Farmaco DRGE Flashcards

1
Q

Como é feito o controle neuronal da secreção ácida?

A

A liberação de Ach das fibras vagais pós-ganglionares estimula diretamente a secreção de ácido gástrico por meio dos receptores M3 na membrana basolateral das céls parietais. M3 é acoplado a Gq (ativa fosfolipase C, que forma o IP3 que determina liberação de cálcio)

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2
Q

Como a Ach afeta indiretamente as células parietais?

A

A Ach aumenta a liberação de histamina pelas céls enterocromafins e também aumenta a liberação de gastrina pelas células G do antro gástrico. Além disso, a Ach inibe a liberação de somatostatina pelas céls D.

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3
Q

Como é feito o controle hormonal da secreção ácida?

A

Existem as secreções endócrinas (gastrina) e parácrinas (histamina). A gastrina é produzida pela cél G, age no receptor CCK2 da cél parietal que é acoplado a Gq, o que culmina na secreção de H+. Já a histamina é produzida pelas céls ECS, se liga no receptor H2 da cél parietal que é acoplado a Gs, o que culmina na secreção de H+.

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4
Q

Cite os principais mediadores da secreção ácida pela cél parietal:

A

Ach, gastrina, histamina, prostaglandinas e somatostatina.

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5
Q

Quais as funções da gastrina?

A

A gastrina é produzida pelas céls G, sendo o indutor mais potente da secreção ácida. Sua liberação tem influência da Ach! A gastrina estimula a síntese de histamina pelas céls ECS, aumenta a secreção de pepsinogênio e aumenta a motilidade gástrica, além de regular o crescimento do epitélio gástrico.

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6
Q

O que estimula a liberação de gastrina?

A

Ativação do SNC, distensão local e os componentes químicos do conteúdo gástrico.

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7
Q

Qual a função da somatostatina?

A

A somatostatina é produzida pela cél D. A liberação de gastrina estimula sua produção e liberação, de modo que a somatostatina age suprimindo a liberação da gastrina, inibe a liberação de histamina pelas ECS e inibe diretamente a secreção ácida. O receptor da somatostatina é o SSTR2, acoplado a Gi!!

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8
Q

Como é a produção de somatostatina em pacientes com infecção por H. pylori?

A

Nesses pacientes as céls produtoras de somatostatina (cél D) estão diminuídas, então há menos SST para suprimir a liberação ácida.

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9
Q

Quais substâncias influenciam principalmente a cél parietal a liberar H+?

A

Ach, gastrina e histamina.

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10
Q

Quais as defesas esofágicas contra o ácido? e as defesas gástricas?

A

Defesa esofágica: esfíncter esofágico superior.

Defesa gástrica: muco, prostaglandinas, bicarbonato, restituição e fluxo sanguíneo.

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11
Q

O que as prostaglandinas fazem para defender a mucosa gástrica contra os ácidos?

A

A PGE1 e a PGE2 fazem aumento da secreção de bicarbonato, aumento da liberação de mucina, redução da produção de ácido gástrico e previnem vasoconstrição.

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12
Q

Sobre a Helicobacter pylori, como ela age na mucosa gástrica?

A

A H. pylori é uma bactéria gram-negativa que vive na camada mucosa do estômago. Essa bactéria secreta proteínas CagA e VacA, as quais modulam respostas imunes e alteram diretamente vias de sinalização e cels da mucosa (destrói a integridade da camada de muco).

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13
Q

Quais os benefícios da erradicação da H. pylori?

A

Essa bactéria está em mais da metade da pop mundial, porém na maioria dos casos não causa sintoma. Sua erradicação em pacientes com úlcera leva a redução das taxas de recorrência e recidiva.

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14
Q

Que classes de fármacos são utilizadas no tratamento do excesso de secreção ácida, DGRE, etc?

A

Inibidores da bomba de prótons, antagonistas H2 e citoprotetores.

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15
Q

Quais são os fármacos inibidores da bomba de prótons?

A

Omeprazol, esomeprazol, lansoprazol, dexlansoprazol, rabeprazol e pantoprazol.

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16
Q

Como agem os iBP?

A

Os iBP são pró-fármacos que fazem inativação irreversível da bomba de prótons. A supressão de secreção ácida é prolongada (até 48h), apesar desses fármacos possuírem meia-vida curta.

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17
Q

Qual o tipo de ligação dos iBP com a bomba?

A

Os iBP fazem ligação ponte de sulfeto (enzima-SH) com abomba de prótons.

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18
Q

Como é a farmacocinética dos iBP?

A

Eles devem sere adm 30min antes das refeições, porque a adm junto aos alimentos diminui a taxa de absorção. Sofrem rápida absorção e ligam-se altamente a ptns plasmáticas. Os iBP são biotransformados pelas CYPs hepáticas (exceto o rabeprazol), por isso em pctes com hepatopatia grave é preciso reduzir a dose.

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19
Q

Cite efeitos adversos dos iBP:

A

É comum ter náuseas, dor abdominal, flatulência e diarreia. Não é comum ter miopatia, artralgia, cefaleia, hipomagnesemia e exantemas cutâneos. Os iBP podem aumentar riscos de fraturas ósseas, dar maior suscetibilidade a certas infecções, hipergastrinemia, diminuição da absorção de vis B12 (anemia perniciosa) e doença renal crônica e demência.

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20
Q

Quais as interações farmacológicas dos iBP?

A

Inibem metabolismo de diazepam, carbamazepina, fenitoína e varfarina; podem aumentar a absorção de digoxina, nifedipino e cetamina; podem alterar a eficácia do clopidogrel aumentando risco de desfechos cardiovasculares!

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21
Q

Quais os usos terapêuticos dos iBP?

A

Os iBP ajudam na cicatrização de úlceras gástricas e duodenais, tratam DRGE, sd de Zollinger-Ellison, sangramento intestinal lato, dispesia funcional, tratamento e prevenção de recidiva de úlceras gástricas associadas ao uso de fármacos com potencial lesivo (AINES, antineoplásicos)

22
Q

Como agem os antagonistas H2?

A

Os antago H2 suprimem a secreção de ácido gástrico em 70% durante 24h, inibindo predominantemente a secreção basal de ácido e sendo eficazes na supressão da secreção ácida noturna

23
Q

Quem são os antago H2?

A

CIMETIDINA, RANITIDINA E FAMOTIDINA.

24
Q

Quando deve-se reduzir as doses de antago H2?

A

A presença de doença hepática não determina ajuste de dose.
É importante reduzir dose em pacientes com insuficiência renal moderada a grave, porque a excreção dos antago H2 é principalmente renal.
Tem baixa ligação proteica

25
Q

Cite reações adversas dos antago H2:

A

Diarreia, cefaleia, sonolência, fadiga, bradicardia, dor muscular e constipação.
Menos comuns: confusão, delírio, alucinaçoes e fala arrastada, ginecomastia, impotência e galactorreia em mulheres (trat prolongado com cimetidina), trombocitopenia

26
Q

Por que cuidar com cimetidina?

A

A cimetidina é antago H2 que inibe várias formas de CYP, podendo interagir com uma variedade de fármacos (anticoagulantes e tricíclicos). A famotidina e a nizatidina são mais seguras nesse aspecto!

27
Q

Quais os cuidados gerais com os antago H2?

A

Quando o paciente está em uso de antago H2, é preciso monitorar hemograma, creatinina e função hepática, atentar a bradicardia durante a infusão de bolus, atentar a interação medicamentosa.

28
Q

Com quais medicamentos os antagonistas H2 interagem?

A

Podem ter sua ação diminuída se associadas a antiácidos e sulcralfato, podem aumentar a ação de sulfoniluréia, varfaria, álcool, fenitoína, nifedipina e teofilina. Podem diminuir ação de cetoconazol e itraconazol.

29
Q

Quais os usos terapêuticos dos antago H2?

A

Promovem cicatrização de úlceras gástricas e duodenais, tratam a DRGE não complicada e previnem a ocorrência de úlceras de estresse.

30
Q

Qual a diferença entre iBP e antago H2 na tolerância e rebote?

A

A tolerância aos efeitos supressores dos antago H2 pode ocorrer em 3 dias de tratamento e pode ser resistente ao aumento de dose. Já os inibidores da bomba não desenvolvem tolerÂncia.

31
Q

Como manejar os aumentos rebote de acidez em antago H2?

A

Deve-se reduzir gradualmente o farmaco ou substituí-lo por agentes alternativos nos pacientes de risco.

32
Q

Quem são os antiácidos?

A

Sias de magnésio, sais de alumínio, bicarbonato de sódio e carbonato de cálcio. Esses sais tem efeito terapêutico curto e ação rápida.

33
Q

Quais os efeitos adversos dos sais de Mg?

A

Diarreia

34
Q

Quais os efeitos adversos dos sais de Al?

A

constipação. Além disso, podem ligar-se ao fosfato e causar hipofosfatemia, fraqueza, mal-estar e anorexia.

35
Q

Quais os efeitos adversos do bicarbonato e do carbonato de cálcio?

A

Eructações, náuseas, distensão abdominal e flatulência.

36
Q

Qual o uso dos antiácidos?

A

Tratar pirose, dispepsia e doenças ácido pépticas.

37
Q

Interações dos antiácidos:

A

Por alterarem ph gástrico e urinário, podem alterar absorção e biodisponibilidade de diversos fármacos: hormônios tireoidianos, alopurinol, tetraciclinas, fluoroquinolonas e antifúngicos imidazólicos.

38
Q

Quando evitar antiácidos com bicarbonato de sódio?

A

Em pacientes hipertensos ou com sobrecarga hídrica.

39
Q

Quando evitar antiácidos com Al e Mg?

A

Pacientes com doença renal crônica.

40
Q

Quem é Misoprostol?

A

É um análogo sintético da PGE1 que diminui a secreção de ácido via EP3 (Gi)

41
Q

Quais os efeitos do Misoprostol?

A

É um citoprotetor que estimula a secreção de mucina e bicarbonato, além de aumentar o fluxo sanguíneo da mucosa. É muito útil para reduzir a lesão da mucosa induzida por AINES

42
Q

Efeitos adversos do Misoprostol:

A

Ocorre diarreia e cólicas abdominais, pode causar exacerbações clínicas da doença inflamatória intestinal e seu uso deve ser evitado em pacientes com essa doença. Contraindicado na gravidez por induzir contrações uterinas.

43
Q

Quem é sucralfato e como age?

A

O Sucralfato é um polímero viscoso e pegajoso que se adere às células epiteliais e às crateras das úlceras, atuando como citoprotetor. Ele estimula a produção local de PGE e fator de crescimento epidérmico, estimulando a secreção de muco.

44
Q

Cite os efeitos adversos do Sucralfato:

A

O mais comum é a constipação

45
Q

Interações medicamentosas do sucralfato:

A

O sucralfato pode inibir a absorção de outros fármacos como fenitoína, digoxina, cimetidina, cetoconazol e antibióticos fluoroquinolonas.

46
Q

Quais os usos terapêuticos do Sucralfato?

A

Tratamento de úlceras e DRGE (+ulceras de estresse), outras afecções associadas a inflamação mucosa como mucosite oral (estomatite) e úlceras retais (enema)

47
Q

Quem são os antagonistas musca usados como supressores ácidos?

A

Pirenzepina, telenzepina e diciclomina. São seletivos M1!

48
Q

Por que os antago musca como supressores ácidos são raramente usados?

A

Porque tem eficácia precária, efeitos anticolinérgicos indesejáveis e risco de discrasias sanguíneas (pirenzepina).

49
Q

Como age o Bismuto?

A

O bismuto é um citoprotetor que recobre as úlceras e erosões, produz mucina e bicarbonato e tem efeitos antibacterianos. É usado em dispepsia, erradicação de H. pylori (+atb), diarreia aguda e não e recomendado para gestantes.

50
Q

Efeitos adversos do bismuto:

A

Pode aumentar risco de sangramento com anticoagulantes orais, heparina e agentes trombolíticos.
Pode aumentar risco de hipoglicemia com antidiabéticos orais
Pode diminuir o risco uricosúrico de probenecida e sulfimprazona
Pode aumentar risco de toxicidade com outro salicilato
Pode diminuir absorção de tetraciclina