Colecistite Aguda Calculosa Flashcards

1
Q

Qual a definição de colecistite aguda calculosa?

A

É um processo inflamatório na vesícula biliar causada pela obstrução calculosa do ducto cístico ou infundíbulo da VB.

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2
Q

Qual a epidemiologia da colecistite aguda calculosa?

A

Até os 50 anos de idade é mais prevalente em mulheres (3:1), mas após essa idade passa a ter prevalência semelhante em ambos os sexos. Estima-se que 25% dos pacientes com colelitíase desenvolverão colecistite aguda em algum momento de sua vida.

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3
Q

Qual a patogenia da colecistite aguda calculosa?

A

A obstrução persistente do ducto cístico promove acúmulo de bile na VB, promovendo um aumento na pressão intraluminal. Isso, associado à conversão de licitina em lisolecitina pela fosfolipase A2 (que é tóxica à mucosa), promove uma resposta inflamatória na vesícula, causando edema, isquemia, ulceração da parede e proliferação bacteriana.

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4
Q

Todos os pacientes com obstrução persistente do ducto cístico desenvolverão colecistite? Por quê?

A

Não, pois, como já foi mencionado, um dos fatores importantes para a patogenia da colecistite é a conversão de lecitina em lisolecitina, que é tóxica para a parede da VB, e a secreção de fosfolipase A2 é menor em determinados pacientes (geneticamente), o que diminui a chance de ele desenvolver colecistite.

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5
Q

O que ocorre com os pacientes que apresentam menor secreção de fosfolipase A2? (menor chance de desenvolverem colecistite aguda)

A

Há hidropsia de vesícula, em que a mucosa reabsorve colesterol e fosfolipídeos da bile, fazendo com que seu lúmen contenha apenas muco. Esses pacientes são assintomáticos.

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6
Q

O que acontece se o cálculo se direcional ao duto colédoco ou retornar à VB?

A

A cadeia de eventos do desenvolvimento da colecistite aguda cessa.

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7
Q

Há flora bacteriana na vesícula biliar? Explique.

A

Em condições normais, a VB e a bile é estéril. No entanto, a presença de cálculo aumenta a probabilidade de proliferação bacteriana, chegando a 50% em casos de colecistite aguda. As principais bactérias são E. coli, Klebisiela, Enterococos, Clostridium e Proteus (bastonetes G-, anaeróbios e enterococo).

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8
Q

Quais as possíveis complicações da proliferação bacteriana na VB?

A

Perfuração, abcesso, fístula bilioentérica e empiema (VB cheia de pus, havendo manifestações de sépse ou choque séptico).

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9
Q

Qual o QC da colecistite aguda calculosa?

A

O paciente típico é uma mulher em meia idade que apresentava histórico de cálculos de vesícula ou dor biliar por colelitíase. As manifestações são: dor aguda localizada em QSD (pode-se iniciar em epigastro e depois migrar), persistente por mais de 6 horas (colelitíase dura em torno de 30 minutos) que pode irradiar para a região infraescapular. Há febre baixa/moderada e náuseas, vômitos e anorexia. O paciente apresenta sinal de Murphy positivo.

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10
Q

Qual a conduta em paciente com quadro clínico sugestivo de colecistite aguda calculosa?

A

Sinal de Murphy -> USG -> exames laboratoriais -> internação do paciente -> hidratação e ATB EV -> colecistectomia.

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11
Q

Como pode ser feito o diagnóstico de colecistite aguda calculosa?

A

Os exames laboratoriais são: leucograma com 12-15 mil (quando estiver maior, sugere perfuração livre com peritonite generalizada), bilirrubina de 4 no máximo (mais que isso sugere coledocolitíase associada), discreto aumento de FA e AST e aumento de amilase sérica.

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12
Q

Qual a técnica diagnóstica de imagem utilizada?

A

A USG é o exame com maior especificidade e sensibilidade para colecistite aguda, sendo visualizado nele: cálculos no colo da vesícula, espessamento da parede, líquido perivesicular, sinal de Murphy ultrassonográfico, aumento do fundo da VB.

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13
Q

Quais os principais DDs para colecistite aguda calculosa?

A

Apendicite, perfuração de úlcera e pancreatite.

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14
Q

Qual o tto para um paciente com colecistite aguda calculosa?

A

Internação, hidratação, dieta zero, analgesia e ATB parenteral. Após esses procedimentos, realizar colecistectomia. *É interessante ressaltar que um paciente com evolução longa do quadro (3-4d) apresentarão aderências da vesícula com os órgãos adjacentes, dificultando a retirada dela.

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15
Q

Quais outras formas de tto para o paciente com colecistite aguda?

A

Em pacientes com contraindicação absoluta da cirurgia (coagulopatia não controlada e cirrose hepática termina), pode-se realizar a colecistostomia. *Vale ressaltar que, no paciente com colecistostomia, o aparecimento de sinais de sepse obrigará a realização da colecistectomia independentemente da contra-indicação absoluta, pois a sepse iria matar o paciente de qualquer jeito.

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16
Q

Quais as complicações da colecistite aguda calculosa?

A

Perfuração e fístulas, Íleo biliar e Síndrome álgica pós-colecistectomia. *Vale ressaltar que o paciente com colecistectomia aguda apresenta 15% a mais de chance de desenvolver adenocarcinoma de VB caso esta não for retirada.

17
Q

Explique a complicação por perfuração da VB (tipos, consequências, clínica).

A

A perfuração pode se dar de 3 formas: livre, localizada ou por fistulização. Livre: ocorre precocemente no curso da colecistite aguda pois não teve tempo de formar aderências. O paciente irá evoluir com peritonite aguda generalizada (febre alta, leucocitose importante, sinais de toxicidade). Apresenta 25% de mortalidade, mas é raro ocorrer. Localizada: ocorre contenção do líquido da VB por aderências formadas entre a VB e os órgãos adjacentes. A clínica se dá por aumento dos sinais locais e presença de massa quando não havia previamente. A formação de fístula promove drenagem do conteúdo da vesícula, promovendo alívio álgico dos sintomas.

18
Q

Explique o íleo biliar.

A

Ocorre após fistulização entre a VB e o TGI quando o cálculo biliar é maior que 2,5 cm. Há obstrução, principalmente, do íleo terminal, promovendo sinais e sintomas de obstrução intestinal -> alças distendidas, ar nas vias biliares, cálculo na luz intestinal.

19
Q

Existem outras causas de colecistite aguda?

A

Sim, a colecistite aguda alitiásica. Ocorre em pacientes em cuidados intensivos, politraumatizados ou grandes queimados, pós-operatório grande, tendo como gênese a desmotilidade da VB ou a isquemia dela por hipotensão sistêmica. O QC é semelhante ao já citado, mas como o paciente normalmente está sedado, não há sintomas proeminentes. Deve ser suspeitada quando houver febre e leucocitose em pacientes graves.

20
Q

Qual processo está sendo demonstrado na image? Explique-o.

A

É uma das complicações da colecistite aguda calculosa, ocorrendo pela formação de uma fístula entre a VB e o TGI, promovendo drenagem do conteúdo da vesícula e obstrução do íleo terminal por um cálculo grande (> 2,5 cm). A clínica é de obstrução intestinal.

21
Q

Qual procedimento está sendo realizado na imagem? Exlpique suas recomendações.

A

Colecistostomia percutânea. É utilizada em pacientes que apresenta CI à colecistectomia (cirrose hepática terminal ou coagulopatia não controlada). Deve-se atentar para o desenvolvimento de sepse nesses pacientes.