Gangrena de Fournier Flashcards
Conceito
Necrozante que atinge bolsas escritas e região perineal #caracterizada por uma intensa destruição tissular envolvendo o tecido subcutâneo e a fáscia.
Fascite necrosante, o que é?
Detruitiva e rapidamente progressiva do tecido subcutâneo e fáscia superficial. Acomete o homem numa frequência 10x maior.
Comodidades associadas
DM Alcoolismo Obesidade mórbida Doença vascular de pele Doenças neoplásicas Corticóides Imunossupressão
Lesão inicial predisponente
- Lesão da pele da região perineal
- Úlcera de pressão da bolsa escrotal
- Hidradenite supurativa
- Infecção das glândulas peri-anais
- Diverticulite colônica
- Abscesso anorretal
- Procedimento cirúrgicos perineais
Agentes etiológicos
Polimicrobiano.
Anaeróbios, aeróbios, gram (+) e (-).
− Bactérias aeróbicas: E. coli, Klebsiella pneumoniae e Staphylococcus aureus
− Bactérias anaeróbicas: Bacteriodes fragilis
Fisiopatologia
Endoartrite obliterante (coagulação fibrinóide da arteríola nutridora que > isquemia subcutânea > necrose de pele e tecido subcutânea. #Quando a lesão aparece na pele, o plano facial já está bem acometido.
Quadro clínico
- Edema, eritema, dor local intensa
- Necrose da pele com crepitação á palpação.
- Falta de resposta clínica ao tratamento de celulite ou abscesso peritoneal > suspeita para possível evolução para gangrena de Fournier.
- Sepse
Exames laboratoriais
- Distúrbios hidroelétrolíticos
- Leucocitose
- Elevação da glicemia
- Distúrbios de coagulação
Exames de imagem, o que é observado?
USG > presença de líquido e gás em partes moles e comprometimento vascular.
TC - Extensão do comprometimento dos planos profundo > presença de GÁS (enfisema e bolsa escrotal indicada) > proliferação bacteriana com necrose.
Tratamento.
É uma urgênia médica?
Sim, é uma urgência.
Conduta - Desbridamento do tecido necrótico interrompendo a progressão do processo infeccioso e a minimizar efeitos tóxicos sistêmicos. #Deve alcançar até o tecido com sangramento.
Por que apenas o uso de antibiótico não surte efeito?
Tecido necrótico não é mais vascularizado > fármaco não alcança o foco infeccioso.
Medidas gerais a serem tomadas além da excisão do tecido necrótico
− Correção dos distúrbios hidroeletrolíticos, ácido-base e hemodinâmicos.
− Antibioticoterapia de amplo espectro: Gram +, gram – e anaeróbios.
− Profilaxia antitetânica
− Cuidados locais com o ferimento em cicatrização.
Quais antibióticos devem ser utilizados?
▪ Ampicilina-Sulbactam ou Piperacilina-Tazobactam + Quinolonas (Ciprofloxacino) ou Aminoglicosídeos (Gentamicina ou Amicina)
▪ Cefalosporina de 3ª Geração + Metronidazol ou Clindamicina
▪ Em caso de infecção relacionada a procedimentos invasivos no ambiente hospitalar: Carbapenêmicos (Imipenem ou Meropenem) + Vancomicina
Intervenções complementares
− Colostomia
− Cistostomia
− Terapia hiperbárica
▪ Papel proeminente das bactérias anaeróbicas
▪ Diminui a extensão da necrose e reduz os índices de mortalidade e morbidade
▪ Efeito facilitador na cicatrização de feridas
▪ Acelera a recuperação após o desbridamento, reduzindo inclusive a necessidade de desbridamentos sucessivos
▪ Com a OHB há o aumento na tensão de oxigênio tecidual, que aumenta a síntese de colágeno, angiogênese e epitelização
Prognóstico
- Mesmo com o desbridamento extenso e antibioticoterapia adequada, os índices de óbitos permanecem elevados devido principalmente a demora do diagnóstico.
- A elevada mortalidade se deve a síndrome do choque tóxico que é uma condição aguda, dada pela grande produção de toxinas bacterianas, fulminante com choque, trombocitopenia, coagulação intravascular disseminada e/ou falência de múltiplos órgãos.