Disfagia e Dispepsia Flashcards
Quais tipos de disfagia e sua clínica característica?
Transferência (terço proximal do esôfago) - causa engasgo.
Condução (terço distal do esôfago - causa entalo.
Qual exame inicial a ser solicitado na síndrome disfágica?
Esofagografia Baritada
Principais causas de síndrome disfágica e sua classificação.
Mecânicas: - Divertículo de Zenker - Anel de Schatzki - Tumores/estenose péptica. Motoras: - Acalasia - Espasmo esofagiano difuso - Esclerodermia
Fisiopatologia do Divertículo de Zenker?
Hipertonia do Esfíncter Esofagiano superior -> Aumento da pressão no local -> herniação da musculatura
Qual o tipo do divertículo de Zenker e onde ele se forma?
É um “falso” divertículo por PULSÃO que se forma através do triângulo de Killian!
Paciente clássico do divertículo de Zenker?
Idoso com disfágica, halitose, regurgitação e massa palpável na região cervical (refere até conseguir reduzi-la ao pressionar)
Qual a complicação temida no divertículo de Zenker e como ocorre?
Ao realizar EDA ou sondagem nasogástrica perfura-lo causando mediastinite e sepse.
Tratamento do divertículo de Zenker?
<2 cm = Miotomia.
> ou = 2cm = Miotomia + diverticulopexia (até 5 cm). Se >5cm, diverticulectomia.
Nos casos > ou = 3cm o tratamento por EDA é possível com miotomia + diverticulectomia.
Acalasia primária destrói que plexos? E na secundária à doença de chagas?
Primária é só UM = Auerbach.
Chagasica = Auerbach + Meissner.
Quais alterações presentes na Acalasia?
Hipertonia do Esfíncter Esofagiano Inferior + Peristalse anormal + perda do relaxamento fisiológico do EEI
Exame padrão-ouro para diagnóstico de Acalasia?
Esofagomanometria!
Clínica da acalasia?
Disfágia (sólido e líquidos) + regurgitação + perda de peso.
Qual a indicação de fazer EDA na acalasia?
Afastar a possibilidade de neoplasia.
Classificação de Mascarenhas
Grau 1: < 4cm
Grau 2: < 7cm
Grau 3: < 10cm
Grau 4: >10cm com tortuosidades (dolicomegaesôfago)
Tratamento para acalasia?
Grau 1: Nitratos, Botox, bloqueador de canal de cálcio…
Grau 2: Dilatação endoscópica
Grau 3: Cardiomiotomia à Heller + fundoplicatura
Grau 4: Esofagectomia
Acalasia pode evoluir para Adenocarcinoma de esôfago?
NÃO! Evolui como neoplasia ESCAMOSA de esôfago distal!!!
O que é o anel de Schatzki, qual seu quadro clínico e tratamento? (Foi mal, ficou grande esse flashcard)
Estreitamento laminar do esôfago com disfagia apenas para SÓLIDOS.
É intermitente e se associa a grandes pedaços de alimento (síndrome Steakhouse)
Tratamento = dilatação endoscópica do anel.
Clínica é epidemiologia do Espasmo Esofagiano Difuso?
Disfagia com dor torácica (faz DDx com IAM). Geralmente em mulheres e se relaciona MUITO (80% dos casos) com distúrbios de ansiedade ou depressão!
Qual o exame inicial a ser solicitado e o achado característico no Espasmo Esofagiano Difuso?
Esofagografia baritada - esôfago em saca-rolhas ou contas de Rosário!
Esofagomanometria do Espamo Esofagiano difuso mostra o que?
Contrações simultâneas e não-peristálticas, prolongadas e com amplitude aumentada!
Quais possibilidades terapêuticas do Espasmo Esofagiano? (Incluindo os casos refratários)
Nitratos, antagonistas de Cálcio
Abordar depressão e ansiedade.
Casos refratários: miotomia longitudinal
O que caracteriza a síndrome dispéptica?
Epigastralgia por > 1 mês.
Quando devemos realizar EDA em pacientes com síndrome dispéptica?
Quando houver risco de CA:
- > 40 anos ou
- > sinais de alarme (perda de peso, anemia, disfagia, odinofagia)
Se paciente fizer EDA e não vier alterações OU não tiver indicação de realizar EDA, como proceder?
Pensar em dispepsia funcional.
Testa e trata H. Pylori;
Paciente em abordagem de dispepsia funcional. Testou e tratou H. Pylori, porém não houve melhora. Como conduzir?
Teste terapêutico com IBP.
Se não houver melhora, iniciar antidepressivos triciclicos.
Se ainda assim não houver melhora, iniciar procineticos e pensar em outras causas.
Fisiopatologia do DRGE?
- Relaxamentos transitórios frequentes e não associados a deglutição;
- Hipotonia/incompetência do esfíncter;
- Alterações da junção esofagogástrica (hérnia hiatal).
Qual a clínica de DRGE e sua classificação?
Sintomas típicos = PIROSE + REGURGITAÇÃO. Sintomas atípicos: - Faringite; - rouquidão - Tosse crônica - Broncoespasmo.
H. Pylori se relaciona com qual enfermidade?
Úlcera peptica!
NÃO APRESENTA RELAÇÃO NENHUMA COM DRGE
Como diagnosticar DRGE?
Através da CLÍNICA.
Tratamento de DRGE (clínico):
Medidas antirrefluxo:
- Perda de peso;
- Elevação de cabeceira
- Evitar comer antes de dormir
Tratamento Farmacológico:
- IBP em dose padrão;
- se não melhorou, dobrar a dose!
- se recorrência = usar cronicamente ou sob demanda.
Quais cirurgias antirrefluxo e suas indicações?
Fundoplicatura (totais ou parciais)
Indicada se:
- Refratariedade (IBP em dose dobrada com sintoma ainda)
- Alternativa ao uso crônico de medicamentos
- presença de complicações (estenose, úlcera)
Paciente vai ser submetido a cirurgia antirrefluxo. Quais exames são IMPRESCINDÍVEIS e por que?
pHmetria de 24 horas - confirmar DRGE (padrão-ouro)
Esofagomanometria - guiar escolha da técnica cirúrgica.
O que é o esôfago de Barrett?
É a metaplasia INTESTINAL do epitélio escamoso do esôfago distal.
É conhecida como uma entidade PRÉ-maligna
Como abordar esôfago de Barrett?
Realizar EDA com biópsia + IBP 1x/dia.
A depender do grau de displasia, faremos:
- Sem displasia: EDA a cada 3-5 anos
- Displasia de baixo grau: EDA anual ou ablação
- Displasia alto grau: ablação endoscópica
- AdenoCA invasivo: tratamento para cancer (ressecção com margens negativas + linfadenectomia)
Principais fatores de risco para Úlcera peptica?
Infecção por H. Pylori + uso de AINES
Paciente sem uso de AINE nem infecção por H. Pylori e com úlcera refratária, o que pensar?
Síndrome de Zollinger-Ellison (gastrinoma)
Como diagnosticar a presença de H. Pylori?
Não invasivos: - Sorologia Elisa - Antígeno fecal - Teste da ureia respiratória. Através de EDA - Urease respiratória - Histopatologico.
Tratamento para Úlcera Peptica?
- IBP por 4 a 8 semanas;
- Erradicar fatores de risco (AINE, álcool…)
- Pesquisar e tratar H. Pylori
Após tratada a úlcera peptica, é necessário realizar controle de cura?
SIM! Para úlceras gástricas realizar EDA.
Para tratamento empírico de H. Pylori, após 4 semanas realizar um método de diagnóstico, excetuando-se a sorologia.
Tratamento preconizado pelo MS para H. Pylori.
- Claritromicina 500mg 2x dia
- Azitromicina 1g 2x/dia
Ambos por 14 dias
+ IBP por 8 semanas
Classifique as úlceras pepticas em relação à localização e seu estado de cloridria.
HIPERcloridrica:
- duodenal
- Gástrica II (corpo gástrico)
- Gástrica III (pré-piloro)
HIPOcloridrica:
- Gástrica I (pequena curvatura baixa/incisura angular)
- Gástrica IV (pequena curvatura alta/junção esofagogástrica)
Úlceras que complicam mais com sangramento?
Duodenal e pepticas (no geral)
A úlcera gástrica complica mais com sangramento?
FALSO!! Complica mais com perfuração!!!
Qual é a localização da úlcera duodenal que mais sangra e a artéria responsável?
Parede POSTERIOR!
Artéria GASTRODUODENAL.
A parede anterior PERFURA!!!
Úlcera perfurada, como se apresenta clinicamente, exame diagnóstico e tratamento?
Abdome agudo PERFURATIVO.
Hipotensão, dor abdominal, taquicardia SÚBITAS
Apresenta pneumoperitônio à radiografia.
Tratamento é SEMPRE cirúrgico
Indicações de realizar cirurgias nas úlceras pepticas:
Hemorragia
Perfuração
Obstrução
Refratária ou recidivante
Qual medida cirúrgica devemos tomar necessariamente quando temos HIPERcloridria na úlcera peptica?
VAGOTOMIA, a fim de diminuir a secreção de acetilcolina pelo nervo vago.
Paciente com úlcera duodenal refratária ao tratamento clínico. Qual conduta tomar?
Conduta CIRÚRGICA!
Vagotomia associada ou não à Antrectomia
Quais procedimentos cirúrgicos podemos fazer na úlcera duodenal?
Discorra sobre as particularidades delas
- Vagotomia troncular + piloroplastia
- Vagotomia Troncular + antrectomia
- Vagotomia superseletiva.
A que mais reduz acidez é com antrectomia, porém complica mais (procedimento mais difícil)
A super seletiva reduz menos e complica menos.
A com piloroplastia é o meio termo, por isso é a mais realizada.
Procedimento realizado nas úlceras gástricas hipercloridricas e qual cuidado deve-se ter?
Vagotomia troncular + Gastrectomia Distal.
SEMPRE biopsiar e fazer controle de cura!!!
Tratamento cirúrgico da Úlcera tipo IV.
Gastrectomia subtotal + Y de roux.
Quais possibilidades cirúrgicas para reconstrução do trânsito intestinal?
Billroth I - junta os cotos (gastroduodenostomia)
Billroth II - liga estômago a jejuno. Pulando uma alça de duodeno (alça aferente)
Gastrojejunostomia + alça aferente.
Y de roux - liga estômago no jejuno e a alça do duodeno no jejuno.
Gastrojejunostomia + duodenojejunostomia.
Por que ocorre síndrome de dumping e qual tratamento?
Por perda da barreira pilorica o alimento passa para o duodeno muito rapidamente. Causando sintomas precoces de distensão e tardios de hipoglicemia.
Tratamento é eminentemente dietético.
Paciente evolui com dor abdominal e vômitos biliosos após reconstrução do trânsito intestinal. Relata que os sintomas são contínuos. Do que se trata e a conduta?
Gastrite alcalina. Comum quando a reconstrução é através de Billroth II
O tratamento ideal é cirúrgico (reverter para Y de roux).
Paciente relata episódios de dor abdominal que melhora após vômitos em jato. Histórico de cirurgia para tratamento de úlcera sangrante. Do que se trata? Qual conduta?
Síndrome da alça aferente. Só ocorre em BII. O tratamento é cirúrgico, reverter para Y de roux!
Quais doenças compõem a síndrome NEM1?
LEMBRAR DOS 3 Ps!! Pâncreas, pituitária e paratireoide. - Gastrinoma - Prolactinoma - Hiperparatireoidismo.
Paciente com dor torácica, derrame pleural à esquerda, pneumomediastino, dor torácica e hipotensão. Qual o diagnóstico?
Ruptura esofagiana espontânea ou síndrome de Boerhaave
Paciente ingeriu corpo estranho (pilha de bateria ou objeto pontiagudo), como agir?
EDA de urgência! (Se estiver alcançável)
Qual a complicação mais comum da cirurgia de fundoplicatura?
Pneumotórax!
O que é o quadro de disfagia lusoria?
Disfagia ocasionada por compressão extrínseca do esôfago pelos componentes aorticos.
Quais achados da esofagite eosinofilica e o tratamento?
Quadro típico de síndrome disfagica com historia de atopia
À EDA percebe-se aspecto felino com sulcos longitudinais e estrias transversais.
O tratamento é com corticoide tópico.
Qual indicação para paciente assintomático rastrear H. pylori?
Paciente com história familiar de Adenocarcinoma gástrico.
Dentre as úlceras gástricas. Qual a comum?
Tipo I
Sinal de Rigler significa o que e é comum em que patologia?
Perfuração de víscera oca! Mais comum em úlcera péptica perfurada
O uso de eritromicina nos primeiros dias de RN se associa com qual patologia?
Estenose hipertrófica do piloro.