AMENORREIA Flashcards
Uma paciente com 21 anos, nuligesta, comparece à consulta em um centro de saúde com queixa de amenorreia há 6 meses, acne com pústulas,
aumento de pelos, principalmente na face e nos membros inferiores. Relata dificuldade em perder peso e ciclos menstruais irregulares e longos desde
a menarca. Afirma ser sexualmente ativa. É realizado, durante o atendimento, teste rápido
para gravidez, com resultado negativo. Ao exame físico, apresenta índice de massa corpórea de 30 kg/m?, pressão arterial de 120 × 70 mmHg. Considerando-se o quadro clínico da paciente, qual é a conduta inicial mais adequada no momento
desse atendimento?
A) Dosar TSH, T4 livre, prolactina e 17
hidroxiprogesterona, para descartar
patologias sistêmicas.
B) Dosar cortisol
livre, dehidroepiandrosterona e perfil metabólico, para confirmar perfil
androgênico.
C) Prescrever etinilestradiol 10 mg 1 vez ao dia, por 10 dias, para descartar causas uterinas de amenorreia.
Iniciar espironolactona 50 mg 2 vezes ao dia e solicitar ultrassonografia, para confirmar diagnóstico de síndrome dos ovários policísticos.
A)
O enunciado descreve uma paciente jovem com
quadro de irregularidade menstrual desde a
menarca, hiperandrogenismo e obesidade. Diante
deste cenário, nossa principal hipótese deve ser a
síndrome dos ovários policísticos (SOP). Segundo os
critérios de Rotterdam, podemos caracterizar a SOP
quando tivermos dois dos três a seguir:
- Oligo ou anovulação;
- Sinais clínicos e/ou bioquímicos de hiperandrogenismo;
- Ovários policísticos à ultrassonografia: 12 ou mais folículos medindo 2 a 9 mm de diâmetro e/ou volume ovariano aumentado (> 10 cm3).
Com um detalhe importante: devem ser excluídas, além da gestação (pela amenorreia secundária),
outras situações que levam a quadros semelhantes,
como
hiperprolactinemia,
hipotireoidismo
e
hiperplasia adrenal congênita. Com isso, percebemos
que a única alternativa correta é a letra A! A letra B
está errada por vários motivos: embora a síndrome
de Cushing possa ser um diagnóstico diferencial
importante em alguns casos, o seu rastreio não é
feito de rotina (apenas quando há suspeita clínica).
Além disso, o exame utilizado para rastreio não é a dosagem de cortisol basal - esse seria o rastreio para insuficiência adrenal! Além disso, a dosagem de DHEA não é feita de rotina, sendo reservada para
casos onde há virilização ou hiperandrogenismo grave. Por fim, as letras C e D estão incorretas porque, antes de tratar, precisamos fechar o diagnóstico - e, para isso, a exclusão de outros diagnósticos diferenciais é fundamental.
Paciente com diagnóstico de SOP. Qual a alteração laboratorial associada a essa condição clínica?
A) FSH elevado em relação ao LH
B) LH elevado em relação ao FSH.
C) Antimulleriano baixo para a faixa
etária.
D) Cortisol elevado para a faixa etária.
B)
A questão traz um caso de uma paciente com
possível diagnóstico de síndrome dos ovários policísticos (sinais de hiperandrogenismo clínico
associado a uma irregularidade menstrual) e deseja saber qual a alternativa CORRETA, que representa o
achado laboratorial associado a essa condição
clínica. Vamos a elas:
- Letra A: incorreta. Na SOP, a supressão dos níveis
de FSH responde pela falta de estímulo adequado
para o crescimento de novos folículos.
- Letra B: correta. O microambiente androgênico
ovariano é um ponto fundamental da SOP, que
contribui para o processo de atresia folicular. Os
folículos atrésicos, ricos em inibina, inibem a
secreção hipofisária de FSH, que resulta em aumento da relação LH/FSH circulante. Assim, em geral, a proporção LH:FSH se encontra ≥ 2:1.
Letra C: incorreta. O hormônio antimulleriano baixo
não é um achado laboratorial associado à SOP.
- Letra D: incorreta. Um achado de cortisol elevado
sugere outra etiologia para o hiperandrogenismo, como a síndrome de Cushing, e não é esperada na
SOP.
Em relação a pacientes com SOP:
A dosagem de SHBG (globulina ligadora de hormônios sexuais)
estará aumentada nesta paciente.
FALSO
A SOP leva à redução dos níveis de
SHBG (globulina ligadora de hormônios sexuais), contribuindo para o aumento da testosterona livre.
O estrogênio tem função importante na conduta de pacientes com SOP: aumento da produção hepática de SHBG pelo componente estrogênico do ACO, que diminui a concentração de testosterona livre;
VERDADEIRO
Em pacientes com diagnóstico de SOP:
O citrato de clomifeno é um
indutor de ovulação indicado para o tratamento de infertilidade em pacientes com anovulação crônica.
Caso a paciente não apresente desejo reprodutivo, a medicação não está indicada.
VERDADEIRO