Farmaco DRGE Flashcards
Como é feito o controle neuronal da secreção ácida?
A liberação de Ach das fibras vagais pós-ganglionares estimula diretamente a secreção de ácido gástrico por meio dos receptores M3 na membrana basolateral das céls parietais. M3 é acoplado a Gq (ativa fosfolipase C, que forma o IP3 que determina liberação de cálcio)
Como a Ach afeta indiretamente as células parietais?
A Ach aumenta a liberação de histamina pelas céls enterocromafins e também aumenta a liberação de gastrina pelas células G do antro gástrico. Além disso, a Ach inibe a liberação de somatostatina pelas céls D.
Como é feito o controle hormonal da secreção ácida?
Existem as secreções endócrinas (gastrina) e parácrinas (histamina). A gastrina é produzida pela cél G, age no receptor CCK2 da cél parietal que é acoplado a Gq, o que culmina na secreção de H+. Já a histamina é produzida pelas céls ECS, se liga no receptor H2 da cél parietal que é acoplado a Gs, o que culmina na secreção de H+.
Cite os principais mediadores da secreção ácida pela cél parietal:
Ach, gastrina, histamina, prostaglandinas e somatostatina.
Quais as funções da gastrina?
A gastrina é produzida pelas céls G, sendo o indutor mais potente da secreção ácida. Sua liberação tem influência da Ach! A gastrina estimula a síntese de histamina pelas céls ECS, aumenta a secreção de pepsinogênio e aumenta a motilidade gástrica, além de regular o crescimento do epitélio gástrico.
O que estimula a liberação de gastrina?
Ativação do SNC, distensão local e os componentes químicos do conteúdo gástrico.
Qual a função da somatostatina?
A somatostatina é produzida pela cél D. A liberação de gastrina estimula sua produção e liberação, de modo que a somatostatina age suprimindo a liberação da gastrina, inibe a liberação de histamina pelas ECS e inibe diretamente a secreção ácida. O receptor da somatostatina é o SSTR2, acoplado a Gi!!
Como é a produção de somatostatina em pacientes com infecção por H. pylori?
Nesses pacientes as céls produtoras de somatostatina (cél D) estão diminuídas, então há menos SST para suprimir a liberação ácida.
Quais substâncias influenciam principalmente a cél parietal a liberar H+?
Ach, gastrina e histamina.
Quais as defesas esofágicas contra o ácido? e as defesas gástricas?
Defesa esofágica: esfíncter esofágico superior.
Defesa gástrica: muco, prostaglandinas, bicarbonato, restituição e fluxo sanguíneo.
O que as prostaglandinas fazem para defender a mucosa gástrica contra os ácidos?
A PGE1 e a PGE2 fazem aumento da secreção de bicarbonato, aumento da liberação de mucina, redução da produção de ácido gástrico e previnem vasoconstrição.
Sobre a Helicobacter pylori, como ela age na mucosa gástrica?
A H. pylori é uma bactéria gram-negativa que vive na camada mucosa do estômago. Essa bactéria secreta proteínas CagA e VacA, as quais modulam respostas imunes e alteram diretamente vias de sinalização e cels da mucosa (destrói a integridade da camada de muco).
Quais os benefícios da erradicação da H. pylori?
Essa bactéria está em mais da metade da pop mundial, porém na maioria dos casos não causa sintoma. Sua erradicação em pacientes com úlcera leva a redução das taxas de recorrência e recidiva.
Que classes de fármacos são utilizadas no tratamento do excesso de secreção ácida, DGRE, etc?
Inibidores da bomba de prótons, antagonistas H2 e citoprotetores.
Quais são os fármacos inibidores da bomba de prótons?
Omeprazol, esomeprazol, lansoprazol, dexlansoprazol, rabeprazol e pantoprazol.
Como agem os iBP?
Os iBP são pró-fármacos que fazem inativação irreversível da bomba de prótons. A supressão de secreção ácida é prolongada (até 48h), apesar desses fármacos possuírem meia-vida curta.
Qual o tipo de ligação dos iBP com a bomba?
Os iBP fazem ligação ponte de sulfeto (enzima-SH) com abomba de prótons.
Como é a farmacocinética dos iBP?
Eles devem sere adm 30min antes das refeições, porque a adm junto aos alimentos diminui a taxa de absorção. Sofrem rápida absorção e ligam-se altamente a ptns plasmáticas. Os iBP são biotransformados pelas CYPs hepáticas (exceto o rabeprazol), por isso em pctes com hepatopatia grave é preciso reduzir a dose.
Cite efeitos adversos dos iBP:
É comum ter náuseas, dor abdominal, flatulência e diarreia. Não é comum ter miopatia, artralgia, cefaleia, hipomagnesemia e exantemas cutâneos. Os iBP podem aumentar riscos de fraturas ósseas, dar maior suscetibilidade a certas infecções, hipergastrinemia, diminuição da absorção de vis B12 (anemia perniciosa) e doença renal crônica e demência.
Quais as interações farmacológicas dos iBP?
Inibem metabolismo de diazepam, carbamazepina, fenitoína e varfarina; podem aumentar a absorção de digoxina, nifedipino e cetamina; podem alterar a eficácia do clopidogrel aumentando risco de desfechos cardiovasculares!
Quais os usos terapêuticos dos iBP?
Os iBP ajudam na cicatrização de úlceras gástricas e duodenais, tratam DRGE, sd de Zollinger-Ellison, sangramento intestinal lato, dispesia funcional, tratamento e prevenção de recidiva de úlceras gástricas associadas ao uso de fármacos com potencial lesivo (AINES, antineoplásicos)
Como agem os antagonistas H2?
Os antago H2 suprimem a secreção de ácido gástrico em 70% durante 24h, inibindo predominantemente a secreção basal de ácido e sendo eficazes na supressão da secreção ácida noturna
Quem são os antago H2?
CIMETIDINA, RANITIDINA E FAMOTIDINA.
Quando deve-se reduzir as doses de antago H2?
A presença de doença hepática não determina ajuste de dose.
É importante reduzir dose em pacientes com insuficiência renal moderada a grave, porque a excreção dos antago H2 é principalmente renal.
Tem baixa ligação proteica
Cite reações adversas dos antago H2:
Diarreia, cefaleia, sonolência, fadiga, bradicardia, dor muscular e constipação.
Menos comuns: confusão, delírio, alucinaçoes e fala arrastada, ginecomastia, impotência e galactorreia em mulheres (trat prolongado com cimetidina), trombocitopenia
Por que cuidar com cimetidina?
A cimetidina é antago H2 que inibe várias formas de CYP, podendo interagir com uma variedade de fármacos (anticoagulantes e tricíclicos). A famotidina e a nizatidina são mais seguras nesse aspecto!
Quais os cuidados gerais com os antago H2?
Quando o paciente está em uso de antago H2, é preciso monitorar hemograma, creatinina e função hepática, atentar a bradicardia durante a infusão de bolus, atentar a interação medicamentosa.
Com quais medicamentos os antagonistas H2 interagem?
Podem ter sua ação diminuída se associadas a antiácidos e sulcralfato, podem aumentar a ação de sulfoniluréia, varfaria, álcool, fenitoína, nifedipina e teofilina. Podem diminuir ação de cetoconazol e itraconazol.
Quais os usos terapêuticos dos antago H2?
Promovem cicatrização de úlceras gástricas e duodenais, tratam a DRGE não complicada e previnem a ocorrência de úlceras de estresse.
Qual a diferença entre iBP e antago H2 na tolerância e rebote?
A tolerância aos efeitos supressores dos antago H2 pode ocorrer em 3 dias de tratamento e pode ser resistente ao aumento de dose. Já os inibidores da bomba não desenvolvem tolerÂncia.
Como manejar os aumentos rebote de acidez em antago H2?
Deve-se reduzir gradualmente o farmaco ou substituí-lo por agentes alternativos nos pacientes de risco.
Quem são os antiácidos?
Sias de magnésio, sais de alumínio, bicarbonato de sódio e carbonato de cálcio. Esses sais tem efeito terapêutico curto e ação rápida.
Quais os efeitos adversos dos sais de Mg?
Diarreia
Quais os efeitos adversos dos sais de Al?
constipação. Além disso, podem ligar-se ao fosfato e causar hipofosfatemia, fraqueza, mal-estar e anorexia.
Quais os efeitos adversos do bicarbonato e do carbonato de cálcio?
Eructações, náuseas, distensão abdominal e flatulência.
Qual o uso dos antiácidos?
Tratar pirose, dispepsia e doenças ácido pépticas.
Interações dos antiácidos:
Por alterarem ph gástrico e urinário, podem alterar absorção e biodisponibilidade de diversos fármacos: hormônios tireoidianos, alopurinol, tetraciclinas, fluoroquinolonas e antifúngicos imidazólicos.
Quando evitar antiácidos com bicarbonato de sódio?
Em pacientes hipertensos ou com sobrecarga hídrica.
Quando evitar antiácidos com Al e Mg?
Pacientes com doença renal crônica.
Quem é Misoprostol?
É um análogo sintético da PGE1 que diminui a secreção de ácido via EP3 (Gi)
Quais os efeitos do Misoprostol?
É um citoprotetor que estimula a secreção de mucina e bicarbonato, além de aumentar o fluxo sanguíneo da mucosa. É muito útil para reduzir a lesão da mucosa induzida por AINES
Efeitos adversos do Misoprostol:
Ocorre diarreia e cólicas abdominais, pode causar exacerbações clínicas da doença inflamatória intestinal e seu uso deve ser evitado em pacientes com essa doença. Contraindicado na gravidez por induzir contrações uterinas.
Quem é sucralfato e como age?
O Sucralfato é um polímero viscoso e pegajoso que se adere às células epiteliais e às crateras das úlceras, atuando como citoprotetor. Ele estimula a produção local de PGE e fator de crescimento epidérmico, estimulando a secreção de muco.
Cite os efeitos adversos do Sucralfato:
O mais comum é a constipação
Interações medicamentosas do sucralfato:
O sucralfato pode inibir a absorção de outros fármacos como fenitoína, digoxina, cimetidina, cetoconazol e antibióticos fluoroquinolonas.
Quais os usos terapêuticos do Sucralfato?
Tratamento de úlceras e DRGE (+ulceras de estresse), outras afecções associadas a inflamação mucosa como mucosite oral (estomatite) e úlceras retais (enema)
Quem são os antagonistas musca usados como supressores ácidos?
Pirenzepina, telenzepina e diciclomina. São seletivos M1!
Por que os antago musca como supressores ácidos são raramente usados?
Porque tem eficácia precária, efeitos anticolinérgicos indesejáveis e risco de discrasias sanguíneas (pirenzepina).
Como age o Bismuto?
O bismuto é um citoprotetor que recobre as úlceras e erosões, produz mucina e bicarbonato e tem efeitos antibacterianos. É usado em dispepsia, erradicação de H. pylori (+atb), diarreia aguda e não e recomendado para gestantes.
Efeitos adversos do bismuto:
Pode aumentar risco de sangramento com anticoagulantes orais, heparina e agentes trombolíticos.
Pode aumentar risco de hipoglicemia com antidiabéticos orais
Pode diminuir o risco uricosúrico de probenecida e sulfimprazona
Pode aumentar risco de toxicidade com outro salicilato
Pode diminuir absorção de tetraciclina