Doença cerebrovascular Flashcards

1
Q

Irrigação do encéfalo:

A

O encéfalo é irrigado por dois sistemas arteriais:
1) Carotídeo (anterior):
O sistema carotídeo começa na carótida interna,
que, logo após penetrar no crânio, faz um “S”
(sifão carotídeo), local de onde se origina a
artéria oftálmica (artéria da retina) para depois
se dividir em artéria cerebral média, artéria
cerebral anterior e artéria coroide anterior.
2) Vertebrobasilar (posterior):
O sistema vertebrobasilar começa na artéria
vertebral (originária da subclávia) que, na junção
pontobulbar, une-se à vertebral do lado oposto
para formar a artéria basilar. Esta, origina a
artéria cerebelar superior (principal artéria do
cerebelo) e, na junção ponto mesencefálica, a
basilar se bifurca, originando a artéria cerebral
posterior, uma de cada lado.

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2
Q

Definição AVE:

A

Acidente Vascular Encefálico (AVE) é um episódio de disfunção neurológica
cerebral, medular ou retiniana, COM evidência de isquemia/hemorragia recente, ou a presença
ASSINTOMÁTICA de isquemia/hemorragi.

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3
Q

Epidemiologia a doença cerebrovascular:

A

• Causa mais comum de óbito no Brasil.
• Apresenta alta morbidade, visto que sequelas
são comuns.
• Início durante uma atividade, sendo raro durante o sono.
• Pode ser isquêmico (80 – 85%) ou hemorrágico
(15 – 20%).

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4
Q

Fisiopatologia do AVE isquêmico:

A

o Manifesta-se pela súbita instalação de um
déficit neurológico focal persistente, como
consequência a uma isquemia seguida de
infarto no parênquima encefálico (cérebro,
diencéfalo, tronco ou cerebelo).
o É decorrente da oclusão aguda de uma artéria
de médio ou pequeno calibre, sendo a artéria
cerebral média a mais frequentemente
acometida.
o Esta oclusão, na maioria das vezes, é do tipo
embólica (trombo proveniente de local
distante que caminha pela circulação arterial
até impactar na artéria), mas também pode ser
trombótica (trombo formado na própria artéria
envolvida no AVE).

a) Cardioembólico
b) Tromboembólico
c) Isquêmico trombótico

Quando uma artéria cerebral é ocluída ou
subocluída, imediatamente surge isquemia.
o Observa-se disfunção neuronal quando o fluxo
cerebral < 20 ml/100 mg/min (normal > 50
ml/100mg/min).
o A penumbra isquêmica representa uma área
isquêmica recuperável com baixo fluxo, porém
extração de O2 aumentada, em uma tentativa
de compensar a isquemia. O fluxo colateral
para esta se dá por colaterais, sendo altamente
dependente da pressão arterial, por isso, é
preciso cuidado no controle da PA durante a
fase aguda do AVE isquêmico!!!
o Quando a isquemia é prolongada ou grave (< 10
ml/100mg/min), o infarto (necrose neuronal
irreversível) ocorre. Então, instala-se o edema
citotóxico (aumento do volume dos neurônios),
acompanhado de edema vasogênico (acúmulo
de líquido no interstício por aumento de
permeabilidade na barreira hematoencefálica),
com pico entre 3 – 4 dias.
o Entre 10 dias e 3 semanas, a fagocitose
promove uma necrose de liquefação

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5
Q

AVE isquêmico cardioembólico:

A

A fonte emboligênica é o coração, na maioria das vezes com fibrilação
atrial (trombo no AE), seguida pelo IAM de
parede anterior (trombo no VE) e pelas
cardiomiopatias dilatadas (trombo em VE e/ou AE).

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6
Q

AVE isquêmico arterioembólico:

A

É o AVE isquêmico típico dos
pacientes hipertensos. A fonte emboligênica
geralmente é uma placa aterosclerótica
instável (com trombo) na carótida comum ou
bifurcação carotídea ou na artéria vertebral.

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7
Q

AVE isquêmico trombótico:

A

Lacunar: É o mais comum (20%), sendo definido
por infarto < 2 cm, causado pela oclusão de
artérias de pequeno calibre perfurantes
cerebrais que nutrem o tálamo, a cápsula interna
e os gânglios da base ou dos ramos arteriais que
irrigam o tronco cerebral.
b) Artéria de Médio Calibre: É raro, sendo o mais
clássico causado pela oclusão da artéria basilar
(AVE pontino extenso)

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8
Q

Fatores de risco para doença cerebrovascular:

A

Hipertensão arterial: É o principal para AVE
isquêmico e hemorrágico.
o História familiar de doença cerebrovascular
o Diabetes mellitus
o Tabagismo
oHipercolesterolemia
o Idade > 60 anos

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9
Q

Diagnóstico doença cerebrovascular:

A

o TC de Crânio
− Geralmente, não mostra o AVE isquêmico nas
primeiras 12 – 24h, pois o infarto só tem
expressão radiológica na TC após 24 – 72h,
como uma área hipodensa (“cinza”)
acompanhada de edema.
− A TC inicial serve, portanto, para DESCARTAR
AVE HEMORRÁGICO, pois a hemorragia
aparece de imediato, como uma área
hiperdensa (“branca”).
o Doppler Transcraniano
− Útil na identificação da artéria obstruída.
o ECG, Ecocardiograma e Doppler de carótidas
− Diagnóstico etiológico.

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10
Q

Qual paciente é suspeito de doença cerebrovascular?

A

Deve-se suspeitar de todo paciente com déficit neurológico focal de início súbito que dura mais de 15 – 20 minutos.

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11
Q

Tratamento de fase aguda AVE isquêmico:

A

Fase Aguda (3 dias)
➢ Medidas de Suporte
▪ Manter o paciente deitado, com a cabeceira
entre 0 e 15º nas primeiras 24h.
▪ Corrigir hipotensão arterial com soro fisiológico
0,9%.
▪ Iniciar dieta nas primeiras 48h, evitando-se a
desnutrição (atrapalha a recuperação
neurológica).
▪ Evitar hiper-hidratação e soro glicosado, a fim
de prevenir hiponatremia e hiperglicemia ( glicemia deve ser mantida entre 140-180 mg/dl)
(hidratação razoável: 1.000 – 1.500 ml/dia de
Ringer Lactato com KCl).
▪ Monitorar a natremia (1x/dia), glicemia capilar
(6h/6h) e a temperatura axilar (4h/4h).

Medidas Específicas
▪ Antiagregante Plaquetário: Iniciar AAS nas
primeiras 48h do início do AVEi.
▪ Heparina: Dose profilática (5.000 UI a cada 8-12h
de heparina não fracionada ou 40 mg/dia de
heparina de baixo peso molecular) para
prevenção de TVP/TEP.
▪ Estatinas: Iniciar Atorvastatina assim que a via
oral puder ser utilizada.
▪ Trombolítico: Iniciar rtPA até 4,5h do início dos sintomas, respeitando-se os critérios de inclusão
e exclusão.
▪ Terapia Endovascular: Trombectomia mecânica
via cateterismo intra-arterial até 6 − 8h do início
dos sintomas, desde que se trate de oclusões de
grandes vasos intracerebrais (ex: carótida
interna, cerebral média, basilar).

Menos de 270’ do início
dos sintomas:
candidato a trombólise EV
(não retardar início:
melhores resultados com
menos de 90’)
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12
Q

V ou F: A HAS não deve ser baixada no 1º dia no AVEi:

A

V.

A HAS não deve ser baixada no 10 dia, a não ser
que seja ≥ 220x120 mmHg ou se o paciente
apresentar dissecção aórtica, IAM, edema agudo
de pulmão, encefalopatia hipertensiva
(emergências hipertensivas). Neste caso, a
conduta é reduzir a PA em 15% nas primeiras 24h
com nitroprussiato de sódio (0,5 0,5/kg/min).
A penumbra isquêmica é nutrida por
colaterais que dependem diretamente da
pressão arterial para manter seu fluxo. Dessa
forma, se a PA do paciente for reduzida
rapidamente para < 140x90 mmHg, a penumbra
será convertida em infarto (maior sequela
neurológica).

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13
Q

Solicitação de exames no AVCi:

A
TC de crânio
Hb + Ht com plaquetas
Glicemia
TPAP. TTPA, INR
NA, K, Uréia, Creatinina
 ECG
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14
Q

Timing para trombólise:

A
Menos de 270’ do início
dos sintomas:
candidato a trombólise EV
(não retardar início:
melhores resultados com
menos de 90’) 

Rt-PA – (Actilyse 0,9 mg/kg – EV (dose máxima 90mg)
10% em bolus em 2 minutos
Restante em bomba de infusão em 60 minutos

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15
Q

Tratamento fase crônica da doença cerebrovascular:

A

AVE Cardioembólico: Anticoagulação plena
permanente (cumarínicos orais) para prevenção
de novos eventos.
➢ AVE Arterioembólico
▪ AAS 100-300 mg/dia pelo resto da vida
▪ Controle da HAS com anti-hipertensivos orais
A reabilitação (fisioterapia motora, fonoterapia,
terapia ocupacional) deve ser iniciada o quanto
antes, de preferência nas primeiras 24 – 48h.

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16
Q

Critérios de inclusão para uso de rt-PA:

A
  1. Idade > 18 anos
  2. Diagnóstico clínico de acidente vascular cerebral isquêmico
  3. Início dos sintomas com menos de 4h e 30 minutos. Se sintomas notados
    ao acordar, considerar como início o último horário em que estava acordado
    e assintomático.
  4. Ausência de alterações precoces ao CT de entrada acometendo área > 1/3 do território de ACM ou sangramento.
  5. ASPECTS > 7.
  6. AVC isquêmico em qualquer território encefálico.
  7. NIHSS > 4, exceto afasia, considerar caso a caso.
17
Q

DD importantes na doença cerebrovascular:

A

Início do quadro com cefaléia súbita, rigidez de nuca e vômitos: Diferencial
com Hemorragia sub-aracnóide (5% das TC podem ser normais) – Contra
Indicação formal a trombólise

  1. Coma metabólico: Hiper ou Hipoglicemias
18
Q

Critérios diagnósticos de AVC:

A

Déficit focal ao exame neurológico, com ou sem distúrbio de consciência.
Início súbito, agudo ou rapidamente progressivo.
Sinais clínicos persistentes até o início da trombólise.
A confirmação diagnóstica deverá ser feita através de Tomografia
Computadorizada sem contraste, avaliada por imaginologista ou especialista
da área da neurologia experiente com neuroimagem do AVC (neurologistas ou
neurocirurgiões), que decidirá se o paciente preenche os critérios de inclusão do
protocolo e reconhecendo todos os critérios de exclusão.

19
Q

Critérios de exclusão para rt-Alteplase:

A
▪ Uso de anticoagulantes orais ou
TAP > 15 segundos (INR > 1,7)
▪ Uso de heparina nas últimas 48h e
PTTa elevado
▪ AVEi ou TCE grave nos últimos 3
meses
▪ História pregressa de hemorragia
cerebral (HSA ou AVEh)
▪ TC de crânio com evidências de
hemorragia ou edema > 1/3 do
território da artéria cerebral média
▪ PAS > 185 mmHg ou PAD > 110
mmHg (em 3 ocasiões, com 10
minutos de intervalo)
▪ Sintomas melhorando
rapidamente
▪ Déficit neurológico leve e isolado
▪ Coma ou estupor
▪ Cirurgia de grande porte ou
procedimento invasivo < 2 semanas
▪ Hemorragia geniturinária ou
gastrointestinal < 3 semanas
▪ Punção arterial não compressível
ou biópsia < 1 semana
▪ Coagulopatia com TAP, PTTa
elevados, ou plaquetas <
100.000/mm3
▪ Glicemia < 50 mg/dl ou > 400
mg/dl
▪ Crise convulsiva precedendo ou
durante a instalação do AVE
▪ IAM recente, pericardite ativa,
endocardite, êmbolo séptico,
gravidez recente, doença
inflamatória intestinal, lactação
▪ Abuso de álcool ou drogas
20
Q

Complicações do AVCi:

A

A letalidade geral do AVE isquêmico é 10 − 20%.
o As principais complicações são decorrentes da
imobilização no leito: 1) Contraturas musculares;
2) Broncoaspiração; 3) Pneumonia; 4) Infecção
urinária; 5) Desnutrição; 6) Úlcera de decúbito; 7)
TVP e embolia pulmonar.

A piora do estado de consciência e/ou do
déficit neurológico pode ocorrer por:
− Edema citotóxico decorrente da própria
isquemia
− Transformação hemorrágica (12h – 48h)
− Distúrbios metabólicos (hiponatremia e
distúrbios glicêmicos)
− Pneumonia e outras infecções com
repercussões sistêmicas
− Crise convulsiva
21
Q

Quando suspeitar de AVEh?

A
- Início agudo de déficit neurológico focal
associado à:
- Vômitos
- PAS > 220 mmHg
- Cefaleia
- Alteração de consciência

Quadro súbito de cefaleia intensa, déficit
neurológico focal e rebaixamento do nível de
consciência, em geral dentro de algumas horas.

22
Q

Diagnóstico AVEh:

A

o TC de Crânio
− Sensibilidade elevada para sangramento
agudo (primeiras horas) – Padrão ouro!
− Área hiperdensa (hematoma) rodeada por
edema.
o RNM de Crânio
− Sequências SWI e gradiente ECHO com
sensibilidade similar à TC.
o Angio-TC
− Não é fundamental em todos os pacientes! Se
há uma causa óbvia, não precisa ser realizada.
− Ajuda a identificar a possível causa vascular
subjacente.
− “Spot Sign” – Extravasamento de contraste
dentro do hematoma, sendo um preditor
independente de expansão precoce do
hematoma (causa mais comum de piora
neurológica, geralmente, nas primeiras 24h).

23
Q

Tratamento AVEh:

A
  • O objetivo comum é a redução da expansão do
    hematoma!
    o Rebaixamento do Nível de Consciência:
    Intubação, ventilação mecânica e instalação de
    cateteres para monitorização da PAM invasiva
    e da PIC.
    o Desvio de Linha Média: Sinal indireto de HIC –
    Hiperventilação (manter PaCO2 entre 25-30
    mmHg por curto período), Manitol (1 g/kg de
    ataque e 0,25-0,5 g/kg 6h/6h), Coma
    Barbitúrico (em caso de ausência de melhora
    com o Manitol), cabeceira elevada e evitar
    aspiração desnecessária do TOT. Os objetivos
    são PIC < 20 cmH2O e PPC > 60 mmHg.
    o Pressão Arterial: Tratada se PAS entre 150-220
    mmHg, utilizando-se drogas não
    vasodilatadoras como labetalol, esmolol ou
    nicardipina. O objetivo é manter a PAS < 140
    mmHg rapidamente, a fim de evitar a expansão
    do hematoma.
    o Alterações da Glicemia: Tratar imediatamente!
    o Distúrbios da Hemostasia: Transfusão de
    hemocomponentes.
    o Suspensão de Anticoagulante /
    Antiplaquetários
    − Warfarina: Suplementação de vitamina K,
    plasma fresco congelado e concentrado de
    complexo protrombínico.
    − Dabigatrana (inibidor direto da trombina):
    Idarucizumabe.
    − Rivaroxabana e Apixabana: não têm
    antídoto; PFC; concentrado de complexo
    protrombínico
    − Antiplaquetários: não há benefício de
    transfusão de plaquetas, a menos que seja
    feita neurocirurgia.
    o Cirurgia
    − Indicação Absoluta: Hematoma cerebelar
    ou com piora neurológica evolutiva.
    − Hematoma lobar ou putaminal volumoso
    com extensão para a periferia e
    repercussões clínicas.
24
Q

AVEh - hemorragia intraparenquimatosa:

A
  • Ocorre por ruptura de arteríola cerebral:
    o HAS: Lesão crônica de pequenas artérias
    perfurantes (as mesmas do AVE lacunar),
    promovendo fragilidade da parede vascular e a
    formação de pequenos aneurismas
    (aneurismas de Charcot-Bouchard), os quais se
    rompem. Os locais mais acometidos são
    putâmen (30-50%), tálamo (15-20%), cerebelo
    (10-30%) e ponte (10-15%).
    o Angiopatia Amiloide: Com o envelhecimento
    ocorre a deposição de material amiloide nas
    artérias de pequeno e médio calibre,
    aumentando o risco de hemorragia.
    o Neoplasias (glioblastomas, linfomas e
    metástases): Quanto mais rápida a velocidade
    de crescimento do tumor, maior o risco de
    hemorragia.
    o Trombose Venosa Cerebral: O sangue
    coagulado no interior das veias aumenta a
    pressão no interior das mesmas, aumentando
    o risco de hemorragia.
    o Trauma
    • Patogenia e Patologia
    o O acúmulo de sangue no parênquima cerebral
    eleva agudamente a pressão intracraniana, já
    que o sangue desencadeia edema vasogênico
    em volta do hematoma
    A Hipertensão Intracraniana (HIC) será maior
    quanto mais volumoso for o hematoma, o qual
    pode aumentar de tamanho nas primeiras 12-
    36h, contribuindo para a piora neurológica
    evolutiva ao longo desse período.
    o Apresenta alta letalidade (50%). O paciente
    geralmente morre da própria HIC, que leva à
    herniação cerebral.
    o Áreas mais comuns de acometimento:
  • Núcleos da base, Tálamo, Ponte, Cerebelo
    • Quadro Clínico
    o Quadro súbito de cefaleia intensa, déficit
    neurológico focal e rebaixamento do nível de
    consciência, em geral dentro de algumas horas.
25
Q

AVEh - hemorraagia subaracnoidea:

A

o 10 a 15% das hemorragias e 9% dos AVCs
o Alta mortalidade pré-hospitalar (15%)
o Doença de elevada morbidade = a maioria dos
pacientes terá sequela permanente como
déficit cognitivo e/ou doença mental
o Idade média de ruptura é 53 anos
o Mulheres > Homens
o A maioria dos casos decorre de ruptura de
aneurisma sacular (85%)
• Fatores de Risco Modificáveis: HAS, tabagismo e
etilismo.
• Etiologias
o Aneurisma Sacular Congênito: Geralmente se
localizam nas artérias do polígono de Willis
(cerebral média, cerebral anterior,
comunicante anterior, comunicante posterior,
cerebral posterior), sendo as principais: 1)
Porção terminal da carótida interna; 2)
Bifurcação da cerebral média; 3) Topo da
basilar. No entanto, o local mais frequente de
ruptura é a artéria comunicante anterior.
o Malformação Arteriovenosa (MAV)
o Trauma
OBS: Na faixa etária entre 35-55 anos predomina a
rotura espontânea de aneurisma sacular congênito,
já entre 15-30 anos, predomina a rotura de uma
malformação arteriovenosa.
• Fisiopatologia
o Ao atingir o espaço subaracnoide, o sangue em
volta do cérebro causa edema cerebral e
meningite química. A quantidade de sangue
determina o prognóstico.
o A partir do 40 dia, surge uma complicação
denominada vasoespasmo, pelo contato do
sangue com as artérias do polígono de Willis,
sendo o principal responsável pelo déficit
neurológico focal e pelas sequelas neurológicas
que podem ocorrer.

26
Q

Quadro clínico hemorragia subaracnoidea:

A

o Cefaleia holocraniana de início súbito e forte
intensidade (“a maior dor de cabeça que a
pessoa já teve – thunderclap”), podendo
evoluir com síncope (ao acordar da síncope, o
paciente se lembra da dor), rigidez de nuca,
alterações visuais, náuseas e vômitos.
o A presença de hemorragia vítrea por aumento
da PIC reflete pior prognóstico.
OBS: Cefaleia Sentinela − Ocorre horas/dias antes,
em razão de sangramento de menor intensidade e
sem sintomas associados.

27
Q

Diagnóstico hemorragia subaracnoidea:

A

o TC de Crânio
− Sensibilidade de quase 100% nas primeiras
12h após cefaleia.
− Área hiperdensa no espaço subaracnóideo
(cisternas da base, fissuras silvianas, interhemisférica,
interpeduncular)
− A ausência de história prévia de TCE deve
motivar a pesquisa de aneurisma.
o Punção Lombar
− Indicada em todos os casos suspeitos com TC
de crânio negativa ou duvidosa.
− Deve-se realizar a coleta de 4 tubos e
quantificar as hemácias em cada um, visando
diferenciar acidente de punção de
hemorragia. Caso seja hemorragia, não
haverá diferença de colocação entre os 4
tubos.
− Achado de xantocromia sugere HSA, podendo
estar ausente nas primeiras 12h.
OBS: Em caso de suspeita clínica e exames de
imagem normais, deve-se realizar punção lombar
para a confirmação diagnóstica pois, às vezes, antes
de ocorrer a ruptura completa do aneurisma, há
pequeno extravasamento de sangue. Nesses casos,
os exames de imagem podem apresentar-se
normais, no entanto, o LCR aparecerá corado
o RNM de Crânio
− Sensibilidade equivalente à TC nos primeiros 2
dias, sendo superior nas primeiras 6h e em
sangramentos crônicos (> 7 dias).
− Identifica outras etiologias – MAV, neoplasias,
vasoconstrição.
o Arteriografia
− Padrão ouro para identificar a fonte do
sangramento.
− Alternativas: Angio-TC e Angio-RNM, porém,
apresentam menor sensibilidade para
aneurismas ≤ 4 mm.
− Deve ser realizada IMEDIATAMENTE!
− Se a arteriografia for negativa (vasoespasmo ou
tamponamento), deve-se repetir em 7 dias e
completar a investigação com RNM de crânio e
cervical à procura de MAVs.

28
Q

Tratamento hemorragia subaracnoidea:

A

o Embolização por Via Endoarterial: Implante de
coils metálicos no interior do aneurisma, o que
induz trombose local e fechamento do lúmen da
lesão, evitando o ressangramento.
o Clipagem Cirúrgica: Implante de um clip
metálico que “estrangula” o colo da lesão.
Preferível quando o colo é largo; aneurisma
intraparenquimatoso grande; aneurisma de
cerebral média.
o Rebaixamento do Nível de Consciência:
Instalação de cateter para monitorização da PIC.
o Pressão Arterial: Manter a PAS < 160 mmHg
utilizando-se anti-hipertensivos, como labetalol,
esmolol ou nicardipina.
o Vasoespasmo: Déficit focal após o 30 dia, cuja
conduta é a hemodiluição hipervolêmica – 3 H’s:
1) Hemodiluição; 2) Hipervolemia; 3)
Hipertensão – com pelo menos 3 L de soro
fisiológico 0,9% associado a drogas vasoativas,
como noradrenalina ou fenilefrina.
o Hidrocefalia: Derivação ventricular externa
(aguda) ou derivação ventriculoperitoneal
(crônica).
o Tromboembolismo Venoso (TVP/TEP): TODOS
os pacientes devem receber de imediato
compressão pneumática intermitente dos
membros inferiores.
OBS: Se o aneurisma for submetido a tratamento
endovascular com sucesso, heparina subcutânea em
dose profilática pode ser iniciada logo em seguida
(fazer junto com a compressão pneumática). Por
outro lado, se o aneurisma for tratado por clipagem
cirúrgica, deve-se aguardar alguns dias para associar
a heparina profilática. Pacientes que não tiverem o
aneurisma controlado por algum desses
procedimentos não devem receber heparina.

29
Q

AIS - ataque isquêmico transutório:

A

Definição: Déficit neurológico focal reversível,
transitório, com duração máxima de 24h. No
entanto, a grande maioria reverte dentro dos
primeiros 15 – 20 min.
• Etiologia: Em geral, é causado por pequenas
embolias arterioarteriais a partir das carótidas ou
vertebrais. Em uma minoria de casos, decorre de
trombose em evolução, ou do surgimento de baixo
débito cardíaco em pacientes com placas de
ateroma bilaterais nas carótidas obstruindo > 50%
do lúmen.

30
Q

Quadro clínico AIT:

A

Semelhante ao do AVE, só que transitório.
o É um sinal de AVE iminente pois o risco de AVE
isquêmico é de 10 – 15% nos próximos 3 meses,
com a maioria ocorrendo nos primeiros 2 dias.
o Os principais preditores de risco são (“escore
ABCD”):
− A (Age): Idade ≥ 60 anos
− B (Blood pressure): Pressão arterial ≥ 140x90
mmHg
− C (Clinical): Sintomas clínicos hemisféricos x
focais (hemisféricos implicam maior risco)
− D (Duration/Diabetes): Duração do déficit >
60 min e diabetes

31
Q

Diagnóstico AIT:

A
o Doppler de carótidas e vertebrais
o ECG
o Ecocardiograma
o Doppler transcraniano
o ECO transesofágico
o Angio-TC / Angio-RNM
32
Q

Tratamento AIT:

A

o AIT Cardioembólico: Warfarin. Como alternativa,
pode-se utilizar os novos anticoagulantes orais:
inibidores diretos de trombina (dabigatrana) ou inibidores diretos do fator Xa (apixabana,
rivaroxabana ou edoxabana).
o AIT Aterotrombótico: AAS 100-300 mg/dia.
Como alternativa, pode-se utilizar
clopidogrel 75 mg/dia.
o AIT Ateroembólico Carotídeo: AAS (ou
clopidogrel) + Endarterectomia carotídea (de
preferência nas primeiras 2 semanas do AIT),
em caso de estenose entre 70-99% da
carótida envolvida com o déficit neurológico.