Assistencia Pre-natal Flashcards
Em quais situações está indicada a profilaxia intraparto para sepse neonatal por Streptococcus agalactiae?
Parto prévio com histórico de sepse neonatal;
urocultura positiva para GBS na gestação atual;
swab positivo;
Na presença de fatores de risco para sepse neonatal (quando sem cultura disponível): parto prematuro (menos de 37S), febre intraparto; amniorrexe com mais de 18h
Devido à gravidade e prevalência da infecção neonatal por esse patógeno, a maioria dos autores recomenda que todas as gestantes com Idade gestacional entre 35 e 37 semanas sejam rastreadas através da coleta de swab reto-vaginal, embora não haja consenso a respeito da real necessidade dessa conduta. Dessa forma, baseado nesse rastreio, a profilaxia para infecção fetal por GBS deve ser sempre realizada durante o trabalho de parto ou no momento da amniorrexe em pacientes que se encaixem nos seguintes cenários: swab positivo, urinocultura positiva na gestação atual, filho anterior acometido pela doença ou na presença de fatores de risco para infecção neonatal, nesse caso, quando a cultura não estiver disponível São considerados fatores de risco em potencial: trabalho de parto com menos de 37 semanas, temperatura materna intraparto maior ou igual a 380C, ou amniorrexe há mais de 18 horas.
Quais exames são obrigatórios de serem realizados de rotina no primeiro trimestre de gestação?
SEGUNDO MINISTÉRIO DA SAÚDE:
Hemograma
Glicemia de Jejum
Sorologias: Hepatite B, Hepatite C (incluída recentemente), Sífilis, HIV
Toxoplasmose
Tipagem sanguínea + Rh
Urinocultura
Eletroforese de hemoglobina (incluída recentemente)
A deficiência de que substância ocasiona defeitos no tubo neural do feto/ recém nascido?
Ácido fólico
Na gravidez, o elemento fundamental para evitar defeitos do tubo neural é o ácido fólico. Sua deficiência está comprovadamente associada a defeitos do tubo neural, como espinha bífida e anencefalia. Na população geral, a reposição de 0,4 mg/dia três meses antes da concepção é capaz de reduzir a incidência de defeitos do tubo neural e abortamento, enquanto para grupos de alto risco, como usuárias de anticonvulsivantes ou pacientes com história prévia deste tipo de defeito, a dose necessária é dez vezes maior (4 mg/dia).
Espera-se que a medida de fundo de útero de uma gestante de 16 semanas de idade gestacional seja:
A) 20 cm
B) menor que 20 cm
C) Útero intrapelvico (não é possível medo fundo de útero nesta IG)
B)
Quando o útero tá na sínfise púbica = IG de 10 a 12 semanas
Quando o útero tá na cicatriz umbilical = IG de 20 semanas
Meio do caminho entre sínfise púbica e ficarei umbilical = IG 16 semanas
OBS: a partir de 18/20 semanas até 30 semanas, a IG bate certinho com a altura de fundo uterino. Depois de 30 acaba perdendo um pouco a correlação.
Quais exames devem ser solicitados como rotina no pré natal?
hemograma,
EAS / urina tipo l,
cultura de urina,
glicemia de jejum,
sorologia para toxoplasmose,
VDRL,
teste rápido para HIV,
HbsAg, (hepatite C tb foi recém inserido)
tipagem sanguínea e fator Rh
Descreva os 4 tempos da manobra de Leopold
No primeiro tempo, o examinador se coloca ao lado direito da paciente e de frente para ela, com as duas mãos encurvadas, delimita o fundo uterino e observa qual polo fetal que o ocupa O segundo tempo visa determinar a posição fetal O examinador desliza as mãos do fundo uterino para identificar o dorso fetal de um lado e os membros do outro. Vale lembrar que conhecer a posição auxilia na ausculta dos batimentos cardíacos fetais. Já o terceiro tempo explora a mobilidade da apresentação com o estreito superior da pelve. Além disso, é possível confirmar o diagnóstico da apresentação fetal pela comparação com o outro polo identificado no fundo uterino durante a primeira manobra. Por fim, no quarto tempo, o examinador deve voltar suas costas para a paciente e colocar as mãos sobre as fossas ilíacas, verificando o grau de insinuação do feto no estreito superior da bacia.
Dentre as alterações fisiológicas no sistema cardiocirculatório da paciente gestante, análise:
( ) O débito cardíaco mantém-se estável no início da gestação, enquanto que, no 3° trimestre, aumenta devido à frequência cardíaca acelerada com volume de ejeção mantido ou mesmo diminuído, como resultado da compressão da veia cava pelo útero aumentado.
FALSO
Espera-se redução da pressão arterial e da resistência vascular periférica, com crescimento do volume sanguíneo, peso materno e do metabolismo basal. Consequentemente, após cinco semanas de gestação, o débito cardíaco aumenta e atinge seu pico máximo em torno de 24 semanas, resultando em um aumento de 40 a 50% quando comparado a não-gestantes. A partir desse período, se mantém relativamente constante até o parto.
Dentre as alterações fisiológicas no sistema cardiocirculatório da paciente gestante, análise:
( ) Pelas alterações no volume sanguíneo durante a gestação afetarem a pré-carga ventricular direita, a pressão venosa central aumenta quando comparada à taxa normal não gravídica.
FALSO
A pressão venosa central não tende a aumentar na gestação. Por outro lado, o útero em crescimento comprime as veias pélvicas, dificultando o retorno venoso e aumentando em cerca de três vezes a pressão venosa nos membros inferiores, levando ao edema, varicosidades e hemorroidas.
Dentre as alterações fisiológicas no sistema cardiocirculatório da paciente gestante, análise:
( ) Já no primeiro trimestre, ocorre uma queda da pressão arterial Isso se dá em decorrência do declínio da resistência vascular sistêmica pela adição de um circuito de baixa pressão através da circulação uteroplacentária
Verdadeiro
A pressão arterial (PA), que é resultado do produto do débito cardíaco pela resistência vascular periférica e na gestação, ocorre queda desse último componente conforme ocorre o desenvolvimento placentário, uma vez que a placenta funciona como uma verdadeira fistula arteriovenosa. A redução da PA ‘é mais marcante no segundo trimestre, visto que há maior crescimento placentário nesse momento
Dentre as alterações fisiológicas no sistema cardiocirculatório da paciente gestante, análise:
( ) A síndrome da hipotensão supina se explica pelo aumento significativo da frequência cardíaca e da pressão arterial devido à oclusão aguda da vela cava inferior pelo útero aumentado. Se associa à fraqueza, tontura, náusea e até sincope, sintomas que são rapidamente revertidos com a saída da posição supina.
FALSO
O fenômeno conhecido como síndrome da hipotensão supina acomete até 10% das gestantes e descreve uma queda significativa do débito cardíaco quando a grávida permanece em decúbito dorsal, devido à compressão da veia cava inferior pelo tero de volume aumentado. Essa situação desencadeia reflexo vaso-vagal, levando à bradicardia, hipotensão e lipotímia.
Quais as vacinas são recomendavas e/ou permitidas durante a gestação?
RECOMENDADAS:
- ANTITETÂNICA : dTpa - componentes pertursis importante para proteção do RN
Se vacinação completa - não gestação faz reforço a partir de 20 semanas
Se esquema incompleto = completa, sendo uma dose obrigatoriamente o dTpa (com o pa de perturssis)
OBS: esquema completo são 03 doses - HEPATITE B
Pode fazer em qualquer momento da gestação
Esquema de 03 doses. Se não tiver as 03, faz na gestação para completar esquema - Influenza
A gestante tem risco maior de fazer Sd respiratória aguda grave - COVID
entrou recentemente
Devemos lembrar que vacinas compostas de partículas virais ou vírus inativados podem ser dadas com segurança a exemplo da dTpa, influenza e hepatite B. Por outro lado, as de vírus vivos atenuados não devem ser administradas período, como a tríplice viral, febre amarela e varicela. Cabe destacar que a da febre amarela, embora seja parte de segundo grupo, pode ser utilizada em situação de exposição previsível, no caso da gestantes que viajam para áreas endêmicas. Todavia, não deve ser administrada de rotina nesse período da vida da mulher. Logo, dentre as imunizaçã citadas, apenas a dTpa, influenza e hepatite B não liberadas na gravidez.
Didaticamente, os achados na gravidez podem ser divididos em sinais de presunção, probabilidade e certeza. Quais os sinais são considerados de certeza?
ausculta dos batimentos cardiofetais com Pinard, a partir de 20 semanas, ou o sonar, a partir de 10 a 12 semanas; percepção de partes e movimentos fetais pelo examinador, e não pela mãe, por meio da palpação abdominal, a partir de 18 a 20 semanas; e sinal de Puzos, que corresponde ao rechaço fetal intrauterino durante o exame bimanual, após discreto impulso no fundo de saco posterior.
Em gestação não complicada por pré-eclâmpsia, a pressão arterial tende a diminuir devido ao fato de:
A) Ocorrer aumento da resistência vascular periférica.
B) A placenta funcionar como um shunt arteriovenoso.
C) Diminuir a volemia na gestação.
D) Ocorrer anemia fisiológica na gestação.
B)
Na gestação fisiológica, a pressão arterial (PA), que é resultante do produto do débito cardíaco (DC) pela resistência vascular periférica (RVP), sofre grande ação das mudanças hormonais da gestação. Esse componente guarda estreita relação com a
RVP, que, por sua vez, devido ao efeito da placenta funcionando como um verdadeiro shunt arteriovenoso conforme vai crescendo e, em menor grau, à ação da progesterona, prostagiandinas e estrogênios sobre as paredes dos vasos. Dessa maneira, notamos que a PA possui queda mais marcante no segundo trimestre, uma vez que, nesse cenário, também há desenvolvimento placentário mais acelerado. Além, devemos recordar que, durante a gravidez sem intercorrências, há aumento da volemia, e não redução, às custas do aumento do volume plasmático. Por outro lado, embora de fato ocorra anemia fisiológica nesse período, esse fato não se correlaciona com as alterações encontradas na pressão arterial.
Durante o pré-natal, são frequentes as queixas decorrentes das modificações relacionadas ao aumento da progesterona.
Em relação a este hormônio, é CORRETO afirmar que ele determina:
A) aumento da frequência cardíaca e diminuição do trânsito intestinal.
B) Polaciúria e aumento do débito cardíaco.
C) Contrações de Braxton Hicks e diminuição do trânsito intestinal.
D) Diminuição do peristaltismo do ureter e relaxamento miométrio.
Letra A: incorreta. O aumento da frequência cardíaca decorre da síndrome hipercinética, com o objetivo de melhorar a circulação materna, irrigar melhor o útero e a placenta, e aumento do aporte de sangue às estruturas fundamentais da gestação. Todavia, essa alteração cardiovascular, já presente a partir de cinco semanas, inclusive pelo aumento da volemia, não se associa à elevação da progesterona. Por outro lado, esse hormônio promove redução do tônus de todo o aparelho digestivo, levando à diminuição do trânsito intestinal e favorecendo a constipação.
Letra B: incorreta. O débito cardíaco aumentado é consequência da redução da pressão arterial e da resistência vascular
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periférica, bem como do crescimento do volume sanguíneo, do peso materno e do metabolismo basal. Essas alterações não possuem correlação com a elevação de progesterona. Essa, em relação às modificações no trato urinário, promove sua dilatação e estase, atuando sobre o tônus da musculatura lisa ureteral. Porém, a polaciúria é decorrente do aumento do volume uterino, sobretudo por sua acentuada anteversoflexão, comprimindo a bexiga, e não pelo efeito hormonal.
Letra C. incorreta. Após 30 semanas, as contrações uterinas se tornam mais frequentes e perceptíveis, até que, quatro semanas antes do parto ganham intensidade e se difundem por área maior no globo uterino. Essas contrações denominam-se contrações de Braxton-Hicks, e não se associam com excesso de progesterona.
Letra D; correta. A progesterona, em relação às modificações no trato urinário, promove sua dilatação e estase, atuando sobre o tônus da musculatura lisa ureteral, fato esse que facilita a ocorrência de infecção urinária. Além disso, esse hormônio também é capaz de promover relaxamento das fibras miometriais.
Quais as vacinas contra-indicadas na gestação?
Na gestação, são contraindicadas as vacinas: tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), HPV, varicela e dengue (não é uma vacina de rotina, mas deve ser lembrada), que são vacinas compostas a partir de vírus vivos atenuados, que podem representar risco teórico de transmissão do vírus vacinal ao feto. Devem ser recomendadas no período pré-concepcional, no puerpério, na presença ou não da amamentação. A vacina da febre amarela (FA) é constituída por vírus vivo atenuado, portanto, é normalmente contraindicada em gestantes. Porém, nas situações em que o risco da infecção supera os riscos potenciais da vacinação, pode ser recomendada durante a gravidez.
( V ou F) ?
O melhor parâmetro de análise da datação da gravidez é a medida do comprimento da cabeça-nádega no
primeiro trimestre.
correta. A avaliação ultrassonográfica da idade gestacional é mais precisa da sexta até a décima quarta semana de gravidez, período em que se emprega como parâmetro o comprimento cabeça-nádega (CCN) do embrião.
Paciente GII PI 1N (há 3 anos) AO, deu entrada no pronto-socorro obstétrico (PSO) por perda de líquido via vaginal há cerca de 2 horas. IG por ultrassom precoce de 36 semanas. Nega comorbidades. Pesquisa de EGB (Streptococcus agalactiae
beta hemolítico do grupo B) negativo (‹ 5 semanas). Nega dor tipo contração uterina. Ao exame obstétrico: DU (dinâmica uterina) ausente, exa- me especular: saída de líquido claro pelo orifício externo do colo uterino, BCF (batimentos cardíacos fetais): 140 bpm, MF presentes, toque vaginal (TV): colo impérvio, grosso e posterior. Cardiotocografia: normal. PA 100 x
70 mmHg. Em um determinado momento, a paciente entrou em tra- balho de parto. Nega alergias. Foi reavaliada, sendo o exame físico/obstétrico: bom estado geral, afebril, eucárdica e eupneica; TV: 4-5 cm, médio, medianizado, bolsa rota
(líquido claro) há 18 horas, sem sinais de fisometria, apresentação cefálica. Exames laboratoriais normais. DU: 3/10/40*
BCF: 130 bpm.
ESSA PACIENTE TEM INDICAÇÃO DE USO DE ANTIBIÓTICO PARA GBS?
Não.
SWAB RETO VAGINAL VÁLIDO = REALIZADO COM MENOS DE 5 SEMANAS.
A gente só faria nos casos convencionais ( febre intraparto, RPMO com mais de 18 horas, prematuridade), se não tivesse realizado a pesquisa de GBS, se o status de colonização fosse desconhecido.
Paciente festa de 11 semanas volta a consulta pré-natal trazendo resultado de sorologia para toxoplasmose (quimioluminescencia): igG reagente e igM reagente. Como manejar essa paciente agora?
A) Repetir sorologia para toxoplasmose.
B) Encamihar para realização de amniocentese.
C) Realizar orientações profiláticas e repetir sorologia.
D) Iniciar espiramicina e solicitar teste de avidez.
D)
A questão traz uma gestante de 11 semanas, em consulta de pré-natal, com sorologias IgM e |gG positivas para toxoplasmose. Nesse caso, devemos fazer a diferenciação entre infecção aguda ou presença de IgM residual, uma vez que esta classe de anticorpo pode permanecer positiva por mais de um ano. Vamos analisar as alternativas sobre a melhor conduta nesse caso.
Letras A e C: incorretas. A repetição da sorologia estaria indicada na presença de IgM positivo e IgG negativo, com o objetivo de detectar o aparecimento de anticorpos IgG. A positivação do IgG confirmaria a infecção aguda e excluiria um resultado falso-positivo.
Letra B: incorreta. A amniocentese deve ser oferecida para investigação de infecção fetal após o diagnóstico de infecção materna aguda.
Letra D: correta. Em pacientes com menos de 16 semanas, está indicado o teste da avidez do IgG. O diagnóstico de baixa avidez (‹ 30%) é indicativo de infecção aguda (com menos de quatro meses), enquanto uma alta avidez (› 60%) sugere uma infecção antiga (com mais de quatro meses) e, portanto, antes da gestação. Apesar de não ser consenso, alguns autores recomendam nestes casos iniciar a espiramicina prontamente antes mesmo da confirmação da infecção diagnóstica, com o objetivo de diminuir o risco de transmissão placentária do parasita caso realmente seja uma infecção aguda.
Paciente gestante com IG de 26 semanas, iniciou pré-natal tardio. Na consulta foi solicitado sorologia para Toxoplasmose com IgM positivo e IgG positivo. Considerando o resultado da sorologia e IG, qual a próxima conduta ?
A) É necessária a realização de teste de avidez da IgG para, assim, determinar se a infecção por toxoplasmose é aguda.
B) Deve-se iniciar espiramicina e realizar amniocentese com pesquisa de PCR para Toxoplasma gondii.
C) Deve-se iniciar espiramicina, não havendo necessidade de amniocentese ou pesquisa de PCR para Toxoplasma gondii.
D) Não se deve iniciar espiramicina, mas é necessário realizar amniocentese com pesquisa de PCR para Toxoplasma gondii, só iniciando a terapia após o resultado de PCR.
E) Deve-se iniclar tratamento com pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínico
Se a gestante tivesse até 16 semanas de idade gestacional, deveria ser solicitado o teste de avidez da IgG, com o objetivo de diferenciar uma infecção recente de uma infecção antiga, que ocorreu antes da gestação. Com 26 semanas de gestação, esse exame não tem indicação, uma vez que uma alta avidez indica uma infecção com mais de quatro meses
(16 semanas) e, ainda assim, estaria dentro do tempo da gestação.
Sendo assim, a conduta preconizada pelos principais livros de referência consiste em iniciar espiramicina para tratamento materno e encaminhar a paciente para realização de amniocentese com pesquisa de PCR para Toxoplasma gondi. Se o resultado vier negativo, ou seja, sem evidência de infecção fetal, a espiramicina deve ser mantida até o final da gestação. Se vier positivo, o tratamento deve ser trocado pelo esquema tríplice com pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínico. Então, segundo essas referências, a resposta correta seria a letra B, que foi o gabarito oficial da questão
Vale aqui pontuar que existe uma Nota Técnica do Ministério da Saúde, de 2020, que orienta que para as gestantes que iniciaram o pré-natal tardiamente, após 16 semanas, e apresentam IgM e IgG positivos para toxoplasmose em altos títulos, deve ser iniciado imediatamente o esquema tríplice, conforme descrito na letra E. Entretanto, essa orientação não está presente nos principais livros de referência nem no Manual de Pré-natal do Ministério da Saúde, por ser mais antigo.
Dessa forma, para a maioria das questões, como foi o caso desta, vamos utilizar o que está preconizado nos livros. Agora, se a questão abordar especificamente essa nota técnica de 2020 ou informar no enunciado que o IgM e IgG são positivos com títulos francamente positivos, que é o termo utilizado nesta nota técnica do MS, você deve lembrar que deve iniciar imediatamente o esquema tríplice para as gestantes que iniciam o pré-natal tardiamente
Sobre as modificações do organismo materno durante a gestação, é correto afirmar:
O aumento da frequência respiratória e do volume tidal contribui para um aumento do volume residual e da capacidade residual funcional pulmonar.
FALSO
A frequência respiratória não se altera durante a gravidez. A expansão da caixa torácica e o aumento do estímulo respiratório resultam em aumento do volume-corrente (volume tidal). Já o volume residual e a capacidade residual funcional estão reduzidos devido à elevação da cúpula diafragmática.
Sobre as modificações do organismo materno durante a gestação, é correto afirmar:
Há aumento dos fatores fibrinolíticos e manutenção dos fatores pró-coagulantes, levando a um maior risco de eventos hemorrágicos na gravidez.
FALSO
A gravidez é caracterizada por um estado de hipercoagulabilidade, com aumento dos fatores de coagulação, aumento do fibrinogênio e redução da atividade fibrinolítica.
Sobre as modificações do organismo materno durante a gestação, é correto afirmar:
No 3ºtrimestre, pode-se observar redução do enchimento cardíaco e do débito cardíaco em posição supina comparada ao decúbito lateral.
VERDADEIRO
No final da gestação, o útero gravídico dificulta o retorno venoso devido à compressão da veia cava inferior, principalmente quando a gestante assume a posição supina. Como consequência, podemos observar redução do débito cardíaco e hipotensão.
Sobre as modificações do organismo materno durante a gestação, é correto afirmar:
Em função do maior esforço respiratório, observa-se um aumento da pC02 com consequente acidose respiratória compensada.
FALSO
A hiperventilação da gravidez é responsável pela alcalose respiratória, com redução da pCO2. Essa diminuição é compensada pelo aumento da excreção urinária de bicarbonato. Dessa forma, o pH arterial não sofre alteração significativa, caracterizando a alcalose respiratória compensada
A infecção por Streptococcus do grupo B (EGB) é hoje a principal causa de sepse neonatal precoce. Em pacientes com cultura desconhecida, a profilaxia antimicrobiana é Indicada em quais casos?
Em pacientes com cultura desconhecida, a profilaxia intraparto para GBS está indicada se houver algum fator de risco para infecção neonatal pelo estreptococo do grupo B:
➡️ trabalho de parto com menos de 37 semanas,
➡️ temperatura intraparto maior ou igual a 38°C,
➡️ amniorrexe há mais de 18 horas.
➡️ Além disso, se a gestante apresentar crescimento de GBS em urinocultura em qualquer fase da gravidez, mesmo após tratamento adequado, ou.se possuir filho anterior acometido por sepse neonatal pelo GBS está recomendada a profilaxia intraparto independentemente do resultado do swab ou da presença de fatores de risco.
💥 OBS: Vale ressaltar que o CDC fez uma atualização do seu protocolo para profilaxia da sepse pelo GBS e que passa a recomendar a profilaxia nas pacientes com swab positivo na gestação anterior, mas que não fizeram o rastreamento para o GBS na gravidez atual, no entanto, essa recomendação não está nos principais livros e não estava na referência deste concurso.
Em relação à modificações fisiológicas da gestação no sistema respiratório, podemos dizer que:
A) Ocorre hipoventilação fisiológica.
B) A capacidade pulmonar total não se altera.
C) O volume corrente e o volume-minuto diminuem.
D) O volume residual diminui.
Letra A: incorreta. A gestante passa por um processo de hiperventilação fisiológica, mas não pelo aumento da frequência respiratória. O que ocorre é o aumento do volume corrente, ou volume-minuto, para aumentar o tempo de troca no pulmão.
Letra B: incorreta. A capacidade pulmonar total (capacidade vital + volume residual) pode reduzir até 5% próximo ao termo
Letra C: incorreta. O volume corrente e o volume-minuto aumentam significativamente durante a gravidez, para melhorar o tempo de trocas respiratórias.
Letra D: correta. O volume residual pulmonar diminui durante a gravidez devido à elevação do diafragma.
Qual vacina abaixo não é recomendadas de forma rotineira na gravidez?
A) Rubéola
B) Hepatite B
C) Influenza A/ H1N1
D) Tétano e difteria
E) Coqueluche
A)
principais vacinas contraindicadas durante a gravidez são as vacinas vivas atenuadas, pelo risco teórico de passagem transplacentária do vírus vacinal e eventual risco para o feto. Por conta disso, não devem ser administradas em gestantes. Mulheres em idade fértil que recebam estas vacinas devem ser orientadas a não engravidarem pelos 30 dias subsequentes à vacinação. Essa recomendação se relaciona principalmente com as vacinas de sarampo, rubéola, caxumba, varicela e febre amarela. As demais vacinas citadas podem ser feitas em qualquer estágio da gestação e fazem parte do calendário da gestante.