Distúrbios Respiratórios no RN Flashcards

1
Q

Epidemiologia e quadro clínico

A
  • aprox. 7% dos RN
  • grande morbidade e mortalidade
  • QC: taquipneia (FR>60), bradipneia (FR<30) ou apneia (mas até 3 meses, respiração periódica pode ser nl = com pausas 3-4s), tiragem intercostal, subdiafragmática, xifoideia e supra-esternal, batimento asa de nariz, gemido expiratório, estridor (laringomalácia), disfonia, afornia, cianose.
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2
Q

Síndrome do Desconforto Respiratório (doença da membrana hialina)

A
  • prematuros e baixo peso ao nascer, filhos de mães com DM mal controlada
  • quanto mais prematuro, maior a incidência
  • a partir de 35 semanas níveis suficientes de surfactante
  • outros: asfixia, nascimentos múltiplos, raça branca, masculino e ausência de TP.
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3
Q

SDR - Fisiopatologia

A
  • deficiência do surfactante pulmonar -> aumento da tensão superficial -> colabamento na expiração (diminuição complacência pulmonar) -> atelectasias -> aumento do trabalho respiratório, distúrbio V/Q (shunt) -> hipoxemia/hipercapnia -> vasoconstrição pulmonar e inflamação/lesão pulmonar.
  • surfactante: produzido pela céls alveolares tipo II (90% lipídios e 10% proteínas)
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4
Q

SDR - QC

A
  • QC: desconforto respiratório progressivo, cianose, assincronia tórax-abdome, aumento trabalho respiratório
    Geralmente se estabelece nas primeiras 24h.
    (Score Boletim de Silvermann-Andersen)

BSA: pontuar 0-2 os seguintes parâmetros - batimento de asa de nariz, gemido expiratório audível com ou sem esteto, tiragem intercostal, retração xifoide e padrão respiratório (com tiragem subdiafragmática ou balancim)

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5
Q

SDR - Exames complementares

A
  • gasometria: hipoxemia, pode ou não haver acidose
  • Rx tórax: borramento da área cardíaca, microatelectasias (pontinhos brancos = padrão reticulogranular difuso), broncograma aéreo (bronquíolos airados em cima de atelectasiados), imagem de “vidro moído”
    Geralmente surgem a partir de 6-12h de vida.
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6
Q

SDR - Tratamento

A
  1. Suporte inicial
    - aquecimento (exceto em encefalopatia hipóxica isquêmica em asfixias graves -> induzir hipotermia nas primeiras 6h)
    - monitorização dos sinais vitais
    - jejum/dieta por sonda ou NPT
    - hidratação
  2. Oxigenioterapia e suporte ventilatório
    - O2 por meio de “oxyhood” para manter pO2 50-70 ou satO2 91-95%
    - caso não consiga manter, CPAP (5-10 cm H2O e FiO2 40-70%) por meio de pronga nasal
    - ventilação mecânica invasiva se: refratário ao CPAP, se pH < 7,2 ou pCO2>60 ou apneia persistente.
  3. Surfactante
    - todos que necessitem de VM invasiva
    - profiláticos
    - dose inicial: 200 mg/kg
  4. ATB
    - pelo menos até os resultados das culturas

Melhora clínica a partir do 3o dia de vida, evolução clínica e radiológica ocorrem em paralelo.

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7
Q

SDR - Profilaxia

A
  1. Antes do parto
    - transferir para hospital de referência
    - CE antenatal (24-34 semanas) = betametasona
    1 ciclo ao menos 24-48h antes do parto (eficaz por até 7d)
    não fazer ciclos repetidos - risco de menor peso e PC
    - tocolíticos
    - ATB para RPMO para reduzir risco de parto prematuro.
  2. Sala de parto
    - retardar clampeamento do cordão em 30-45s
    - evitar O2 100%, usar FiO2 30%
    - evitar hipotermia
    - se respirar espontâneamente -> CPAP
    - evitar grandes volumes com p positiva
    - cafeína
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8
Q

Pneumonia

A
  • sepse neonatal: Gram negativos e SGB
  • pode ser DD da SDR
  • fatores de risco: amniorrexe prolongada (> 18h), ITU materna, corioamnionite, parto prematuro sem causa aparente.
  • pedir hemograma, hemocultura, líquor e PCR
  • T: ventilação + ATB
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9
Q

Taquipneia Transitória do RN

A
  • 40% causas de desconforto respiratório
  • desconforto respiratório leve ou moderado, autolimitado, com evolução benigna (resolução em 48-72h)
  • termo ou próximo do termo
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10
Q

TTRN - Fisiopatologia e fatores de risco

A
  • fisiopatologia: diminuição da reabsorção do líquido pulmonar -> menor complacência.
    normalmente, perto do parto (perto das 38 sem) placenta secreta h tireoidiano e cortisol -> ativa canais Na que reabsorvem líquido pulmonar pelo epitélio.
  • fatores de risco: cesariana sem trabalho de parto, asfixia perinatal, macrossomia, asma materna, prematuridade tardia, sedação materna.
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11
Q

TTRN - Quadro clínico e tratamento

A
  • QC: desconforto ao nascimento que vai melhorando + taquipneia sem cianose ou hipóxia
  • Rx tórax: aumento da trama, cisurite, hiperinsuflação pulmonar.
  • tratamento: cuidados gerais + O2 inalatório (geralmente oferta baixa é suficiente, máx 40%) ou CPAP, raramente necessita de VM
    NÃO usar diuréticos nem CE
  • prevenção: esperar entrar em trabalho de parto
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12
Q

Síndrome Adaptativa

A
  • parecida com TTRN

- RN nasce com desconforto que tem resolução espontânea em 6-8h

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13
Q

Síndrome de Aspiração Meconial

A
  • termo e pós-termo
  • fatores de risco para eliminação meconial: asfixia, apresentação pélvica mesmo sem sofrimento.
  • fisiopatologia: aspiração meconial -> obstrução e inflamação das VAs -> diminuição da complacência pulmonar (pode haver pneumotórax) -> hipoxia, pneumonite química (pode haver infecção 2ária), hipertensão pulmonar (shunt)
  • sinais de sofrimento fetal: retardo de crescimento intrauterino, asfixia, baixo índice de Apgar.
  • QC: precoce e progressivo. Desconforto respiratório, estertores, prolongamento t expiratório.
  • gaso: hipoxemia, hipercapnia, acidose.
  • Rx tórax: infiltrado grosseiro difuso, alternado com áreas de hiperinsuflação, pode haver pneumotórax, pneumomediastino.
  • tratamento: suporte ventilatório (CPAP ou VM) + ATB (pela possibilidade de PNM associada) + surfactante em alguns casos.
  • complicações: pneumotórax, hipertensão pulmonar persistente.
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14
Q

Hipertensão Pulmonar Persistente Neonatal

A
  • aumento da resistência vascular pulmonar (vasoconstrição, remodelamento vasculatura pulmonar, alterações anatômicas) -> shunt D-E pelo forame oval e canal arterial -> hipoxemia
  • diversas etiologias:
    hipoxemia aguda (sepse, SAM, asfixia perinatal grave)
    hipoxemia crônica (sofrimento fetal crônico, fechamento do canal arterial por uso de AINEs)
    alterações congênitas (hérnia diafragmática)
    obstrução do fluxo sanguíneo (policitemia)
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15
Q

HPPN - Quadro clínico e diagnóstico

A
  • QC: desconforto, taquipneia e cianose progressivas, grande labilidade na oxigenação, hiperfonese de B2, sopro de regurgitação tricúspide (holossistólico)
    Pesquisa de shunt: diferença PaO2 pré (radial D) e pós ductal (MMII) > 20 mmHg ou SO2 > 5%
  • dx: clínico + eco
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16
Q

HPPN - Tratamento

A
  • suporte
  • sedação
  • ionotrópicos para manter perfusão tecidual
  • NO
  • ECMO em casos refratários
17
Q

Displasia Broncopulmonar

A
  • relacionada a oxigenioterapia a longo prazo
  • dependência prolongada de O2 (> 28d de vida)
  • devem ser avaliados com 36 sem de IGc (se nascidos com < 32sem) ou 56d de vida (se nascido > 32 sem) para estabelecer gravidade:
    leve - ar ambiente
    moderada - FiO2 < 0,3
    grave - FiO2 > 0,3 ou com p positiva (CPAP/VM)
  • RN prematuros e baixo peso
  • clássica (lesão, reparação e cicatrização) ou nova (falta de maturidade alveolar)
18
Q

Displasia Broncopulmonar - Quadro Clínico e Diagnóstico

A
  • necessidade prolongada de O2 com taquipneia, retrações intercostais e subcostais, roncos e crepitações
  • em casos graves - cor pulmonale (hipertensão pulmonar)
  • gaso com hipoxemia e hipercapnia
  • Rx: hiperinsuflação, áreas de fibrose, atelectasia e fissuras pleurais, áreas de enfisema.
19
Q

Displasia Broncopulmonar - Tratamento e Complicações

A
  • prevenção: cuidado ao ventilar, nutrição/volume
  • tratamento: O2 para manter sat 90-94%, diuréticos para forma clássica (manejo agudo), CE em casos graves (não usar dexa, pois induz paralisia cerebral), B2 adrenérgicos, suporte nutricional, teofilina/cafeína (aumentam drive respiratório)
  • suplementação vit A em muito baixo peso.
  • a longo prazo: maior risco de infecções, morte súbita, de desenvolver DPOC.
  • profilaxia para infecções: palivizumabe (VSR) de mar-jul 1 dose/mês até 2 anos de idade.
20
Q

Retinopatia da Prematuridade

A
  • relacionada a oxigenioterapia a longo prazo
  • vascularização inadequada da retina do prematuro -> proliferação vascular, cicatrização e descolamento da retina
  • causa importante de cegueira infantil
  • 1o exame entre 4a e 6a sem de vida para:
    peso < 1500g e IG < 32 sem
    RN > 32 sem com intercorrências neonatais (SDR, sepse, transfusão sangue, gestação múltipla e hemorragia intraventricular)
  • tratamento: fotocoagulação a laser ou crioterapia.
21
Q

Apneia da Prematuridade

A
  • pausa > 20s ou com qualquer duração se associado com cianose ou bradicardia
  • apneia em termo -> sepse, distúrbios metabólicos
    prematuros -> idiopática ou 2ária
  • tratamento: estimulação tátil, CPAP, metilxantinas.