Helicobacter pylori Flashcards
Quais distúrbios gastrintestinais estão relacionados à Helicobacter pylori?
Praticamente 100% dos infectados apresentam gastrite aguda, que evolui para gastrite crônica. Além disso, está presente em 95% das UD e em 70-80% das UG. Está relacionada, ainda, ao desenvolvimento de linfoma gástrico MALT e adenocarcinoma gástrico.
Qual a epidemiologia da Hp?
É a infecção mais prevalente, acometendo 30-50% da população mundial, estando mais presente em locais com baixo desenvolvimento socioeconômico (50-80% da pop do Br e 20-50% da pop dos EUA).
Como e quando ocorre a transmissão do Hp?
Ocorre principalmente na infância (antes dos 10 anos), ocorrendo pelo contato entre humanos oro-oral, oro-gástrico ou oro-fecal.
Qual a patogenia da infecção por Hp?
A bactéria apresenta mobilidade e adesinas, o que permite que ela fique aderida à mucosa gástrica e não seja levada pela motilidade do antro. Além disso, ela apresenta a enzima urease que converse ureia em amônia e bicarbonato, o que neutraliza a acidez estomacal e permite que a bactéria viva no estômago. A amônia produzida, a produção de citotoxinas e a própria presença da bactéria produzem uma resposta inflamatória na região que promove lesão dessa mucosa.
Quais os locais mais acometidos pela Hp?
A bactéria habita preferencialmente o antro gástrico, destruindo as células produtoras de muco e de somatostatina (produzindo a gastrite e, potencialmente, a úlcera), podendo se disseminar para o duodeno em casos de metaplasia gástrica e para regiões mais proximais do estômago.
Quais os fatores de virulência da Hp? Qual a importância epidemiológica desses fatores?
Os genes cagA (formação de citotoxinas), vacA (citotoxina vacuolizante), babA (aderência bacteriana) e OipA (outer inflamatory protein), que podem levar a uma maior agressão da mucosa gástrica. Esses fatores aumentam a chance de o indivíduo desenvolver uma úlcera e até mesmo um câncer gástrico, sendo importantes para a epidemiologia dessas afecções.
Qual a patogenia da Hp no adenocarcinoma gástrico?
A gastrite crônica ativa pode promover, com o passar do tempo, metaplasia intestinal da mucosa gástrica com posterior atrofia da mucosa gástrica, o que é uma etapa inicial da carcinogênese gástrica.
Qual a patogenia da Hp no linfoma gástrico?
Não existe, em um estômago normal, o tecido linfoide associado à mucosa (MALT), no entanto, a presença da bactéria pode promover desenvolvimento desse tecido na mucosa, o que predispõe esse tecido ao desenvolvimento de linfoma nesse tecido. Pode haver correlação entre esse linfoma e cepas de Hp com o gene cagA.
Como é realizado o diagnóstico de Hp?
Por métodos:
- Invasivos: biópsia da lesão (ulcerosa, cancerosa, com gastrite) e análise histopatológica, teste da urease ou cultura da região biopsada.
- Não invasivos: procura de antígeno fecal, teste respiratório da ureia e sorologia*.
Quando deve ser pesquisada a infecção pelo Hp? (9)
DUP, linfoma MALT, dispepsia funcional, dispepsia sem indicação de EDA, histórico de Ca gástrico em parente de 1o grau, lesões pré-neoplásicas (atrofia gástrica e metaplasia intestinal), após tratamento de Ca gástrico, usuários de AINEs ou AAS, diagnóstico de PTI.
Quando deve ser realizado o tratamento da infecção por Hp? (9)
DUP, linfoma MALT, dispepsia funcional, dispepsia sem indicação de EDA, histórico de Ca gástrico em parente de 1o grau, lesões pré-neoplásicas (atrofia gástrica e metaplasia intestinal), após tratamento de Ca gástrico, usuários de AINEs ou AAS, diagnóstico de PTI.
Como é realizado o tratamento para Hp?
IBP em dose plena de 12/12h, amoxicilina 1000mg 12/12h e claritromicina 500mg 12/12h por 14d.
O que é feito para evitar resultados falso negativos no diagnóstico de Hp?
Interrupção de IBP por 2s e de Abc por 4s.