a liberação da acetilcolina. O efeito final desses dois mecanismos de ação é o relaxamento do músculo detrusor e o aumento da capacidade vesical, sem comprometer o esvaziamento.
A) incorreta, pois os anticolinérgicos atuam bloqueando os receptores muscarínicos da bexiga, e não os estimulando.
Dona Clotilde, 61 anos, menopausada, com queixa de perda urinária aos esforços, realizou estudo urodinâmico com os seguintes achados: capacidade cistométrica máxima de 450 ml, primeiro desejo miccional com 170 ml, fluxo médio de 16 ml/s, resíduo pós-miccional de 20 ml, pressão de perda aos esforços de 100 cmH20 durante manobra de Valsalva e ausência de contrações involuntárias do detrusor. A principal hipótese diagnóstica é incontinência urinária:
A) Por hipermobilidade do colo vesical.
B) Por defeito esfincteriano.
C) Por bexiga hiperativa.
D) Mista
E) Por transbordamento.
A)
A questão deseja saber qual é a principal hipótese diagnóstica para uma paciente na pós-menopausa com queixa de perda urinária aos esforços, cujo estudo urodinâmico mostrou uma pressão de perda aos esforços de › 90 cmH20, sem contrações involuntárias do detrusor. Vamos às alternativas.
Letra A: correta, pois o estudo urodinâmico que evidencia na cistometria uma pressão de perda aos esforços maior do que 90 cmH2O, sem contrações involuntárias do detrusor, nos direciona para uma incontinência urinária de esforço por hipermobilidade do colo vesical.
Letra B: incorreta, pois, na incontinência de esforço por defeito esfincteriano intrínseco, o estudo urodinâmico revela uma pressão de perda menor do que 60 mmHg.
Letras C e D. incorretas, pois não há contrações involuntárias do detrusor para cogitarmos o diagnóstico de bexiga hiperativa ou incontinência urinária mista.
Letra E incorreta, pois o mecanismo da incontinência por transbordamento envolve a perda de urina quando a pressão intravesical excede a pressão uretral, que é comum em pacientes com neuropatias.
A incontinência urinária de esforço ocorre através de duas formas. Cite-as e descreva a diferença entre elas.
HIPERMOBILIDADE VESICAL:
Esforço aumenta muito a pressão intravesical e paciente urina.
DEFEITO ESFINCTERIANO:
Esforço não aumenta tanto a pressão intravesical porém o esfíncter tá “frouxo” e aí vaza urina.
Para diferenciar as duas na prova, tem que olhar para a PRESSÃO DE PERDA AO ESFORÇO (PPE).
Se PPE > 90cmH2o = hipermobilidade vesical
Se PPE < 60cmH2o = defeito esfincteriano
Mulher, 67 anos de idade, queixa-se há semanas de urgência, retenção urinária e aumento da frequência urinária (10 micções por dia), acordando 3 vezes à noite para urinar. Relata acidente vascular encefálico há 1 ano, evoluindo sem sequelas motoras. Qual é a principal hipótese diagnóstica?
A) Incontinência urinária por transbordamento.
B) Incontinência urinária de urgência.
C) Incontinência urinária mista.
D) Incontinência urinária de esforço.
Letra B)
A questão descreve o quadro clínico de uma paciente de 67 anos com quadro de urgência, retenção urinária e poliúria há sete dias, tendo como antecedente pessoal um AVC sem sequelas motoras há um ano. Nas queixas urinárias, a anamnese é fundamental para o diagnóstico e os sintomas descritos nos direcionam para a hipótese diagnóstica de urgeincontinência (incontinência urinária de urgência).
O AVC foi um fator confundidor no enunciado, que induziu ao erro vários alunos na ocasião do concurso por uma suspeita equivocada de uma incontinência urinária por transbordamento. No entanto, convém frisar que o controle da micção é realizado por três sistemas: sistema nervoso simpático (T11-L2), responsável pelo enchimento vesical;
sistema nervoso parassimpático (52-54), relacionado ao esvaziamento vesical; sistema nervoso somático (S2-54), com inervação do assoalho pélvico e esfincter externo da uretra.
Neste contexto, o controle miccional é realizado na medula e, consequentemente, as lesões que levariam à incontinência urinária por transbordamento seriam os traumas raquimedulares, com evolução em curto a médio prazo (6-8 semanas após o trauma).